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Desde sempre foi conhecido o fato de que certas propostas de vida espiritual, para serem realizadas com a necessária sutileza de vibração, deveriam dar-se com um número reduzido de indivíduos e, dependendo da circuns- tância, com um número específico. Essa lei era observada nas antigas ordens monásticas e fazia parte de suas regras. Quando surgia a necessidade de uma expansão da comuni- dade, esta deveria desmembrar-se. Assim, o grupo manti- nha-se dentro dos princípios propostos e sua qualidade vibratória era preservada. Tal fato encontra-se explícito na Natureza e, nesse sentido, bem conhecido é o enxamear das abelhas.

O desmembramento de um grupo deve dar-se de maneira que seus subgrupos tenham capacidade de se auto- gerir, isto é, que não permaneçam centralizados no grupo que lhes deu origem. Caso contrário, ocorrem entraves, movimentos desnecessários, adiamento de resoluções e outras limitações. Se no desmembramento se criam núcleos maduros e independentes, pode-se aproveitar melhor o potencial disponível e propiciar, com maior liberdade, o contato com outros planos de vida.

Os contatos com núcleos espirituais internos são muito importantes nos dias de hoje, em que se prepara o

resgate dos seres que deverão ser transmigrados ou trasla- dados da esfera terrestre de superfície. Para que um indi- víduo possa trabalhar de maneira pura e desimpedida, é necessário que não guarde, nem mesmo ocultamente, o desejo de captar mensagens e instruções internas. Se essa ambição existe, não raro ela se interpõe entre a inspiração e o cérebro físico e manipula o que é captado, moldando-o segundo seus próprios interesses.

Algumas mensagens tidas como provenientes de núcleos espirituais seriam mais autênticas se aqueles que as captam as assinassem sem mencionar fontes suprafísicas, tão grande é a quantidade de interferências cerebrais, mentais e até emocionais que nelas normalmente se encontram.

O aperfeiçoamento da união com níveis internos exige humildade, sem entretanto tolher a abertura e a disponibilidade do ser para o trabalho da Hierarquia. A tendência a atribuir a fontes superiores indicações que, às vezes, é a mente subconsciente que está sugerindo, neces- sita ser eliminada para maior crescimento da consciência. É preciso despojamento de preferências, ilusões e ideais humanos. Querer ser um canal de contato das Hierarquias é uma forma sutil de ambição. Mesmo que humanamente o aspirante não possa ainda desvencilhar-se do atavismo que o acompanha enquanto encarnado em corpos terres- tres, deve estar vigilante e evitar ao máximo as armadilhas do ego. As forças involutivas não vacilam e não descan- sam; não perdem oportunidades de desviar o ser da sua verdadeira meta.

Por outro lado, é bom ele não se intimidar com essas armadilhas. É preciso ousar, mantendo, todavia, a humil- dade e a abertura para qualquer mudança necessária, tanto do próprio ser quanto de situações às quais ele já se tenha, porventura, habituado. Desapegadamente, caminhar com fé, com ardor, alimentando sua ligação com as Hierar-

quias e, principalmente, sendo fiel às percepções positivas e autênticas que lhe cheguem por diferentes vias.

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A qualquer momento, uma consciência sensível a impulsos imateriais pode estar diante de caracteres simbó- licos gravados tanto no plano físico como no etérico. Quan- do têm origem pura, quase sempre trazem elevação, forta- lecem a fé e a determinação em prosseguir, trazem maior serenidade e compaixão. Geralmente, atuam também como elemento de irradiação durante certo período, embo ra, com o tempo, possam desvitalizar-se.

Ao se estar diante de um símbolo, o mais importante não é a interpretação que se faça dele, mas a conexão com a energia que dele emana. Coligando-se com a essência do símbolo, não se corre o risco de apegar-se à sua forma externa que, como todas as formas, tem um ciclo de exis- tência, após o qual deve ceder lugar a outra. Cultivando essa clareza, torna-se possível ao ser a aproximação aos aspectos mais amplos da realidade e o contato com a própria essên- cia da vida, que é única, universal e cósmica, e que não se limita a forma alguma, por mais sublime que seja.

Nestes tempos, grande ajuda é prestada ao planeta por consciências que se mantêm em sintonia com as realida- des supracorporais. Assim, mesmo que em sua mente não se registre o que está ocorrendo nas esferas espirituais, o ser encontra liberdade para servir junto aos Irmãos, para cumprir tarefas evolutivas que são levadas a cabo especial- mente nos planos internos da vida. O planeta necessita desse tipo de seres-contato que, por serem anônimos, são preservados da curiosidade pública e, em certo grau, das forças involutivas.

Ao contatar um indivíduo, as Hierarquias procuram transmitir-lhe impulsos que sejam compreensíveis para ele próprio e para a vida planetária como um todo. Hoje, portanto, quando a necessidade é imensa, normalmente esses impulsos vêm permeados por uma clareza que permi- te que muitos usufruam suas benéficas irradiações.

Todavia, certos símbolos podem ser captados para atuar em áreas da consciência que respondem a estímulos que transcendem a razão e a compreensão mental. Esses símbolos irradiam uma energia potente, que poucos indiví- duos podem receber, pois a grande maioria não está prepa- rada para perceber cristalinamente as realidades internas que eles representam, sem as desvirtuar. Esse campo, toda- via, ainda está contaminado por fantasias, e raras são as percepções livres de deturpações e enganos.

Para que a energia e a forma de símbolos espirituais cheguem aos níveis densos isentas de interferências huma- nas, as Hierarquias podem usar vários meios, como mate- rializá-las no espaço concreto e imprimi-las em paredes ou em outros objetos. Quando essas materializações ocor- rem, os que as contatam deveriam manter-se em estado de pureza mental, com fé e gratidão. As dádivas jamais faltam quando há delas uma necessidade real.