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3.2 Survey quantitativo de indicadores: escolhas, direcionamentos iniciais e a situação

3.2.3 Quais cidades escolher?

A pesquisa de campo foi pensada inicialmente em unidades familiares de um município apenas. Contudo após o levantamento e a multiplicidade dos dados observados achou-se pertinente visitar mais de uma localidade, para que assim pudesse ter mais de uma

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visão sobre as dimensionalidades em “pobreza em capacidade” pelos indicadores construídos. A unidade a ser observada se manteve, por pensar o domicílio como matriz de contato com as pessoas.

A base de dados do quarto momento de coleta foi espacializada através de um gráfico de dispersão, conforme abaixo74:

111 Gráfico 05: Distribuição Incidência de Pobreza x IPM: Série IDH– Escolha das cidades e disposição por quadrantes

ARAPONGA FRUTA DE LEITE ORIZANIA PEDRA BONITA FERVEDOURO ALVARENGA

MORRO DO PILAR GRAO MOGOL (PIB)

PONTO CHIQUE

PIEDADE DE CARATINGA

BARRA LONGA JAIBA (HAB)

ENGENHEIRO NAVARRO

PIEDADE DO RIO GRANDE (PIB)

IRAI DE MINAS JANAUBA (HAB)

MATEUS LEME (HAB)

RIO PARANAIBA (PIB)

0 10 20 30 40 50 60 70 80 0,000 0,020 0,040 0,060 0,080 0,100 0,120 0,140 0,160 0,180 0,200 IN CID ÊN CIA D E PO BREZA (%) IPM

IDH <0,600 IDH 0,600 - 0,624 IDH 0,625-0,654 IDH 0,655-0,760

(Q2)

(Q3)

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O eixo Y ficou com a informação de IP, enquanto o X representa a distribuição pelo IPM75. As cores estão relacionadas com cortes de IDH conforme a legenda e os eixos se cruzam no valor médio de cada índice, formando quadrantes na seguinte distribuição: a) no Q1 estão as cidades multidimensionalmente e incidentemente menos pobres que a média; b) no Q2 localizam-se os municípios mais incidentemente e menos multidimensionalmente pobres que a média; c) no Q3 as cidades multidimensionalmente e incidentemente mais pobres que a média; d) e no Q4 os municípios menos incidentemente e mais multidimensionalmente pobres que a média.

Os quadrantes Q1 e Q3 apresentam convergência entre os indicadores IP e IPM, com cidades “duplamente menos pobres” ou “duplamente mais pobres”. Enquanto em Q2 e Q4 os dados em pobreza divergem, sendo o município “menos” pobre em um índice e “mais” noutro.

Quanto à localização regional, temos a seguinte distribuição76:

Tabela 11: Distribuição regional de municípios pelos quadrantes do Gráfico 05.

Fonte: elaboração própria, com base na distribuição regional em SAGI/MDS (2015).

A localização das cidades no gráfico aponta para a intensidade de pobreza em ambos os índices nas regiões (Q3) na região do Norte e Jequitinhonha/Mucuri. Se somados os quadrantes por privação de renda e poder de compra (Q2 e Q3), temos 92% e 94,1% dos municípios em tais regiões, respectivamente. As cidades da Zona da Mata e do Sul do Estado por sua vez estão em maior frequência nos Q1 e Q4, o que aponta para locais menos pobres

75 Ressalta-se que a distribuição regional do IBGE difere do presente, que se utilizou da regionalização proposta pelo SAGI/MDS. Os valores que geraram a tabela 11 estão disponíveis no anexo 02.

76 Conferir espacialização pelo mapa em Figura 01 (p.111)

Q1 Q2 Q3 Q4

REGIÃO MG Cidades Qtd %Rel Qtd %Rel Qtd %Rel Qtd %Rel

ALTO PARANAÍBA 6 4 66,7 0 0,0 0 0,0 2 33,3

CENTRAL 34 16 47,1 8 23,5 9 26,5 1 2,9

CENTRO OESTE DE MINAS 4 2 50,0 1 25,0 0 0,0 1 25,0

JEQUITINHONHA/MUCURI 17 0 0,0 3 17,6 13 76,5 1 5,9 MATA 30 23 76,7 3 10,0 1 3,3 3 10,0 NOROESTE DE MINAS 6 2 33,3 2 33,3 0 0,0 2 33,3 NORTE DE MINAS 50 2 4,0 10 20,0 36 72,0 2 4,0 RIO DOCE 41 15 36,6 12 29,3 7 17,1 7 17,1 SUL DE MINAS 7 5 71,4 0 0,0 0 0,0 2 28,6 TRIÂNGULO 3 1 33,3 0 0,0 0 0,0 2 66,7 TOTAL 198 70 39 66 23 TOTAL % 100 35,35 19,70 33,33 11,62

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que a média quando nos referimos à renda.

Nesta etapa de escolha foram selecionadas dezoito das 198 cidades, conforme observação da espacialidade dos quadrantes, cruzando com outros dados assinalados na tabela abaixo:

Tabela 12: Municípios escolhidos com base na espacialização do Gráfico 0577

N Q Nome REGIÃO Escolhida…

1 Q1 ALVARENGA RIO DOCE por ser a cidade com menor IPM, com IDH de faixa 1 (azul).

2 Q2 ARAPONGA MATA por ser a cidade com menor IDH geral.

3 Q4 BARRA LONGA MATA

por estar mais distante das outras cidades em relação a localização do cruzamento no gráfico.

4 Q2 ENGENHEIRO NAVARRO NORTE DE MINAS

por apresentar a maior distância entre IP e IPM no quadrante e IDH alto

5 Q1 FERVEDOURO MATA por ter um IDH, IP e IPM baixo para o Q1

6 Q3 FRUTA DE LEITE NORTE DE MINAS

por apresentar a maior taxa em ambos indicadores

7 Q3 GRAO MOGOL NORTE DE

MINAS

por ser a cidade do Q3 com maior PIB

per capita 8 Q4 IRAÍ DE MINAS ALTO

PARANAÍBA

por ter um IDH alto para o Q4 e ser multidimensionalmente pobre

9 Q4 JAÍBA NORTE DE

MINAS

pelo número de habitantes muito superior à média do Q4

10 Q3 JANAÚBA NORTE DE

MINAS

por estar no Q3 e apresentar o IDH e número de habitantes muito superior à média

11 Q1 MATEUS LEME CENTRAL pelo número de habitantes muito

superior à média do Q1

12 Q2 MORRO DO PILAR CENTRAL por apresentar a maior distância entre IP e IPM no quadrante, com IDH baixo

13 Q4 ORIZÂNIA MATA por apresentar um IP baixo e um IPM

alto

14 Q1 PEDRA BONITA MATA por ter um IDH, IP e IPM baixo para o

Q1

15 Q1 PIEDADE DE

CARATINGA RIO DOCE

por ser a cidade com menor IP do quadrante

16 Q2 PIEDADE DO RIO

GRANDE CENTRAL

por ser a cidade do Q2 com maior PIB

per capita

17 Q2 PONTO CHIQUE NORTE DE

MINAS

por estar distante das outras cidades em relação a localização do cruzamento no gráfico

18 Q4 RIO PARANAIBA ALTO

PARANAÍBA

por ser a cidade do Q4 com maior PIB

per capita

Fonte: elaboração própria, a partir da observação da distribuição no gráfico 5.

Pensando na possibilidade de visitar dois quadrantes distintos (um que apresentasse convergência entre IP e IPM e outro que iriam contrapor os índices), nas características de pequeno porte das localidades mineiras (cerca de 80% dos municípios tem

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menos que 20 mil habitantes), na redução de gastos com transporte e no tempo para realizar a vivência de campo as cidades escolhidas foram Engenheiro Navarro, Grão Mogol e Fruta de Leite, todas localizadas na região Norte do estado.

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