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Em pouco mais de década e meia, a estrutura do sistema educativo português foi marcada por um forte impulso ao nível do ensino pré-escolar e do ensino superior.

Os efeitos da entrada em vigor da Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE), publicada em 1986, que regulamenta a escolaridade básica obrigatória de nove anos, fazem sentir-se ao longo da década de 90 do século XX, com a generalização da escolarização básica e, posteriormente, com o aumento da escolarização da população dos 16 aos 17 anos no ensino secundário. Assim, nos termos da LBSE, o sistema educativo compreende: a Educação Pré-escolar, a Educação Escolar e a Educação Extra-Escolar.

1. Educação Pré-escolar

A educação pré-escolar é “entendida como a primeira etapa da educação básica, sendo complementar da acção educativa da família, com a qual deve estabelecer estreita cooperação, favorecendo formação e o desenvolvimento equilibrado da criança tendo em vista a sua plena inserção na sociedade como ser autónomo, livre e solidário”. 2

A educação pré-escolar destina-se a crianças com idades compreendidas entre os 3 e os 6 anos de idade; é de frequência facultativa e é ministrada em jardins-de-infância da rede pública, ou da rede privada, desenvolvida a partir das iniciativas das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS). No entanto, a actual tendência é a de generalização da oferta pública, de forma a que a educação pré-escolar se torne, também ela, obrigatória.

2 - Educação Escolar

2.1 - Ensino Básico

Quadro n.º 4

Caracterização do Ensino Básico Níveis Anos de Escolaridade Idade

1º Ciclo 1.º - 4.º 6-10 anos

2º Ciclo 5.º - 6.º 10-12 anos

1.º Ciclo do Ensino Básico

Com a implementação da escola a tempo inteiro, as escolas funcionam no mínimo oito horas por dia, o que permite oferecer actividades de enriquecimento curricular, em regime de monodocência, existindo a possibilidade de recurso a professores especializados em determinadas áreas.

2.º Ciclo do Ensino Básico

Este ciclo está organizado por disciplinas e áreas de estudo de carácter pluridisciplinar.

3.º Ciclo do Ensino Básico

Este ciclo está organizado por disciplinas, tendo por objectivos principais a aquisição de conhecimentos e competências indispensáveis ao ingresso na vida activa e também ao prosseguimento de estudos. O ensino das Tecnologias de Informação e Comunicação é obrigatório no 9.º ano de escolaridade.

Ensino Artístico

Este ensino possibilita que alunos dos cursos básicos possam frequentar disciplinas em estabelecimentos de ensino artístico, ou seja, os alunos que frequentam o 2.º e/ou 3.º CEB podem prescindir de disciplinas do currículo do ensino básico para frequentarem disciplinas do estabelecimentos de ensino artístico. De modo a ser possível esta articulação, é obrigatório que o grau de ensino seja coincidente com o ano lectivo do aluno, existindo também a obrigação da frequência desta modalidade de ensino durante todo um ciclo.

Os alunos que tenham atingido a idade limite da escolaridade obrigatória sem terem concluído o 3.º ciclo podem prosseguir estudos, através de diversas modalidades de educação e formação de jovens e adultos. Aos alunos que completam com sucesso o 3.º ciclo é atribuído o diploma do ensino básico.

Percursos de Currículo Alternativo

Pelo Despacho Normativo nº 50/2005, de 9 de Novembro, as escolas devem promover uma oferta educativa dirigida a alunos até aos 15 anos de idade que, encontrando-se na escolaridade obrigatória, apresentem insucesso escolar repetido ou risco de abandono precoce, constituindo turmas (mínimo de 10 alunos) com percursos curriculares alternativos.

Os conteúdos são determinados na escola, considerando: 1) os resultados de uma avaliação diagnostica; 2) necessidades e interesses dos alunos, bem como o meio em que se inserem; 3) o ajustamento e a articulação entre as diferentes componentes do currículo, bem como outras

Aos alunos que venham a concluir com aproveitamento um percurso curricular alternativo será atribuído apenas um certificado comprovativo. Os alunos que pretendam prosseguir estudos de nível secundário em cursos científico-humanísticos, terão que realizar exames nacionais

Educação Especial

No sentido de valorizar a educação e promover a melhoria da qualidade do ensino, no âmbito da igualdade de oportunidades, pretende-se um sistema de educativo flexível, que permita responder à diversidade de características e necessidades de todos os alunos, implicando a inclusão das crianças e jovens com necessidades educativas especiais (NEE) e exigindo a activação de apoios especializados.

Neste sentido, de acordo com o Decreto – Lei nº 3/2008, de 7 de Janeiro, a educação especial visa a criação de condições para adequação do processo educativo às necessidades de alunos com limitações significativas, ao nível da actividade e da participação, num ou em vários domínios de vida, decorrentes de alterações funcionais e estruturais, de carácter permanente, resultando em dificuldades continuadas ao nível da comunicação, aprendizagem, mobilidade, autonomia, do relacionamento interpessoal e da participação social.

Assim, as escolas devem contemplar nos seus projectos educativos, as adequações relativas ao processo de ensino e de aprendizagem, de carácter organizativo e de funcionamento, necessárias para responder adequadamente às necessidades educativas especiais das crianças e jovens que se enquadram na educação especial, de modo a assegurar a sua participação nas actividades e na comunidade escolar.

Os apoios especializados podem implicar a adaptação de estratégias, recursos, conteúdos, processos, procedimentos e instrumentos, bem como a utilização de tecnologias de apoio.

Unidades Especializadas em Multideficiência

Recurso pedagógico especializado, existente em alguns estabelecimentos de ensino básico, constituindo-se como uma resposta educativa diferenciada, que visa apoiar a educação dos alunos com multideficiência e o desenvolvimento de competências essenciais para o seu desenvolvimento global , tendo como objectivo a sua integração no ensino regular, fornecendo- lhes meios e recursos diversificados, sendo o trabalho especializado desenvolvido com estas crianças organizado e orientado em equipa multidisciplinar.

Na sala de aula, tendo em conta a especificidade destas crianças, desenvolvem-se actividades diversificadas, no âmbito das várias áreas curriculares com âmbito funcional, sendo os

Com esta resposta educativa procura-se que estes alunos tenham acesso a informação que os ajude a realizar aprendizagens significativas e possam participar em actividades desenvolvidas com os seus pares sem necessidades especiais.

2.2 - Ensino Secundário

Quadro n.º 5

Tipologia dos Cursos Secundários

Tipo de Curso Ano de Escolaridade Idade

Científico-humanísticos Artísticos especializados Profissionais

10.º, 11.º, 12.º 15-18 anos

O ensino secundário está organizado segundo formas diferenciadas, orientadas quer para o prosseguimento de estudos, quer para o mundo do trabalho.

O currículo dos cursos compreende:

 Cursos científico - humanísticos - 5 tipos de cursos vocacionados essencialmente para o prosseguimento de estudos de nível superior;

 Cursos artísticos especializados - têm como objectivo assegurar formação artística especializada, permitindo a entrada no mundo do trabalho, ou o prosseguimento de estudos, organizados nas áreas de artes visuais, audiovisuais, dança e música;

 Cursos profissionais - estruturados por diferentes áreas, são organizados em módulos, correspondendo a 3100 horas de formação. Estes cursos destinam-se a proporcionar a entrada no mundo do trabalho, podendo facultar simultaneamente também o prosseguimento de estudos.