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3. DISCUSSÃO DOS CONCEITOS QUE PERMITIRAM ANALISAR A

3.6 CICLO DE VIDA DO DESTINO TURÍSTICO UMA PERSPECTIVA DE

O modelo mais utilizado para análise da evolução dos destinos é o formulado por Butler (1980), chamado de ciclo de vida do destino turístico36. Conforme reforçam Soares, Gandara e Ivars (2012), o CVDT tanto em sua versão original de 1980 como nas recentes (BUTLER, 2006a, 2006b) tem como base duas grandes teorias econômicas, a de Ricardo, a Teoria dos Rendimentos Decrescentes, e a de Vernon (1966) sobre o ciclo de vida do produto no comercio internacional (VIRGEN, 2016).

A ideia central desse modelo é a possibilidade de identificar o estágio de desenvolvimento de um determinado destino a partir de seis fases distintas (exploração, envolvimento/investimento, desenvolvimento, consolidação, estagnação, declínio ou rejuvenescimento/revitalização) e, conforme representado na Figura 2, se configura por uma curva que tem como variáveis o tempo e o número de turistas (BUTLER, 1980).

Desse modo, o modelo de ciclo de vida de destinos turísticos de Butler (1980), atrai a atenção de estudiosos dentro e fora do Brasil pela sua aplicabilidade (PIRES; DIAS, 2009; VIRGEN AGUILAR, 2009; RODRÍGUEZ; LÓPEZ; ESTÉVEZ, 2007; AGARWAL, 2002; 1997; LUNDTORP; WANHILL, 2001; WEAVER, 2000; TOOMAN, 1997), e é amplamente discutido em pesquisas de turismo.

O modelo em si, tem limites de incorporação de variáveis, mas ajuda a estabelecer a linha do tempo e o desenvolvimento dos destinos turísticos. (BUHALIS, 2000). Buhalis considera que ao facilitar a compressão da evolução dos destinos turísticos, oferece orientação para a toma de decisões estratégicas. Soares, Gandara e Ivars, (2012) recorrem ainda ao levantamento pormenorizado como análise (HOVINEN, 2002, DOUGLAS, 1997 apud SOARES et al, 2012).

A exaustiva revisão realizada por Soares, Gandara e Ivars (2012, 2014, 2016) destaca que o problema principal do modelo é considerar exclusivamente uma única variável no tempo, relegando outros fatores que afetam de forma direta (interna) ou indireta (externa) o desenvolvimento de destinos. Entre os citados, cabe destacar a influência de tours operadores, o desenvolvimento territorial de segundas residências, a especulação imobiliária a redução das receitas pode gerar a guerra de preços, a

36 Butler elabora o modelo a partir de dois pressupostos principais, um organizado por Vernon 1966,

sobre o ciclo de vida do produto no comercio internacional, aplicada no desenvolvimento de inovação e desenvolvimento. Outra fonte, é a teoria dos Rendimentos Decrescentes de D. Ricardo. Em ambos os casos, ceteris paribus, se relacionam a combinação de fatores de produção no tempo. Ricardo aponta suas conclusões de que sempre há uma combinação ótima de fatores de produção, já Vernon, destacando a relação de um novo produto no mercado, especifica que essa relação no tempo tem fases similares ao do ser humano, nasce, cresce, se desenvolve atingindo seu ponto mais alto e depois declina podendo morrer ou sendo substituído por novos produtos. (autor).

perda de qualidade, o reforço da dependência de tours operadores. Sem contar os problemas socioculturais e ambientais decorrentes da massificação da atividade ou ainda o relevamento da população local com as consequências de impactos na qualidade de vida. (SOARES, GANDARA e IVARS, 2012).

Na reformulação do modelo e incorporação de críticas realizada ao longo dos anos (BUTLER, 2006a), o autor considera que fatores externos como as atitudes dos consumidores, o uso de tecnologias, a política internacional y a nacional e a conjuntura econômica do pais que muitas vezes geram o dinamismo como também há fatores internos que influencias no ciclo, como os hábitos, as preferencias, interesses e investimentos públicos e privados que podem provocar a inercia no desenvolvimento. Também incorpora que são os agentes do destino os que podem provar efeitos locais de renovação, diversificação da oferta, singularização e segmentação do mercado, etc., enquanto que, os agentes externos (entorno político internacional, economia, figuram no marco global onde operam os destinos (BUTLER, 2006a, 2011; SOARES, IVARS y GANDARA, 2014).

A segunda ideia mestre do artigo de Soares et al., gira em torno do uso do modelo de Butler para explicar o ciclo de vida dos destinos turísticos, que embora considerado um dos mais usados do mundo, não obstante ainda recebe críticas (BUTLER, 2011). Ressalta a variedade de modelos matemáticos associados ao modelo e a interrelação realizada por pesquisadores de várias latitudes para identificar a evolução desses destinos apresentados em estudos de caso. Em referência ao tema, em levantamento, realizado pelo próprio Butler (2011), deduz que

“la principal utilidad del ciclo de vida de los destinos es la de facilitar la comprensión de la evolución de los productos y destinos turísticos y ofrecer orientación a la toma de decisiones estratégicas” (BUHALIS, 2000, p.104, tradução livre).

Com os aportes de Hovinen, 1981, Haywood37, 1980 y Agarwal, 1994, Soares et al., (2012) extraem dois pontos importantes de referência a tomar em conta na utilização do modelo:

1. Tem que definir uma unidade de análise de aplicação ao modelo (destino, empresa, etc.) reconhecendo que podem coexistir características de diversas fases; os distintos mercados devem ser analisados de forma individual, considerando as características dos turistas e os tipos de turismo e uma definição de capacidade de carga.

2. Fatores importantes que influem na evolução, a localização relativa, a diversidade dos turistas, o planejamento e os esforços de reestruturação influem no ciclo de vida.

Outras variáveis que afetam o modelo de Butler, segundo os autores, são: 1. Dificuldade de obter series históricas longas de fluxo, a falta de dados dificulta

a sua aplicabilidade em determinados destinos turísticos. (BUTLER, 1980 e ARGAWAL ,1997, apud SOARES et al, 2016; DOMARESKI- RUIZ et al., 2015) 2. Problemas teóricos, como o fato de não considerar os esforços contínuos de reestruturação produtiva (ARGAWAL, 1994); a falta de segmentação do mercado de demanda (VALLS, 2006); a influência de touroperadores (BUHALIS, 2000; 2004); o aumento das segundas residências (VIRGEN, 2009);

3. Consequências decorrentes da redução e perda de ganhos financeiros ou benefícios econômicos (BUHALIS, 2000); os problemas ambientais e socioculturais gerados pela massificação do destino (PEARCE, 2014a, 2014b; BARRADO TIMÓN, 2004; LACAY; GANDARA, 2017);

4. Falta de infraestrutura e sazonalidade irregular (capacidade de carga) (BUTLER, 1980);

5. Mudanças na estrutura da demanda (LUNDTORP Y WANHILL, 2001, SOARES et al, 2012;2016),

6. Guerras e aumento de desastres naturais pelas mudanças climáticas (LUNDTORP; WANHILL, 2001, DOUGLAS, 1997 apud SOARES et al.)

7. Esgotamento do solo e atração de demanda com baixo efeito multiplicador (VIRGEN, 2009);

8. Dependência de poucos mercados emissores (MARRERO RODRÍGUEZ; SANTANA TURÉGANO, 2008 apud SOARES et al.);

9. Dependência de touroperadores (KNOWLES; CURTIS,1999);

10. Falta de incentivos governamentais (VIRGEN AGUILAR, 2009, IOANNIDES 1992).

Das que podem afetar favoravelmente, destacam entre outras: 11. Um fator interno determinante na evolução positiva dos destinos é o

planejamento da atividade (OREJA RODRÍGUEZ, PARRA-LÓPEZ Y YANES- ESTÉVEZ, 2008, KNOWLES Y CURTIS 1999, WEAVER, 2000);

12. O uso dos incentivos e política de subsídios governamentais (VIRGEN AGUILAR, 2009, IOANNIDES 1992).

13. A existência de medidas de regulação e renovação de infraestrutura da cadeia de valores no destino, como no caso da hotelaria;

14. O aumento dos serviços turísticos pode reverter a redução do fluxo turístico (AGARWAL, 2002);

15. Medidas de regulação com os limites para a capacidade de carga podem garantir a sustentabilidade do turismo de massa (OREJA RODRÍGUEZ et. al., 2008).

FIGURA 4 - FATORES INTERNOS E EXTERNOS QUE INFLUEM NO CVDT DE LOS DESTINOS TURÍSTICOS LITORALES

Fonte: Soares et al.,2012

O modelo de Butler (1980) descreve a evolução de um destino em seis fases, ilustrado na Figura que aparece embaixo, onde a sua fase inicial de Exploração, recebe um pequeno número de turistas, devido à falta de acesso, infraestrutura limitada, e pouca ou nenhuma divulgação no mercado. O lançamento de um novo produto deve estabelecer-se no mercado com uma posição competitiva.

Já na fase seguinte, de Envolvimento, ao melhorarem acessos e infraestrutura, desperta o interesse por sua visitação, começa a aparecer como atrativo turístico e provoca a intervenção pública com incremento do marketing institucional orientado ao turismo. Caminho para a conversão em destino de massas é a fase de Desenvolvimento: o desenvolvimento de roteiros e comercialização do produto pode derivar na exploração do produto de forma maciça com consequências diretas no

ambiente, e com impactos econômicos e sociais graças a saturação do mercado e sua retração.

FIGURA 5 - CICLO DE VIDA DO DESTINO TURÍSTICO DE BUTLER, 1980

Fonte: Butler, 1980

Além disso, na fase de desenvolvimento, o incremento de atividades e o aperfeiçoamento das mesmas, pode produzir uma melhora na posição competitiva do produto turístico. Já na fase de Consolidação, representa a maturidade do produto turístico, quando aceito no mercado ganha corpo com o crescimento da demanda e é nesse momento em que os primeiros sintomas podem apontar a estagnação ou saturação do mercado e devem ser implementadas novas estratégias para a renovação do destino, ou, seu rejuvenescimento, ou ainda, o abandono entre as outras variantes de situações que podem ser enfrentadas no entendimento de Butler, mesmo com a reconversão num novo produto.

O tema da maturidade dos destinos turísticos, entretanto, tem sido um elemento de fortes debates em torno da morfologia, contexto e desdobramentos da fase no destino, bem como das formas de reversão ou renovação dos destinos, principalmente nas áreas litorâneas, Agarwal (1994;2005); Bramwell(2004); Ivars et al. (2008) Vera et al. (2012), Anton-Clavé (2011; 2012), Lopez Palomeque et al(2014); Navarro Jurado (2012;2014); Barrado Timón (2004; 2012), Delnet (2004) União Europeia (2004), para

citar alguns. O alerta se dá para espaços litorâneos especializados no produto 3S, que depois de muito tempo de usufruir processos de evolução (nem sempre continuada) tem se desvalorizado pela obsolescência de seus equipamentos, como pela redução do fluxo turístico.

Um destino maduro é aquele quando dificilmente pode crescer em número de clientes e apresenta um acréscimo das tensões da economia turística onde as margens entram numa fase de contenção. Valls (2006) argumenta que nessa conjuntura todos os segmentos da cadeia de valor desejam obter ou expandir sua fatia de mercado: as economias de escala se reforçam inclusive em negócios que necessariamente deveriam ser fragmentados, e muitas das decisões sobre o destino não se tomam no seu âmbito interno, mas na sede das corporações internacionais, segundo os interesses das sedes centrais. Devido a esse fato os processos de concentração se fortalecem e dão lugar a processos de fusões e aquisições como formas de compensar seus ganhos de escala, o que enrijece ainda mais as estruturas dessas empresas (VALLS, 2006, p.43)

Além das mencionadas, um destino maduro tem também como caraterísticas a presença de mercados altamente segmentados, pelo poder de algumas poucas operadoras turísticas e provedoras sobre o conjunto do mercado; pelo domínio que exercem sobre a formação de preços e pela pressão que exercem na redução dos mesmos onde não atingem o controle direto, produzindo distorções de mercado que se evidenciam nos preços de pacotes aquém dos preços de mercado de serviços em consumo livre; pelo envelhecimento da planta turística, principalmente da hoteleira e dos apartamentos, e pelo descontrole da imagem da marca como consequência da utilização intensiva através de canais onde o destino tem menos poder. (VALLS, op.cit., p44).

Buhalis (2004) partilha da visão de Valls (2006) quando indica que em vários destinos de lazer, os operadores turísticos também desempenham um papel fundamental na determinação do preço que os consumidores pagam por produtos localmente. Nesse contexto há implicações significativas para destinos que dependem de intermediários (operadores turísticos) para a sua clientela e, em particular, para destinos que tem um excesso de instalações. O exercício de barganha e de poder de coerção por causa do grande volume de turistas que representam esses operadores empurra os preços para a tendência de redução nos principais destinos maduros (BUHALIS, 2004, p.18).

De fato, não há consenso quanto às características dos destinos maduros. Navarro (2014) menciona que “los síntomas del declive en los destinos turísticos pueden aparecer de muy distinta forma, variables más utilizadas y más alarmantes son la perdida de turistas y capacidad alojamiento, no obstante, estos indicadores son el reflejo de otros cambios estructurales” (NAVARRO JURADO, 2014, p.46). Blanco Portillo (2012) enumera alguns atributos, fora os já discutidos na linha de Butler (1980) e Agarwal (2002). Blanco Portillo (2012, p57) destaca: i) o aumento da pressão humana (incremento da população e dos consumos); ii)degradação ambiental ou perda da qualidade ambiental principalmente nas variáveis que outorgam atrativo ao destino (ruído, áreas verdes, qualidade do ar, fragmentação de paisagens); iii) desequilíbrio entre investimentos necessários para manter a qualidade do meio ambiente e da oferta turística do destino, iv) perda da rentabilidade econômica do destino no seu conjunta e, v) aparição de sintomas de degradação do lugar (ambiental, social, econômica) com a natural perda de competitividade.

Já, Perelli (2012), aponta para a possibilidade de uma nova lógica de atuação que permita a reconversão dos destinos maduros. Ao refletir para o caso espanhol considera que é um desafio, pois: i) não todos os destinos são susceptíveis de aspirar a um processo de reconversão turística (escalas, a falta de empreendedores, um diagnóstico compartilhado e liderança política para a tarefa de convencimento no médio e longo prazos); ii) não há estratégia clara de posicionamento turístico; iii) a falta de recursos públicos exige transformação de lógicas de atuação e fortalecimento normativo e institucional; iv) compreender que os stakeholders do destino não são os únicos protagonistas da sua reconversão (PERELLI, p51-54).

Quanto ao modelo de Butler, a modo de sintetizar seus atributos, pode-se dizer que há um bloco de caraterísticas relevantes e outro de deficiências que exigem do pesquisador um cuidado especial no uso, embora sua capacidade de gerar bons diagnósticos e auxiliar nas medidas prospectivas. Tais são:

a) Relevância. A relevância acadêmica do modelo de análise do ciclo de vida de Butler (1980) pode ser observada por meio da sua utilização e das adaptações por diversos pesquisadores que objetivam testar a apli- cabilidade do modelo. A importância desse modelo teórico se apresenta na descrição e interpretação do desenvolvimento e a situação da atividade turística em função do tempo e do número de turistas em um determinado destino. Dessa forma, os gestores teriam uma ferramenta com a finalidade

de evitar o declínio do lugar, tomando decisões e planejando o turismo de acordo com o diagnóstico resultante da aplicação do modelo (HOVINEN, 2002). A principal utilidade do modelo do ciclo de vida dos destinos turísticos é de facilitar a compreensão e a evolução dos produtos e destinos e fornecer orientação para a tomada de decisão estratégica (BUHALIS, 2000).

b) Deficiências. É importante ressaltar as principais limitações deste modelo. As deficiências do modelo derivam de: (1) dificuldade de aplicação e pela falta de dados (BUTLER, 1980, AGARWAL, 1997); (2) pela coexistência de diversas características em diferentes fases ao mesmo tempo (HOVINEN, 2002); (3) por problemas teóricos, tais como incapacidade de considerar os esforços contínuos de reestruturação (AGARWAL, 1994); (4) pela unidade de análise utilizada como, por exemplo, a análise do número de turistas, sem diferenciar os mercados emissores nem sempre explica o ciclo de vida de um destino (MOORE; WHITEHALL, 2005; WHITEHALL; CRAIGWELL, 2006); entre outros (SOARES; GÂNDARA; IVARS, 2012).

Recentemente, a partir do modelo de Butler, Ivars et al. (2013) analisaram a evolução do turismo de massa, mas concluíram que o modelo não consegue explicar completamente a complexidade do sistema do destino turístico e a sua interação com o mercado (IVARS et al., 2013, p. 194). Butler (2011) tem explicado o contexto da criação do modelo, porém, aceitando algumas das críticas ao reconsiderar a possibilidade de interferência de outras variáveis internas e externas ao modelo. Butler (2011) salienta que os destinos são afetados por fatores externos (atitudes, tecnologia, política e economia) que muitas vezes são os que "geram as dinâmicas”, bem como por fatores internos (hábitos, preferências e investimentos), que às vezes “geram inércia". Sendo os atores internos que produzem efeitos locais (renovação, desenvolvimento regional, eventos/promoções), enquanto atores externos (política, mídia, economia, alterações climáticas) produzem os efeitos globais (BUTLER, 2011)

Soares et al (2012) lembram que apesar da validade do modelo de Butler (1980) como referência para a análise da evolução de destinos, este não contribui muito para predizer o declínio e considera parcialmente algumas variáveis internas e externas que podem afetar o ciclo de vida do destino turístico. Propõem a necessária ampliação do marco de referência e da lista de indicadores que contribuem para a análise dos destinos turísticos, considerando também o planejamento e os esforços para a reestruturação que influenciam diretamente no ciclo de vida dos destinos

turísticos, tendo presente uma visão ampla dos fatores internos e externos (SOARES; GÂNDARA; IVARS, 2012; DOMARESKI-RUIZ, CHIM-MIKI, GANDARA; 2013; DOMARESKI-RUIZ; GANDARA, CHIM-MIKI, 2015), de escalas, estratégias territoriais e imagem turística que afetam este processo que são o que Anton Clavé (2012) chama de claves da reinvenção dos destinos turísticos do litoral (ANTON- CLAVE, 2012 p 222-226). Whitehall e Craighwell (2006), ao aplicar o modelo Butler (1980) em modelos matemáticos de séries longas com dados trimestrais para 29 países do Caribe (em especial Barbados e Jamaica), chegam à conclusão de que o modelo apresenta ressalvas de país a país e que as políticas destinadas a recuperação de destinos devem tomar em consideração as peculiaridades especificas dos mercados de origem (WHITEHALL; CRAIGHWELL, 2006).

As novas perspectivas de análise podem contribuir e compensar as “fraquezas” do modelo de Butler (1980), uma dessas perspectivas e a Geografia Econômica Evolutiva, onde a evolução de áreas turísticas é um processo dinâmico, e a coevolução indica que populações organizacionais são interdependentes e influenciadas mutuamente (MA; HASSINK, 2013). Entre as críticas, Ma e Hassink, são incisivos em reforçar que o modelo de Butler falha ao especificar a diferenciação entre “área turística” e o “produto turístico” vinculado a seu ciclo de vida. Argumentam que o modelo original foi desenhado a partir do conceito de ciclo de vida do produto (VERNON, 1966) o qual, assume o produto do modelo original como destino, na formulação proposta, não fazendo diferença entre ciclo de destino e evolução; a severa crítica indica que o modelo não pode simplificar ou explicar complexos fenômenos sociais, onde cada destino pelo menos representa um único mix de geografia política economia e etnografia com elementos semelhantes ao de comportamento e oportunidade e é utilizado como metáfora para o desenvolvimento regional (MA; HASSINK, 2013, p94).

Porém, apesar das críticas, os autores apontam sinergias entre o CDVT e a GEE, relativas aos vários elementos dos processos evolucionários verticais dos destinos turísticos, vis-à-vis elementos do ciclo de vida do destino que acontecem em processos evolucionários horizontais nas áreas turísticas.