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CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS EM RELAÇÃO AO NÍVEL DE ATIVIDADE OU

No documento CONTABILIDADE GERENCIAL (páginas 61-67)

3 CUSTOS, DESPESAS E CUSTO FABRIL

3.2 CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS EM RELAÇÃO AO NÍVEL DE ATIVIDADE OU

SEU COMPORTAMENTO

Além da classifi cação quanto a diretos e indiretos, nós temos também a clas-sifi cação dos custos quanto ao seu comportamento, sendo eles fi xos ou variáveis.

Segundo Garrison, Noreen e Brewer (2013, p. 28), o “comportamento dos custos refere-se a como um custo reage a mudanças no nível de atividade. À medida que a atividade aumenta e diminui, determinado custo aumentará e diminuirá – ou poderá permanecer constante”.

A classifi cação quanto ao comportamento dos custos pode estar relacionada a uma determinada atividade ou à própria produção. Assim, considerando esta

classifi cação, iremos enfatizar, neste material, na relação do comportamento dos custos com os produtos.

Um custo variável é aquele “cujo montante em unidades monetárias variam na proporção direta das variações do nível de atividades” (PADOVEZE, 2010, p.

337). Ou seja, todo custo que variar em função do aumento ou diminuição da quantidade produzida, é um custo variável. Um exemplo de custo variável são as matérias-primas, pois, quanto maior for a quantidade de produtos produzida, maior será a quantidade de matéria-prima utilizada.

Vale destacar que o custo variável tem esta característica quando fazemos a análise do todo, porém, por unidade, este tem um valor constante, como afi rmam Garrison, Noreen e Brewer (2013, p. 29), “mesmo que o total dos custos variáveis mude com o nível de atividade, é importante observar que um custo variável é constante se expresso por unidade”.

Podemos entender essa questão do custo variável no total, mas com valor constante por unidade quando pensamos no processo pro-dutivo de uma empresa. A empresa Malvada fabrica camisetas e com-prou as malhas que utiliza na produção por R$ 17,00 o metro. Consi-derando a característica dessa empresa, já podemos identifi car que este é um custo variável, pois quanto mais camisetas a empresa pro-duzir, maior será o custo total com matéria-prima (malhas). Sabemos, ainda, que cada camiseta produzida pela Malvada, que tem o mesmo tamanho e padrão, consome 2 metros desta matéria-prima. Em con-versa com o gerente da fábrica, ele nos informou que nos meses de janeiro a março, as quantidades produzidas foram as seguintes:

- Janeiro – 7.500 camisetas - Fevereiro – 5.000 camisetas - Março – 8.000 camisetas

Como podemos perceber, a quantidade de camisetas produ-zidas pela Malvada nestes três meses tem variado. A partir dessa informação, podemos identifi car o custo com matéria-prima gerado nestes três meses:

- Janeiro – 7.500 camisetas x 2 metros x R$ 17,00/metro = R$

255.000,00

- Fevereiro – 5.000 camisetas x 2 metros x R$ 17,00/metro = R$

170.000,00

- Março – 8.000 camisetas x 2 metros x R$ 17,00/metro = R$

272.000,00

Perceba que o custo total com matéria-prima nestes três meses variou na mesma proporção da quantidade produzida, isso porque a matéria-prima é um custo variável. Apesar disso, quando olhamos o custo da malha por metro, este é constante (R$ 17,00).

Os custos fi xos são aqueles que “que tendem a manter-se constantes nas alterações das atividades operacionais” (PADOVEZE, 2010, p. 336). Ou seja, to-dos aqueles custos que não se alteram em função das variações na quantidade produzida são entendidos como custos fi xos. Segundo Garrison, Noreen e Brewer (2013, p. 29), “à medida que o nível de atividade aumenta e diminui, os custos fi -xos totais permanecem constantes, a menos que sejam infl uenciados por alguma força externa, como o proprietário de um imóvel aumentar sua despesa mensal com aluguel”. Assim, um exemplo de custo fi xo é o aluguel do prédio da fábrica, pois ele até pode ter seu valor alterado, em caso se reajuste, mas não será em função da quantidade produzida. Portanto, não importa se a empresa produz 100 ou 1.000 unidades de um determinado produto, o aluguel terá o mesmo valor.

Mas será que o custo fi xo é fi xo para sempre?

Sob este aspecto, Padoveze (2010, p. 336) diz que “apesar de serem conceitualmente fi xos, tais custos podem aumentar ou dimi-nuir em função da capacidade ou do intervalo de produção. Assim, os custos são fi xos dentro de um intervalo relevante de produção ou venda, e podem variar se os aumentos ou diminuições de volume forem signifi cativos”.

Assim, devemos considerar que mesmo os custos fi xos terão uma variação em algum momento, isso porque algumas mudanças signifi cativas fazem com que a estrutura da empresa precise ser alte-rada. Podemos voltar no exemplo do aluguel. Com uma produção de 2.000 unidades por mês, a empresa consegue executar suas ativida-des em um galpão de 100 m², porém, caso ela queira expandir a sua capacidade produtiva para 5.000 unidades, precisará de um galpão maior, o que levará a um aumento do custo com aluguel.

Agora você pode estar se perguntando: “Isso signifi ca que o custo com aluguel passou a ser variável?” E a resposta é: Não! Signi-fi ca que os custos Signi-fi xos, em geral, estão relacionados a uma estrutu-ra de funcionamento e, em alguns momentos em que essa estrutuestrutu-ra precisa ser aumentada (ou diminuída), sofrerão alguma mudança.

Além disso, os custos fi xos têm essa característica quando analisados no to-tal, mas, se analisarmos de forma unitária, após a sua apropriação aos produtos, seu valor ao longo dos períodos será variável, pois dependerá da quantidade que for produzida. Assim, ao contrário dos custos variáveis, os fi xos têm essa carac-terística em relação ao total, mas seus valores por produto variam conforme o aumento ou a diminuição da quantidade produzida.

Podemos entender essa questão do custo fi xo no total, mas com valor que varia por unidade quando pensamos no processo produtivo de uma empresa. Vamos utilizar o mesmo exemplo anterior, da empre-sa Malvada. A empreempre-sa Malvada fabrica camisetas e a depreciação das suas máquinas, que é feita pelo método linear e, portanto, um custo fi xo, soma o valor total de R$ 15.000,00 por mês. Enquanto a empresa man-tiver as mesmas máquinas, o custo com depreciação se manterá neste valor ao longo dos meses. Em conversa com o gerente da fábrica, como já apresentado anteriormente, ele nos informou que nos meses de janei-ro a março, as quantidades pjanei-roduzidas foram as seguintes:

- Janeiro – 7.500 camisetas - Fevereiro – 5.000 camisetas - Março – 8.000 camisetas

Como podemos perceber, a quantidade de camisetas produzi-das pela Malvada nestes três meses tem variado, enquanto o custo com depreciação se manteve em R$ 15.000,00. A partir dessas in-formações, podemos identifi car o custo da depreciação por unidade produzida em cada um dos meses:

- Janeiro – R$ 15.000,00 ÷ 7.500 camisetas = R$ 2,00 por camiseta - Fevereiro – R$ 15.000,00 ÷ 5.000 camisetas = R$ 3,00 por camiseta - Março – R$ 15.000,00 ÷ 8.000 camisetas = R$ 1,88 por camiseta

Perceba que o custo total com depreciação nestes três meses se manteve em R$ 15.000,00, porém, quando olhamos o custo por unidade produzida, este variou na proporção da quantidade produzi-da. Quando houve aumento da produção, o custo com depreciação por unidade foi menor, enquanto nos meses em que a produção foi menor, o custo com depreciação por unidade foi maior.

Estes comportamentos do custo fi xo e variável podem ser observados no quadro a seguir.

QUADRO 2 – COMPORTAMENTO DOS CUSTOS

Custos Comportamento dos custos

No total Por unidade

Custos variáveis

Total dos custos variáveis aumenta e di-minui proporcionalmente às mudanças na quantidade produzida mudanças na quantidade produzida, des-de que não haja necessidades-de des-de aumento de estrutura

Custos fi xos por unidade diminuem à medida que a quantidade produzida aumenta e aumentam à medida que a quantidade produzida diminui

FONTE: Adaptado de Garrison, Noreen e Brewer (2013, p. 32)

Podemos ampliar o nosso entendimento acerca de custos fi xos e variáveis ainda a partir do exemplo da empresa CPlásticos, produ-tora de embalagens plásticas, e analisar a classifi cação dos custos que foram incorridos durante o mês de julho de 2020:

- Energia elétrica do galpão da fábrica.

- Salário dos funcionários da fábrica.

- Matéria-prima.

- Depreciação de máquinas e equipamentos da fábrica.

- Seguro do galpão da fábrica.

Podemos separar estes custos, portanto, quanto ao seu com-portamento, sejam fi xos ou variáveis. Mas, para isso, precisamos de

mais algumas informações, como as repassadas pelo gerente da fá-brica:

- Energia elétrica do galpão da fábrica – a taxa de disponibilidade de energia elétrica é considerada irrisória.

- Salário dos funcionários da fábrica – os funcionários são contrata-dos de forma mensal, por prazo indeterminado.

- Depreciação de máquinas e equipamentos da fábrica – é calcula-da de forma linear

A partir dessas informações, podemos proceder a separação destes custos entre fi xos e variáveis:

- Energia elétrica do galpão da fábrica – custo variável.

- Salário dos funcionários da fábrica – custo fi xo.

- Matéria-prima – custo variável.

- Depreciação de máquinas e equipamentos da fábrica – custo fi xo.

- Seguro do galpão da fábrica – custo fi xo.

Essa segregação pode ser melhor visualizada na fi gura a seguir.

FIGURA – SEGREGAÇÃO ENTRE CUSTOS DIRETOS E INDIRETOS E FIXOS E VARIÁVEIS DA CPLÁSTICOS

FONTE: o autor

Portanto, percebemos que aqueles custos que tendem a variar na mesma proporção que as quantidades produzidas são classifi ca-das como custos variáveis, enquanto aqueles que se relacionam com o período ou que tem seu valor determinado de forma independente da quantidade produzida, foram classifi cados como fi xos.

3.3 GASTOS DO PRODUTO E

No documento CONTABILIDADE GERENCIAL (páginas 61-67)