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CIENTISTAS E ADVOGADOS CONTEMPORÂNEOS

Alguns organizadores das reivindicações em Recife atuam na área da saúde humana, mas não demandam o monopólio médico-farmacêu- tico sobre a administração da maconha. Assim, os militantes pernam- bucanos se distanciam da recente postulação de associações profissio- nais e científicas, como a Associação Médica rasileira, a Associação Brasileira de Psiquiatria, a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e a Ordem dos Advogados do rasil, que ratificaram a conclusão final de simpósio promovido em pelo Centro rasileiro de nforma- ções sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid) e pela Secretaria Nacional An-

tidrogas: “mesmo sendo retirada a maconha da lista IV [da Convenção Única de Narcóticos de 1961], [...] não implica, sob nenhuma hipótese, em sua legalização ou descriminalização”. (CENTRO BRASILEIRO DE INFORMAÇÕES SOBRE DROGAS PSICOTRÓPICAS, 2004)

Tendo aprofundado estudos que iniciou nos anos 1960 e difun- dindo informações inovadoras sobre os efeitos da maconha, bem como coordenando o Cebrid, o dr. Elisaldo Carlini representa bem a reivindi- cação do monopólio médico sobre a administração da droga e de seus derivados. Diferentemente dos militantes da Marcha da Maconha, Carli- ni e outros pesquisadores com quem trabalha reiteram a importância de mudanças em acordos internacionais visando ao emprego dessa planta em medicamentos que reduzam a dor e a inapetência em alguns casos de doenças graves, como o câncer. (CARLINI, 2005) No entanto, o médi- co se posiciona pessoalmente contrário ao que se convencionou chamar de “legalização da maconha”. (MACRAE; SIMÕES, 2000; MARCOLIN; ZORZETTO, 2010) Ele ressalta que a substância porta riscos à saúde e não deve ser regulada por princípios econômicos ou recreativos; defende assim a liberação e o apoio à pesquisa científica, bem como a legalização da produção e do beneficiamento para fins médico-terapêuticos.

O campo de direitos em que se incluem os organizadores do mo- vimento Marcha da Maconha tem outro ponto de partida e visa a um fim que inclui medicamentos à base dessa planta, mas também muitos outros produtos sobre os quais a decisão de usar não dependeria da prescrição de alguém que, por ser formado em medicina, deveria ser reconhecido como mais poderoso para decidir sobre a relevância do uso e a dimensão da dose.

Entre cientistas sociais, o interesse pelo tema se consolidou a par- tir do final da Ditadura Militar. Sociólogos, historiadores e antropólogos têm demonstrado que as ciências humanas participam da produção de conhecimento sobre drogas. Nesse campo, destaco três frentes de pes- quisa. o Rio de Janeiro, o úcleo de studos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana, fundado em 1999 a partir de iniciativa do sociólogo Michel Misse que, desde os anos 1970, investiga fenômenos à margem da legalidade. Reunindo antropólogos, historiadores e sociólogos, mas também psicólogos e advogados, formou-se em 2001, em São Paulo, o Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos, que se dedica ao problema das drogas . Por fim, o rupo nterdisciplinar de studos so- bre Substâncias Psicoativas, formado na Bahia, em 2005, por pesquisa- dores de humanidades e biomedicina, dedica-se ao estudo do consumo dessas substâncias. Esses grupos difundem perspectivas inovadoras.

rabalhando notadamente sobre o tráfico de drogas no Rio de Janeiro, Misse ( , , ) aponta diferentes configurações sociais que interferem tanto quanto (ou talvez mais) as leis para caracterizar uma transação como ilegal. Anthony Henman, por sua vez, teve importante papel de estímulo à ação do grupo paulistano que investiga problemas relativos a drogas, a publicação que ajudou a organizar nos anos 1980 demonstra a multirreferencialidade dos estudos com que se envolveu. (HENMAN; PESSOA JUNIOR, 1986) Do grupo paulistano, ressalto o tra- balho historiográfico que revela o longo passado de drogas como a ma- conha, sua importância econômica e difusão em diferentes camadas sociais. (CARNEIRO, 2002) Na Bahia, o antropólogo Edward MacRae e o médico Antonio Nery Alves Filho têm contribuído para o trabalho de pesquisadores que, como eles próprios, revelam diferentes valores e sentidos das transações com esta substância. (NERY FILHO et al., 2009)

Voltando aos médicos, ressalto ainda o interesse pelo potencial te- rapêutico da planta. Segundo alguns neurocientistas, há evidências de que o corpo humano dispõe de moléculas análogas ao “canabinoide”, um dos componentes da canabis. Essas moléculas são produzidas natural- mente e são denominadas “endocanabinoides”. Segundo esses estudos:

Nesse início de século XXI, acredita-se que os canabinóides estejam envolvidos na remodelação dos circuitos neuronais, na extinção de memórias traumáticas, na formação de novas memórias e na prote- ção de neurônios. [...] A desregulação do sistema canabinóide pode estar envolvida nas causas da depressão, dependência psicológica, epilepsia, esquizofrenia e doença de Parkinson. (MALCHER-LOPES, RIBEIRO, 2007, p. 8-9)

Assim, tais estudos parecem contestar a hipótese de que a maco- nha possa atrofiar ou destruir neur nios, visto que ela seria portadora de substâncias de efeito neuroprotetor, ou seja, substâncias cujo uso protegeria e contribuiria para a manutenção da atividade cerebral.

CONCLUSÃO

Alguns aspectos de ordem econ mica, científica, militar, recreati- va e terapêutica conformam ciclos de atenção à maconha no Brasil. A ideia de organização em ciclos é tomada de empréstimo a Hutchinson ( ), que postula a existência de interesses econ mico, científico, he- donista e legalista (law and order) relacionados com períodos de maior tensão cultural (culture stress), como guerra e depressão econômica.

Atualmente, parece-me apropriado dividir o ciclo legalista de acordo com as diferentes intenções de quem reivindica medidas legais para o tema. O debate público sobre a questão nos dias de hoje revela que to- dos os ciclos continuam operantes e a imprensa, que nos limites deste artigo aparece somente de maneira periférica, continua se ocupando de sua repercussão de modo extremamente parcial.

O reconhecimento internacional de alguns interessados na ques- tão merece uma análise aprofundada que espero poder realizar opor- tunamente. O aval internacional foi importante para a difusão de tra- balhos como os de Dória (1915), bem como fundamental para produzir o efeito esperado pelos representantes brasileiros enviados à II Con- ferência Internacional sobre o Ópio (1924); contribuiu ainda para ele- var o psiquiatra José Lucena à condição de especialista da Organização Mundial de Saúde. Considerando que o movimento antiproibicionista já se organizava no Brasil nos anos 1970, e que a repercussão midiáti- ca desse debate é mais recente, postulo que a circulação internacional continue sendo importante para atestar a relevância e difundir os pro- pósitos dos interessados. A realização de reivindicações semelhantes em diversos países influencia a decisão de organizar marchas em muitas cidades brasileiras, bem como difunde o acesso e dá visibilidade a es- tudos e práticas que destacam aspectos apresentados como positivos, notadamente o potencial terapêutico e econômico. A circulação de argu- mentos favoráveis em arenas internacionais se faz tanto pela mobiliza- ção social quanto pela ação de cientistas, políticos e intelectuais, como Fernando Henrique Cardoso, que assumiu haver errado frente ao tema, converteu-se em militante e foi âncora de um filme brasileiro que o fez viajar por vários países entrevistando estudiosos, políticos e artistas fa- voráveis à legalização da maconha. (QUEBRANDO..., 2011) Além disso, o ex-presidente conduziu a formação de comissões de especialistas em drogas no Brasil, na América Latina e em nível global.

Para concluir, sintetizo os interesses que me parecem marcar os ciclos de atenção à maconha no Brasil que se difundiram e continuam presentes na cena nacional a partir da ação de operadores de institui- ções públicas (focadas na economia, na lei e na ordem), especialistas em saúde humana, cientistas sociais, políticos, militantes antiproibicionis- tas e jornalistas.

Economia

O cultivo de canabis no Brasil, visando à produção de cordas para a marinha portuguesa, é fato documentado desde 1783 e constitui a

principal motivação explícita para que a Coroa Portuguesa o estimulas- se no séc. XVIII em pelo menos três regiões: Rio Grande do Sul (BUENO, 1992), São Paulo (FONSECA apud CARLINI, 2005) e Rio de Janeiro. (MENZ, 2005) Os missionários jesuítas, instalados no país desde me- ados do século XVI, também a cultivaram, visando à aplicação têxtil, até sua expulsão em meados do século XVIII. (MIRANDA NETO, 2010) Os interesses econômicos de europeus constituem, portanto, uma das primeiras razões do desenvolvimento desse cultivo no país. O estímulo das autoridades parece ter cessado devido à pressão de grandes cor- porações para substituir os derivados de cânhamo por seus próprios produtos e à repressão ao uso da planta em busca de prazer. No en- tanto, a persistência de plantações, comércio e consumo indicam que o interesse econômico continua a gerar atenção à maconha. Outro indício da atualidade desse interesse é mostrado por aqueles que defendem que o Estado deveria reduzir despesas com medidas repressivas e se beneficiar da taxação das atividades envolvendo a planta. (COM SS O LATINO-AMERICANA SOBRE DROGAS E DEMOCRACIA, [2011])

Sciencia

Sendo corrente o uso recreativo da maconha em determinadas regiões da África durante o período colonial da história do Brasil, os cientistas do início do século XX atribuíram sua introdução aos negros. Essa hipótese serviu aos ideais de uma época em que o racismo pre- dominava entre os “homens de sciencia”. O consumo de maconha por parte da população pobre de zonas urbanas e rurais foi então apontado como uma das razões para o envolvimento de membros desses extratos sociais em atividades ilegais; isso fundamentou interdições legais às transações com a planta.

As ações que se depreendiam do paradigma evolucionista, conhe- cido como racismo científico , presidiam o debate dos ditos homens de sciencia” e serviam à lógica de “branqueamento” hegemônica nas últimas décadas do século XIX e primeiras do XX. O controle do com- portamento das ditas “classes baixas” limitava sua presença no espaço público e visava a reduzir sua influência. As questões socioecon micas e afetivas foram minimizadas nos primeiros estudos acerca da maco- nha. m seguida, médicos e psiquiatras ecoaram a afirmação de que o consumo dessa droga estaria relacionado com o desenvolvimento de patologias psiquiátricas. Mais uma vez, uma parcela significativa de va- riáveis foi minimizada na produção desses “homens de sciencia”. Os experimentos realizados por esses profissionais envolveram seus pares

e assistentes ou indivíduos que enfrentavam processos judiciários. Não sendo exclusividade dos profissionais de saúde nem comum a todos os membros dessa corporação, os argumentos que embasam esse ciclo de atenção provêm desse círculo profissional e têm sido utilizados em di- versos momentos históricos. Atualmente, essas ideias parecem orientar quem afirma que fumar maconha é um problema de saúde que deveria ser descriminalizado para encorajar a busca de assistência médica.

Segurança

A presença de médicos irmãos de generais que participaram do Golpe Militar de 1964, na condução das iniciativas governamentais de repressão à maconha, sinaliza a associação entre a “doutrina de segu- rança nacional” e a repressão às drogas. A criação da CNFE, em 1939, vinculada ao Ministério do Exterior, bem como o provável perjúrio relati- vo aos marinheiros americanos que estavam na Bahia em 1943, quando a C realizava missão oficial naquele estado, conduzem-me à hipó- tese de que havia uma intenção premeditada de associar a maconha produzida no rasil com o tráfico internacional. Dentre os efeitos des- sa operação, destaco a impressão de que seria necessário fortalecer as agências da “lei e ordem”, especialmente a CNFE e as Forças Armadas.

O revestimento de intriga internacional para as transações com maconha no Brasil reforça também a ideia de que a cooperação en- tre diferentes países seria indispensável para enfrentar o problema. As novas leis aprovadas ao longo do século XX e as diversas medidas de controle que decorrem do novo ordenamento jurídico promoveram a in- tensificação da repressão à maconha que continua vigente no país e na maior parte do mundo. No entanto, esse processo teve também efeitos adversos, sobretudo no que diz respeito à emergência de contestações.

Liberdade

Por motivações econômicas, recreativas, políticas ou ritualísticas, a maconha não deixou de ser cultivada, comercializada e consumida no Brasil. A pretendida extinção da planta não se consolidou. A consolida- ção gradual da democracia, a partir do final da década de , ampliou as possibilidades de defender publicamente outras alternativas. As leis consolidadas em acordos supranacionais asseguram o direito de mani- festar opiniões e mantêm o caráter de restrição a certas drogas. Nesse ambiente democrático, formaram-se e continuam se formando grupos de interesse, como médicos que reivindicam alterações legais que lhes assegurem o monopólio da administração de maconha; religiosos e con-

servadores da atual legislação, que continuam a ver a questão pelo ân- gulo do “vício muito perigoso”; plantadores e comerciantes de quem se pressupõe o interesse em manter a situação inalterada e, por fim, os que se intitulam antiproibicionistas. Estes últimos mobilizam diversos argumentos para afirmar o que vi escrito em uma das faixas na Marcha da Maconha, em Recife, em 2011: “O abuso de drogas é ruim, mas a guerra às drogas é pior”.

Pelo exposto, afirmo que a expressão dos diversos interesses re- lativos à maconha configura o que De ey ( ) denomina de proble- ma público”. Entre as características de um problema público segundo essa acepção, destaco que as pessoas que se sentem afetadas tomam parte em iniciativas de resolução, passando a investigar causas, efeitos, responsáveis e alternativas de mudança, bem como se esforçando para tornar suas opiniões visíveis, audíveis e sensíveis para o maior número de pessoas e instituições. Tendo passado a essa condição no Brasil, a maconha foi tematizada inicialmente por médicos e cientistas que in- fluenciaram a adoção de uma legislação proibitiva. m seguida, a re- lação de médicos com autoridades militares nacionais e internacionais contribuiu para o recrudescimento das leis e a multiplicação de penas em situações de contravenção legal envolvendo a substância. Contudo, a repressão alimentou resistências que, desde o final dos anos , ocupam cada vez mais espaço público. Os interesses se diversificaram e a maconha ultrapassou os círculos médicos, econômicos e militares, ganhando publicidade tanto pela via do debate acerca de seus efeitos quanto pelas sensações decorrentes do cheiro, da audição e da visão de transações que a envolvem e são atualmente praticadas com menos esforço de se esconder e, às vezes, com vontade de se mostrar.

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