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Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE)

Apêndice X: Composição do investimento – SCN antigo

3. Aspectos metodológicos: potencialidades e limitações das diferentes fontes de dados e

3.5. Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE)

A Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), elaborada pela Comissão Nacional de Classificação (Concla), é a classificação oficialmente adotada pelo IBGE na produção de estatísticas por tipo de atividade econômica. Sua versão original, divulgada em 1994 após uma extensa revisão das classificações até então existentes30, tinha por objetivo principal adequar os dados brasileiros aos padrões de referência internacional. Deste modo, tendo como base os conceitos, regras e critérios de ordenação da ISIC Rev. 3, a CNAE foi construída em torno a uma estrutura classificatória dividida em quatro níveis hierárquicos sucessivos, a saber: (i) seções (código alfabético); (ii) divisões (dois dígitos); (iii) grupos (três dígitos); e (iv) classes (quatro dígitos31). O nível mais alto de agregação, isto é, o

30 O início da experiência nacional em termos de classificação de atividades econômicas data de 1970, quando o Sistema Nacional Integrado de Informações Econômico-Fiscais (SINIEF) deliberou sobre a necessidade de promover a padronização dos Códigos de Atividades Econômicas (CAE) utilizados pelos diversos órgãos da administração tributária. Em 1980, promoveu-se o primeiro esforço prático no sentido de padronização dos códigos, que resultou na Tabela de Atividades Econômicas (TAE), editada em conjunto pela Secretaria da Receita Federal e pelo Departamento Nacional de Registro de Comércio (IBGE, 2011: p. 4).

31 O código de quatro dígitos das classes CNAE é acompanhado de um dígito verificador (DV), definido por um algoritmo, que tem por finalidade garantir a consistência da chave numérica, especialmente nos casos de

nível de seções, é conhecido também como nível de tabulação. Os grupos e divisões, por sua vez, combinam as unidades estatísticas de acordo com características dos produtos, tecnologia, organização e tipo de financiamento da produção. Já as classes, são definidas de acordo com as combinações de atividades observadas nas unidades estatísticas (IBGE, 2004a).

Com o surgimento da ISIC Rev. 3.1., a Concla buscou adaptar-se às alterações introduzidas, publicando, em 2003, uma atualização da classificação nacional, conhecida como CNAE 1.0. Nos níveis de seção e divisão, a CNAE 1.0 manteve estrutura praticamente idêntica à da classificação internacional. No entanto, nos níveis seguintes, isto é, grupos e classes, introduziu-se maior detalhamento, levando em conta a estrutura econômica do país e a demanda de usuários e produtores de informações econômicas. Este maior detalhamento, sem a criação de novos níveis hierárquicos em contrapartida, implicou em uma reordenação de códigos, motivo pelo qual é possível encontrar diferenças nos níveis de três e quatro dígitos entre a CNAE 1.0 e a ISIC Rev. 3.1. No que se refere às mudanças ocorridas entre a CNAE e a CNAE 1.0, pode-se afirmar que, no geral, a estrutura original de classificação manteve-se inalterada. Não obstante, a fim de evitar vieses nas séries históricas, optou-se por preservar o principio de não reaproveitamento de códigos nos casos em que houve mudança de conteúdo. Por conseguinte, é possível encontrar, na CNAE 1.0, quebras na ordenação numérica sequencial das atividades econômicas (IBGE, 2004a).

Em 2007, após a divulgação da ISIC Rev. 4, publicou-se uma nova revisão, conhecida como CNAE 2.0. Esta nova versão representa a primeira ampla reestruturação da classificação de atividades econômicas desde sua definição original (IBGE, 2007a). Dentre as mudanças introduzidas, destaca-se a incorporação das subclasses como quinto nível hierárquico de categoria, com o objetivo de atender algumas necessidades da administração pública, relacionadas à identificação dos segmentos produtivos sujeitos à regulamentação ou a tratamento tributário específico (IBGE, 2011: p. 4). Embora a CNAE 2.0 seja a versão mais recente de classificação das atividades econômicas, ela não foi integrada, ainda, à estrutura do SCN. De acordo com o IBGE (2013a), sua adoção está prevista juntamente com a construção do novo SCN – referência 2010.

Conforme discutido ao longo do capítulo, as 42 atividades econômicas do SCN antigo estruturam-se de acordo com a versão original da CNAE, a qual deriva da ISIC Rev. 3. As 56 atividades econômicas do SCN novo, por sua vez, estruturam-se de acordo com a

autoclassificação, prática adotada em vários formulários que alimentam cadastros da administração pública (IBGE, 2004a: p. 14).

CNAE 1.0, derivada da ISIC Rev. 3.1. Além disso, a versão mais recente da classificação segundo intensidade tecnológica da OCDE estrutura-se de acordo com a ISIC Rev. 3, enquanto que a classificação segundo intensidade em conhecimento da Eurostat estrutura-se de acordo com a NACE Rev. 1.1, a qual deriva também da ISIC Rev. 3.1. Finalmente, os dados disponibilizados pela PIA–Empresa estruturam-se de acordo com a CNAE 1.0.

A fim de propor classificações coerentes segundo intensidade tecnológica e segundo intensidade em conhecimento para ambas as versões do SCN (antigo e novo), faz-se necessário, para fins desta pesquisa, padronizar as fontes de dados e estruturas de classificação utilizadas. Como é possível perceber no parágrafo acima, o denominador comum a todos os elementos utilizados é a estrutura da ISIC Rev. 3.1, de modo que o processo de padronização requer um meticuloso processo de equivalência entre as tabelas de correspondência existentes, quais sejam: (i) ISIC Rev. 3 x ISIC Rev. 3.1; (ii) NACE Rev. 1.1 x ISIC Rev. 3.1; (iii) CNAE x CNAE 1.0; e (iv) CNAE 1.0 x ISIC Rev. 3.1.

Deste modo, mediante a tabela de correspondência entre a ISIC Rev. 3 e a ISIC Rev. 3.1, disponibilizada na página web das Nações Unidas32, o primeiro passo consiste em atualizar a classificação segundo intensidade tecnológica da OCDE de acordo com a estrutura da ISIC Rev. 3.1 (ver 2ª e 3ª colunas do Apêndice A). Em seguida, utilizando a tabela de correspondência entre a NACE Rev. 1.1 e a ISIC Rev. 3.1, também disponibilizada pelas Nações Unidas, uniformiza-se a classificação segundo intensidade em conhecimento da Eurostat (ver 2ª e 3ª colunas do Apêndice B).

Lembrando que não existe uma tabela de correspondência direta entre o SCN antigo e o SCN novo, o terceiro passo consiste em realizar a equivalência entre ambas as versões do SCN, via a tabela de correspondência entre a CNAE e a CNAE 1.0, disponível na página web da Concla33 (ver a 2ª e 3ª colunas do Apêndice C). Este procedimento permite obter as atividades econômicas do SCN antigo conforme a CNAE 1.0 e oferece duas vantagens. Em primeiro lugar, ele permite ver quão profundas são as mudanças estruturais entre a CNAE e a CNAE 1.0 em termos da estrutura de classificação segundo intensidade tecnológica e segundo intensidade em conhecimento. Ademais, considerando que a futura série do SCN – referência 2010 será construída conforme a CNAE 2.0, ter à disposição o SCN antigo conforme a CNAE 1.0 tornará mais direta a compatibilização dos três sistemas, isto é, do SCN antigo, do SCN novo e do SCN futuro, quando da divulgação do SCN futuro em 2014.

32 https://unstats.un.org 33 https://concla.ibge.gov.br.

O quarto passo consiste em realizar a equivalência entre a CNAE 1.0 e a ISIC Rev. 3.1 (3ª e 4ª colunas do Apêndice C e 2ª e 3ª colunas do Apêndice D). Este procedimento é feito mediante a tabela de correspondência disponibilizada pela Concla e permite, assim, definir as 42 atividades econômicas do SCN antigo e as 56 atividades econômicas do SCN novo de acordo com a estrutura da ISIC Rev. 3.1. Utilizando as classificações ajustadas da OCDE e da Eurostat dos Apêndices A e B, respectivamente, o quinto passo consiste em classificar, uma a uma, as atividades econômicas de ambas as versões do SCN segundo intensidade tecnológica – para a indústria de transformação – e segundo intensidade em conhecimento – para o setor de serviços (ver 5ª coluna do Apêndice C e 4ª coluna do Apêndice D).

Finalmente, considerando-se que os dados de investimento destinados à indústria extrativa e à industria de transformação da PIA–Empresa são disponibilizados de acordo com a estrutura da CNAE 1.0, faz-se necessário agrupar estes códigos de acordo com, por um lado, a estrutura do SCN antigo e, por outro lado, a estrutura do SCN novo. Este processo, explicitado no Apêndice E, permite propor uma classificação segundo intensidade tecnológica para os dados de investimento compatível com a estrutura do SCN.