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MEDIDAS PROMOVIDAS PELA AUTARQUIA

O Município de Águeda tem apoiado, ao longo dos últimos anos, os seus munícipes através da atribuição de projectos gratuitos para construção de novas habitações e isenção das respectivas licenças e, ainda, através da colaboração na instrução de processos destinados a requerer apoios financeiros junto do IHRU.

Também, em parceria com o IHRU, tem em curso um programa de realojamento para erradicação de cerca 80 habitações degradadas.

PROBLEMÁTICAS IDENTIFICADAS

Na reunião do núcleo executivo, de acordo com o conhecimento que cada técnico presente dispõe da realidade concelhia, na área da habitação, priorizaram-se três problemáticas:

1. Habitações degradadas;

2. Sobrelotação dos fogos Habitacionais; 3. Valor elevado das rendas.

A existência destes problemas no concelho de Águeda é fruto de um conjunto diversificado de causas que, interagindo entre si, contribuem para a continuidade destes problemas, com consequências para a população e para o concelho, por inerência.

1. Habitações degradadas;

Quadro n.º 27

Estado de Conservação dos Edifícios

Freguesia Sem Necessidade de

Reparação

Com Necessidades de Reparação Muito

Degradado Edifícios Total

Pequenas Médias Grandes

Agadão 97 75 20 4 0 196 Aguada de Baixo 302 89 55 47 61 554 Aguada de Cima 718 403 132 53 12 1.318 Águeda 2.180 544 246 154 168 3.292 Barrô 449 104 57 58 42 710 Belazaima do Chão 172 37 5 5 7 226 Borralha 555 138 54 15 9 771 Castanheira do Vouga 207 43 16 3 1 270 Espinhel 577 240 40 114 18 989 Fermentelos 859 211 57 7 1 1.135 Lamas do Vouga 123 89 47 17 12 288 Macieira do Vouga 35 26 13 9 6 89 Macinhata do Vouga 572 625 201 74 28 1.500 Óis da Ribeira 144 69 32 12 3 260 Préstimo 207 163 22 12 1 405 Recardães 696 194 106 39 7 1.042 Segadães 243 132 20 7 0 402 Travassô 395 99 53 47 42 636 Trofa 556 153 95 68 10 882 Valongo do Vouga 1.239 307 84 63 30 1.723 Concelho 10.326 3.741 1.355 808 458 16.688 Fonte: Censos 2001

No quadro anterior, pode observar-se o estado de conservação do edificado habitacional do concelho de Águeda. Dos 16.688 edifícios observados, 1.266 necessitavam de grandes obras de recuperação ou encontravam-se num estado muito avançado de degradação.

No levantamento que a autarquia fez nos anos de 1999/2000 foram sinalizadas 328 habitações que não reuniam condições habitacionais mínimas. Destas, 61 habitações foram

aceites pelo antigo INH para integrarem o programa de realojamento, por não serem passíveis de recuperação de acordo com os critérios daquele instituto.

No âmbito do programa de realojamento, a Autarquia atribuiu habitações novas a 33 agregados familiares.

Quadro n.º 28

Infra-Estruturas dos Alojamentos

Residência Habitual C/ Electricidade S/ Electricidade C/ Água S/ Água C/ Esgotos S/

Esgotos C/ Banho S/ Banho

Concelho 15.895 15.856 30 15.676 219 15.704 191 15.096 799

Fonte: Censos 2001

O Quadro nº 26 refere-se às infra-estruturas existentes nas habitações do concelho. Da análise desta informação conclui-se que a falta de casas de banho e a inexistência de água canalizada são os problemas que mais afectam os agregados familiares do concelho. Tendo em conta condicionantes da vida moderna, não ter acesso a infra-estruturas básicas como electricidade, água e saneamento acarreta imensos constrangimentos a estes agregados familiares sobretudo quando existem crianças.

Como causas deste problema foram identificadas 1) a falta de uma política de habitação a nível central, assim como 2) a falta de habitação social, ambas da responsabilidade do estado português, foram ainda identificadas como causas as 3) dificuldades económicas e/ou endividamento das famílias, 4) o valor elevado das rendas, 5) o défice de competências pessoais e sociais, assim como 6) a falta de higiene habitacional.

Ao nível das consequências desta problemática foram identificadas: 1) os problemas de saúde infantil, 2) o contributo destas habitações para uma má imagem do concelho, 3) a eventual criação de estereótipos negativos face a estas famílias, e ainda 4) a falta de higiene habitacional, que tanto pode ser enquadrada nas causas como nas consequências.

2. Sobrelotação dos fogos Habitacionais;

O problema da sobreocupação das habitações surge quando diversas gerações habitam o mesmo fogo habitacional. Exemplo disso, são os casos em que avós, pais, netos e bisnetos vivem na mesma habitação. Os avós, muitas vezes pessoas idosas, não possuem vagas em lares, nem meios económicos para pagar este tipo de acolhimento, ou não querem abandonar o seu lar e o seu meio familiar, o que acontece frequentemente. Os netos vão ficando em casa dos seus pais até à idade adulta porque, os estudos terminam cada vez mais tarde e as dificuldades crescentes com que se deparam no início da vida activa não facilitam outras soluções.

Outros factores que também potenciam a sobrelotação das habitações são as crescentes exigências referentes ao arrendamento jovem e ao aumento das taxas de juro, em contraposição à estagnação dos salários, sendo esta combinação de factores motivo para que agregados, que já se autonomizaram em tempos, retornem a casa dos seus pais.

A grande maioria das situações de sobreocupação registam-se nos centros mais urbanos, onde as habitações são de pequenas dimensões, o que tende a agravar as consequências deste fenómeno de sobreocupação.

Foram atribuídas como causas destes problemas 1) o valor elevado das rendas, 2) a existência de habitações degradadas, 3) as dificuldades económicas/ endividamento das famílias, 4) a dificuldade de autonomização dos jovens.

Como consequências foram identificadas 1) promiscuidade nas relações, 2) indefinição de papéis e espaços, factor 3) potenciador de conflitos, 4) falta de higiene habitacional, 5) problemas de saúde infantil.

3. Valor elevado das rendas.

No atendimento do Serviço Social da Autarquia, cerca de 70% das situações prendem-se com as dificuldades de pagamento de rendas das habitações. Procuram, assim, soluções, solicitando à Autarquia uma habitação com valor de renda acessível ou pedindo auxílio financeiro para pagamento de uma renda do mercado de arrendamento. Quem procura estes serviços são sobretudo mulheres com filhos a cargo, na sua maioria empregadas, mas com ordenados correspondentes ao Salário Mínimo Nacional.

As causas desta problemática foram atribuídas à fraca disponibilidade de habitação no mercado de arrendamento com rendas acessíveis, sendo apenas as habitações degradadas, sem condições de habitabilidade, que se encontram ao alcance das famílias de menores rendimentos.

Ao analisar as situações apresentadas, conclui-se que grande parte dos agregados arrendam casas em mau estado de conservação e exíguas, quando comparadas com o número de elementos do agregado familiar, porque não têm rendimentos que lhe permitam arrendar habitações mais adequadas.

Como consequências deste problema foram identificadas: 1) a dificuldade de autonomização dos jovens e 2) a sobrelotação dos fogos habitacionais.