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diferencial de que não são garotas e, sim, homens dançando em boates especializadas

No documento Revista Múltipla (páginas 30-34)

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com garotos de programa também é in- evitável. Fábio, por exemplo, já recebeu várias propostas durante as apresentações, porém, rejeitou todas por achar que a quantia não vale a pena. Por isso, assim que o show termina, todos os gogo boys são obrigados a saírem da boate para evi- tar o contato com o público.

Para o gogo boy Bruno Madeira, 24 anos, muitos profissionais escondem sua opção sexual temendo o preconceito por parte do público e também das casas no- turnas onde atuam. Ele, que é homosse- xual assumido, afirma nunca ter sofrido preconceitos, mas procura ser o mais dis- creto possível para preservar sua imagem, seu ambiente de trabalho e até mesmo o público.

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A srsrcem de tudoem de tudo

Engana-se quem pensa que ser gogo boy é coisa dos tempos modernos. O ofí- cio, que existe desde os primórdios, foi iniciado por um homem das cavernas tra- jado com uma pequena tanga de pele de carneiro que durante uma caça a javalis desistiu de persegui-los, subiu em cima de uma pedra e começou a praticar uma esquisita dança tribal. Todos os presentes ficaram parados, admirando a dança. Daí nasce o primeiro gogo boy da História. Já na Grécia antiga, os homens que posavam para os artistas produzirem esculturas eram os gogo boys da época. A diferença é que não dançavam.

Mesmo com toda sofisticação que ocor- reu desde o surgimento dos gogo boys, a forma com que são feitas as apresentações permanece a mesma: um homem de corpo atraente, em cima do palco, dança de for- ma sensual exibindo seu corpo.

Em meados dos anos 50, nos Estados Unidos, bares e boates gays clandestinas passaram a oferecer shows de gogo boys. A novidade agradou tanto, que durante as apresentações, os clientes colocavam notinhas de dinheiro dentro das tangas dos rapazes. A partir da década de 1960, os gogo começaram a tirar toda a roupa enquanto dançavam. Logo depois, surgem os chamados “Clubes das Mulheres”, lo- cal onde homens musculosos fazem strip tease para o público feminino.

Dupla jornada Dupla jornada

A maioria dos gogo boys exercem out- ras atividades paralelas à profissão. Trata- se de uma carreira curta devido à idade, pois a medida que o tempo passa, fica mais difícil manter a atividade de gogo boy. Paulo Vaz, 24 anos é gogo boy, tra- balha com marketing numa empresa de publicidade e comunicação, faz faculdade de Educação Física e pretende dar aulas. “Pretendo dançar por mais algum tempo e a partir do momento que eu começar a dar aula vou me dedicar só a isso,revela.

Estima-se que um gogo boy receba de 1500 a 2000 reais mensais trabalhando, em média, quatro vezes por semana. “Traba- lhando muito e fazendo ensaios fotográ- ficos, praticamente dobro minha renda mensal”, diz Paulo. Além das apresen- tações em casas noturnas, são contratados para outros eventos como chás de panela e despedidas de solteiro que possuem cachês combinados conforme o evento.

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A alimentação é uma necessidade bási- ca à sobrevivência. De acordo com a OMS - Organização Mundial da Saúde -, para uma pessoa ter boa saúde é preciso uma ingestão diária de 2500 kcal, distribuídas em, no mínimo, três refeições/dia: café da manhã, almoço e jantar. Entretanto, nem todo mundo pode se dar a esse luxo. Falta de tempo, costumes alimentares in- adequados e condições financeiras estão entre os maiores desafios diante de uma população crescente. Muitos compensam o corre-corre com lanches que não aten- dem aos requisitos de uma vida saudável. O problema mais sério, porém, é mesmo o bolso. Parte significativa da população convive diariamente com uma pergunta: vou comer hoje? Eles não têm sequer o

benefício da escolha do que comer. Ali- mentar-se está cada vez mais caro. De acordo com o Dieese - Departamento In- tersindical e Estudos e Estatística -, há capitais nas quais o preço de uma cesta básica chega à metade do valor do salário mínimo, noutras ultrapassa 50% do venci- mento padrão dos brasileiros. O mesmo órgão aponta que para custear todas as despesas de uma família de quatro pes- soas, incluindo alimentação, os brasileiros precisariam de uma remuneração mensal superior a R$ 2 mil. Como alimentar os cidadãos das principais cidades do país, onde a pobreza é muito mais evidente?

Parte da solução está nos restaurantes populares. Desde 1994, quando foi implan- tada a primeira unidade em Belo Hori-

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zonte, próxima à rodoviária da capital, eles servem alimentação balanceada a preços acessíveis, graças a subsídios da prefeitura. Nos quatro restaurantes po- pulares (Barreiro, Venda Nova, Centro e Santa Efigênia) e no refeitório da Câma- ra de Vereadores da capital mineira são servidos café da manhã, almoço e jantar por R$ 0,50, R$ 2,00 e R$ 1,00, respectiva- mente, segundo informações da Secretaria Municipal Adjunta de Abastecimento. O maior deles é o restaurante do Barreiro.

De acordo com o secretário adjunto de Abastecimento, Flávio Dufles, são investi- dos anualmente cerca de R$ 17 milhões nas quatro unidades. O volume é aplicado em reformas e aquisição de suprimentos e produtos alimentares. “Temos condições de atender perfeitamente a todos que procuram os restaurantes populares, desde moradores de rua e famílias humildes, até funcionários das regiões atendidas pelas unidades”, completa o gestor.

Modelo Modelo

O programa de restaurantes populares de Belo Horizonte é considerado modelo entre as principais cidades brasileiras. A capital mineira foi pioneira na iniciativa e, segundo Flávio Dufles, temos aqui o maior volume de atendimento, com média diária superior a 17 mil refeições servidas. “Somos modelo porque temos estruturas bem montadas, com corpo de funcionários especializados (nutricionistas e técnicos), equipamentos modernos que auxiliam na grande produção, higienização de todo es- paço e vasilhames. Já alcançamos recon-

hecimento internacional pelos cuidados que temos”, enfatiza Dufles. As quatro unidades do programa de Restaurantes populares de Belo Horizonte preparam 32 toneladas de alimentos por mês.

O que é servido a quem procura os restaurantes populares de Belo Horizon- te? De acordo com a nutricionista de um dos restaurantes, Beatriz Das Dores, cada prato contém arroz, feijão e uma porção

de carne (bovina, suína, frango ou peixe), intercaladas entre os dias da semana, pre- dominando a bovina. “Como opção, ofe- recemos ovos fritos ou cozidos e, em dia de dobradinha, geralmente omelete”, es- clarece Beatriz. O cardápio também apre- senta guarnição como canjiquinha, macar- rão ou legumes e, quando necessário, é incrementado com ovos, paio, bacon ou toucinho. Há também saladas , sobremesa, uma fruta, doce ou suco.

A equipe de nutricionistas responsável pelas refeições elabora uma proposta ali- mentar seguindo padrões rígidos. “Toma- mos o cuidado de balancearmos os macro e micronutrientes de uma dieta eficiente (carboidratos, proteínas, lipídeos, sais mi-

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