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4   APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS 48

4.2   Apresentação das Categorias 49

4.2.8   Casual Friday 71

Com esta categoria procura-se saber, primeiro, se os colaboradores têm noção do que é a política de Casual Friday. Posteriormente, se defendem esta estratégia para a instituição onde trabalham e os possíveis impactos que conduziria, quer para os colaboradores que para o Banco W.

Todos, à exceção do Colaborador 5, sabem em que consiste a política do Casual Friday. Apesar de não saber no que consistia, depois de se explicar, o colaborador também transmitiu a sua opinião relativamente a esta política.

“Sim. É o uso de roupa mais descontraída às sextas-feiras, mantendo sempre o aspeto global profissional. Normalmente associa-se usar blazer e camisa mas deixar de parte a gravata.”

(Colaborador 3, 30 anos, Masculino, 5 anos de Antiguidade) 4.2.8.1 Motivos pela (não) opção

Procuramos saber se aderiam a uma política de maior flexibilização de vestuário num dia da semana. Os colaboradores iriam aderir, embora alguns não demonstrem muito entusiasmo e só o fariam se fosse geral no banco. À exceção do Colaborador 4, não iriam aderir sozinhos a esta política de vestuário.

“Desconfortável. O mais certo seria acabar por usar o mesmo tipo de vestuário que os restantes colegas.”

(Colaborador 1, 31 anos, Feminino, 8 anos de Antiguidade) “Não fazia especial questão. Como uso habitualmente este tipo de roupa, não iria sentir muita diferença. Poderia eventualmente optar por umas calças de ganga nesse dia!”

(Colaborador 2, 28 anos, Feminino, 3 anos antiguidade) “Se as pessoas sentirem esta necessidade, eu acho bem. Mas no meu caso isso não me aquece nem me arrefece. Se calhar até era capaz de vir, de adotar porque estava mais à vontade. Não iria ser apontado pelos outros, estaria integrado, todos estariam vestidos da mesma forma, estavam todos iguais.”

(Colaborador 5, 40 anos, Masculino, 6 meses de Antiguidade) Relativamente a Chefia e GRH, este assunto é muito sensível.

“Ia ser um pouco complicado porque apesar de não ser área comercial, não lido com clientes mas também tenho de ter algum cuidado nesse aspeto.”

(GRH, 47 anos, Masculino, 8 anos de Antiguidade) “Não. Sinto-me bem assim e não tenho necessidade disso. Acho que a área comercial não tem muita necessidade disso… imagina vir um cliente ao banco e tu apareces diferente num dia dos outros colegas funcionários, na minha ótica é perigoso… novamente a questão da imagem.”

(Chefia, 37 anos, Masculino, 9 anos Antiguidade) Aqui verificamos que os mais sépticos relativamente a esta política de flexibilização de vestuário à sexta-feira são os que manifestaram opiniões mais conservadoras e mais

conformistas relativamente ao Dress Code do Banco W. Referimo-nos, concretamente, ao caso da Chefia que não iria aderir ao Casual Friday, talvez porque vê fato “como a sua segunda pele”. Encontramos a mesmo opinião nos colaboradores que sentem mais necessidade de se integrarem ou que conseguem conciliar o vestuário nas duas circunstâncias.

Já o Colaborador 4, mais jovem e com menor experiência no sector bancário, é o que se encontra mais motivado aderir a esta política de vestuário mesmo na hipótese de ser o único a vestir menos formal.

4.2.8.2 Consequências: pessoais e na imagem sector

Com este ponto pretendemos obter os possíveis efeitos nos funcionários em termos comportamentais, na imagem da instituição bancária e do próprio setor.

“Eu acho que as pessoas iriam aderir mas em termos de vantagens, em termos de satisfação de trabalho, comprometimento, se iria melhorar muito o desempenho? Não sou capaz de julgar isso.”

(Colaborador 5, 40 anos, Masculino, 6 meses de Antiguidade) “Sim, aderia. Seria bastante interessante poder usar uma indumentária mais descontraída, seria até interessante pela imagem de modernidade que iria transmitir.” “Acho que no fundo não traria desvantagens, desde que a imagem global de profissionalismo fosse mantida, isto é, desde que se mantivesse um look business clássico, bom senso e imagem cuidada.”

(Colaborador 3, 30 anos, Masculino, 5 anos de Antiguidade) “Iria alterar a imagem do sector bancário. Atualmente a Banca é conotada com valores relacionados com rigidez, conservadora. Acho que passaria a ter uma imagem mais moderna e mais flexível, capaz de acompanhar as mudanças de gerações. Para os colaboradores, principalmente homens, imagino que se sentiriam mais confortáveis… também conduziria a uma redução dos custos a ter com o vestuário: muito vestuário daria para usar fora e no local de trabalho.”

“Não iria influenciar satisfação de trabalho e turnover… pelo menos na experiência que eu tenho, nunca ninguém me falou da chatice de ter de vir trabalhar de fato e gravata.”

(Chefia, 37 anos, Masculino, 9 anos Antiguidade) “A vantagem de redução do formalismo e ajuda à comunicação não se aplica cá. O banco nem é muito formal, as chefias estão muitos acessíveis desde administração, às direções de topo ou outras chefias intermédias (…) Em termos de trabalho em equipa e absentismo, não me parece que tenha qualquer impacto. Acho que isto depende muito da área de atividade (…) aqui na banca o Dress Code não vai influenciar satisfação, comprometimento. Não é por isso que irão faltar mais ou menos, as pessoas hoje em dia têm problemas bem mais importantes, como ter ou não emprego, nem se preocupam com esse tipo de detalhe.”

(GRH, 47 anos, Masculino, 8 anos de Antiguidade) “Não teria de ser assim… teria de ser uma mudança de todos ao mesmo tempo senão, inclusivamente com a concorrência que existe, iam começar provavelmente a dizer que no Banco A, aquilo à sexta-feira é uma balda, vão todos quase de t-shirt, portanto os colegas da concorrência iriam aproveitar e dizer: “está a ver como eles cuidam do seu dinheiro… nem querem saber à sexta-feira”.”

(Chefia, 37 anos, Masculino, 9 anos Antiguidade) “A instituição certamente quererá dispor de uma força de trabalho, neste caso, uma força de vendas motivada e eu acredito que este tipo de medida iria beneficiar. Dentro de alguma razoabilidade, o que significa que os funcionários irem mais à vontade, não querendo dizer que vão para o trabalho desleixarem-se com os clientes, iriam sentir-se mais confortáveis. Além disso, da minha experiência posso constatar que muitas vezes só conseguimos negócio quando conseguimos alcançar algum grau de informalidade com o cliente.”

(Colaborador 4, 26 anos, Masculino, 2 anos de Antiguidade) As opiniões não são unânimes, não existe consenso se traria efetivamente efeitos positivos ou negativos. Os colaboradores mencionam a alteração da imagem do sector bancário para uma imagem mais moderna e flexível, desde que se mantivesse a imagem global cuidada e clássica. As chefias, talvez pela posição que ocupam no Banco W, preocupam-se com as possíveis consequências negativas que poderia trazer, quando comparado com a concorrência.

Mesmo para atrair jovens de elevado potencial para trabalhar neste sector conotado com valores de rigidez e formalismo, o GRH entende que é irrelevante adotar a política de Casual Friday. Para ele, esta repulsa a usar fato só existe quando se anda na faculdade pois quando se começa a trabalhar, os indivíduos até gostam de vestir um fato e gravata.

“A ideia de que não queremos ir trabalhar para um banco porque é muito conservador, rígido e que não se quer andar de fato todos os dias, é uma ideia que se tem quando se está na faculdade! Mas quando começam a trabalhar, aculturam-se rapidamente e, inclusivamente, gostam de usar o fato.”

(GRH, 47 anos, Masculino, 8 anos de Antiguidade)