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“E. chegou e nos aquietamos. Desta vez E. estava mais livre que nos dias anteriores, em que parecia haver nele um pouco de ansiedade e de constrangimento.”

A personalidade é fruto de todo o passado do ser na superfície da Terra, desde o seu ingresso no reino humano. Tantos são os mecanismos nela presentes, que somente a graça pode redimi-la e elevá-la, conduzindo-a à absorção em um nível superior.

A parte vital-mental do ser pode, facilmente, abri- gar forças retrógradas, devido ao uso incorreto da energia perpetrado na trajetória individual e coletiva do homem. A hereditariedade faz com que os corpos no mundo tridimen- sional sejam compostos por matéria e estruturas energéti- cas que, muitas vezes, não correspondem ao ponto evolu- tivo já alcançado pelo ser internamente.

Ao encarnar, o ser interno reveste-se de corpos densos, que são necessários para a sua expressão no mundo material, mas que atuam como armaduras – cerceiam-lhe os movi- mentos e impedem-no de expressar todo o seu potencial. Todavia, com a implantação do novo código genético, o GNA, e com a sutilização do planeta, o processo de encarna- ção passará por profunda mudança, trazendo a luz imaterial

para mais próximo da matéria e despertando, no âmago dos átomos, a sua própria luz.

No transcurso de um ciclo de trabalho de cura, uma energia especial faz-se atuante no decorrer dos dias. Mesmo nos intervalos dos encontros, ela permanece trabalhando, como se mantivesse o processo em andamento, alimentado por uma voltagem mais elevada. Isso se reflete em uma coli- gação mais profunda do eu consciente com a Hierarquia, é como se a graça permitisse ao ser voltar-se mais livremente para o mundo interior e, permeado por um amor crístico, em alegria, render-se à vontade suprema.

“Nesse quarto encontro, assim que nos aquietamos, uma energia profunda se fez presente, permeando-nos e também o ambiente no qual estávamos. Uma Hierarquia aproximava-se da nossa consciência.

Vim, não para vos curar, mas para curar o mundo, era-me transmitido interiormente. Essa impressão, aqui formulada em pala- vras, fazia com que o consciente renunciasse à preocupação consigo próprio.

A Fonte Única supre todas as necessidades; ao servidor da lei cabe esquecer-se de si e dedicar-se inteiramente ao cumprimento do Plano Evolutivo. Qualquer preocupação consigo é um desvio da ener- gia e repercute nos níveis sutis de maneira inimaginável para o homem comum. Isso ficou ainda mais evidente no decorrer da reunião.

Prosseguimos em silêncio, permeados por aquela sublime presen- ça. Quando emergia um pensamento, de imediato uma imagem era-me mostrada nos níveis sutis, decorrente da ação daquele pensamento. Isso se repetiu várias vezes, de diferentes maneiras. As imagens assim formadas não continham uma vibração elevada, como ocorre com os símbolos autênticos, mas eram simples formas-pensamento, fruto do impacto dos movimentos da matéria mental sobre meu mecanismo de captação.

Via que, dessa maneira, estava sendo instruído no sentido de ter maior cuidado e atenção com o ato de gerar pensamentos e de não permitir que a mente material se movesse de maneira automática.

A certa altura, vi, nos níveis sutis, um quadro no qual o venti- lador que utilizo para arejar o ambiente para o encontro estava com seu suporte quebrado e o meu dedo indicador direito interceptava o movimento de sua hélice. A sensação do que nesse quadro ocorria refletiu-se até o nível etérico, como se fosse algo físico, mostrando a profunda ação de um pensamento fora de lugar.”

Aquilo que, em certa fase, é considerado parte do processo, como o pensamento vagar por conta própria quando a mente procura aquietar-se, em fases sucessivas do desenvolvimento do ser torna-se um obstáculo ao puro serviço. É preciso um controle cada vez mais perfeito das forças da matéria para que ela possa acolher a vibração do espírito e irradiá-la.

O pensamento é um potente instrumento de criação e repercute até o nível material. Não foi ainda utilizado de maneira correta pela humanidade, e os indivíduos que praticam magia negra ou cinzenta manipulam-no para concretizar seus desejos. Esse desvio, uma verdadeira perversão da energia criadora, não perdurará muito, pois a purificação planetária já está em ato.

“Percebia que, quando deixava que a tenacidade no alinhamento com o centro interno se afrouxasse, em vez de compartilhar da elevada presença da energia espiritual, curativa, passava a receber no corpo físico os reflexos da transmutação de forças em circulação na aura do ambiente; percebia também que, naqueles momentos, essa transmuta- ção deixava de ocorrer adequadamente. Isso era motivo para aperfei- çoar a entrega e a aspiração de doar-me ao Supremo.

Pouco depois, vi, nos níveis internos, um pequeno cão ao lado da porta do ambiente onde estávamos trabalhando, aguardando que ela se abrisse para sair. Tinha uma fita amarela presa na orelha esquerda. Aquela imagem simbolizava certas forças que estavam abandonando a aura de E., tendo sido desalojadas no decorrer do encontro. O laço amarelo representava certo apego mental de E. a essas forças, mas a vibração espiritual as estava expulsando.

Coliguei-me com o símbolo da cruz, como fiz várias vezes duran- te o encontro, utilizando-o como instrumento eficaz para elevar a vibração e para sintonizar uma esfera de consciência mais sutil.

Prosseguimos em silêncio. A energia que então fluía era suave mas, ao mesmo tempo, elétrica e firme. Nos níveis sutis, vi E. levantar- -se, preparando-se para ir embora. Soube, então, que o encontro havia terminado.”