• Nenhum resultado encontrado

CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS DOS PROBLEMAS IDENTIFICADOS

A existência destes problemas no concelho de Águeda é fruto de um conjunto diversificado de causas que, interagindo entre si, contribuem para a existência destes problemas.

Para a identificação das causas e consequências dos problemas identificados, foram convocadas a participar num novo workshop temático sobre Educação e Formação, com o mesmo modelo participativo do anterior, realizado a 10.04.2008, as entidades que de algum modo estão envolvidas nesta temática.

1. Desvalorização do percurso escolar por parte de jovens e famílias socialmente vulneráveis

Para este problema, não existem indicadores.

Foram identificadas como causas 1) as necessidades financeiras das famílias, assim como 2) a tradição, isto é, no passado, em Águeda existia pleno emprego, tendo os pais de hoje abandonado precocemente o sistema de ensino e entrado facilmente no mercado de trabalho, pelo que desvalorizam hoje o percurso escolar de seus filhos.

Este problema pode conduzir, por um lado, 1) a situações de insucesso e abandono escolar dos jovens e, por outro lado, 2) a comportamentos desviantes e marginais.

2. Défice de apoios ao nível do ensino especial e intervenção precoce na creche e pré- escolar e apoios educativos no Ensino Básico

Respeitante a este problema identificado pelos parceiros, questionou-se os agrupamentos relativamente ao número de apoios educativos que tinham afectos, conforme Quadros nºs 14, 15, 16, 17 e 18. Relativamente à sua adequabilidade, com a excepção do Agrupamento de Escolas de Águeda, os restantes referem que são insuficientes, face ao n.º elevado de alunos com dificuldades de aprendizagem.

Como causas para este problema foram consideradas: 1) a ausência de politicas educativas de longo prazo, 2) as dificuldades de elegibilidade de alunos para este tipo de ensino e a 3) a falta de recursos humanos e técnicos, levando a que estes alunos sejam 1) marginalizados do sistema, e podendo também 2) levar ao aumento da iliteracia.

3. Défice de competências pessoais, sociais e profissionais por parte dos jovens que abandonam o sistema de ensino regular

Relativamente a esta questão, não há informação sobre as competências dos jovens que abandonam o sistema de ensino. No entanto, sabe-se que a taxa de abandono escolar é mais visível no ensino secundário (fora da escolaridade mínima obrigatória), conforme Quadro nº 22.

Foram identificadas como causas deste problema 1) a falta de competências parentais de algumas famílias e 2) a falta de adaptabilidade do sistema de ensino, que não se ajusta à realidade, na preparação dos alunos para a vida futura.

Como consequências, os parceiros realçaram a 1) reprodução de modelos no ciclo familiar e 2) as dificuldades de inserção sócio-profissional.

4. Níveis significativos de iliteracia

No que diz respeito a este problema, não existem indicadores, uma vez que são de difícil recolha.

Como causas para esta questão foram identificadas: 1) o défice de apoios ao nível do ensino especial e intervenção precoce na creche e pré-escola e apoios educativos no ensino básico, 2) a desvalorização do percurso escolar por parte dos jovens e famílias socialmente vulneráveis, e 3) taxa de insucesso escolar, tendo sido identificada como consequência a 1) possível marginalização do sistema e 2) dificuldade de integração sócio - profissional.

5. Elevada taxa de insucesso escolar, com especial enfoque no ensino básico

Para este problema, os dados disponíveis contrariam o enfoque no ensino básico, uma vez que como se verifica no Quadro nº 21, a taxa de não aproveitamento aumenta à medida que se progride no nível de escolaridade, sendo no ensino secundário que os valores são mais elevados, podendo ser considerado mais problemático no ensino básico, por se tratar do ensino obrigatório.

Como causa para este problema, os parceiros identificaram: 1) o desinvestimento sócio familiar, 2) o distanciamento da escola e famílias, 3) os currículos distantes dos interesses e características dos jovens, 4) a massificação da escola, 5) a falta de competências parentais e 6) a desvalorização do percurso escolar por parte dos jovens e famílias socialmente vulneráveis.

Tendo sido identificado como possível consequência a dificuldade de integração sócio- profissional.

6. Desvalorização social de algumas profissões manuais e técnicas

No que se refere a este problema, também não existem indicadores, sendo complexo avaliar o grau de valorização das profissões.

Relativamente às causas, foram identificadas pelos parceiros 1) a imagem social precária das profissões técnicas e 2) a emergência das novas tecnologias.

A desvalorização social de algumas profissões pode conduzir, por um lado, 1) a dificuldades de inserção sócio–profissional e por outro lado, 2) à pouca valorização da formação profissional pelas entidades empregadoras.

7. Desajuste entre a procura e oferta de formação profissional

Foram identificadas como causas deste problema 1) a inexistência de uma estratégia nacional e 2) a falta de comunicação entre os agentes da oferta e a procura.

Como consequências foram referidas 1) a desmotivação dos trabalhadores e 2) o défice de cursos tecnológicos e profissionais nas escolas do ensino secundário.

8. Inadequação da oferta formativa e profissional para desempregados com

habilitações inferiores ao 6.º ano

Para este problema, os dados disponíveis foram os disponibilizados pelo Centro de Formação, já referidos na fundamentação.

Os parceiros não identificaram nenhuma causa para este problema, apenas que este problema teria como consequência a dificuldade de inserção sócio – profissional.

9. Pouca valorização da formação profissional por parte das entidades empregadoras No que concerne a este problema, não temos conhecimento do número de entidades empregadoras com plano de formação interno, tendo questionado a AEA, fomos informados que anualmente efectuam um levantamento das necessidades formativas dos seus associados, sendo muito baixo o número de respostas que obtêm, o que reflecte a pouca valorização da formação pelas entidades empregadoras.

Os parceiros identificaram como causas deste problema: 1) a falta de comunicação entre os agentes da oferta e da procura, 2) a desvalorização social de algumas profissões manuais e técnicas, 3) a falta de integração das formações na realidade empresarial e 4) o numero elevado de currículos, reconhecendo que este problema levará à desmotivação dos trabalhadores.

10. Sobreposição de oferta formativa entre escolas secundárias e centro de formação Relativamente a este problema, procedeu-se ao levantamento da oferta de formação, apresentado anteriormente.

Como causas para este problema, os parceiros identificaram 1) a falta de comunicação entre os agentes da oferta e da procura, 2) constrangimentos ao nível de recursos logísticos e 3) a falta de parcerias e colaboração efectivas, não tendo sido identificadas consequências.

Estas causas, bem como as consequências da existência dos problemas, assim como as relações entre si, são de fácil visualização na figura que se segue: