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A categoria diagnóstica da toxicomania surgiu a partir da preocu- pação médica com o crescente uso de morfina, principalmente após sua utilização pela medicina militar na Guerra Civil Americana (1861-1865) e na Guerra Franco-Prussiana (1870). A continuidade do consumo de morfina entre ex-combatentes desses conflitos teria dado origem ao ter- mo “army disease”1 para designar um novo hábito social que, segundo o

psiquiatra George Beard, incluía um grande número de indivíduos nos Estados Unidos, chegando a 150 mil usuários. Foi no contexto da expan- são do uso da morfina que, em , o alemão douard evinstein publi- cou seu livro, The morbid craving for morphia, onde expunha em detalhes sua teoria sobre os problemas relacionados ao uso in etável de morfina e apresentava uma nova categoria médica – a morfinomania, uma doença caracterizada pelo dese o incontrolável por in eções de morfina.

Apesar do uso de morfina não ter se disseminado no rasil na mesma proporção que na Europa e nos Estados Unidos, o conhecimen- to sobre essa substância, como de outras substâncias entorpecentes, chegava para a medicina brasileira na mesma velocidade com que era produzido naquelas nações. Em 1879, o dr. Silva Lima, médico do Hos- pital de Caridade de Salvador e um dos fundadores da Gazeta Médica

da Bahia, publicou um artigo intitulado “Morphinomania por abuso das

injecções hypodérmicas”, onde comparava o caso de um paciente que estava sob seu tratamento com os casos de morfinomania descritos por Levinstein. O artigo fazia uma resenha do livro de Levinstein para, em seguida, relatar como, no caso brasileiro, as doses consumidas eram bem menores do que aquelas consumidas na Europa. O médico baiano também descrevia a observação do médico alemão de que haveria uma relação entre o uso terapêutico da droga e a moléstia, e explicava que a morfinomania era uma doença moderna, cu a origem estava associada ao próprio desenvolvimento da medicina e à vulgarização das injeções

subcutâneas de morfina com a seringa de Pravaz por parte dos médicos “Que a propagam, concedendo aos doentes este recurso em casos de moléstias dolorosas prolongadas, e também os próprios enfermos, que conhecem só o benefício do remédio, ignorando os seus perigos”. (LIMA, 1879, p. 299)

O caso descrito pelo dr. Silva Lima, possivelmente o primeiro texto brasileiro sobre a morfinomania, mostrava como a relação entre mé- dicos e drogas era sensível, e como a disseminação do uso de drogas entorpecentes poderia representar uma questão de iatrogenia, que co- locava a medicina ante o dilema de encontrar a dose certa da droga ou encontrar um remédio substituto, sem contraindicações. Essa questão seria retomada em outro artigo publicado na Gazeta Médica da Bahia, em 1891, onde seu autor, o dr. Coriolano Burgos, relatava um novo caso de morfinismo e afirmava que a morfinomania, o alcoolismo e outros vícios estariam relacionados ao próprio desenvolvimento da civilização, caracterizando patologias da modernidade. o caso da morfinomania, esta estaria relacionada aos avanços da medicina pelo fato de geralmen- te ter sua origem na clínica, pois a droga era o mais poderoso analgésico que os médicos podiam dispor no combate à dor. Sobre isso, em seu artigo, o autor faz uma reflexão sobre o dilema médico:

Deve haver escrúpulo por parte do clínico em tornar morfinoma- niaco um indivíduo cuja vida está proxima do seu termo, quando é o próprio doente que reclama instantemente um prompto alívio ás suas dores? (BURGOS, 1891b, p. 80)

Essa ambiguidade, que caracterizou a relação da medicina com a morfina, também caracterizou sua relação com outras drogas. Assim, o otimismo com o valor terapêutico da morfina, da cocaína e do clorofór- mio convivia com a preocupação com o risco de acidentes relacionados à sua aplicação. Embora esses acidentes de envenenamento, na prática terapêutica, não fossem incomuns, inclusive com mortes de pacientes, a posição dos médicos em relação a essas substâncias era de defesa de seu uso, apesar dos perigos. Em artigo publicado em 1892, na Brazil

Médico, o dr. Oliveira Aguiar afirmava que a cocaína era um excelente

analgésico local, de que se não poderia, sob pretexto sério, proscrever o emprego na prática cirúrgica.

As preocupações médicas na virada do século estavam mais volta- das para as consequências fisiológicas das intoxicações e dos envenena- mentos produzidos pelas drogas do que para questões morais ou psíqui- cas, como acontecia especificamente em relação ao alcoolismo, um tema

que causava grande preocupação. sso não significava que a discussão sobre os problemas psíquicos ocasionados pelo uso não controlado des- sas substâncias fosse desconhecida, porém, não havia uma preocupa- ção manifesta na produção médica em relação ao uso de drogas fora do contexto terapêutico. Os casos de envenenamento eram catalogados majoritariamente entre os acidentes relacionados à própria prática mé- dica, acidentes que tenderiam a ser minimizados e a desaparecer na me- dida em que os avanços médicos e farmacêuticos produzissem drogas menos tóxicas e mais eficazes, drogas que não apresentassem efeitos colaterais ou, ao menos, com efeitos menos fatais. Diante de tais casos, a preocupação maior era com a habilidade do médico ao ministrar tais drogas e com a garantia da pureza das drogas vendidas nas farmácias.

De todo modo, a utilização dos termos morfinismo e morfinoma- nia revelavam uma distinção médica de duas manifestações patológicas relacionadas a uma mesma substância tóxica, como explicava o dr. Ro- drigues Pinheiro (1907, p. 1):

A morfinomania é a necessidade irresistível, a paixão que o indi- víduo sente pela morfina. O morfinismo é o con unto de aciden- tes ou fen menos produzidos pelo abuso prolongado da morfina. A morfinomania e o morfinismo são duas moléstias perfeitamente distintas, cada qual com uma feição que lhes atesta a verdadeira entidade. Na primeira imperam os fenômenos da paixão inexorável pela morfina; na última predomina a revelação de uma lesão somá- tica ou psicossomática.

Segundo o dr. Pinheiro (1907), no Brasil, o número de casos de morfinomania era restrito e de muito menor valor clínico do que na França, Alemanha e Inglaterra, onde havia tomado proporções “extra- ordinárias . ssa afirmação era confirmada pela ausência de casos de morfinomania ou de cocainomania nas internações registradas no Hos- pício Nacional, ao contrário dos casos de internação por consumo de bebidas alcoólicas. A produção científica sobre as toxicomanias também era quase inexistente, não aparecendo nos principais periódicos cien- tíficos nem nas teses doutorais das faculdades de medicina do Rio de Janeiro e Salvador. Até o início da Primeira Guerra Mundial, a questão das drogas esteve relacionada principalmente ao seu uso terapêutico, mas a partir daí a situação começou a mudar. Em 1914, atendendo a uma consulta do Ministério da Justiça e do Interior sobre a Convenção Internacional do Ópio, a Academia Nacional de Medicina nomeou uma comissão de médicos para elaborar um parecer sobre o assunto. Ao fi- nal de seus trabalhos, a comissão, formada pelos médicos Alfredo José

Abrantes, Augusto Cesar Diogo e Olympio da Fonseca, recomendaria ao governo brasileiro observar as disposições constantes na convenção como meios tendentes a restringir e reprimir o emprego do ópio, mor- fina, cocaína e seus respectivos derivados, fora dos seus fins rigorosa- mente medicinais.

Com o fim da guerra e a assinatura do ratado de ersalhes, ini- ciou-se um período de proibição internacional do comércio daquelas dro- gas e a questão do seu uso passou a ser abordada predominantemente sob a perspectiva da psiquiatria, que estabelecia uma relação entre as drogas e as patologias mentais. O Decreto Lei n.º 4.294, de 1921, regu- lamentou no país as determinações da Comissão do Ópio e estabeleceu a proibição da venda sem autorização da morfina e da cocaína e a cons- trução de um sanatório para internação de toxicômanos. Ao estabelecer o controle do comércio de drogas que eram utilizadas para fins terapêu- ticos, a legislação reforçava a institucionalização da medicina científica e de suas especialidades, em oposição ao curandeirismo e a outras práticas de cura. Ao mesmo tempo, introduzia, de forma definitiva, a questão da toxicomania nas discussões daquela geração de médicos, que estavam na linha de frente de um projeto modernizador do país.

Esse projeto modernizador, levado adiante pelo movimento sanita- rista, tinha seu foco centrado na ideia de que as políticas de saúde deve- riam assumir um papel central no processo de construção e alargamen- to da presença do Estado Nacional, de modo a melhorar a constituição física e moral de um contingente populacional que era visto como um entrave à modernização do país. As ideias sanitaristas representaram a inserção da medicina brasileira no movimento internacional da eugenia, a ciência criada por Galton como objetivo de melhorar as qualidades raciais das futuras gerações. Desde a criação da Sociedade Eugênica de São Paulo, em 1918, e da Liga Brasileira de Higiene Mental, em 1923, o movimento eugenista brasileiro se dedicou à promoção da higiene men- tal e viu nas drogas tóxicas uma das causas da decadência hereditária do povo brasileiro.

A perspectiva psiquiátrica em relação às drogas e ao álcool já es- tava presente no primeiro número do Arquivos brasileiros de psiquiatria,

neurologia e ciências afins, publicado em 1905, que trazia um artigo de

Juliano Moreira e Afrânio Peixoto, intitulado Classificação de moléstias mentais do Dr. mil raepelin . O artigo trazia um resumo da classifi- cação de Kraepelin, retirada da última edição de seu tratado, de 1904, que reunia as doenças mentais em 15 grupos, entre os quais o grupo das intoxicações, que eram definidas como psicoses determinadas pela

introdução no organismo de certas substâncias tóxicas. As intoxicações eram divididas em dois subgrupos: as intoxicações agudas e as into- xicações crônicas. As intoxicações agudas seriam caracterizadas pela presença de estados delirantes, percepções falsas, euforia e perturba- ções sensoriais, e seriam causadas pelo clorofórmio, haschich, santo- nina, ópio, óxido de carbono, atropina, pelas autointoxicações produzi- das pelo tétano, a moléstia de Basedow, a uremia etc. As intoxicações crônicas seriam produzidas por uma “grande cifra de venenos”, porém, alertavam os autores do artigo, Kraepelin se ocupou somente daquelas voluntárias: o alcoolismo, o morfinismo e o cocainismo.

ssa tipologia nosográfica seria reafirmada alguns anos depois pela comissão responsável pela elaboração de uma classificação brasileira das doenças mentais, elaborada em 1910, que adotava a perspectiva de reu- nir diferentes patologias decorrentes do uso de substâncias tóxicas em uma categoria diagnóstica única, ainda que desse conjunto sobressaísse quase sempre, e com muito mais ênfase, a categoria diagnóstica do al- coolismo. A classificação brasileira das doenças mentais era claramente influenciada pela psiquiatria organicista, que enfatizava os aspectos físi- cos dos fenômenos psicopatológicos, abandonando qualquer conotação moral generalizante. O uso de drogas – que aparecia enquadrado na cate- goria das “alienações mentais por intoxicação”, em Morel, e na categoria das “intoxicações agudas e crônicas”, em Kraepelin – iria aparecer, na classificação brasileira, na classe das psicoses heterotóxicas .

O enfoque particular emprestado pela psiquiatria ao tema se tor- naria hegemônico e passaria a fazer parte das discussões não só dos círculos médicos e psiquiátricos, mas também dos círculos jurídicos e policiais, envolvidos na repressão ao comércio de drogas. a definição da noção médico-legal de toxicomania, foi fundamental a atuação do grupo de médicos e psiquiatras ligados ao Sanatório Botafogo, um sanatório particular criado logo após a proibição do comércio de entorpecentes que atendia toxicômanos na capital federal. O Sanatório Botafogo era dirigido por Ulysses Vianna, docente de Clínica Neurológica e Psiquiátrica da Fa- culdade de Medicina do Rio de Janeiro, juntamente com Antonio Austre- gésilo, Adauto Botelho e Pedro Pernambuco Filho. Em diversas épocas, o sanatório teve como seus médicos, Ulysses Vianna Filho, Faustino Espo- sel, Cincinato Magalhães Freitas, Colares Moreira, Cunha Lopes, Deusde- dit Araújo, Heitor Peres e outros. A partir desse momento, esse grupo de psiquiatras passaria a atuar mais diretamente com a questão das drogas e da toxicomania, particularmente os psiquiatras Adauto Botelho e Pedro Pernambuco Filho, diretores do sanatório e docentes da Faculdade de

Medicina do Rio de Janeiro, bem como Inácio Cunha Lopes, chefe de clí- nica no sanatório, assistente do Hospital Nacional de Alienados e membro da Liga Brasileira de Higiene Mental. Essa geração de psiquiatras reunida no Sanatório Botafogo seria a principal responsável pela problematização do tema das drogas em termos científicos e psiquiátricos, pela publicação de vários trabalhos sobre as toxicomanias e pela definição de uma área clínica dedicada a esse problema.

Sob a expressão toxicomania, eram reunidos os diferentes vícios – do álcool, da cocaína, da heroína, da morfina e do ópio –, evidenciando um aspecto comum a todos esses hábitos sociais, a necessidade impul- siva da repetição de seu consumo. Em seu estudo sobre as toxicoma- nias no Rio de Janeiro, Ignácio Cunha Lopes (1924) destacava que o nome da doença teria sido uma contribuição do alienista francês Char- les Féré, que, com a noção de toxicomania, designava a irresistível ten- dência mórbida que levaria certos indivíduos de especial constituição psicopática ao uso de entorpecentes e excitantes diversos. Essa especial constituição psicopática caracterizaria um tipo particular de degenera- ção, conceito que evidenciava aspectos constitucionais de determinados tipos raciais, naturalmente condenados à loucura e ao crime. Nesse es- tudo, Cunha Lopes (1924) trazia os primeiros dados estatísticos sobre esse novo tipo de doente mental – o toxicômano – e o perigo que esse aumento representava:

Nem é preciso ver-se com os olhos de médico especialista, ou so- ciólogo, para divisarmos, já bem perto, o perigo que nos ameaça. De instante a instante, o inimigo nos bate à porta. Quer nas casas de tolerância, quer nos teatros ou nos cinemas, e até nos próprios lares, um polvo insaciável vai estendendo seus multiformes tentá- culos. As intoxicações de luxo, sob todas as aparências, invadem, assustadoramente, em vertiginosa carreira, sem distinção de clas- se, de sexo, de idade, todas as camadas sociais. Hoje é um jovem, que vive à cata de sensações novas, de prazeres extravagantes, que se prende às falsas delícias dos euforísticos, tais como o ópio ou às alucinantes excitações da cocaína e do álcool; amanhã, uma artista, que, em busca de esquecimento de pequenos males, de contrariedades, insignificantes, às vezes, cede à tentação escravi- zadora da morfina ou do éter, escandaloso e denunciante ... é o médico, o advogado, o engenheiro, o comerciante, velhos e moços, que, ou afastando uma pretensa dor, ou procurando meios artifi- ciais de gozo, se entorpecem e lentamente se suicidam. (LOPES, 1924, p. 131)

Uma questão que se colocava a partir da definição da toxicomania era a da origem social dos doentes e sua relação com as diferentes drogas.

ntre os toxic manos usuários de morfina e de cocaína, encontravam- -se indivíduos pertencentes à elite econômica e cultural do país. Não por acaso, o livro de Adauto Botelho e Pernambuco Filho (1924) intitulava-se

Vícios sociais elegantes, uma referência ao uso da morfina e da cocaína

pelas classes mais abastadas da sociedade. Uma pesquisa realizada por Pernambuco Filho entre os pacientes do Sanatório Botafogo revelou que um grande número dos internos eram engenheiros, advogados e mili- tares, sendo que as internações de profissionais da medicina por uso de morfina eram tão significativas que ele definiu a morfinomania como uma doença médica. m relação à cocaína, os psiquiatras identificavam seu uso por indivíduos privados de uma personalidade sólida e por isso tentados a imitação. O uso da droga, comum entre “moços ricos, vindos de países estrangeiros, onde gastaram a mocidade e dinheiro e bem assim hetairas exóticas, trouxeram na sua bagagem, além da sensualidade do- entia, o vício”. (BOTELHO; PERNAMBUCO FILHO, 1924, P. 15) Segundo os autores, a cocainomania atingiria dois terços das prostitutas do Rio de Janeiro, e, apesar de ter iniciado nas classes mais elevadas, já vazara para os andares inferiores da sociedade.

Esse era o risco mais temido, a disseminação da toxicomania en- tre as classes baixas da sociedade, já afeitas a uma degeneração atá- vica. Apesar de ser desconhecida da medicina da capital da República, uma toxicomania se difundia entre aquela parcela da população que, por suas características raciais, já seria considerada pela medicina eu- genista como predisposta à degeneração e a produzir um contingente de toxicômanos degenerados. A Cannabis sativa, a droga causadora da- quela toxicomania, no entanto, não estava incluída entre as substâncias entorpecentes proibidas pela lei de 1921. É interessante notar que não apenas a canabis era desconhecida pelos círculos médicos e psiquiátri- cos da capital, mas o próprio trabalho apresentado por Rodrigues Dória ( ) no Congresso Científico Pan-Americano de , que se torna- ria um texto paradigmático sobre o tema, era pouco conhecido. Adauto Botelho e Pedro Pernambuco Filho (1924) dedicaram à planta um capí- tulo de seu livro Vícios sociais elegantes, porém as informações sobre a planta foram retiradas de um trabalho de Francisco Iglesias, diretor do Serviço Florestal, que faz uma breve referência a Rodrigues Dória, sem citar o título de seu trabalho.

À medida em que a psiquiatria carioca começou a dar importância à obra pioneira de Rodrigues Dória, o uso da canabis também ganhou visibilidade, no Rio de Janeiro, sendo sua obra elevada à condição de re- ferência obrigatória sobre o assunto a partir das mudanças introduzidas

na legislação de entorpecentes, durante o Estado Novo. As mudanças na legislação de entorpecentes decorreram da inclusão da canabis na lista das substâncias proibidas na II Conferência Internacional do Ópio, em 1925, com o apoio do representante brasileiro, o dr. Pernambuco Filho. Nos anos 1920, a questão da canabis seria abordada em teses doutorais da faculdade de medicina e se tornaria um tema bastante discutido pela Escola Psiquiátrica do Recife. Foi com a proibição da Cannabis sativa e com o avanço da preocupação eugenista que ganhou atenção o trabalho de Rodrigues Dória sobre aquela toxicomania, que ele chamou de “o vício de fumar maconha”. Também ocuparia as páginas de cotidianos e as delegacias, mas ganharia ainda maior destaque com a criação da Comissão Nacional de Fiscalização de Entorpecentes, em 1936, que iria promover uma grande campanha pela erradicação da maconha do ter- ritório brasileiro.