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Pedro Ivo

No documento Revista Múltipla (páginas 38-41)

O Teatro Miipal derrbado em 1942 de espao ao cie Metrpole

Projetor do atigo cie Art Palio aida é preservado o loal, e,

agora, abriga ma loja de eletrodoméstios

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de pessoas ampliada para 1350 mil”, conta. O projeto ainda prevê a implantação de uma galeria de arte, biblioteca, café, teatro de bolso e um cine-arte com capacidade para 110 pessoas. O novo Centro Cultural terá o segundo maior teatro de Minas Ge- rais, ficando atrás apenas do Palácio das Artes. O engenheiro destaca que “todo o prédio tem isolamento acústico e acesso facilitado as pessoas com necessidades es- peciais”.

Cravado na Praça Sete está o Cine The- atro Brasil ou, simplesmente, Cine Brasil. Inaugurado em 1932, o cinema foi fechado em junho de 1999 e, agora, também será transformado em Centro Cultural. A Fundação Sidertube – fundação de em- pregados da Vallourec & Mannesmann é que apadrinha o projeto. O prédio, tom- bado pelo Patrimônio Histórico, é con- siderado pioneiro dos chamados “ciclo do cimento armado”, que tornou marca da urbanização da capital. Segundo o Ges- tor de Negócios e Projetos da Sibertube, Luis Antônio Barbalho, o espaço “surgiu do desejo de democratizar arte e cultura para a população de Belo Horizonte, atra- vés de um local que fosse referência na cidade”, conta. A revitalização do Cine Brasil começou em 2006 e é estipulado que se invista na obra cerca de 40 milhões de reais.

O projeto vai preservar as característi- cas srcinais e a finalidade cultural do es- paço. Os antigos elevadores serão transfor- mados em cabines telefônicas, os vitrais da fachada foram reproduzidos em opali-

na colorida e 400 cadeiras srcinais foram recuperadas. “Além do grande teatro, com capacidade para 1050 pessoas, haverá uma sala multimídia, galerias para exposições de quadros, fotos e esculturas, salas para formação cultural e artística, estúdios de gravação e edição de vídeo, espaços para apresentações musicais, teatrais e de ci- nema” completa Barbalho.

Cine arte Cine arte

Na contramão do fim dos cinemas de rua, alguns estabelecimentos sobrevivem ao ataque mercadológico dos filmes de cunho comercial. Alexandre Guimarães, estudante de comunicação social, acredita que a existência deste tipo de cinema está diretamente ligada ao público fiel e tam- bém à diversidade oferecida pelo espaço. “Além de salas de exibição, boa parte des- ses locais ofertam aos expectadores uma livraria temática, um bom café expresso. Isso atrai o público, mesmo que de forma menos acentuada que o cinema de shop- ping.”

Para restaurar uma parcela desse pas- sado, grandes empresas do ramo metalúr- gico e siderúrgico ainda impulsionam este tipo de cultura, mantendo acesa a chama do velho e bom cinema de rua. A região Centro-Sul de Belo Horizonte concentra os últimos cines-arte da cidade, como Es- paço Usiminas Belas Artes e o Cineclub Unibanco Savassi. Vale à pena conferir algumas das últimas opções para quem deseja conhecer, ou simplesmente, rever um bom filme à moda antiga.

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No quarto, muitos brinquedos, alguns deles ainda na caixa ou no plástico, novi- nhos em folha. No cantinho, um com- putador, como pede uma realidade cada vez mais regida pelos ditames digitais, es- senciais para a inclusão social. A família não tem muito dinheiro, mas faz um es- forço e garante boa educação para o filho de sete anos.

Matheus Henrique Reis Alves, menino de Ribeirão das Neves, região metropoli- tana de Belo Horizonte tem um futuro inteiro pela frente. Inteligente, esperto, sorridente e carinhoso, ele passa horas no computador arranhando as primeiras pa- lavras escritas, frutos da alfabetização da escolinha. Apesar de brincar, sorrir, usar

o computador, ler e escrever, o menino possui uma série de limitações. O corpo de Matheus, vítima de paralisia cerebral, não consegue acompanhar toda a ativi- dade da mente de uma criança esperta, que entende e sabe de tudo

Do luto à luta Do luto à luta

Há oito anos, o namoro entre dois jo- vens, ele com 19 e ela com 20 anos, resultou em uma gravidez não planejada. Isac Silva Alves e Rosane Cleide Alves, assumiram a responsabilidade de pais e acompan- haram cada momento da vida

de Matheus, mesmo quando ele ainda nem

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havia nascido. No dia do parto, Rosane acordou com dores e foi para o hospital. O médico disse que ainda não era hora e mandou a moça voltar. As dores persisti- ram e, um pouco mais tarde, pai e mãe voltaram para a maternidade.

Porém, o médico, que atendia pelo convênio, julgou ainda não ser a hora do parto. Horas depois, na madrugada do dia seguinte, enfim, nasceria Matheus. Para o parto normal, foi necessária a utilização

do método fórceps, quando o bebê é re- tirado com o auxílio de um instrumento cirúrgico. “O Matheus nasceu roxinho e teve que ficar internado por uma semana. No hospital, me falaram que se tratava de icterícia, mas depois descobrimos que era paralisia cerebral”, conta a mãe.

Nas inúmeras consultas, os médicos fo- ram categóricos: Matheus iria ficar confi- nado para sempre. A vida de um menino com paralisia cerebral não poderia ser mais ampla que um quarto, uma cama e uma cadeira de rodas. “Uma médica che- gou a desenganar o Matheus, disse que ele dependeria de mim para tudo”, desabafa a mãe, com lágrimas nos olhos.

Seria hipocrisia por parte dos pais di- zer que foi fácil aceitar a realidade. A mãe conta que, em várias situações, surpreen-

deu a si mesma questionando a condição do filho. “Eu olhava para os meus sobri- nhos, via todos espertos, andando, brin- cando e pensava: só o Matheus não anda... Mas eu guardava esses pensamentos para mim e pensava que era um plano de Deus”, reflete. Para Isac Silva, o nascimento do filho quebrou uma série de expectativas. “O mundo desaba na sua cabeça, é uma decepção muito grande”, relata.

Mas a família decidiu não se render. Com toda inexperiência de um jovem casal diante de um desafio que, muitas vezes, nem a maturidade é capaz de en- frentar, os dois, ou melhor, os três e tantos outros que estenderam as mãos, resolve- ram seguir em frente. Lutar por Matheus se tornaria um objetivo de vida, afinal de contas, a médica que chegou a dizer que o garoto viveria em estado vegetativo, não poderia ter razão. “A gente sempre pensou em correr atrás. Não somos ricos, mas, por exemplo, se falarem que existe um trata- mento melhor para o Matheus em São Paulo, a gente faz uma força e vai. Sabe como é... filho único, nós queremos o me- lhor para ele”, garante Isac.

Doença complexa Doença complexa

Desde novinho, Matheus já passava por tratamentos. Fisioterapia, terapia ocupa- cional e qualquer alternativa que pudesse ajudar o garoto que, embora tão esperto, sofre de uma doença complexa. A parali- sia cerebral é uma lesão de ordem neu- rológica, que acontece de formas variadas e deixa sequelas distintas. Essa lesão pode acometer a criança antes do nascimento, durante o parto ou nos primeiros anos de vida.

As causas mais frequentes da doença, antes do parto, são infecções maternas,

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