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Diagnóstico Social. do Concelho de Águeda SETEMBRO DE 2008

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Diagnóstico Social

do Concelho de Águeda

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Ficha Técnica

Diagnóstico Social do Concelho de Águeda Setembro 2008

Director: Presidente do Conselho Local de Acção Social de Águeda e Vereador do Pelouro da Acção Social da Câmara Municipal de Águeda – Jorge Almeida

Equipa de elaboração:Núcleo Executivo do CLAS de Águeda

Colaboram neste documento os seguintes autores:

Flora Gaio – Centro Distrital de Segurança Social de Aveiro - Serviço Local de Águeda Luísa Coelho – Bela Vista – Centro de Educação Integrada

Carla Gaio – Santa Casa da Misericórdia de Águeda

Cláudia Camarinha – Centro Social Infantil de Aguada de Baixo Sandra Fernandes – Delegação de Águeda da Cruz Vermelha Dina Calado – Rede Social – Câmara Municipal de Águeda Joana Amaral – Rede Social – Câmara Municipal de Águeda Andreia Carvalho

Edição, propriedade e reprodução:

Câmara Municipal de Águeda Praça do Município

3750 – 500 Águeda

Telef.: 234 180 111/ Fax: 234 7610 078 E-mail: redesocial@cm-agueda.pt

Consultor Externo:

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ÍNDICE

Prefácio 11

Enquadramento

Enquadramento do Programa Rede Social 13

Importância do Diagnóstico Social 15

Do PNAI ao Diagnóstico Social 15

Metodologia

Objectivos Específicos 17

Solução Metodológica 17

Instrumentos de Trabalho 18

Capitulo I – Caracterização do Concelho

Enquadramento Territorial, Económico, Demográfico e Social

Enquadramento Territorial do Concelho 20

Acessibilidades 21

Caracterização Geomorfológica do Concelho 22

População e Demografia 23

Taxa de Natalidade 27

Taxa de Fecundidade 28

Estrutura etária da população 29

Capitulo II - Áreas Temáticas Área da Educação, Formação

Sistema Educativo Português 34

Apoios e Complementos Educativos 37

Qualificação e níveis de ensino da População Portuguesa 40

Politicas e Medidas Nacionais de combate aos baixos níveis

de escolaridade e de baixas qualificações da População 41

Níveis Qualificação e escolaridade da População de Águeda 48

Organização e caracterização da Rede Educativa 49

Apoios e complementos Educativos 51

Indicadores de Desempenho Escolar no Concelho de Águeda 56

Medidas de Combate ao Insucesso e Abandono Escolar 58

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Problemáticas Identificadas 61

Causas e Consequências dos Problemas Identificados 61

Mapa representativo dos problemas, causas e consequências 66

Área do Emprego

Dinâmicas do Mercado de Emprego em Portugal 67

População activa, emprego e desemprego em Portugal 69

A estratégia de combate e prevenção do desemprego 72

Respostas e Medidas de combate ao desemprego e apoio ao Emprego

oferecidas pelo Centro de Emprego, IEFP 77

População activa, emprego e desemprego no Concelho 81

Centro de Emprego de Águeda 85

Problemáticas Identificadas 87

Causas e Consequências dos Problemas Identificados 87

Mapas representativo dos problemas, causas e consequências 91

Área das Crianças, Jovens e Idosos

A Família em Portugal 92

Sub – Área das Crianças

A Criança perante a sociedade 93

Medidas e politicas de apoio à População Infantil 95

A População infantil residente no Concelho de Águeda 99

Respostas Sociais e Medidas de Apoio à Infância existentes no concelho 99

Problemáticas Identificadas 103

Causas e Consequências dos Problemas Identificados 103

Mapas representativo dos problemas, causas e consequências 101

Sub – Área dos Jovens

A Juventude, período de mudanças 107

Programas e Medidas direccionadas para os Jovens 109

Realidade da população jovem no Concelho 114

Programas e Actividades desenvolvidas no concelho destinadas aos Jovens 114

Problemáticas Identificadas 117

Causas e Consequências dos Problemas Identificados 117

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Sub – Área dos Idosos

A situação do Idoso na Sociedade 120

Respostas Sociais e Medidas de Apoio à Terceira Idade 122

A População Idosa Residente no Concelho de Águeda 126

Respostas Sociais Iniciativas desenvolvidas para a população Idosa 127

Problemáticas Identificadas 130

Causas e Consequências dos Problemas Identificados 130

Mapas representativo dos problemas, causas e consequências 138

Sub – Área da Imigração

Portugal, país de migração 138

Medidas e Serviço Nacionais de Apoio à Integração dos Imigrantes 140

A imigração no distrito de Aveiro 142

A imigração no concelho de Águeda 143

Iniciativas e Actividades destinadas à População Imigrante 143

Problemáticas Identificadas 146

Causas e Consequências dos Problemas Identificados 146

Mapas representativo dos problemas, causas e consequências 148

Sub - Área da Deficiência

Um Novo conceito de Deficiência 150

As pessoas com deficiências ou incapacidade em Portugal 153

Medidas e Programas Nacionais de Apoio à população deficiente 155

As pessoas com deficiências ou incapacidade no Concelho de Águeda 159

Medidas, Programas e respostas sociais concelhias 161

Problemáticas Identificadas 163

Causas e Consequências dos Problemas Identificados 163

Mapas representativo dos problemas, causas e consequências 167

Área Habitação

Habitação em Portugal 168

Apoios e Medidas Nacionais de apoio à Habitação 170

A habitação em Águeda 173

Densidade de Alojamentos no concelho 174

Habitação Social no Concelho 177

Medidas promovidas pela autarquia 178

Problemáticas Identificadas 179

(6)

Monitorização e Avaliação 183

Conclusão 184

Do Diagnóstico ao Plano de Desenvolvimento 185

(7)

LISTAGEM DE FIGURAS

Figura nº 1 - Enquadramento regional do Concelho de Águeda 20 Figura nº 2 - Rede Viária do Concelho 21 Figura nº 3 - Representação Cartográfica da Altitude do Concelho de Águeda 22 Figura n.º 4 - Distribuição Geográfica da População Residente em 2001 26 Figura n.º 5 - Distribuição Geográfica da Variação da População Residente entre 1950 e 2001 (%) 27 Figura n.º 6 - Organização da Iniciativa Novas Oportunidades 42 Figura nº 7 - Mapa representativo dos problemas, causas e consequências

da Área da Educação e Formação 66 Figura nº 8- Mapa representativo dos problemas, causas e consequências da Área do Emprego 91 Figura nº 9- Distribuição geográfica das Respostas Sociais destinadas às Crianças 101 Figura nº 10- Mapa representativo dos problemas, causas e consequências

da Sub -Área das Crianças 106 Figura nº 11- Mapa representativo dos problemas, causas e consequências da Sub -Área dos Jovens 119 Figura nº 12 – Esquema representativo da Desertificação nas Zonas Rurais 121 Figura nº 13- Distribuição geográfica das Respostas Sociais destinadas aos Idosos 128 Figura nº 14 - Distribuição geográfica da valência de Lar de Idosos 132 Figura nº 15 - Distribuição geográfica da Valência de Serviços de Apoio Domiciliário 133 Figura nº 16 - Distribuição geográfica da Valência Centro de Convívio 134 Figura nº 17 - Distribuição geográfica da Valência Centro de Dia 135 Figura nº 18- Mapa representativo dos problemas, causas e consequências da Sub -Área dos Idosos 138 Figura nº 19- Mapa representativo dos problemas, causas e consequências da Sub -Área da Imigração 148 Figura nº 20 - Interacções entre os componentes da CIF 150 Figura nº 21 - Mapa representativo dos problemas, causas e consequências da Sub -Área da Deficiência 167 Figura nº 22 - Densidade de Alojamentos no Concelho de Águeda 174 Figura nº 23 - N.º de Pessoas por Família no Concelho de Águeda 175 Figura nº 24 - N.º de Pessoas por Alojamento no Concelho de Águeda 176 Figura nº 25- Mapa representativo dos problemas, causas e consequências da Sub -Área da Habitação 182 Figura nº 26 – Metodologia da Rede Social 185

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LISTAGEM DE QUADROS

Quadro nº 1 - Evolução da População para o Concelho de Águeda,

Região do Baixo-Vouga e Continente (1950 e 2001) 23 Quadro nº 2 - Variação da População Residente no Concelho de Águeda, por Freguesia, entre 1950 e 2001 24 Quadro nº 3 - Nascimentos Registados Anualmente entre 1991 e 2005 28 Quadro n.º 4 - Caracterização do Ensino Básico 34 Quadro n.º 5 - Tipologia dos Cursos Secundários 37 Quadro n.º 6 - Tipologia e Organização dos CEF 43 Quadro n.º 7 - Sistema de Aprendizagem 43 Quadro n.º 8 - Tipologia e Organização dos CEFA 44 Quadro n.º 9 - Estrutura da Rede Pública de Ensino por Agrupamento de Escolas,

por Freguesias e Níveis de Escolaridade Ano Lectivo 2007/2008 49 Quadro n.º 10 - Estrutura da Rede Pública e Privada de Ensino Não Agrupado,

por Freguesia e Níveis de Escolaridade Ano Lectivo 2007/2008 50 Quadro n.º 11 - Oferta Formativa e Educativa no Ensino Secundário 51 Quadro n.º 12 - Componente de Apoio à Família 51 Quadro n.º 13 - N.º de Alunos com NEE em 2006/2007 e N.º de Professores

do Ensino Especial –Pré-escolar 53 Quadro n.º 14 - N.º de Alunos com NEE em 2006/2007 e N.º de Professores do Ensino Especial – 1.º CEB 53 Quadro n.º 15 - N.º de Alunos com NEE em 2006/2007 e N.º de Professores do Ensino Especial – 2.º CEB 54 Quadro n.º 16 - N.º de Alunos com NEE em 2006/2007 e N.º de Professores do Ensino Especial – 3.º CEB 54 Quadro n.º 17 - N.º de Alunos com NEE em 2006/2007 e N.º de Professores

do Ensino Especial – Ensino Secundário 54 Quadro n.º 18 - Caracterização da Oferta Educativa e Formativa

de Ensino Superior no Concelho 2007/2008 55 Quadro n.º 19 - Caracterização da Oferta Educativa e Formativa Pós Secundária

existente no Concelho 2007/2008 55 Quadro n.º 20 -Evolução das Taxas de Não Aproveitamento das Escolas Agrupadas e Não Agrupadas 56 Quadro n.º 21 - Evolução da Taxa de Abandono Escolar por

Agrupamentos e Escolas Não Agrupadas por Nível de Ensino 57 Quadro n.º 22 - Área de Formação dos Licenciados Inscritos no Centro de Emprego de Águeda 88 Quadro nº 23 - Respostas Sociais existentes no Concelho destinadas às Crianças 100 Quadro nº 24 - Respostas Sociais existentes no Concelho destinadas aos Idosos 127 Quadro n.º 25 - Nº de colaboradores portadores de deficiência e tipo de Deficiência 161 Quadro n.º 26 - Número de Edifícios e Alojamentos do Concelho 173 Quadro n.º 27 - Estado de Conservação dos Edifícios 179 Quadro n.º 28 - Infra-Estruturas dos Alojamentos 180

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LISTAGEM DE GRÁFICOS

Gráfico nº 1 a) - Evolução da População Residente por Freguesia

do Concelho de Águeda entre 1950 e 2001 25 Gráfico nº 1 b) - Evolução da População Residente por Freguesia

do Concelho de Águeda entre 1950 e 2001 25 Gráfico nº 2 - Evolução da Taxa de Natalidade (%) entre 1991 e 2001 28 Gráfico nº 3 - Evolução da Taxa de Fecundidade entre 1991 e 2001 29 Gráfico nº 4 - Pirâmide Etária de Portugal 1991 e 2001 30 Gráfico nº 5- Pirâmide Etária do Concelho de Águeda 1991 e 2001 30 Gráfico nº 6 - Evolução da População Residente no Concelho por Grupos Etários entre 1950 e 2001 31 Gráfico nº7 a) – Estrutura Etária da População por Freguesia – 2001 31 Gráfico nº7 b) - Estrutura Etária da População por Freguesia – 2001 32 Gráfico nº7 c) - Estrutura Etária da População por Freguesia – 2001 32 Gráfico n.º 8 - Qualificação da População Portuguesa 40 Gráfico n.º 9 - Níveis de Escolaridade da População Portuguesa 40 Gráfico n.º 10 - Qualificação da População do Concelho 48 Gráfico n.º 11 - Tipo de Qualificação da População Residente no Concelho de Águeda 48 Gráfico n.º 12 - Evolução das Taxas de Não Aproveitamento por CEB 56 Gráfico n.º 13- População empregada 69 Gráfico n.º 14- Taxa de Actividade da população total, por sexo 69 Gráfico n.º 15- População empregada, por situação na profissão 70 Gráfico n.º 16- Trabalhadores por conta de outrem, segundo o tipo de contrato 70 Gráfico n.º 17 - Taxa de desemprego 71 Gráfico n.º 18 - Evolução do número de indivíduos desempregados 71 Gráfico n.º 19- Taxa de Desemprego, por grupo etário 72 Gráfico n.º 20 - População empregada/inactiva 72 Gráfico n.º 21 - População Residente Vs Activa 82 Gráfico n.º 22 - População activa residente no concelho, em 2001 82 Gráfico n.º 23 - População Inactiva Residente no concelho, em 2001 83 Gráfico n.º 24 - População Desempregada Residente no concelho, em 2001 83 Gráfico n.º 25 - População Desempregada Residente no concelho, por sexo 84 Gráfico n.º 26 - População Desempregada por procura de emprego 84 Gráfico n.º 27 - Tempo de Inscrição no Centro de Emprego 84 Gráfico n.º 28 - Faixa etária dos Desempregados Licenciados inscritos no Centro de Emprego 88 Gráfico n.º 29 - Crianças Residentes no Concelho de Águeda 99 Gráfico n.º 30 - Jovens Residentes no Concelho 114 Gráfico n.º 31 - População Idosa Residente em Águeda 126 Gráfico n.º 32 – População residente em Portugal, por pais de origem, em 2006 140 Gráfico n.º 33 – População estrangeira residente no distrito de Aveiro, em 2006 142 Gráfico n.º 34 - População Residente no Concelho em 2001 143

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Gráfico n.º 35 - Percentagem de população portadora de deficiência no total da população residente 153 Gráfico n.º 36 - Deficiência por tipo, em Portugal 153 Gráfico n.º 37 - Deficiência por Grau, em Portugal 153 Gráfico n.º 38 - Edifícios segundo a acessibilidade a pessoas com mobilidade condicionada, no país 157 Gráfico n.º 39 - Percentagem de população deficiente residente no Concelho 159 Gráfico n.º 40 - Tipo de Deficiência no Concelho de Águeda 159 Gráfico n.º 41 - Deficiência por Grau no Concelho 159 Gráfico n.º 42 - Edifícios segundo a acessibilidade a pessoas com mobilidade condicionada, no Concelho 160

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PREFÁCIO

A Câmara Municipal de Águeda, promotora da Rede Social, tem procurado ao longo dos últimos anos, fomentar a implementação de práticas articuladas entre os vários agentes de desenvolvimento local, numa lógica de congregação de sinergias na luta contra os fenómenos de pobreza e exclusão social.

Sabemos que é no território que se detectam as necessidades e os recursos, sabemos também que a resolução eficaz dos problemas passa pela sua identificação, pelo que se procedeu à elaboração do Diagnóstico Social Concelhio, documento que agora se apresenta, constituindo um passo na estratégia de promover a cooperação, a participação e o envolvimento das entidades públicas e privadas, na promoção do desenvolvimento social sustentável do Concelho.

Com a actualização do Diagnostico Social do Concelho, iniciativa da autarquia, pretendeu-se criar um documento de utilidade social, adaptável à realidade do concelho, orientador de caminhos prioritários no que respeita à política social local.

Este trabalho foi realizado de forma concreta, objectiva e participada, sem artifícios, nem omitindo as situações que, embora menos agradáveis, têm que ser diagnosticadas para poderem ser corrigidas.

Este documento destina-se à população em geral, mas principalmente aos técnicos e serviços, pelo que ambicionamos que seja um instrumento de apoio à intervenção, que contribua para o planeamento de novos serviços e projectos.

Efectivamente, o passo seguinte consiste em encontrar estratégias e respostas para as necessidades diagnosticadas e definir os objectivos para o concelho a media prazo, processo para o qual, pretendemos continuar a contar com a participação de todos os parceiros da Rede Social.

Não podemos deixar de agradecer a todas as instituições, públicas e privadas, que colaboraram, participando e disponibilizando informação, sem a qual não teria sido possível a edição do presente documento.

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ENQUADRAMENTO DO PROGRAMA REDE SOCIAL

Em Portugal tem-se desenvolvido um importante esforço no sentido de fazer face às novas e velhas formas de pobreza e exclusão social. Este esforço reflecte-se na implementação de medidas de política social e de programas nacionais em diversas áreas como o emprego, a acção social, a educação, a saúde, a economia, a habitação e outras. A prioridade é o combate à pobreza e à exclusão social.

O programa Rede Social foi criado pela Resolução do Concelho de Ministros n.º 197/97, de 18 de Novembro de 1997, num contexto de afirmação de uma nova geração de políticas sociais activas, que articulam as políticas nacionais com os recursos e políticas locais, baseadas na responsabilização e mobilização do conjunto da sociedade para o esforço da erradicação da pobreza e da exclusão social.

Trata-se de um programa co-financiado pelo Fundo Social Europeu - Programa Operacional Emprego, Formação e Desenvolvimento Social (Eixo 5 – Promoção do Desenvolvimento Social, Medida 5.1. – Apoio ao Desenvolvimento Social e Comunitário, Tipologia de Projecto 5.1.1 – Rede Social para o Desenvolvimento, Acção Tipo 5.1.1.1 – Dinamização e Consolidação de Parcerias Locais) e pelo Estado Português, através do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social.

Este programa pretende promover o desenvolvimento social local e constituir redes de apoio social, envolvendo toda a comunidade de forma a resolver, eficaz e eficientemente, os problemas sociais de cada território, criando para o efeito parcerias efectivas, nomeadamente, entre autarquias e entidades públicas e privadas sem fins lucrativos, de modo a gerar novas formas de conjugação de esforços.

A Rede Social tem como objectivos gerais a erradicação da pobreza e exclusão social, a concepção e avaliação das políticas sociais, a renovação e inovação de estratégias de intervenção, e como objectivos específicos induzir o diagnóstico social e o planeamento participados, promover a coordenação das intervenções ao nível concelhio e das freguesias, procurar soluções para os problemas das famílias e pessoas em risco ou em situação de exclusão social, formar e requalificar agentes envolvidos nos processos de desenvolvimento local, promover uma cobertura adequada dos diferentes concelhos por serviços e equipamentos, potenciar e divulgar o conhecimento sobre as realidades concelhias.

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Por conseguinte, a Rede Social perspectiva-se como uma abordagem da intervenção social baseada num trabalho planeado, efectivado em parceria, visando racionalizar e trazer maior eficácia à acção das entidades públicas e privadas. Pretende-se uma intervenção de âmbito territorial, pois é no local que os problemas acontecem e é nele que deverão ser encontradas as soluções para os resolver, de forma integrada e ajustada às necessidades, aos problemas dos indivíduo e/ou famílias, envolvendo todas as entidades que actuam em determinada comunidade, não excluindo a possibilidade de requerer recursos exógenos.

O Programa Rede Social segue uma metodologia de planeamento participado e estratégico, concretizada nas seguintes etapas de trabalho: Pré-diagnóstico, Diagnóstico Social com vista à compreensão da realidade; Plano de Desenvolvimento Social (PDS), projecto de carácter estratégico comum a todos os parceiros; Plano de Acção (PA), operacionalização do PDS, através de acções e actividades concretas planeadas anualmente.

Recentemente foi publicado o Decreto-lei n.º 115/2006, de 14 de Junho que veio consagrar os princípios, finalidades e objectivos da Rede Social, bem como a constituição, funcionamento e competências dos seus órgãos, introduzindo disposições relacionadas com: 1) a organização, composição e funcionamento das estruturas orgânicas da Rede Social; 2) a consagração de uma estrutura supra concelhia; 3) a operacionalização dos PDS; 4) a consagração de um conjunto de direitos e deveres; 5) a institucionalização do carácter não vinculativo mas obrigatório dos pareceres da Rede Social; 6) a articulação com o Plano Nacional de Acção para a Inclusão (PNAI).

Sendo um dos pressupostos da nova legislação a adopção dos objectivos do PNAI na elaboração dos instrumentos de planeamento das Redes Sociais, e tendo o CLAS de Águeda assumido as fragilidades do Diagnóstico Social de Junho de 2003, houve a necessidade de proceder à actualização deste instrumento, de forma a assegurar um novo documento mais pragmático e coerente.

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IMPORTÂNCIA DO DIAGNÓSTICO SOCIAL

O diagnóstico social é um instrumento que permite identificar os problemas geradores de pobreza e de exclusão social que afectam determinado segmento da população ou grupo específico permitindo, através da rentabilização dos recursos existentes na comunidade, organizar respostas direccionadas às necessidades concretas e compreender a realidade social, funcionando essencialmente como um instrumento de reflexão e participação e uma constante base de trabalho, susceptível de aprofundamento e actualização.

Inserido na filosofia de trabalho articulado, surge o presente diagnóstico, cuja elaboração se entende como um processo particularmente dinâmico. Inerente a esta realidade, o diagnóstico social é um instrumento que permite conhecer as problemáticas consideradas mais pertinentes pelos parceiros e entidades competentes, assim como os recursos e potencialidades locais, estimulando a contribuição dos mesmos, com o intuito de planear a intervenção numa perspectiva de desenvolvimento local, apresentando-se com um carácter aberto e dialéctico, longe de qualquer pretensão de se constituir como um produto acabado e como um fim em si mesmo.

DO PNAI AO DIAGNÓSTICO SOCIAL

O PNAI 2006-2008 apresenta uma estratégia global assente na análise do contexto sócio-económico e dos seus reflexos sobre a pobreza e a exclusão social, o que conduziu à definição de prioridades políticas de intervenção, com vista à concretização de objectivos comuns europeus. Tendo resultado do diagnóstico nacional os seguintes aspectos:

- Necessidade de um maior investimento em medidas que permitam combater o défice histórico no domínio da pobreza persistente, cuja dimensão é particularmente evidente entre as crianças e as pessoas idosas;

- No combate à persistência da pobreza, a elevação dos níveis de qualificação constitui um factor determinante, uma vez que potenciam a limitação de processos de exclusão, nomeadamente os associados à capacidade de entrar/permanecer no mercado de trabalho;

- Entre os grupos vulneráveis a fenómenos de pobreza e exclusão, a população com deficiência constitui o grupo, cuja multiplicidade de problemas e défice histórico de respostas, torna necessária uma aposta premente e reforçada;

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- A dimensão dos fluxos migratórios, associada a difíceis condições de inserção de parte significativa dos imigrantes coloca este grupo como um dos que necessita de uma forte intervenção no combate à pobreza e exclusão, constituindo-se também como uma medida preventiva do crescimento de fenómenos discriminatórios.

Assim, as três prioridades nacionais consagradas no PNAI 2006 – 2008 são:

1. Combate à pobreza dos idosos e das crianças, através de medidas que assegurem os seus direitos básicos sociais de cidadania;

2. Correcção das desvantagens na educação, formação e qualificação;

3. Necessidade de ultrapassar as discriminações, reforçando a integração das pessoas com deficiência e dos imigrantes.

Sendo a Rede Social considerada o instrumento por excelência da operacionalização do PNAI, por congregar as diferentes políticas sociais que visam a promoção do desenvolvimento social, pretendeu-se durante a elaboração deste documento, conhecer as prioridades do PNAI ao nível do concelho de Águeda.

Por conseguinte, definiram-se como áreas temáticas a incluir no Diagnostico Social:  Educação, Formação;

 Emprego;

 Crianças, Jovens e Idosos;  Imigração; Deficiência.  Habitação

Optou-se, ainda, por analisar a área do emprego, apesar de não ser considerada uma prioridade do PNAI, considerando que é uma questão transversal às diferentes temáticas e grupos populacionais, uma vez que a participação no mercado de trabalho constitui um dos principais mecanismos de inclusão social.

Por não estar contemplado como prioridade pelo PNAI o tema da Habitação foi introduzido à posteriori pelo Núcleo Executivo da Rede Social. A sua introdução deve-se ao facto dos elementos que constituem o Núcleo Executivo terem considerado esta área como uma prioridade para o concelho, devido ao crescente número de situações de insuficiência e carência habitacional.

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METODOLOGIA

OBJECTIVOS ESPECÍFICOS

A opção metodológica assumida no processo de diagnóstico cujos resultados se apresentam neste documento, teve por objectivo garantir que a Rede Social de Águeda:

possua um instrumento de planeamento coerente com as políticas e estratégias nacionais e europeias na área social;

tenha um Diagnóstico Social que seja resultado da reflexão dos stakeholders locais, onde todos se revejam e espelhe as diversas sensibilidades e problemáticas locais; • tenha um instrumento do suporte forte e consolidado a candidaturas a programas e medidas;

tenha um instrumento de trabalho que potencie o aproveitamento cabal das oportunidades do novo quadro comunitário de apoio - Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).

De modo a dar cumprimento as objectivos enunciados, pretendeu-se que o Diagnóstico Social de Águeda englobasse:

Principais problemas e necessidades e respectiva hierarquização;

Caracterização e quantificação (sempre que tal foi possível) dos problemas e necessidades identificados;

Análise causal dos problemas e necessidades identificados;

Identificação das principais consequências da persistência dos problemas e necessidades locais.

SOLUÇÃO METODOLÓGICA

A escolha de métodos e técnicas é sempre um desafio, não só porque esta é “limitada” por condicionantes externas (tempo, recursos, características do contexto e outras) mas também porque são cada vez em maior número os instrumentos que estão à nossa disposição.

Como perseguimos os objectivos atrás enunciados, apostámos numa abordagem que, utilizando instrumentos ágeis e não muito dispendiosos, permitisse com um esforço razoável e não abusivo dos parceiros, ter as respostas às questões que fazem parte do portfólio deste processo de planeamento.

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O equilíbrio entre questões metodológicas e questões pragmáticas nem sempre é simples, mas é decisivo em processos desta natureza. Nem o interesse “científico” deve ser obstáculo a que os parceiros tenham as suas respostas em tempo útil, nem a necessidade de respostas em tempos muitas vezes “apertados” deve conduzir a uma menor validade e sustentação das respostas encontradas.

Procurou-se, por essa razão, a utilização de instrumentos de recolha ágeis, variados e que nos dessem informações de cariz qualitativo e quantitativo

INSTRUMENTOS DE TRABALHO

Neste caso, devido à abordagem participativa que pretendemos adoptar, optámos por apostar num conjunto de métodos que garantissem a abordagem mix-method que pretendíamos e que permitissem uma mais segura “filtragem” de dados e uma leitura mais correcta da realidade do concelho de Águeda, bem como a definição futura de estratégias de desenvolvimento. Esses instrumentos foram:

Workshops de trabalho (diagnóstico de problemas e necessidades, bem como identificação de causas e consequências), com a participação dos stakeholders locais; • Inquérito por questionário aplicado online;

Análise de documentos já produzidos anteriormente e de indicadores já existentes sobre a realidade concelhia.

Estes métodos permitiram a recolha, num curto espaço de tempo, de informações sobre a realidade concelhia de natureza diversa e fontes também variadas, garantindo assim uma representação adequada de diferentes sensibilidades e perspectivas da realidade.

Sendo certo que não há uma solução única ou perfeita em processos reais desta natureza, esta abordagem cumpre com os requisitos do Programa Rede Social e teve em atenção os constrangimentos de tempo e recursos que se nos deparavam.

O objectivo de um diagnóstico que não fosse um documento demasiado extenso e que incluísse conteúdos que “preparassem” a acção foi conseguido. Temos um documento que foi construído com a participação e percepções de todos os que nele quiseram participar, que prepara e dá pistas para as fases posteriores de planeamento e que é um instrumento operacional e operacionalizável por qualquer actor local que dele necessite para a fundamentação da sua acção. Junte-se a isto o facto de estar de acordo com as prioridades nacionais e comunitárias inscritas no PNAI e estamos perante um documento que está em

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Fonte: CMA; Estudos Definitivos da Revisão P.D.M.

ENQUADRAMENTO TERRITORIAL, ECONÓMICO,

DEMOGRÁFICO E SOCIAL

ENQUADRAMENTO TERRITORIAL DO CONCELHO

O concelho de Águeda localiza-se na região centro do país, mais especificamente na região do Baixo Vouga, e pertence ao distrito de Aveiro, sendo, em área, o maior concelho deste distrito. Possui um território de 335,3 Km2, com 49.041 habitantes, e uma densidade populacional de aproximadamente 146 hab. /Km2. A distribuição da população não ocorre de forma homogénea pelo território, com uma zona litoral densa em termos populacionais e um interior pouco povoado e distanciado do centro da cidade (ex: Macieira de Alcoba, a freguesia mais a noroeste do concelho, fica 30 a 40 minutos, em tempo de viagem, de Águeda).

Figura nº 1

Enquadramento regional do Concelho de Águeda

O concelho situa-se na zona de fronteira entre o Distrito de Aveiro e o de Viseu, entre o litoral e o primeiro conjunto montanhoso constituído pela Serra do Caramulo.

Confina a Norte com Albergaria-a-Velha e Sever do Vouga, a poente com Aveiro e Oliveira do Bairro, a sul com Anadia e

Mortágua. Este último concelho já

pertencente ao Distrito de Viseu, assim como os confinantes a nascente – Oliveira de Frades, Vouzela e Tondela.

O município é formado por vinte freguesias: Agadão, Aguada de Baixo, Aguada de Cima, Águeda (freguesia sede do concelho), Barrô, Belazaima do Chão, Borralha, Castanheira do Vouga, Espinhel, Fermentelos, Lamas do Vouga, Macieira de

Alcôba, Macinhata do Vouga, Óis da Ribeira, Préstimo, Recardães, Segadães, Travassô, Trofa e Valongo do Vouga.

(21)

ACESSIBILIDADES

A rede viária do concelho é composta, a um primeiro nível, pela A25 (que faz a ligação entre Aveiro e Vilar Formoso e que atravessa transversalmente o concelho no extremo norte) e pelo IC21, que atravessa o concelho no sentido norte-sul e estabelece a ligação às principais vias rodoviárias nacionais. A um segundo nível pelas ligações inter-concelhias asseguradas pelas estradas:

a) ER 230, que permite a ligação a Aveiro;

b) N 333, liga Aveiro a Sever do Vouga passando pelo centro do concelho, e a qual é correntemente utilizada para aceder ao nó da A1 em Oiã;

c) ER 336 que liga Águeda a Coimbra; d) ER 230 que liga Águeda ao Caramulo.

Figura nº 2 Rede Viária do Concelho

Fonte: CMA, Estudos Definitivos da Revisão do PDM

Existe ainda a ligação férrea estabelecida pela linha do Vouga entre Aveiro a Espinho.

As acessibilidades existentes reflectem as assimetrias concelhias em termos de relevo (Figura n.º 2). Assim, enquanto numa extensão de 5 km para nascente do IC2, zona menos acidentada do ponto de vista topográfico, é mais rica em grandes eixos viários de ligações interconcelhias e inter-freguesias, as zonas, tanto a nascente como a poente desta faixa, encontram-se restringidas a um número reduzido de ligações (resumem-se à EN 230 e EN 333 – vias da zona a poente do IC2 e a ER230, ER333 e ER336 – vias a nascente da faixa de 5 km do IC2).

(22)

De igual forma e em termos de ligações internas do concelho, a faixa junto ao IC2 é mais rica em termos de vias com orientação Norte-Sul, localizadas em zonas mais baixas, promovendo a ligação entre um maior número de freguesias; a restante área do concelho é provida de vias de orientação nascente – poente, em função da topografia existente, que ligam as freguesias mais serranas à sede do concelho.

CARACTERIZAÇÃO GEOMORFOLÓGICA DO CONCELHO

Em termos altimétricos, o concelho está dividido em duas grandes zonas: uma mais plana e outra mais montanhosa. A primeira corresponde a cotas abaixo dos 100m, apresentando valores altimétricos que rondam os 4m na zona envolvente à Pateira de Fermentelos. A segunda, acima dos 100m de altitude, atingindo o seu valor altimétrico mais alto na Urgueira (700m), freguesia de Macieira de Alcôba, onde os declives podem atingir os 40% em algumas vertentes, como as paredes abruptas dos vales encaixados junto das linhas de água. É ainda de salientar a vasta e rica rede hídrica do concelho, integrada na bacia hidrográfica do Vouga, que condiciona a existência de um mosaico de habitats e, consequentemente, a diversidade e distribuição florística e faunística do concelho.

As freguesias afectas à zona altimetricamente mais elevada/zona serrana correspondem às de Macieira de Alcôba, Préstimo, Castanheira do Vouga, Belazaima do Chão, Agadão (inseridas totalmente nesta área) e Valongo do Vouga, Macinhata do Vouga e Águeda (parcialmente inseridas). Esta localização justifica em grande parte o nível de evolução e desenvolvimento das povoações a ela associadas, também fruto dos reduzidos e sinuosos acessos.

Figura nº 3

(23)

1950 1960 var % 50-60 1970 var % 60-70 1981 var % 70-81 1991 var % 81-91 2001 var % 91-01 Continente 7921913 8292976 4,68 7274975 -12,28 9384290 28,994 9375926 -0,09 9869343 5,26 Baixo Vouga - 295285 - 288650 -2,25 338450 17,253 350424 3,54 385724 10,07 Concelho de Águeda 32991 35274 6,92 36510 3,50 43234 18,417 44045 1,88 49041 11,34

O relevo do concelho repercute-se também em termos de usos e ocupação do solo, sendo as freguesias do interior marcadamente rurais (Belazaima do Chão, Agadão, Préstimo e Macieira de Alcôba), com uma produção florestal que ocupa cerca de 66% dos terrenos e o litoral de tipologia mais urbana.

POPULAÇÃO E DEMOGRAFIA

Dinâmicas de evolução demográfica: população residente no concelho de Águeda

De acordo com os Censos de 2001, o concelho possui uma população residente de 49.041 habitantes, tendo esta vindo a aumentar desde 1950 a ritmos diferentes. Salientam-se nestas cinco décadas os aumentos populacionais verificados entre 1970 e 1980 (variação de cerca de 18,4%) e entre 1991 e 2001 (11,3%). No entanto estas décadas foram antecedidas de períodos de baixo crescimento, tendo-se registado de 1981 para 1991 o menor aumento de população das décadas analisadas (1,9%). Conclui-se assim que o crescimento populacional não tem ocorrido de forma linear e contínua, verificando-se períodos de crescimento separados, no tempo, por outros de quase estagnação da população (Quadros nº 1 e 2 e Gráficos n.º 1 a) e 1b)).

Quadro nº 1

Evolução da População para o Concelho de Águeda, Região do Baixo-Vouga e Continente (1950 e 2001)

Fonte: INE – Recenseamento Geral da População – 1950, 1960, 1970; Censos 1981, 1991, 2001

Esta dinâmica de evolução demográfica é semelhante à do Continente e à da Região do Baixo Vouga, nas quais também se verificam as mesmas flutuações no período temporal em análise (Quadro nº 1).

Relativamente ao crescimento interno do concelho e à sua distribuição por freguesias, é de salientar que existem freguesias cujo crescimento é notório, outras onde o decréscimo é evidente e ainda outras onde a população pouco tem variado ao longo dos anos (Gráficos n.º 1 a) e 1b)).

(24)

1950-2001 Nº Hab Var (%) Nº Hab Var (%) Nº Hab Var (%) Nº Hab Var (%) Nº Hab Var (%) Var (%)

Agadão 860 847 -1,51 680 -19,72 646 -5,00 587 -9,13 496 -15,50 -42,33 Aguada de Baixo 1018 1248 22,59 1490 19,39 1850 24,16 1543 -16,59 1699 10,11 66,90 Aguada de Cima 2503 2620 4,67 2550 -2,67 3526 38,27 2975 -15,63 3952 32,84 57,89 Águeda 6048 6709 10,93 7204 7,38 9833 36,49 9792 -0,42 11357 15,98 87,78 Barrô 1122 1262 12,48 1430 13,31 1700 18,88 1715 0,88 2040 18,95 81,82 Belazaima do Chão 571 562 -1,58 610 8,54 551 -9,67 593 7,62 588 -0,84 2,98 Borralha 1474 1636 10,99 1756 7,33 2397 36,50 2001 -16,52 2221 10,99 50,68 Castanheira do Vouga 862 864 0,23 690 -20,14 772 11,88 641 -16,97 708 10,45 -17,87 Espinhel 1949 2146 10,11 2275 6,01 2472 8,66 2634 6,55 2799 6,26 43,61 Fermentelos 2237 2143 -4,20 2185 1,96 2182 -0,14 2885 32,22 3148 9,12 40,72 Lamas do Vouga 680 769 13,09 695 -9,62 710 2,16 846 19,15 760 -10,17 11,76 Macieira de Alcôba 350 311 -11,14 235 -24,44 177 -24,68 164 -7,34 110 -32,93 -68,57 Macinhata do Vouga 3176 3377 6,33 3040 -9,98 3427 12,73 3548 3,53 3581 0,93 12,75 Óis da Ribeira 650 623 -4,15 535 -14,13 698 30,47 828 18,62 722 -12,80 11,08 Préstimo 1302 1249 -4,07 1045 -16,33 1012 -3,16 905 -10,57 921 1,77 -29,26 Recardães 1278 1610 25,98 1925 19,57 2579 33,97 2749 6,59 3321 20,81 159,86 Segadães 553 701 26,76 905 29,10 715 -20,99 907 26,85 1205 32,86 117,90 Travassô 1121 1124 0,27 1150 2,31 1387 20,61 1522 9,73 1727 13,47 54,06 Trofa 1787 1785 -0,11 2060 15,41 2043 -0,83 2456 20,22 2680 9,12 49,97 Valongo do Vouga 3450 3688 6,90 4050 9,82 4539 12,07 4754 4,74 5006 5,30 45,10 FREGUESIAS 1960 1970 1981 1991 2001 1950 POPULAÇÃO RESIDENTE Quadro nº 2

Variação da População Residente no Concelho de Águeda, por Freguesia, entre 1950 e 2001

Fonte: INE – Recenseamento Geral da População – 1950, 1960, 1970; Censos 1981, 1991, 2001

Assim, as freguesias de Agadão, Macieira de Alcôba, Castanheira do Vouga e Préstimo, possuem um decréscimo populacional bastante acentuado. Todas estas registaram uma diminuição de efectivos em quase todas as décadas à excepção de Castanheira do Vouga, única freguesia onde o decréscimo é menos significativo (Quadro nº 2 e Gráfico 1. b)). A evolução populacional destas quatro freguesias está bastante associada à sua localização geográfica, na zona mais mais serrana do concelho.

Belazaima do Chão, Óis da Ribeira e Lamas do Vouga são freguesias cuja população pouco cresceu, salientando-se no seu historial algumas décadas de decréscimo, sendo uma característica comum a todas elas, o crescimento populacional negativo nesta última década (Quadro 2 e Gráfico n.º 1.b)). No entanto somente Belazaima do Chão se encontra na faixa mais interior e mais despovoada do concelho.

(25)

0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 5500 6000 6500 7000 7500 8000 8500 9000 9500 10000 10500 11000 11500 12000 1950 1960 1970 1981 1991 2001 N º H ab it an te s Aguada de Cima Águeda Espinhel Fermentelos Macinhata do Vouga Recardães Travassô Trofa Valongo do Vouga Borralha 0 500 1000 1500 2000 2500 1950 1960 1970 1981 1991 2001 N º H ab it an te s Agadão Aguada de Baix o Barrô Belazaima do Chão Castanheira do Vouga Lamas do Vouga Macieira de Alcôba Óis da Ribeira Préstimo Segadães Gráfico nº 1 a)

Evolução da População Residente por Freguesia do Concelho de Águeda entre 1950 e 2001

Fonte: Recenseamento Geral da População – 1950, 1960, 1970 ; Censos 1981, 1991, 2001

Gráfico nº 1 b)

Evolução da População Residente por Freguesia do Concelho de Águeda entre 1950 e 2001

(26)

Macinhata do Vouga Valongo do Vouga Prestimo Macieira de Alcoba Agadao Castanheira do Vouga Agueda Borralha Aguada de Cima Belazaima do Chao Aguada de Baixo Barro Recardaes Espinhel Ois da Ribeira Fermentelos Travasso Segadaes Trofa Lamas do Vouga N E W S Número de habitantes 110 - 588 589 - 1205 1206 - 2799 2800 - 5006 5007 - 11357

Todas as restantes freguesias, num total de treze, são caracterizadas pelo seu crescimento populacional positivo, destacando-se Águeda, Aguada de Cima e Recardães com taxa de variação superior a 57% no total das cinco décadas, e superior a 15% nesta última década (Quadro n.º 2 e Gráfico n.º 1.a)).

É no entanto, importante salientar que nem todas estas freguesias tiveram um crescimento contínuo e constante: Aguada de Baixo, Aguada de Cima, Borralha, Fermentelos, Macinhata do Vouga e Segadães são freguesias cuja tendência geral é de crescimento populacional, mas em que aquela taxa de variação não se faz sentir de forma contínua ao longo das cinco décadas. Isto é, são freguesias onde o crescimento sofre mais oscilações.

Observa-se assim que as freguesias mais populosas são as da zona poente e central do concelho (principalmente Águeda, Valongo do Vouga, Aguada de Cima, Macinhata do Vouga, Recardães, Espinhel e Fermentelos). As menos populosas localizam-se na zona mais interior do concelho, pertencendo a Macieira de Alcôba, Agadão, Belazaima do Chão.

Figura n.º 4

Distribuição Geográfica da População Residente em 2001

(27)

Figura n.º 5

Distribuição Geográfica da Variação da População Residente entre 1950 e 2001 (%)

Fonte: INE – Recenseamento Geral da População – 1950, 2001

A distribuição espacial da variação demográfica nestas últimas cinco décadas revela que: a) As freguesias que sofreram maior crescimento demográfico estão localizadas na faixa urbana central e poente do concelho, com especial destaque para as de Aguada de Baixo, Barrô, Recardães, Águeda e Segadães, seguidas de Aguada de Cima, Borralha, Espinhel, Fermentelos, Travassô, Trofa e Valongo do Vouga;

b) As freguesias com variações populacionais negativas são as do estremo nascente do concelho – Agadão; Castanheira do Vouga, Préstimo e Macieira de Alcôba;

c) As freguesias com reduzido crescimento populacional localizam-se em zonas relativamente afastadas da sede do concelho – Macinhata do Vouga; Lamas do Vouga; Óis da Ribeira e Belazaima do Chão.

TAXA DE NATALIDADE

A evolução da taxa de natalidade (quociente entre o nº de nados – vivos (nascimentos) e o total da população) no concelho é idêntica à da região Centro e à de Portugal, registando-se um aumento da taxa até 1993, ano em que atingiu o valor mais alto do decénio (12.8 %0). A partir de então é bem perceptível a tendência de diminuição, pese embora apresente pontualmente alguns períodos de crescimento (nomeadamente entre 1995 e 1997 e entre 1998 e 2000). Em 2001 registou-se o valor mais baixo do período analisado – 10.6 %0 (Gráfico n.º 2).

(28)

0 2 4 6 8 10 12 14 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 pe rm ila ge m

Portugal Centro Águeda

Gráfico nº 2

Evolução da Taxa de Natalidade (%) entre 1991 e 2001

Fonte: INE – Anuários estatísticos entre 1991 e 2001

Esta diminuição da taxa de natalidade é, segundo os censos de 1991 e 2001, também um fenómeno generalizada a todas as freguesias do concelho.

Este fenómeno é também detectado quando analisados os valores dos nascimentos registados pelo Centro de Saúde de Águeda. Apesar de estes valores poderem não corresponder ao total de nascimentos ocorridos nestes anos (no sentido em que, os nados vivos não têm de estar necessariamente registados nos Centros de Saúde) indicam-nos uma tendência global do decréscimo do número de nascimentos (Quadro nº 3). Neste sentido a população em idade escolar, à semelhança da taxa de natalidade e do nº de nascimentos, tenderá a diminuir tal como tem ocorrido desde 1991, como se confirmará posteriormente.

Quadro nº3

Nascimentos Registados Anualmente entre 1991 e 2005

INE Centro de saúde de Águeda

1991 2001 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Concelho de Águeda 40 520 461 407 393 346 342 317

Fonte: Centro de Saúde de Águeda, 2008

TAXA DE FECUNDIDADE

A taxa de fecundidade do concelho (quociente entre os nados vivos e a população feminina com idade compreendida entre os 15 e os 49 anos), à semelhança da Região Centro e de Portugal, diminuiu entre 1991 e 2001 de 47,6‰ para 40.8‰ (Gráfico n.º 3).

(29)

0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50

Portugal Centro Águeda

p er m il ag em 1991 2001 Gráfico nº 3

Evolução da Taxa de Fecundidade entre 1991 e 2001

Fonte: INE – Censos 1991 e 2001

O número de nascimentos e a taxa de natalidade têm diminuído no concelho, assim como a taxa de fecundidade. No entanto, a população, independentemente do seu ritmo tem aumentado o que leva a crer que o concelho tem atraído população dos concelhos vizinhos. Efectivamente, e de acordo com a evolução da população por classes etárias, as únicas classes que têm vindo a aumentar durante os anos são as acima dos 30 e mais anos, abrangendo a população em idade fértil.

A diminuição verificada na taxa de natalidade e na taxa de fecundidade, condicionam inequivocamente o aumento do índice de envelhecimento do concelho.

ESTRUTURA ETÁRIA DA POPULAÇÃO

À semelhança do continente, a estrutura etária do concelho revela um duplo envelhecimento da população, com a diminuição da população nas faixas etárias correspondentes às crianças e jovens e o aumento daquelas que representam os idosos (Gráficos n.º 4 e 5). A população começa a aumentar essencialmente nos grupos etários dos 25 aos 29 anos, o que significa que a população em idade activa também aumentou.

(30)

0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 0-4 5_9 10_14 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79 80-84 >85 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000 0 10000 20000 30000 40000 50000 60000 70000 80000 90000 100000 0 15000 30000 45000 60000 75000 90000 0-4 5_9 10_14 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79 80-84 >85 Gráfico nº 4

Pirâmide Etária de Portugal 1991 e 2001

1991 2001 1991 2001 Fonte: INE – Censos 1991 e 2001

Gráfico nº 5

Pirâmide Etária do Concelho de Águeda 1991 e 2001

1991 2001 1991 2001 Fonte: INE – Censos 1991 e 2001

Esta evolução da população por grupos etários é, não só característica desta última década, como também da década anterior. Desde 1981 que se verifica um decréscimo contínuo da população em idade escolar até aos 20 anos e um crescimento bastante reduzido da grupo dos 20 aos 25 anos (cerca de 2.88%). Todos os restantes grupos possuem aumentos superiores a 12%, salientando-se os grupos etários dos 45-50 anos, dos 50-55 anos e dos 70 e mais anos, os quais possuem aumentos bastante significativos, cerca de 35%, 33% e 48% respectivamente nesta ultima década, e de 41%, 29% e 81% desde 1981 (Gráfico n.º 6).

(31)

0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 [0 -5 [ [5 -1 0[ [1 0-15 [ [1 5-20 [ [2 0-25 [ [2 5-30 [ [3 0-35 [ [3 5-40 [ [4 0-45 [ [4 5-50 [ [5 0-55 [ [5 5-60 [ [6 0-65 [ [6 5-70 [ >7 0 Classes Etárias N º d e H ab it an te s 1950 1960 1970 1981 1991 2001

Estrutura Etária da População por Freguesia - 2001

0 200 400 600 800 1000 1200

Aguada de Baix o Aguada de Cima Águeda Barrô Borralha Espinhel Fermentelos

N º H ab it an te s 0-4 anos 5-9 anos 10-14 anos 15-19 anos 20-24 anos 25-29 anos 30-34 anos 35-39 anos 40-44 anos 45-49 anos 50-54 anos 55-59 anos 60-64 anos 65-69 anos 70e+ anos Gráfico nº 6

Evolução da População Residente no Concelho por Grupos Etários (1950 e 2001)

Fonte: INE – Recenseamento Geral da População – 1950, 1960, 1970; Censos 1981, 1991, 2001

Verifica-se, assim, um duplo envelhecimento da população, isto é, uma diminuição da população nas faixas etárias correspondente a crianças e jovens e um aumento daquelas que representam os idosos. Este cenário tem repercussão no sistema de substituição de gerações e nos índices de dependência de jovens e idosos.

A estrutura etária das várias freguesias é bastante semelhante à do concelho com a excepção de Agadão, Belazaima do Chão, Castanheira do Vouga, Macieira de Alcôba, Óis da Ribeira e Préstimo, freguesias menos povoadas onde à excepção do grupo etário dos 70 e mais anos, com a maior representatividade na freguesia, todos os outros apresentam pouca variação na sua representatividade. Isto não significa que se encontra assegurada a substituição de gerações, mas que as freguesias apresentam uma clara tendência de diminuição populacional, já referida anteriormente. Salienta-se, contudo, o caso de Macieira de Alcôba como aquele em que é mais evidente o envelhecimento da população, fruto da elevada representatividade das faixas etária acima dos 55 anos (Gráfico 7. b)).

Gráfico nº7 a)

(32)

Estrutura Etária da População por Freguesia - 2001 0 100 200 300 400 500 600

Lamas do Vouga Macinhata do Vouga Recardães Segadães Trav assô Trofa Valongo do Vouga

N º H ab it an te s 0-4 anos 5-9 anos 10-14 anos 15-19 anos 20-24 anos 25-29 anos 30-34 anos 35-39 anos 40-44 anos 45-49 anos 50-54 anos 55-59 anos 60-64 anos 65-69 anos 70e+ anos Estrutura Etária da População por Freguesia - 2001

0 20 40 60 80 100 120 140 160 180

Agadão Belazaima do Chão Castanheira do

Vouga

Macieira de Alcôba Óis da Ribeira Préstimo

N º H ab it an te s 0-4 anos 5-9 anos 10-14 anos 15-19 anos 20-24 anos 25-29 anos 30-34 anos 35-39 anos 40-44 anos 45-49 anos 50-54 anos 55-59 anos 60-64 anos 65-69 anos 70e+ anos Gráfico nº7 b)

Fonte: Adaptado INE – Censos 2001

Gráfico nº7 c)

(33)
(34)

ÁREA – EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO

SISTEMA EDUCATIVO PORTUGUÊS

Em pouco mais de década e meia, a estrutura do sistema educativo português foi marcada por um forte impulso ao nível do ensino pré-escolar e do ensino superior.

Os efeitos da entrada em vigor da Lei de Bases do Sistema Educativo (LBSE), publicada em 1986, que regulamenta a escolaridade básica obrigatória de nove anos, fazem sentir-se ao longo da década de 90 do século XX, com a generalização da escolarização básica e, posteriormente, com o aumento da escolarização da população dos 16 aos 17 anos no ensino secundário. Assim, nos termos da LBSE, o sistema educativo compreende: a Educação Pré-escolar, a Educação Escolar e a Educação Extra-Escolar.

1. Educação Pré-escolar

A educação pré-escolar é “entendida como a primeira etapa da educação básica, sendo complementar da acção educativa da família, com a qual deve estabelecer estreita cooperação, favorecendo formação e o desenvolvimento equilibrado da criança tendo em vista a sua plena inserção na sociedade como ser autónomo, livre e solidário”. 2

A educação pré-escolar destina-se a crianças com idades compreendidas entre os 3 e os 6 anos de idade; é de frequência facultativa e é ministrada em jardins-de-infância da rede pública, ou da rede privada, desenvolvida a partir das iniciativas das Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS). No entanto, a actual tendência é a de generalização da oferta pública, de forma a que a educação pré-escolar se torne, também ela, obrigatória.

2 - Educação Escolar

2.1 - Ensino Básico

Quadro n.º 4

Caracterização do Ensino Básico Níveis Anos de Escolaridade Idade

1º Ciclo 1.º - 4.º 6-10 anos

2º Ciclo 5.º - 6.º 10-12 anos

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1.º Ciclo do Ensino Básico

Com a implementação da escola a tempo inteiro, as escolas funcionam no mínimo oito horas por dia, o que permite oferecer actividades de enriquecimento curricular, em regime de monodocência, existindo a possibilidade de recurso a professores especializados em determinadas áreas.

2.º Ciclo do Ensino Básico

Este ciclo está organizado por disciplinas e áreas de estudo de carácter pluridisciplinar.

3.º Ciclo do Ensino Básico

Este ciclo está organizado por disciplinas, tendo por objectivos principais a aquisição de conhecimentos e competências indispensáveis ao ingresso na vida activa e também ao prosseguimento de estudos. O ensino das Tecnologias de Informação e Comunicação é obrigatório no 9.º ano de escolaridade.

Ensino Artístico

Este ensino possibilita que alunos dos cursos básicos possam frequentar disciplinas em estabelecimentos de ensino artístico, ou seja, os alunos que frequentam o 2.º e/ou 3.º CEB podem prescindir de disciplinas do currículo do ensino básico para frequentarem disciplinas do estabelecimentos de ensino artístico. De modo a ser possível esta articulação, é obrigatório que o grau de ensino seja coincidente com o ano lectivo do aluno, existindo também a obrigação da frequência desta modalidade de ensino durante todo um ciclo.

Os alunos que tenham atingido a idade limite da escolaridade obrigatória sem terem concluído o 3.º ciclo podem prosseguir estudos, através de diversas modalidades de educação e formação de jovens e adultos. Aos alunos que completam com sucesso o 3.º ciclo é atribuído o diploma do ensino básico.

Percursos de Currículo Alternativo

Pelo Despacho Normativo nº 50/2005, de 9 de Novembro, as escolas devem promover uma oferta educativa dirigida a alunos até aos 15 anos de idade que, encontrando-se na escolaridade obrigatória, apresentem insucesso escolar repetido ou risco de abandono precoce, constituindo turmas (mínimo de 10 alunos) com percursos curriculares alternativos.

Os conteúdos são determinados na escola, considerando: 1) os resultados de uma avaliação diagnostica; 2) necessidades e interesses dos alunos, bem como o meio em que se inserem; 3) o ajustamento e a articulação entre as diferentes componentes do currículo, bem como outras

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Aos alunos que venham a concluir com aproveitamento um percurso curricular alternativo será atribuído apenas um certificado comprovativo. Os alunos que pretendam prosseguir estudos de nível secundário em cursos científico-humanísticos, terão que realizar exames nacionais

Educação Especial

No sentido de valorizar a educação e promover a melhoria da qualidade do ensino, no âmbito da igualdade de oportunidades, pretende-se um sistema de educativo flexível, que permita responder à diversidade de características e necessidades de todos os alunos, implicando a inclusão das crianças e jovens com necessidades educativas especiais (NEE) e exigindo a activação de apoios especializados.

Neste sentido, de acordo com o Decreto – Lei nº 3/2008, de 7 de Janeiro, a educação especial visa a criação de condições para adequação do processo educativo às necessidades de alunos com limitações significativas, ao nível da actividade e da participação, num ou em vários domínios de vida, decorrentes de alterações funcionais e estruturais, de carácter permanente, resultando em dificuldades continuadas ao nível da comunicação, aprendizagem, mobilidade, autonomia, do relacionamento interpessoal e da participação social.

Assim, as escolas devem contemplar nos seus projectos educativos, as adequações relativas ao processo de ensino e de aprendizagem, de carácter organizativo e de funcionamento, necessárias para responder adequadamente às necessidades educativas especiais das crianças e jovens que se enquadram na educação especial, de modo a assegurar a sua participação nas actividades e na comunidade escolar.

Os apoios especializados podem implicar a adaptação de estratégias, recursos, conteúdos, processos, procedimentos e instrumentos, bem como a utilização de tecnologias de apoio.

Unidades Especializadas em Multideficiência

Recurso pedagógico especializado, existente em alguns estabelecimentos de ensino básico, constituindo-se como uma resposta educativa diferenciada, que visa apoiar a educação dos alunos com multideficiência e o desenvolvimento de competências essenciais para o seu desenvolvimento global , tendo como objectivo a sua integração no ensino regular, fornecendo-lhes meios e recursos diversificados, sendo o trabalho especializado desenvolvido com estas crianças organizado e orientado em equipa multidisciplinar.

Na sala de aula, tendo em conta a especificidade destas crianças, desenvolvem-se actividades diversificadas, no âmbito das várias áreas curriculares com âmbito funcional, sendo os

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Com esta resposta educativa procura-se que estes alunos tenham acesso a informação que os ajude a realizar aprendizagens significativas e possam participar em actividades desenvolvidas com os seus pares sem necessidades especiais.

2.2 - Ensino Secundário

Quadro n.º 5

Tipologia dos Cursos Secundários

Tipo de Curso Ano de Escolaridade Idade

Científico-humanísticos Artísticos especializados Profissionais

10.º, 11.º, 12.º 15-18 anos

O ensino secundário está organizado segundo formas diferenciadas, orientadas quer para o prosseguimento de estudos, quer para o mundo do trabalho.

O currículo dos cursos compreende:

 Cursos científico - humanísticos - 5 tipos de cursos vocacionados essencialmente para o prosseguimento de estudos de nível superior;

 Cursos artísticos especializados - têm como objectivo assegurar formação artística especializada, permitindo a entrada no mundo do trabalho, ou o prosseguimento de estudos, organizados nas áreas de artes visuais, audiovisuais, dança e música;

 Cursos profissionais - estruturados por diferentes áreas, são organizados em módulos, correspondendo a 3100 horas de formação. Estes cursos destinam-se a proporcionar a entrada no mundo do trabalho, podendo facultar simultaneamente também o prosseguimento de estudos.

APOIOS E COMPLEMENTOS EDUCATIVOS

Segundo a LBSE, são desenvolvidos, no âmbito da educação pré-escolar e da educação escolar, serviços de acção social escolar, responsáveis pela organização das cantinas/refeitórios escolares, dos auxílios económicos ao nível dos manuais, materiais de desgaste e transportes escolares.

3.1. - A Componente de Apoio à Família

A componente de apoio à família (CAF) desenvolve-se em jardins-de-infância da rede pública e privada que entraram no acordo entre o Ministério da Educação, Segurança Social e Autarquias, através da disponibilização das actividades de fornecimento de almoço e de prolongamento de horário, com actividades de animação sócio-educativa, em tempo pré e pós educativo.

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3.2. - Actividades de Enriquecimento Curricular no 1.º CEB

Os agrupamentos de escolas devem definir um plano de actividades de enriquecimento curricular, em parceria com entidades promotoras, autarquias, associações de pais e IPSS’s.

Os planos de actividades incluem obrigatoriamente o Inglês (para os alunos dos 3.º e 4.º anos) e o Apoio ao Estudo, destinando à consolidação de aprendizagens. Para além das actividades obrigatórias, os planos podem incluir outras actividades de enriquecimento curricular, nomeadamente o ensino da música, a actividade física e desportiva, o ensino de outras línguas estrangeiras e de outras expressões artísticas.

3.3. - Auxílios económicos - livros e materiais escolares

Este apoio traduz-se num subsídio para livros e materiais escolares, cujo valor é definido anualmente por Despacho Ministerial, no caso do 2.º e 3.º CEB e secundário.

No 1.º CEB, esta modalidade de acção social escolar é da responsabilidade das Câmaras Municipais, que fixam anualmente os valores dos subsídios a atribuir.

3.4. - Fornecimento de Refeições

Visa garantir a todas as crianças que frequentam o 1.º CEB uma refeição equilibrada, cabendo aos municípios o exercício de controlo directo da gestão do fornecimento das refeições, traduzido no acompanhamento local do funcionamento do serviço e na fiscalização do cumprimento das normas aplicáveis.

3.5. - Transportes escolares

O plano de transportes escolares é elaborado anualmente pelas câmaras municipais, servindo a população escolar de acordo com os dados fornecidos pelos agrupamentos de escolas.

O acesso a esta modalidade de transporte efectua-se através da atribuição de passe, comparticipado a 100% a alunos com idade de frequência da escolaridade obrigatória que residam a mais de 4km ou de 3km, conforme frequentem estabelecimento de ensino com ou sem refeitório escolar, e comparticipado em 50% a alunos que pela idade estejam fora da escolaridade obrigatória.

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4. - Ensino Pós -Secundário não superior

Cursos de especialização tecnológica (CET) - possibilitam percursos de formação especializada em diferentes áreas tecnológicas, permitindo a inserção no mundo do trabalho ou o prosseguimento de estudos de nível superior. A conclusão com aproveitamento de um CET confere um diploma de especialização tecnológica (DET) e qualificação profissional de nível 4, podendo ainda dar acesso a um certificado de aptidão profissional (CAP).

5. - Ensino Superior

O ensino superior está actualmente estruturado, de acordo com os princípios da Declaração de Bolonha e visa assegurar uma preparação científica, cultural e tecnológica que habilite para o exercício de actividades profissionais e culturais e o desenvolvimento das capacidades de concepção, inovação e análise crítica. O ensino universitário contempla também o ensino politécnico, ministrado por instituições públicas, não públicas e cooperativas.

Os estabelecimentos de ensino superior podem ainda realizar cursos CET.

Têm ainda acesso ao ensino superior os maiores de 23 anos que, não sendo titulares da habilitação de acesso ao ensino superior, façam prova de capacidade para a sua frequência, através da realização de provas específicas.

No ensino superior são conferidos os graus académicos de licenciatura, mestrado e doutoramento, sendo o grau de doutor apenas atribuído pelas universidades.

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QUALIFICAÇÃO E NÍVEIS DE ENSINO DA POPULAÇÃO PORTUGUESA

Apesar da oferta educativa existente a nível nacional, segundo os dados do INE de 2001, aquando do último recenseamento da população, 13% da população portuguesa não tinha qualquer tipo de qualificação.

Gráfico n.º 8

Qualificação da População Portuguesa

Fonte: INE (2001) Recenseamento Geral da População.

Gráfico n.º 9

Níveis de Escolaridade da População Portuguesa

Fonte: INE (2001) Recenseamento Geral da População.

De acordo com o gráfico anterior, pode-se verificar que da população com qualificações, 75% apenas possui o ensino básico, 15% o ensino Secundário, apenas 1% com habilitação media e 9% nível superior.

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POLITICAS E MEDIDAS NACIONAIS DE COMBATE AOS BAIXOS NÍVEIS DE

ESCOLARIDADE E DE QUALIFICAÇÕES DA POPULAÇÃO

Tendo em conta os dados apresentados, o aumento de desemprego e a consequente necessidade de reconversão profissional dos desempregados, sobretudo os de longa duração, sentiu-se a necessidade intervir de forma a dotar a população de níveis de escolaridade que lhes permitisse ingressar em cursos de formação profissional, dado que para quase todos os cursos é necessário o 6.º ou o 9.º ano de escolaridade.

Neste sentido, no âmbito dos objectivos comuns adoptados no Conselho Europeu da Primavera de 2006, foi considerado pelo PNAI como prioridade intervir nos baixos níveis de escolaridade e no défice histórico de baixas qualificações da população portuguesa, corrigindo as desvantagens educativas e formativas, tentando reaproximar a escola dos alunos com maiores dificuldades de aprendizagem e evitar o abandono precoce. Pretende-se, também, proporcionar aos jovens, opções diversificadas de educação/formação, facilitando-lhes a transição para a vida activa. Tendo sido também contemplada a qualificação de adultos em idade activa.

 Novas Oportunidades - Educação e Formação de Jovens e Adultos

Para dar resposta às questões apresentadas, surgiram os Centros de Novas Oportunidades, que vieram dar a possibilidade aos adultos e jovens, que não tenham completado o 12.º, 9.º, o 6.º ou o 4.º anos de escolaridade, de verem reconhecidas, validadas e certificadas as competências e conhecimentos que adquiriram ao longo da vida, bem como o encaminhamento para formação adequada e necessária à progressão e certificação escolar e/ou profissional de cada indivíduo.

A Iniciativa “Novas Oportunidades” tem como objectivo alargar o referencial mínimo de formação ao 12.º ano de escolaridade, assente em dois pilares fundamentais:

1- Tornar o ensino profissionalizante uma opção efectiva para os jovens; 2 - Elevar a formação de base da população activa.

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Figura n.º 6

Organização da Iniciativa Novas Oportunidades

Os Centros Novas Oportunidades, sob a responsabilidade da Agência Nacional para a Qualificação (ANQ), constituem-se como agentes centrais na resposta ao desafio da qualificação de adultos consagrado na Iniciativa Novas Oportunidades.

Assim, foi criada uma Rede dos Centros Novas Oportunidades, de base territorial e institucionalmente diversificada, orientados para o desenvolvimento e mobilização de respostas diferenciadas em função do perfil e do percurso dos indivíduos, apostando numa estratégia de complementaridade e articulação com as escolas, os centros de formação profissional, as entidades formadoras e os agentes económicos, sociais e culturais.

 Novas Oportunidades - Jovens

Este eixo de intervenção tem como objectivo dar resposta aos baixos níveis de escolarização dos jovens, através da diversificação das vias de educação e formação, pelo reforço do número de vagas de natureza profissionalizante e da exigência em garantir melhores taxas de aproveitamento escolar. Neste contexto, destaca-se o objectivo de inverter a tendência do aumento do número de jovens que não conclui o ensino secundário e, simultaneamente, a valorização das aprendizagens proporcionadas por este nível de ensino.

 Modalidades de Formação - Jovens

- Cursos mencionados na descrição do Ensino Secundário

- Cursos de educação e formação (CEF) - visam a recuperação dos défices de qualificação, escolar e profissional, através da aquisição de competências escolares, técnicas, sociais e relacionais, que lhes permitam ingressar num mercado de trabalho.

Referências

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