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E. EVENTOS COMPETITIVOS

3. CERIMONIAL E PROTOCOLO: FORMAS PRESENTES NOS EVENTOS ACADÊMICOS

3.3 CERIMONIAL UNIVERSITÁRIO

O Cerimonial Universitário pode ser entendido como:

[...] uma área específica do cerimonial, que “corresponde ao conjunto de aspectos formais de um ato público que ocorre no ambiente universitário, numa sequência própria, observando-se uma ordem de precedência, uma indumentária própria e o cumprimento de um ritual” (VIANA, 1998, p. 39, apud SILVA, 2007, p.32)

O Cerimonial universitário é de grande importância, desde que, segundo Reinaux (1998, p. 17):

[...] tradições sejam preservadas, exercitadas, vividas em todos os seus detalhes. É o enriquecimento formal, com a coreografia das solenidades, o protocolo dos atos, o contexto da Ordem de Precedência, esta com a respeitabilidade a quem de direito, juntos poderão assegurar, naquilo que lhe compete, o brilho das solenidades universitárias.

O surgimento do cerimonial universitário está diretamente relacionado ao aparecimento da figura do reitor nas instituições de ensino superior, por volta do final do século XII, segundo Reinaux (1998).

Antes disso, os professores de direito canônico utilizavam vestes específicas que os diferenciavam dos alunos e estabeleciam a hierarquia de forma rígida durante suas aulas.

No início dos anos 1200 d.C., na Universidade de Sorbonne, foi implementada definitivamente a utilização das vestes talares3, que segundo Meirelles são “[...] (vestes longas até a altura dos calcanhares), têm o objetivo de destacar as autoridades, dando-lhes status e indicando sua posição de poder” (2011, p.210), e da cátedra, cadeira em formato de trono com diversos adornos e com o brasão da

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universidade utilizada somente pelo reitor ou chanceler, além do cerimonial rígido e apurado.

Com relação ao corpo discente, todos eram obrigados a circular com as capas acadêmicas, capas pretas utilizadas sobre os ombros e que eram motivo de privilégio e orgulho para os universitários. O modelo do Cerimonial da Sorbonne foi utilizado pela maioria das universidades europeias.

O Cerimonial das universidades brasileiras é reflexo das tradições e procedimentos da Universidade de Coimbra, em Portugal, por conta da colonização brasileira e por que a Universidade de Coimbra é reconhecida pelo, segundo Reinaux (1998,p.14), “exercício salutar, pleno e correto dos atos solenes da instituição”.

O cerimonial universitário brasileiro tem início na criação das primeiras universidades brasileiras: a de Olinda, em Pernambuco, em 1827 e a de São Paulo, em 1828, que a passar a ter autonomia como instituição a partir de 1945. Antes de 1827, a alta sociedade brasileira que queria ingressar em uma instituição de ensino superior, teria que estudar em alguma universidade portuguesa, pois Portugal não permitia a criação de universidades no Brasil.

3.4 NORMASEPROCEDIMENTOSDOCERIMONIALUNIVERSITÁRIO

As universidades brasileiras estão subordinadas ao Ministério da Educação e do Desporto, que está diretamente ligado à Presidência da República. Quando o assunto é cerimonial universitário, essa hierarquia também é seguida.

O Cerimonial público é gerido por algumas leis e decretos federais. Serão apresentadas duas das principais leis que norteiam as cerimônias oficiais, em todo território federal e nas missões diplomáticas. Além das leis e dos decretos, existem algumas regras, que serão apresentadas pelo autor, essenciais para a elaboração de uma cerimônia.

Os documentos legais como a Lei Nº 5700/ 71 de 1 de setembro de 1971, que Dispõe sobre a forma e a apresentação dos Símbolos Nacionais, e dá outras providências e o Decreto Nº 70.274/ 72 de 9 de março de 1972, que Aprova as normas de Cerimonial Público e a ordem de precedência estabelecem orientações e regras para os cerimoniais oficiais e nestes incluem-se as cerimônias das Universidades Federais. Desta forma, a UFF tem o dever de cumprir o protocolo

estabelecido para cada ocasião. No entanto, a instituição pode ter necessidade de abrir exceções, mesmo que estas afetem as orientações legais, seja por causa da política institucional ou pela maneira como a universidade é gerida.

O Decreto Nº 70.274/72 é o responsável por regulamentar as normas do cerimonial público e a ordem geral de precedência. De acordo com seu Art. 1º:

São aprovadas as normas de cerimonial público e a ordem geral de precedência, anexas ao presente Decreto, que se deverão observar nas solenidades oficiais realizadas na Capital da República, nos Estados, nos Territórios Federais e nas Missões diplomáticas do Brasil.(BRASIL, 1972)

Esse decreto é o mais importante, pois aprova as normas do cerimonial público e é por meio dele que a Mesa Diretora de todas as cerimônias universitárias é composta, dando as posições de prestígio de forma hierárquica e estabelecendo a elaboração da ordem de pronunciamento, de forma que a hierarquia seja respeitada.

De acordo com seu Capítulo I, Art. 1º, sempre que o Presidente da República comparecer a uma cerimônia, ele deve presidi-la. Convém ressaltar que esse artigo é válido para as cerimônias do poder executivo, no qual o Presidente da República é a maior autoridade. E deve ser respeitado no contexto do cerimonial universitário.

Caso o Presidente da República não compareça, o presidente da cerimônia será o Vice-presidente, de acordo com o Art. 2 º, do Capítulo I. Nesse mesmo capítulo, há a ordem de precedência dos demais cargos oficiais do Brasil.

Quando existirem pessoas que irão compor a mesa e que não tenham cargos oficiais, o cerimonialista deve se pautar pelo Art. 15, do Capítulo I, que diz:

Art. 15. Para colocação de personalidades nacionais e estrangeiras, sem função oficial, o Chefe do Cerimonial levará em consideração a sua posição social, idade, cargos ou funções que ocupem ou tenham desempenhado ou a sua posição na hierarquia eclesiástica.

Parágrafo único. O chefe do Cerimonial poderá intercalar entre as altas autoridades da República, o Corpo Diplomático e personalidades estrangeiras. (BRASIL, 1972)

O Decreto Nº 70.274/72, no seu Art. 16, do Capítulo 1, discorre sobre os casos omissos:

Art.16. Nos casos omissos, o Chefe do Cerimonial, quando solicitado, prestará esclarecimentos de natureza protocolar bem como determinará a colocação de autoridades e personalidades que não constem da Ordem Geral de Precedência. (BRASIL, 1972)

O Art. 16 existe porque o Decreto Nº 70.274/72 determina a precedência com base na hierarquia e os casos omissos são a determinação da precedência com base em outros critérios, pois não é possível utilizar a hierarquia para determiná-la.

Segundo Meirelles (2011), o profissional que atua com cerimonial deve utilizar diversos critérios para determinar a precedência nas cerimônias. Os critérios podem ser: Hierarquia, Anfitrião (preside a cerimônia, caso não exista autoridade superior), data da criação ou constituição da instituição ou órgão, antiguidade de diplomação ou cargo, poder econômico, poder da força, poder cultural e honraria, interesses políticos e empresariais, idade, sexo, ordem alfabética e bom senso.

A referida autora ainda faz outras considerações a respeito da precedência:

 Quando há funções de mesma hierarquia, a precedência é do mais velho;

 Com relação ao sexo, as senhoras têm a precedência sobre os senhores, quando ocuparem as mesmas funções;

 Entre os dois critérios exposto, idade e sexo, a idade precede;

 A composição da Mesa Diretora, definição de lugares, entrada das autoridades e citações são estabelecidas pela precedência.

A forma mais usual para compor a Mesa Diretora é a ordem de precedência, da autoridade maior para a menor. Porém, segundo Meirelles (2011) a ordem inversa de precedência também pode ser utilizada.

Quando há convidados nas cerimônias, utiliza-se a seguinte ordem de precedência:

 Anfitrião

 Autoridades Federais

 Autoridades Estaduais

 Autoridades Municipais

As instituições e organizações, nos seus eventos internos, organizam a ordem de precedência de acordo com seu próprio organograma e regulamento, porém seguindo os documentos legais que regulamentam o cerimonial público.

A ordem de precedência de eventos universitários, seguindo Meirelles (2011) é organizada da seguinte forma:

 Reitor

 Chanceler (Ou maior autoridade da mantenedora )

 Vice-reitor

 Presidentes dos Conselhos existente na universidade

 Pró-reitores

 Diretores dos campi / Superintendentes

 Diretores de Institutos, Faculdades e Centros

 Chefes de Departamento

 Professores

Os eventos universitários são, normalmente, presididos pelos reitores, porém em algumas universidades o chanceler preside mesmo o reitor estando presente, pois ambos têm o mesmo nível hierárquico.

A primeira autoridade a ocupar seu lugar na Mesa Diretora em um evento universitário é o Reitor, em alguns casos o Chanceler, em seguida, as outras autoridades da mesa sentam-se à esquerda e a direita consecutivamente, tendo como base a plateia. Como mostra a figura a seguir:

Figura 1: Mesa com número ímpar de autoridades Fonte: Manual IFES,2010

Quando a mesa diretora é composta com um número par de autoridades, cria-se um centro imaginário e a maior autoridade senta-se a direita. As próximas autoridades sentam-se à esquerda e à direita da maior autoridade, consecutivamente. Essa disposição apresenta-se da seguinte forma (Figura 2):

Figura 2: Mesa com número par de autoridades Fonte: Manual IFES, 2010

Autoridades como: Antigos Reitores (por ordem de decanato), Professores Eméritos e Honoris Causa, Doutor Honoris causa, entre outros presentes nos eventos universitários, devem ocupar lugar de destaque.

Outro importante documento federal, que é muito utilizado na realização dos cerimoniais públicos, é a Lei Nº 5700/ 71, que regulamenta a forma e apresentação dos símbolos nacionais: a Bandeira Nacional, o Hino Nacional, as Armas Nacionais e o Selo Nacional. A Bandeira e o Hino Nacional são utilizados em todas as cerimônias universitárias.

 Bandeira Nacional

A referida lei serve de parâmetro nas cerimônias universitárias, no que diz respeito à Bandeira Nacional. Existem diversas regras, como tamanho da bandeira, precedência, posição das bandeiras no espaço, material de confecção das bandeiras, forma de utilização, entre outros.

CAPÍTULO III4

Da Apresentação dos Símbolos Nacionais SEÇÃO I

Da Bandeira Nacional

Art. 10. A Bandeira Nacional pode ser usada em tôdas as manifestações do sentimento patriótico dos brasileiros, de caráter oficial ou particular.

Art. 11. A Bandeira Nacional pode ser apresentada:

I - Hasteada em mastro ou adriças, nos edifícios públicos ou particulares, templos, campos de esporte, escritórios, salas de aula, auditórios, embarcações, ruas e praças, e em qualquer lugar em que lhe seja assegurado o devido respeito;

II - Distendida e sem mastro, conduzida por aeronaves ou balões, aplicada sôbre parede ou prêsa a um cabo horizontal ligando edifícios, árvores, postes ou mastro;

III - Reproduzida sôbre paredes, tetos, vidraças, veículos e aeronaves; IV - Compondo, com outras bandeiras, panóplias, escudos ou peças semelhantes;

V - Conduzida em formaturas, desfiles, ou mesmo individualmente; VI - Distendida sôbre ataúdes, até a ocasião do sepultamento. [...]

Art. 19. A Bandeira Nacional, em todas as apresentações no território nacional, ocupa lugar de honra, compreendido como uma posição:

I - Central ou a mais próxima do centro e à direita deste, quando com outras bandeiras, pavilhões ou estandartes, em linha de mastros, panóplias, escudos ou peças semelhantes;

II - Destacada à frente de outras bandeiras, quando conduzida em formaturas ou desfiles;

III - A direita de tribunas, púlpitos, mesas de reunião ou de trabalho.

Parágrafo único. Considera-se direita de um dispositivo de bandeiras a direita de uma pessoa colocada junto a ele e voltada para a rua, para a plateia ou de modo geral, para o público que observa o dispositivo. [...] (BRASIL, 1971)

O trecho da lei que normatiza a utilização da Bandeira Nacional apresentado neste trabalho faz um recorte dos principais artigos, da referida lei, que são mais utilizados nas cerimônias universitárias.

As bandeiras utilizadas nas cerimônias devem estar no lugar adequado, reservado para elas de acordo com a lei. Caso exista uma Mesa Diretora, é necessário colocar a bandeira do lado direito5 dela, no caso da tribuna, faz-se o mesmo.

Normalmente, nas cerimônias universitárias existem mais de uma bandeira. A Bandeira Nacional deve estar em posição de destaque - à frente das outras, quando conduzida em formaturas ou em posição central em linhas de mastro, panóplias, entre outros.

Quando se tem em uma cerimônia um número ímpar de bandeiras, a bandeira nacional ocupa o lugar central. Se porventura as bandeiras estiverem em número par, a bandeira nacional ocupa o centro à direita. As próximas bandeiras são

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Preservada a ortografia original 5

colocadas em ordem de precedência sempre à direita e em seguida à esquerda da bandeira central, se for um número ímpar de bandeiras. Se o número de bandeiras for par, cria-se um centro imaginário entre as duas bandeiras centrais e a precedência é concedida sempre a bandeira da direita, em seguida é colocada a da esquerda, se repetindo essa regra (primeiro à direita da bandeira central, em seguida à esquerda ).

A precedência das bandeiras estaduais é de acordo com a ordem de criação dos estados, com uma exceção: o estado em que é realizada a cerimônia tem precedência perante os demais.

No caso de bandeiras estrangeiras, a bandeira do Brasil tem lugar de destaque, no centro ou no centro à direita, e a ordem de precedência das bandeiras estrangeiras é de acordo com o alfabeto do país anfitrião.

As bandeiras estrangeiras precedem às bandeiras estaduais, que por sua vez precedem às municipais. Caso também seja necessária a utilização de uma bandeira referente a uma instituição, esta é colocada após a bandeira municipal.

 Hino Nacional

Com relação à utilização do Hino Nacional nas cerimônias, as regras descritas na lei 5700/71 regulamentam o tom do hino, a forma com que deve ser apresentado no caso de execução vocal ou execução instrumental, quando deve ser tocado o hino e quais partes, entre outros.

CAPÍTULO III6

Da Apresentação dos Símbolos Nacionais SEÇÃO II

Do Hino Nacional

Art. 24. A execução do Hino Nacional obedecerá às seguintes prescrições: I - Será sempre executado em andamento metronômico de uma semínima igual a 120 (cento e vinte);

II - É obrigatória a tonalidade de si bemol para a execução instrumental simples;

III - Far-se-á o canto sempre em uníssono;

IV - Nos casos de simples execução instrumental tocar-se-á a música integralmente, mas sem repetição; nos casos de execução vocal, serão sempre cantadas as duas partes do poema;

V - Nas continências ao Presidente da República, para fins exclusivos do Cerimonial Militar, serão executados apenas a introdução e os acordes finais, conforme a regulamentação específica.

Art. 25. Será o Hino Nacional executado:

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I - Em continência à Bandeira Nacional e ao Presidente da República, ao Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal, quando incorporados; e nos demais casos expressamente determinados pelos regulamentos de continência ou cerimônias de cortesia internacional;

II - Na ocasião do hasteamento da Bandeira Nacional, previsto no parágrafo único do art. 14.

§ 1º A execução será instrumental ou vocal de acôrdo com o cerimonial previsto em cada caso.

§ 2º É vedada a execução do Hino Nacional, em continência, fora dos casos previstos no presente artigo.

§ 3º Será facultativa a execução do Hino Nacional na abertura de sessões cívicas, nas cerimônias religiosas a que se associe sentido patriótico, no início ou no encerramento das transmissões diárias das emissoras de rádio e televisão, bem assim para exprimir regozijo público em ocasiões festivas. § 4º Nas cerimônias em que se tenha de executar um Hino Nacional Estrangeiro, este deve, por cortesia, preceder o Hino Nacional Brasileiro. (BRASIL, 1971)

De acordo com a referida lei, o Hino Nacional Brasileiro pode ser executado por meio de instrumentos e neste caso a música deve ser tocada integralmente e sem repetição. Também existe a possibilidade de execução vocal, sendo obrigatório cantar as duas partes do poema, lembrando que o canto deve ser sempre em uníssono.

O hino também obedece a um critério de precedência, como diz na lei 5700/71. Nas cerimônias em que são tocados hinos estrangeiros, estes, por cortesia, precedem o Hino Nacional Brasileiro.

Existem cerimônias em que são tocados hinos de estados, de municípios ou de organizações e nesses casos, de acordo com a ordem de precedência, é recomendável que o primeiro hino seja o Hino Nacional Brasileiro. Existem cerimonialistas que não concordam com essa posição e invertem a ordem. É importante evidenciar que cada evento tem um cerimonial pré-estabelecido.

Além do Decreto Nº 70.274/72 que normatiza o cerimonial público e a ordem de precedência, e da Lei 5700/71 que regulamenta os símbolos nacionais, existem outras regras7 que são utilizadas nas cerimônias.

Com relação à representação:

 Cerimônias em que o Presidente da República estiver presente, não pode haver representações;

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 Nas universidades, o reitor pode-se fazer representar por Pró-Reitores, Prefeito Universitário ou Faculdades, Institutos e Escolas;

 Se por ventura o representante for de um nível hierárquico inferior ao do representado, este ocupará lugar de destaque e será citado nos agradecimentos, porém perderá a precedência.

Nos eventos em geral, o imprevisto é comum. E nas cerimônias não é diferente. O Cerimonialista e o Mestre de Cerimônias devem estar preparados para os imprevistos. Com relação aos atrasos:

 Nas cerimônias em que autoridade de primeiro escalão se atrasar, o evento só terá início quando este chegar;

 Quando houver atraso de algum membro componente da Mesa Diretora, o protocolo recomenda uma espera de 30 minutos para que a cerimônia comece.

 Caso um membro da Mesa Diretora chegue durante a cerimônia, ele é direcionado à mesa, porém se sentará nas pontas, não na posição em que a ordem de precedência lhe reserva;

 Se porventura algum membro da Mesa Diretora chegar próximo ao final do evento, ele não comporá a mesa, irá sentar-se nas primeiras fileiras podendo ou não ser registrada a sua presença;

Existem regras que normatizam as formas de tratamento. Com relação às formas utilizadas para cargos universitários, tem-se:

 Para reitor, a forma de tratamento adequada é Vossa Magnificência. Como vocativo utiliza-se Magnífico Reitor. Esta forma de tratamento é equivalente a Vossa Excelência;

 Para Vice-Reitores e Chanceler, utiliza-se Vossa Excelência, ou Vossa Senhoria, dependendo da visão do cerimonialista, existem divergências a respeito da forma de tratamento. O vocativo é Excelentíssimo Senhor ou Senhor, respectivamente.

 Para as demais autoridades da universidade, a forma de tratamento mais adequada é Vossa Senhoria, que tem como vocativo, Senhor.

Nas cerimônias universitárias, os trajes8 mais utilizados são os formais – social ou passeio completo. Em algumas solenidades faz-se necessária a utilização de vestes talares, com objetivo de dar status e destacar a autoridade. Existem três tipos de vestes talares:

• Reitoral: Beca preta, Capelo, jabeaux, cinto e borla, na cor branca, anel colar e bastão;

• Doutoral: Beca preta, capelo, jabeaux, cinto e borla na cor da sua área de conhecimento;

• Professoral: Beca preta com torçal e borla pendente, jabeaux e cinto na cor de sua área do conhecimento.

O universitário no ato se sua colação de grau utiliza beca preta com mangas longas, jabeaux, faixa na cor da área do conhecimento e chapéu acadêmico.

No cerimonial, quando o mestre de cerimônias convida a autoridade a compor a Mesa Diretora ou a assumir a palavra, em algumas instituições, o cargo antecede o nome da pessoa, por conta da expectativa gerada pelo cargo, em outras o nome antecede o cargo, dando mais ênfase à pessoa que ao cargo.

Com relação aos pronunciamentos:

 A regra utilizada é a ordem de precedência inversa. A autoridade que inicia os pronunciamentos é a que possui o menor grau hierárquico da mesa e a que fecha é sempre a que preside a Mesa Diretora.

 Com relação a essa regra, existe uma exceção: O anfitrião tem a prerrogativa de iniciar e encerrar a cerimônia, quando não houver autoridade hierarquicamente superior.

Toda cerimônia necessita de um roteiro para seu planejamento. Existem diversos roteiros, cada um de acordo com o respectivo evento. O roteiro a seguir, é um roteiro básico para abertura de solenidades, e é o mais utilizado em cerimônias universitárias devido ao grande número de aberturas solenes de eventos que acontecem nas universidades.

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Roteiro9 de Solenidade de abertura de evento:

 O Mestre de Cerimônias saúda os participantes;

 Em seguida são apresentadas informações gerais sobre o evento;

 O próximo passo é um pequeno texto, com o rumo e objetivos do evento;

 A Mesa Diretora é composta;

 O Mestre de Cerimônias anuncia a execução do Hino Nacional Brasileiro;

 Pronunciamento de abertura do anfitrião, que anuncia a abertura oficial do evento (opcional). O Mestre de Cerimônias pode, também, abrir o evento em nome do anfitrião;

 Em seguida, são realizados registro e agradecimentos;

 O Mestre de Cerimônias informa sobre a apresentação de material audiovisual, se houver;

 Nesse momento, as autoridades da Mesa Diretora se pronunciam. De acordo com a ordem inversa de hierarquia;

 Encerramento da solenidade pelo Anfitrião ou maior autoridade;

Nas cerimônias universitárias oficiais, é imprescindível o conhecimento desses documentos federais, das regras e do roteiro apresentados neste trabalho, para que o cerimonial seja realizado da forma correta, seguindo as diretrizes da Presidência da República.

A universidade pode e deve ter seu documento legal ou manual que regulamente o cerimonial realizado na instituição. Este deve estar de acordo com os