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No documento Revista Múltipla (páginas 79-84)

FALE COM A GENTE

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sa mara a histria da MPB

Elas sempre fizeram parte da história da música brasileira, seja como intérpret- es, compositoras ou nas duas atividades simultaneamente. A MPB (Música Popu- lar Brasileira) – mistura de vários estilos com srcens que vão das erudições euro- peias a tradições indígenas e africanas – tem seu momento de maior destaque no século XX. Segundo o professor, jornalista e músico Maurício Guilherme Silva, é na virada para os anos 1900 que surge uma das figuras mais importantes da MPB, Chiquinha Gonzaga. “Ela popularizou o piano, sofisticou o chorinho e abriu es- paço para o samba”.

A música popular brasileira cresce ain- da mais com a popularização do rádio, en- tre as décadas de 1920 e 1930, com seus pro- gramas de auditório e shows de calouros. Nesse período, segundo Maurício, se destacam nomes como Ângela Maria e Elizeth Cardoso.“Ela [Elizeth] gravou um disco intitulado Canção do Amor Demais, que é considerado o lançamento da Bossa Nova”, afirma. Já Flávia Moreira, produ- tora e apresentadora do programa Plugue, da rádio Inconfidência e coordenadora de pauta do programa Agenda, da Rede Minas, destaca: “não podemos esquecer as grandes divas da época de ouro do rádio, entre elas Dolores Duran e Maysa”.

Entre as décadas de 1960 e 1970, a tel- evisão ganha espaço nos lares brasileiros. Segundo Flávia Moreira, nesse período “os meios de comunicação de massa eram grandes responsáveis pelos sucessos da

MPB. Conseguiam atingir o povo, que se sentia meio co-participante desse sucesso, participando dos festivais, dos programas de rádio”. Maurício Guilherme reforça que a televisão fez surgir sucessos como “Elis Regina, Nara Leão, Gal Costa e out- ras da não-tradicional MPB, como Wan- derléia, Dona Ivone Lara e Clara Nunes”. Porém, o professor destaca que “o Brasil não é um país de divas, como acontece nos EUA, por exemplo. Maria Betânia é mais próximo que temos disso”.

Dando um salto para os recentes anos 1990, Maurício chama atenção para o destaque internacional que muitas canto- ras brasileiras conquistam. Algumas, seg- undo ele, chegam até mesmo a ter mais prestígio no exterior do que no Brasil. “Mônica Salmaso, por exemplo, sofisticou a música”. Mas ele também destaca nomes conhecidos pela maioria dos brasileiros, como Marisa Monte e Cássia Eller.

Para Flávia Moreira, Marisa Monte já é consagrada, mas não deve ser deixada de lado quando pensamos nas atuais divas da MPB. Porém, o público jovem pode até desconhecer o trabalho de algumas can- toras que marcaram a história da músi- ca brasileira, mas sempre houve espaço para o surgimento de novas divas. Elas são sucesso de crítica e público, são con- stantemente assediadas pela imprensa e jovens compositores sonham em ver suas músicas consagradas na voz de uma des- sas estrelas. É assim com Marisa Monte, Vanessa da Mata, Maria Rita, Zizi Possi, Teto de Mariaa Deslades

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A entre tantas outras.

Atualmente, a situação não é difer- ente. Enquanto algumas vozes gravam seus nomes na história da MPB, outras desaparecem com o passar dos anos e no- vas estrelas surgem. Atualmente é fácil sintonizar uma rádio que toque música popular brasileira e se deparar com as vozes das novas revelações. Segundo Mau- rício Guilherme, os atuais destaques ficam por conta de “Maria Gadú, as meninas do Cansei de ser Sexy, que têm uma proposta experimental, além de Mariana Aydar, Roberta Sá, Ana Cañas e Céu, que hoje é alguém que está buscando uma nova for- ma de experimentação”.

Porém, segundo Flávia Moreira, atual- mente a MPB perdeu um pouco do alcance popular. “Hoje, a MPB não fala para todo mundo como na década de 1960, tornou- se um segmento de mercado.” Fator que, para ela, contribui para que boas cantoras tenham dificuldade para chegar ao grande

público. “A maior ferramenta de divul- gação dessas novas cantoras é a internet. O mercado musical vem sofrendo grandes mudanças nos últimos anos. A democrati- zação das tecnologias de produção fez com que artistas e produtores se tornassem os principais responsáveis pela viabilização, elaboração e distribuição de suas obras”, afirma.

Minas é o berço de algumas dessas no- vas cantoras, que podem não ser muito conhecidas pelo grande público, mas têm seu trabalho reconhecido por críticos e admiradores da MPB. Entre elas, Flávia destaca Fernanda Takai e Marina Mach- ado. Mas também é possível citar nomes como Mariana Nunes, Erika Machado, Júlia Ribas, Juliana Perdigão, Aline Cal- ixto e Regina Souza.

Marina Machado Marina Machado –

Ela já fez turnês com Milton Nasci- mento, gravou com Samuel Rosa e agora,

A televiso foi a grade resposvel pelo sesso de Elis Regia

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aos 38 anos, vive o momento de maior reconhecimento público da sua carreira, com músicas constantemente tocadas em rádios especializadas em MPB. “Acho que, talvez, as músicas que gravei nesse último CD, Tempo Quente, tenham agradado as rádios e público por serem leves e consist- entes”, afirma Marina.

Para a cantora, Minas Gerais tem óti- mas representantes entre as jovens canto- ras, como Érika Machado, Fernanda Takai e Juliana Perdigão. “Acho que Minas se destaca como sempre se destacou desde quando a música feita no Brasil recebeu essa sigla, MPB. O nosso sotaque pega bem na música popular brasileira”. Bem humorada, ela ainda brinca: “nós temos esse pedigree que o Clube da Esquina nos deixou”.

Julgando-se tímida demais para apar- ições em TV e muita exposição na mídia, Marina Machado garante: “nunca me in- teressei por isso, só me preocupo com o que vou apresentar, o que quero passar para o público em termos de mensagem e estética musical”.

Regina Souza Regina Souza

Ela já se apresentou como Regina Spósito, mas durante a preparação do se- gundo CD (Outonos) optou por adotar o

sobrenome Souza. “Estava vindo de várias transformações internas, pessoais, vári- os questionamentos. Posso listar vários motivos para a troca, como homenagear a minha mãe, Zilah Souza Spósito, me aproximar do lado feminino da minha família, das minhas tias, mulheres fortes, engraçadas, alegres, ou simplificar o meu nome. Mas, o principal, foi fazer disso um rito de passagem. Gosto de rituais, a es- piritualidade tem muita importância pra mim, então, essa mudança foi um pouco de tudo isso”, afirma.

Para Regina, atualmente os músicos têm uma gama de possibilidades de divul- gação do próprio trabalho que devem ser exploradas. “Antigamente quem não es- tava ligado a uma grande gravadora tinha uma grande dificuldade para divulgar o seu trabalho. Com a internet, os canais a cabo, as rádios comunitárias, a profission- alização das redes públicas e tantas outras mídias, a MPB pode circular muito mais facilmente no mundo”.

Quanto à música mineira, Regina Souza concorda com Marina Machado. “Acho que Minas está num momento muito criativo e o Brasil tem absorvido bem a nossa música. Temos nossas raízes, uma cultura muito rica e antenas para o mundo”, completa.

Ao lado: Maria Mahado s er saber de fazer boa msia. Abaio: cé teta ma proposta

eperimetal a partir da MPB

No documento Revista Múltipla (páginas 79-84)