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Apêndice X: Composição do investimento – SCN antigo

4. Trajetória da produtividade do trabalho no Brasil pós-Plano Real e seus fatores

4.1. Composição do valor adicionado

Os dados relativos à composição do valor adicionado encontram-se dispostos nas Tabelas 5 a 14, nos Gráficos 2 e 3 e nos Apêndices F e G. A Tabela 5, a seguir, apresenta a composição do valor adicionado de acordo com a estrutura do SCN antigo para o período 1995-2009. No Apêndice F desagregam-se as informações entre as suas 42 atividades econômicas respectivas.

Tabela 5: Composição do valor adicionado – SCN antigo (Em %) 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Agropecuária 5,77 5,83 5,71 5,91 6,26 6,19 6,48 6,72 7,04 6,81 6,63 6,69 6,62 6,71 6,50 Indústria 27,53 27,29 27,62 26,86 26,24 26,56 26,10 25,69 25,69 26,36 26,16 25,75 25,63 25,48 24,06 Extrativa 0,82 0,82 0,84 0,86 0,82 0,86 0,84 0,88 0,92 0,94 0,99 1,00 1,01 1,00 0,90 Transformação 18,62 18,28 18,21 17,33 16,95 17,33 17,28 17,10 17,19 17,73 17,55 17,11 17,03 16,76 15,46 Alta 2,10 2,02 1,98 1,82 1,71 1,63 1,50 1,51 1,49 1,53 1,59 1,60 1,55 1,56 1,57 Média-Alta 4,78 4,60 4,79 4,42 4,22 4,51 4,64 4,60 4,82 5,12 5,04 4,87 5,09 5,14 4,46 Média-Baixa 3,69 3,72 3,79 3,63 3,51 3,53 3,51 3,39 3,38 3,58 3,49 3,39 3,35 3,29 2,91 Baixa 8,06 7,94 7,65 7,46 7,52 7,66 7,63 7,59 7,49 7,50 7,43 7,25 7,04 6,77 6,52 SIUP 2,60 2,63 2,71 2,74 2,75 2,75 2,55 2,55 2,62 2,69 2,69 2,68 2,67 2,66 2,68 Construção 5,49 5,56 5,86 5,93 5,72 5,62 5,43 5,17 4,95 4,99 4,93 4,97 4,92 5,06 5,02 Serviços 66,70 66,88 66,67 67,23 67,51 67,24 67,41 67,59 67,27 66,82 67,22 67,56 67,75 67,81 69,45 Alta 24,37 24,39 24,53 25,03 25,35 25,40 25,45 25,74 25,47 25,20 25,76 26,03 26,82 27,39 28,52 Média 15,04 14,84 14,84 14,68 14,50 14,45 14,42 14,52 14,31 14,24 14,36 14,28 13,98 13,92 14,12 Baixa 27,30 27,65 27,30 27,53 27,66 27,39 27,54 27,33 27,50 27,39 27,10 27,24 26,94 26,50 26,81 Agropecuária 12,57 0,85 16,30 1,17 16,38 2,19 4,89 0,53 8,36 1,01 -7,69 -1,33 -4,63 -0,94 Indústria -12,61 -0,96 -7,43 -0,59 -6,65 -0,98 -9,44 -1,10 -4,07 -0,52 -6,35 -1,09 -0,80 -0,16 Extrativa 9,96 0,68 22,52 1,57 7,65 1,06 5,21 0,57 17,23 2,01 -2,05 -0,34 9,14 1,77 Transformação -16,97 -1,32 -9,98 -0,81 -8,16 -1,21 -10,80 -1,26 -3,29 -0,42 -10,11 -1,76 -2,54 -0,51 Alta -25,27 -2,06 -25,78 -2,27 -28,05 -4,59 -3,96 -0,45 -4,62 -0,59 5,00 0,82 4,28 0,84 Média-Alta -6,65 -0,49 7,68 0,57 -3,58 -0,52 -1,14 -0,13 14,03 1,65 -7,60 -1,31 6,58 1,28 Média-Baixa -21,01 -1,67 -10,72 -0,87 -8,05 -1,19 -17,41 -2,10 -6,65 -0,86 -13,90 -2,46 -2,69 -0,54 Baixa -19,08 -1,50 -16,00 -1,33 -5,76 -0,84 -14,91 -1,78 -11,66 -1,54 -13,02 -2,30 -9,70 -2,02 SIUP 2,96 0,21 2,15 0,16 -2,09 -0,30 -2,69 -0,30 -3,45 -0,44 2,14 0,35 1,34 0,27 Construção -8,55 -0,64 -7,77 -0,62 -5,83 -0,85 -10,75 -1,26 -9,99 -1,31 1,38 0,23 2,24 0,44 Serviços 4,11 0,29 1,65 0,13 1,33 0,19 3,28 0,36 0,84 0,10 3,23 0,53 0,79 0,16 Alta 17,04 1,13 12,40 0,90 5,65 0,79 12,28 1,30 7,83 0,95 11,99 1,90 7,55 1,47 Média -6,12 -0,45 -7,45 -0,59 -3,48 -0,50 -2,32 -0,26 -3,71 -0,47 -1,33 -0,22 -2,74 -0,55 Baixa -1,78 -0,13 -2,92 -0,23 0,12 0,02 -2,12 -0,24 -3,25 -0,41 -2,50 -0,42 -3,63 -0,74 Elaboração própria.

Fonte: Sistema de Contas Nacionais (IBGE).

Com base na Tabela 5, é possível perceber que, ao longo do período 1995-2009, a participação relativa do setor agropecuário representou, em média, 6,39% do valor adicionado total e registrou aumento de 0,73 p.p., o que significa uma taxa média de crescimento de 0,85% a.a. Nota-se, no entanto, que o desempenho positivo da agropecuária não ocorreu de maneira uniforme ao longo do período. Entre 1995-2002 observou-se aumento de participação

relativa do setor, de 16,38% (+2,19% a.a.), enquanto que no período 2003-2009, dita participação caiu 7,69% (-1,33% a.a.).

A respeito do setor industrial que, em média, respondeu por 26,20% do valor adicionado total no período 1995-2009, pode-se dizer que sua participação relativa caiu de maneira sistemática, embora tenham ocorrido eventuais pontos de reversão em 1997 – ano em que se atinge o maior patamar da série histórica –, 2000 e 2004. O desempenho negativo observado na indústria foi reflexo, principalmente, do comportamento da indústria de transformação, cuja participação relativa no valor adicionado total diminuiu quase que linearmente durante o período considerado. Movimento contrastante foi observado na indústria extrativa, a qual registrou aumento de 9,96% (+0,68% a.a.) em sua participação relativa.

O setor de serviços, por sua vez, deteve, em média, 67,41% do valor adicionado total no período 1995-2009, ou seja, parcela significativamente majoritária na geração de valor da economia. Mais ainda, sua participação relativa apresentou, em termos gerais, trajetória ascendente, registrando um aumento de 4,11% (+0,29% a.a.) entre o primeiro e último anos da série.

Apenas com base nas informações da Tabela 5, infere-se que, do ponto de vista da perda de participação relativa do setor industrial no valor adicionado total e, em especial, da indústria de transformação, seria factível afirmar que existe um processo de desindustrialização em curso na economia brasileira. Dois pontos devem ser levados em consideração. Observou-se que a participação do setor de serviços no valor adicionado não foi apenas significativa, como também apresentou um considerável aumento ao longo do período. Nesse sentido, o aumento da importância relativa do setor de serviços em detrimento do setor industrial (ver Gráfico 2) poderia significar um deslocamento natural da estrutura produtiva brasileira em direção ao setor terciário. Entretanto, se a perda de participação da indústria no valor adicionado estiver associada a um reduzido nível de renda per capita, então o processo de desindustrialização estaria ocorrendo de maneira precoce.

Historicamente, no Brasil não se identifica um processo de desindustrialização tal como normalmente ocorre em países desenvolvidos. Como destaca Nassif (2008: pp. 83-84), a queda de participação da indústria no valor adicionado total é um processo que se inicia antes das reformas econômicas estruturais da década de 1990 (liberalização comercial, privatizações, liberalização financeira externa, dentre outras). Com efeito, destaca o autor, a perda registrada, longe de ter sido movida pelos fatores microeconômicos internos ou

externos5 que costumam explicar a desindustrialização em países avançados, parece ter decorrido de um forte decréscimo da produtividade industrial nos anos 1980, em um quadro de estagnação econômica e conjuntura de alta inflação.

Gráfico 1: Evolução da participação relativa dos setores industrial e de serviços no valor adicionado – SCN antigo

Elaboração própria.

Fonte: Sistema de Contas Nacionais (IBGE).

De todo jeito, estes aspectos devem ser analisados à luz da composição do pessoal ocupado – tema a ser tratado na próxima seção – e da produtividade do trabalho. Mas antes, realizar-se-á uma análise mais profunda a respeito da composição do valor adicionado. Com efeito, através dos dados dispostos no Apêndice F, é possível perceber que as atividades econômicas 38. Instituições financeiras (SAIC) e 42. Administração pública (SBIC) representaram, entre 1995-2009, parcelas significativas do valor adicionado total da economia de, em média, 8,88% e 15,97%, respectivamente. No entanto, os valores gerados por ditas atividades devem ser analisados com cautela. No caso da atividade 38. Instituições

financeiras (SAIC), por exemplo, calcula-se o valor adicionado com base nas receitas dos

serviços bancários, nos serviços de intermediação financeira indiretamente medidos (Sifim) e nos aluguéis recebidos. Como discutido no capítulo anterior, o Sifim é estimado pela diferença entre os juros recebidos e os juros pagos, o que significa que há uma considerável

5

Dentre estes fatores, (Nassif, 2008: p. 84) cita o aumento mais rápido da produtividade do setor manufatureiro relativamente ao setor de serviços, uma vez alcançado o turning-ponit de renda per capita ou a pressão competitiva com produtos importados.

66,00% 67,00% 68,00% 69,00% 70,00% 23,00% 24,00% 25,00% 26,00% 27,00% 28,00% 29,00% Serviços Indústria

porção do valor adicionado atribuído a esta atividade que não representa, efetivamente, geração de valor. Situação similar ocorre com a atividade 42. Administração pública (SBIC), cujo valor adicionado corresponde, quase que em sua totalidade, às remunerações, isto é, à soma dos salários, das contribuições efetivas e das contribuições sociais imputadas.

Ditas peculiaridades incitam, por conseguinte, a realizar ajustes dos cálculos referentes à composição do valor adicionado total da economia. A Tabela 6, a seguir, apresenta os resultados obtidos após a retirada das parcelas referentes às atividades econômicas 38. Instituições financeiras (SAIC) e 42. Administração pública (SBIC).

Tabela 6: Composição ajustada do valor adicionado – SCN antigo (Em %) 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Agropecuária 7,66 7,76 7,56 7,85 8,37 8,23 8,65 8,97 9,37 9,02 8,75 8,86 8,80 8,93 8,79 Indústria 36,52 36,34 36,57 35,71 35,08 35,29 34,82 34,30 34,21 34,90 34,55 34,14 34,06 33,92 32,54 Extrativa 1,09 1,10 1,11 1,14 1,09 1,14 1,12 1,18 1,22 1,25 1,31 1,33 1,34 1,34 1,22 Transformação 24,70 24,34 24,11 23,05 22,66 23,02 23,05 22,82 22,90 23,48 23,19 22,68 22,64 22,30 20,91 Alta 2,78 2,69 2,62 2,42 2,28 2,17 2,00 2,01 1,99 2,02 2,11 2,12 2,06 2,07 2,12 Média-Alta 6,34 6,12 6,35 5,88 5,64 5,99 6,19 6,15 6,43 6,78 6,65 6,45 6,76 6,84 6,03 Média-Baixa 4,89 4,95 5,02 4,83 4,69 4,69 4,69 4,53 4,50 4,74 4,61 4,49 4,46 4,38 3,94 Baixa 10,69 10,58 10,13 9,92 10,06 10,18 10,17 10,13 9,98 9,93 9,81 9,61 9,35 9,01 8,82 SIUP 3,45 3,51 3,59 3,65 3,67 3,66 3,40 3,40 3,50 3,57 3,55 3,56 3,55 3,54 3,63 Construção 7,28 7,40 7,76 7,88 7,65 7,47 7,25 6,90 6,59 6,61 6,51 6,58 6,53 6,74 6,79 Serviços 55,83 55,90 55,87 56,44 56,55 56,48 56,53 56,74 56,41 56,08 56,69 56,99 57,14 57,15 58,67 Alta 20,34 20,57 20,60 21,52 22,10 22,20 22,37 22,85 23,08 22,79 23,26 23,25 23,38 23,24 24,12 Média 19,95 19,76 19,65 19,52 19,39 19,20 19,24 19,38 19,06 18,85 18,97 18,94 18,58 18,52 19,10 Baixa 15,53 15,57 15,63 15,40 15,07 15,07 14,93 14,51 14,28 14,44 14,46 14,81 15,18 15,38 15,46 Agropecuária 14,78 0,99 16,68 1,19 17,10 2,28 6,78 0,73 8,55 1,03 -6,25 -1,07 -4,70 -0,96 Indústria -10,89 -0,82 -7,12 -0,57 -6,08 -0,89 -7,80 -0,90 -3,90 -0,50 -4,89 -0,83 -0,87 -0,17 Extrativa 12,12 0,82 22,92 1,60 8,31 1,15 7,11 0,77 17,43 2,03 -0,52 -0,09 9,07 1,75 Transformação -15,34 -1,18 -9,69 -0,78 -7,60 -1,12 -9,19 -1,07 -3,13 -0,40 -8,70 -1,51 -2,60 -0,53 Alta -23,80 -1,92 -25,54 -2,24 -27,61 -4,51 -2,23 -0,25 -4,45 -0,57 6,64 1,08 4,21 0,83 Média-Alta -4,82 -0,35 8,03 0,60 -2,98 -0,43 0,64 0,07 14,23 1,68 -6,16 -1,05 6,51 1,27 Média-Baixa -19,46 -1,53 -10,43 -0,84 -7,48 -1,10 -15,92 -1,91 -6,49 -0,83 -12,56 -2,21 -2,75 -0,56 Baixa -17,50 -1,36 -15,72 -1,31 -5,18 -0,76 -13,37 -1,58 -11,51 -1,52 -11,66 -2,05 -9,76 -2,03 SIUP 4,98 0,35 2,49 0,19 -1,49 -0,21 -0,93 -0,10 -3,29 -0,42 3,73 0,61 1,27 0,25 Construção -6,76 -0,50 -7,47 -0,60 -5,25 -0,77 -9,14 -1,06 -9,83 -1,29 2,97 0,49 2,18 0,43 Serviços 5,10 0,36 2,37 0,18 1,63 0,23 3,89 0,42 1,19 0,15 4,01 0,66 1,31 0,26 Alta 18,54 1,22 14,25 1,03 12,31 1,67 8,61 0,92 4,68 0,57 4,48 0,73 0,71 0,14 Média -4,28 -0,31 -7,15 -0,57 -2,88 -0,42 -0,56 -0,06 -3,54 -0,45 0,21 0,03 -2,80 -0,57 Baixa -0,47 -0,03 -0,96 -0,07 -6,56 -0,96 2,59 0,28 2,08 0,26 8,30 1,34 7,76 1,51 Elaboração própria.

Fonte: Sistema de Contas Nacionais (IBGE).

Claramente, o principal efeito do ajuste realizado na Tabela 6 é a redução da participação relativa do setor de serviços no valor adicionado total em detrimento dos setores agropecuário e industrial. De fato, considerando-se o período entre 1995-2009, os serviços passaram de uma representação média de 67,41% na Tabela 5 a uma representação média de 56,63% na Tabela 6. É interessante notar, no entanto, que, embora tenham sofrido perda de importância relativa, os serviços mantiveram a posição de destaque observada na Tabela 5 e continuaram apresentando uma trajetória ascendente em termos de sua participação no valor

adicionado total, registrando um aumento de 5,10% (+0,36% a.a.) entre 1995-2009 (contra um aumento de 4,11% (+0,29% a.a.) registrado na Tabela 5).

A Tabela 7, a continuação, apresenta a composição do valor adicionado de acordo com a estrutura do SCN novo para o período 2000-2009. No Apêndice G, as informações são disponibilizadas conforme as sua 56 atividades econômicas respectivas.

Tabela 7: Composição do valor adicionado – SCN novo (Em %) 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Agropecuária 5,60 5,86 6,05 6,32 6,11 5,95 6,02 5,97 6,06 5,87 Indústria 27,73 27,17 26,86 26,85 27,51 27,34 27,04 26,96 26,85 25,51 Extrativa 1,59 1,60 1,74 1,79 1,75 1,85 1,86 1,83 1,82 1,78 Transformação 17,22 17,10 16,93 17,01 17,59 17,38 17,04 17,02 16,79 15,49 Alta 1,63 1,40 1,39 1,37 1,43 1,49 1,57 1,54 1,54 1,49 Média-Alta 4,21 4,20 4,26 4,45 4,80 4,74 4,63 4,87 4,90 4,32 Média-Baixa 3,93 4,00 3,78 3,82 3,91 3,80 3,67 3,67 3,66 3,26 Baixa 7,45 7,49 7,50 7,37 7,45 7,34 7,17 6,94 6,69 6,42 SIUP 3,40 3,14 3,14 3,22 3,30 3,30 3,29 3,29 3,28 3,31 Construção 5,52 5,33 5,05 4,82 4,87 4,80 4,85 4,81 4,96 4,93 Serviços 66,67 66,97 67,08 66,84 66,37 66,71 66,94 67,07 67,08 68,62 Alta 34,67 35,09 35,37 35,41 35,00 35,39 35,38 35,62 35,75 36,83 Média 7,68 7,66 7,69 7,41 7,37 7,43 7,38 7,30 7,38 7,33 Baixa 24,32 24,21 24,02 24,02 24,00 23,90 24,18 24,16 23,95 24,46 Agropecuária 4,77 0,52 8,24 0,99 -7,07 -1,21 -3,99 -0,81 Indústria -8,02 -0,92 -3,18 -0,40 -4,99 -0,85 0,02 0,00 Extrativa 11,53 1,22 14,13 1,67 -0,96 -0,16 1,35 0,27 Transformação -10,03 -1,17 -2,50 -0,32 -8,92 -1,54 -1,29 -0,26 Alta -8,51 -0,98 -5,16 -0,66 8,69 1,40 12,67 2,41 Média-Alta 2,73 0,30 16,43 1,92 -2,83 -0,48 10,13 1,95 Média-Baixa -17,03 -2,05 -6,97 -0,90 -14,57 -2,59 -4,21 -0,86 Baixa -13,89 -1,65 -10,26 -1,34 -12,93 -2,28 -9,27 -1,93 SIUP -2,64 -0,30 -3,52 -0,45 2,87 0,47 1,94 0,39 Construção -10,70 -1,25 -10,05 -1,32 2,11 0,35 2,85 0,56 Serviços 2,94 0,32 0,63 0,08 2,67 0,44 0,37 0,07 Alta 6,24 0,67 3,11 0,38 4,02 0,66 0,96 0,19 Média -4,53 -0,51 -3,86 -0,49 -1,12 -0,19 -0,41 -0,08 Baixa 0,59 0,07 -1,49 -0,19 1,85 0,31 -0,26 -0,05 Elaboração própria.

Fonte: Sistema de Contas Nacionais (IBGE).

Em linhas gerais, os dados dispostos na Tabela 7 confirmam os resultados encontrados na Tabela 5, sobretudo no que se refere às importâncias relativas médias dos grandes setores da economia. Além disso, confirma-se a tendência de perda de participação relativa da indústria no valor adicionado total da economia em detrimento do setor de serviços (ver Gráfico 3).

Vale notar que, apesar de corresponder a uma série de dados mais curta, o atrativo principal da estrutura do SCN novo é a possibilidade de uma maior desagregação das informações. Deste modo, os resultados apresentados no Apêndice G tornam-se mais interessantes para a presente análise e serão analisados a seguir.

Gráfico 2: Evolução da participação relativa dos setores industrial e de serviços no valor adicionado – SCN novo

Elaboração própria.

Fonte: Sistema de Contas Nacionais (IBGE).

Com base no Apêndice G, destaca-se, inicialmente, a participação relativa e o desempenho da atividade econômica 101. Agricultura, silvicultura e exploração florestal

(AGRO) em relação à atividade 102. Pecuária e pesca (AGRO). Dado que, segundo o SCN

novo, estas duas atividades econômicas compõem – e exaurem – o setor agropecuário, pode- se atribuir os ganhos de participação da agropecuária no valor adicionado total, nomeadamente ao valor gerado pela atividade 101. Agricultura, silvicultura e exploração

florestal (AGRO), cuja participação relativa cresceu 10,73% (+1,14% a.a.) entre 2000-2009 e

representou, em média, 4,04% do valor adicionado total.

As atividades econômicas ligadas à indústria extrativa se caracterizaram, em geral, pelo aumento de participação relativa no valor adicionado total, principalmente nos resultados que desconsideram o último ano da série. Merece destaque a atividade 201. Petróleo e gás

natural (IE), devido ao aumento de 18,95% (+1,95% a.a.) em sua participação relativa entre

2000-2009 e por representar, em média, 1,15% do valor adicionado total da economia.

Em relação às atividades econômicas de alta intensidade tecnológica, destaca-se a atividade 313. Produtos farmacêuticos (IAIT), pois, além de representar parcela considerável do valor adicionado total da economia, média de 0,73% entre 2000-2009, apresentou evolução positiva ao longo do período, de 6,42% (+0,69% a.a.). A atividade 326. Máquinas para

escritório e equipamentos de informática (IAIT) apesar de compor, em média, apenas 0,18%

do valor adicionado total, merece menção devido ao significativo aumento de participação 64,00% 65,00% 66,00% 67,00% 68,00% 69,00% 70,00% 24,00% 25,00% 26,00% 27,00% 28,00% 29,00% Serviços Indústria

apresentado ao longo de 2000-2009, da ordem de 63,82% (+5,64% a.a.). As atividades 328.

Material eletrônico e equipamentos de comunicações (IAIT) e 329. Aparelhos e instrumentos médico-hospitalar, medida e óptico (IAIT), contudo, perderam espaço na composição do valor

adicionado total da economia.

Das atividades econômicas de média-alta intensidade tecnológica destacam-se positivamente, por um lado, a atividade 324. Máquinas e equipamentos, inclusive manutenção

e reparos (IMAIT), por representar, em média, 0,96% do valor adicionado total da economia

entre 2000-2009 e, por outro, as atividades 330. Automóveis, camionetas e utilitários (IMAIT) e 333. Outros equipamentos de transporte (IMAIT), pelo aumento significativo de suas importâncias relativas ao longo do período, iguais a 64,89% (+5,71% a.a.) e 63,80% (+5,64% a.a.), respectivamente. No entanto, considerando-se o mesmo período, a atividade 317.

Produtos e preparados químicos diversos (IMAIT), apresentou perda de 48,46% (-7,10% a.a).

Da observação das atividades econômicas de média-baixa intensidade tecnológica, vale mencionar a atividade 310. Álcool (IMBIT), que apresentou um aumento de participação relativa razoável de 23,26% (+2,35% a.a.) ao longo de 2000-2009 e, também, a atividade 323.

Produtos de metal, exclusive máquinas e equipamentos (IMBIT) que representou, em média,

0,87% do valor adicionado total da economia no período. Não obstante, um caso em particular chama a atenção. Trata-se da perda de participação relativa de 40,08% (-5,53% a.a.) entre 2000-2009, da atividade 309. Refino de petróleo e coque (IMBIT). Dito resultado contrasta com o verificado na atividade 201. Petróleo e gás natural (IE) e indica uma perda de capacidade de geração de valor ao longo da cadeia produtiva do petróleo.

De um modo geral, as atividades econômicas de baixa intensidade tecnológica se caracterizaram, no período 2000-2009, por deter parcelas importantes do valor adicionado total da economia, em especial, a atividade 301. Alimentos e bebidas (IBIT), cuja participação média foi de 2,36%. Contudo, ditas atividades se caracterizaram, também, pela perda de participação relativa ao longo do período estudado. A única exceção foi a atividade 307.

Celulose e produtos de papel (IBIT), que registrou aumento de 10,29% (+1,09% a.a.).

A respeito das atividades econômicas 401. Eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza

urbana (SIUP) e 501. Construção (CC) pode-se dizer que, embora tenham representado

porções significativas do valor total gerado na economia de, em média, 3,27% e 4,99%, ambas perderam espaço ao longo do período 2000-2009, da ordem de 2,64% (-0,30% a.a.) e 10,70% (-1,25% a.a.), respectivamente.

Das atividades econômicas de alta intensidade em conhecimento, a atividade 1001.

valor adicionado total da economia, representando, em média, 11,76% entre 2000-2009. A atividade 901. Intermediação financeira e seguros (SAIC), por sua vez, representou cerca de 6,06% do valor adicionado total e apresentou aumento de 23,11% (+2,34% a.a) ao longo do período. Entretanto, há de se recordar que, assim como a atividade 38. Instituições financeiras

(SAIC), do SCN antigo, o valor gerado pela atividade 901. Intermediação financeira e seguros (SAIC), do SCN novo deve ser analisado com cautela. Precauções similares precisam

ser adotadas no caso da atividade 1203. Administração pública e seguridade social (SBIC) do SCN novo – cuja representação média no valor adicionado total foi de 9,47% entre 2000-2009 –, pois grande parte do seu valor computado refere-se às remunerações.

Deste modo, a Tabela 8, a seguir, apresenta os resultados obtidos após a retirada das parcelas referentes às atividades econômicas 901. Intermediação financeira e seguros (SAIC) e 1203. Administração pública e seguridade social (SBIC).

Tabela 8: Composição ajustada do valor adicionado – SCN novo (Em %) 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Agropecuária 6,62 6,94 7,17 7,46 7,20 7,00 7,10 7,07 7,20 7,05 Indústria 32,78 32,17 31,82 31,71 32,41 32,17 31,93 31,94 31,88 30,61 Extrativa 1,88 1,90 2,06 2,12 2,07 2,18 2,20 2,17 2,16 2,13 Transformação 20,35 20,24 20,05 20,09 20,72 20,46 20,12 20,17 19,93 18,59 Alta 1,92 1,66 1,65 1,62 1,68 1,76 1,85 1,82 1,83 1,79 Média-Alta 4,98 4,97 5,05 5,26 5,66 5,58 5,47 5,77 5,82 5,19 Média-Baixa 4,65 4,74 4,47 4,51 4,61 4,48 4,34 4,35 4,34 3,92 Baixa 8,81 8,87 8,89 8,71 8,78 8,64 8,47 8,23 7,94 7,70 SIUP 4,02 3,72 3,72 3,80 3,89 3,88 3,89 3,90 3,90 3,97 Construção 6,52 6,31 5,99 5,70 5,73 5,65 5,72 5,70 5,89 5,91 Serviços 60,60 60,89 61,01 60,82 60,39 60,82 60,97 60,98 60,92 62,34 Alta 33,93 34,51 34,91 35,28 34,81 35,12 34,92 34,72 34,37 35,40 Média 9,08 9,07 9,11 8,76 8,68 8,74 8,71 8,65 8,76 8,80 Baixa 17,59 17,32 16,99 16,79 16,89 16,97 17,33 17,62 17,79 18,15 Agropecuária 6,39 0,69 8,74 1,05 -5,58 -0,95 -3,50 -0,71 Indústria -6,60 -0,76 -2,73 -0,35 -3,47 -0,59 0,53 0,11 Extrativa 13,25 1,39 14,65 1,72 0,62 0,10 1,86 0,37 Transformação -8,65 -1,00 -2,06 -0,26 -7,46 -1,28 -0,79 -0,16 Alta -7,10 -0,81 -4,73 -0,60 10,43 1,67 13,24 2,52 Média-Alta 4,31 0,47 16,96 1,98 -1,28 -0,21 10,69 2,05 Média-Baixa -15,75 -1,89 -6,54 -0,84 -13,21 -2,33 -3,72 -0,76 Baixa -12,56 -1,48 -9,85 -1,29 -11,54 -2,02 -8,81 -1,83 SIUP -1,14 -0,13 -3,08 -0,39 4,52 0,74 2,46 0,49 Construção -9,32 -1,08 -9,64 -1,26 3,74 0,61 3,38 0,67 Serviços 2,87 0,32 0,52 0,07 2,50 0,41 0,15 0,03 Alta 4,32 0,47 1,28 0,16 0,34 0,06 -2,58 -0,52 Média -3,06 -0,34 -3,42 -0,43 0,46 0,08 0,09 0,02 Baixa 3,15 0,34 1,10 0,14 8,09 1,30 5,94 1,16 Elaboração própria.

Fonte: Sistema de Contas Nacionais (IBGE).

Como era de se esperar, o ajuste realizado na Tabela 8 implica na redução da participação relativa do setor de serviços e o aumento da participação relativa dos setores agropecuário e industrial no total do valor adicionado da economia comparativamente à

Tabela 7. De fato, na Tabela 7 observou-se que, em média, os serviços representaram 67,04% do valor adicionado total da economia entre 2000-2009, enquanto que na Tabela 8 este valor cai para 60,98%.

Com o objetivo de realizar uma análise mais detalhada, faz-se interessante avaliar, por separado, a composição do valor adicionado dentro da indústria e dentro do setor de serviços. Por conseguinte, as Tabelas 9 e 10 contêm as informações referentes à composição do valor adicionado industrial, desagregando suas informações de acordo com as categorias do setor industrial, enquanto que as Tabelas 11 a 14 referem-se à composição do valor adicionado do setor de serviços, desagregando suas informações de acordo com as categorias do setor de serviços. A Tabela 9, a seguir, baseia-se na estrutura do SCN antigo e compreende o período entre 1995-2009.

Tabela 9: Composição do valor adicionado na indústria – SCN antigo (Em %) 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Extrativa 2,98 3,02 3,03 3,19 3,11 3,22 3,22 3,43 3,58 3,58 3,78 3,89 3,95 3,94 3,74 Transformação 67,63 66,97 65,94 64,53 64,61 65,24 66,19 66,54 66,94 67,27 67,10 66,42 66,46 65,76 64,25 Alta 7,62 7,40 7,16 6,78 6,51 6,14 5,75 5,87 5,81 5,80 6,10 6,21 6,06 6,11 6,52 Média-Alta 17,35 16,84 17,36 16,45 16,07 16,98 17,77 17,92 18,78 19,43 19,26 18,89 19,86 20,18 18,53 Média-Baixa 13,39 13,62 13,72 13,52 13,36 13,28 13,46 13,19 13,17 13,59 13,35 13,16 13,09 12,92 12,11 Baixa 29,27 29,11 27,71 27,78 28,67 28,84 29,22 29,55 29,18 28,45 28,40 28,16 27,46 26,56 27,10 SIUP 9,46 9,65 9,81 10,22 10,47 10,37 9,77 9,92 10,22 10,21 10,29 10,41 10,41 10,44 11,14 Construção 19,94 20,36 21,22 22,06 21,81 21,17 20,82 20,11 19,27 18,93 18,83 19,28 19,18 19,86 20,86 Extrativa 25,82 1,65 32,35 2,18 15,32 2,06 16,17 1,68 22,20 2,54 4,60 0,75 10,03 1,93 Transformação -5,00 -0,37 -2,76 -0,22 -1,62 -0,23 -1,51 -0,17 0,81 0,10 -4,01 -0,68 -1,75 -0,35 Alta -14,49 -1,11 -19,83 -1,69 -22,93 -3,65 6,04 0,65 -0,58 -0,07 12,12 1,93 5,12 1,00 Média-Alta 6,82 0,47 16,32 1,17 3,30 0,46 9,15 0,98 18,86 2,18 -1,33 -0,22 7,44 1,45 Média-Baixa -9,62 -0,72 -3,56 -0,28 -1,49 -0,21 -8,80 -1,02 -2,69 -0,34 -8,06 -1,39 -1,90 -0,38 Baixa -7,41 -0,55 -9,26 -0,74 0,96 0,14 -6,04 -0,69 -7,92 -1,03 -7,12 -1,22 -8,97 -1,86 SIUP 17,81 1,18 10,35 0,76 4,89 0,68 7,45 0,80 0,64 0,08 9,07 1,46 2,16 0,43 Construção 4,64 0,32 -0,38 -0,03 0,88 0,13 -1,45 -0,16 -6,17 -0,79 8,26 1,33 3,07 0,61 Elaboração própria.

Fonte: Sistema de Contas Nacionais (IBGE).

Nota-se, a partir da Tabela 9, que a indústria extrativa, apesar de ter representado parcela minoritária no valor adicionado do setor industrial durante o período 1995-2009 – média de 3,44% –, ganhou considerável espaço ao longo dos anos, aumentando sua participação relativa em 25,82% (+1,65% a.a.). A indústria de transformação, em contrapartida, responsável por, em média, 66,12% do valor adicionado do setor industrial, teve queda de 3,38 p.p. em sua participação, equivalente a uma perda de -0,37% a.a., entre 1995-2009. Considerando-se o mesmo período, os serviços industriais de utilidade pública e a construção civil apresentaram desempenho positivo, com representações médias de 10,19% e 20,25%, respectivamente.

Em relação às categorias segundo intensidade tecnológica, percebe-se, por um lado, que as indústrias de baixa intensidade tecnológica tiveram participação majoritária no valor adicionado do setor industrial de, em média, 28,46% entre 1995-2009. Por outro lado, as indústrias de alta intensidade tecnológica foram responsáveis apenas por 6,39% do valor gerado pela indústria. É importante notar, contudo, que as indústrias de baixa intensidade tecnológica tiveram perda de participação ao longo do período, da ordem de 7,41% (-0,55% a.a.). Dito movimento foi principalmente acentuado no período 2003-2009, no qual a queda registrada foi de 7,12% (-1,22% a.a.). Por sua vez, as indústrias de alta intensidade tecnológica, apesar do fraco desempenho apresentado no período como um todo, mostraram sinais de recuperação no período 2003-2009, em que se registrou um aumento de participação relativa da ordem de 12,12% (+1,93% a.a.). No caso das indústrias de média-alta e das indústrias de média-baixa intensidade tecnológica, observou-se trajetórias contrastantes. Enquanto que as primeiras aumentaram sua participação de forma quase linear ao longo de 1995-2009, as segundas se caracterizaram por perder participação em todos os períodos estudados.

Com base nestas informações pode-se dizer que as indústrias pertencentes à esfera da

alta tecnologia, isto é, as indústrias de alta e média-alta intensidade tecnológica mantiveram,

em conjunto, sua cota no valor adicionado do setor industrial ao longo de 1995-2009. Mais ainda, pode-se dizer que entre 2003-2009, estas categorias ganharam participação em detrimento das indústrias da esfera de baixa tecnologia – indústrias de média-baixa e baixa tecnologia. De acordo com Squeff (2012: p. 27), estes resultados contrariam a hipótese de desindustrialização no sentido pejorativo do termo, pois, apesar da perda de participação relativa da indústria de transformação no valor adicionado total da economia observada na Tabela 5, a Tabela 9 acima indica um movimento favorável da esfera de alta tecnologia no valor adicionado total gerado pelo setor industrial.

Esta conjectura é respaldada pelos resultados mostrados na Tabela 10 – apresentada a seguir – a qual contém as informações referentes à composição do valor adicionado do setor industrial de acordo com a estrutura do SCN novo para o período 2000-2009. Deste modo, é factível afirmar que indústrias pertencentes à esfera da alta tecnologia, embora ainda sejam responsáveis por uma pequena parcela do valor adicionado do setor industrial, têm evoluído de forma a conquistar cada vez mais espaço dentro da fronteira produtiva nacional, ao passo de que as indústrias pertencentes à esfera da baixa tecnologia têm apresentado movimento contrário.

Tabela 10: Composição do valor adicionado na indústria – SCN novo (Em %) 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Extrativa 5,74 5,91 6,48 6,68 6,37 6,78 6,88 6,80 6,77 6,96 Transformação 62,10 62,92 63,03 63,36 63,93 63,59 63,03 63,15 62,53 60,74 Alta 5,86 5,15 5,17 5,10 5,18 5,47 5,79 5,71 5,74 5,83 Média-Alta 15,18 15,46 15,87 16,58 17,45 17,33 17,12 18,05 18,25 16,96 Média-Baixa 14,18 14,73 14,06 14,23 14,22 13,92 13,58 13,63 13,63 12,79 Baixa 26,87 27,58 27,93 27,46 27,08 26,87 26,53 25,76 24,91 25,16 SIUP 12,27 11,57 11,68 11,99 12,01 12,07 12,18 12,20 12,22 12,98 Construção 19,89 19,60 18,81 17,97 17,68 17,56 17,92 17,85 18,48 19,31 Extrativa 21,26 2,16 17,87 2,08 4,24 0,69 1,33 0,26 Transformação -2,19 -0,25 0,69 0,09 -4,13 -0,70 -1,31 -0,26 Alta -0,53 -0,06 -2,05 -0,26 14,40 2,27 12,65 2,41 Média-Alta 11,69 1,24 20,24 2,33 2,28 0,38 10,11 1,94 Média-Baixa -9,80 -1,14 -3,92 -0,50 -10,09 -1,76 -4,22 -0,86 Baixa -6,37 -0,73 -7,32 -0,95 -8,36 -1,44 -9,29 -1,93 SIUP 5,85 0,63 -0,36 -0,04 8,28 1,33 1,93 0,38 Construção -2,91 -0,33 -7,10 -0,92 7,48 1,21 2,84 0,56 Elaboração própria.

Fonte: Sistema de Contas Nacionais (IBGE).

Na Tabela 11, a seguir, mostra-se a composição do valor adicionado do setor de serviços de acordo com a estrutura do SCN antigo para o período 1995-2009.

Tabela 11: Composição do valor adicionado nos serviços – SCN antigo (Em %) 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Alta 36,53 36,46 36,79 37,22 37,55 37,77 37,75 38,09 37,85 37,71 38,32 38,54 39,59 40,39 41,06 Média 22,54 22,19 22,26 21,83 21,48 21,49 21,40 21,48 21,27 21,30 21,36 21,14 20,64 20,52 20,33 Baixa 40,92 41,34 40,95 40,94 40,97 40,73 40,86 40,44 40,88 40,98 40,32 40,32 39,77 39,08 38,61 Alta 12,41 0,84 10,57 0,78 4,26 0,60 8,72 0,93 6,93 0,84 8,48 1,37 6,70 1,31 Média -9,83 -0,74 -8,96 -0,72 -4,74 -0,69 -5,42 -0,62 -4,51 -0,58 -4,42 -0,75 -3,50 -0,71 Baixa -5,66 -0,42 -4,50 -0,35 -1,19 -0,17 -5,22 -0,59 -4,05 -0,52 -5,55 -0,95 -4,39 -0,89 Elaboração própria.

Fonte: Sistema de Contas Nacionais (IBGE).

Constata-se, por meio da Tabela 11, que os serviços de alta intensidade em conhecimento foram responsáveis, em média, por 38,11% do valor adicionado gerado pelo setor de serviços no período 1995-2009. A forte representação destes serviços, que ficou atrás apenas dos serviços de baixo conhecimento – média de 40,47% – mostrou, ademais, trajetória ascendente ao longo do período, com um aumento em sua participação relativa igual a 12,41% (+0,84% a.a.). Opostamente, os serviços de médio e baixo conhecimento perderam participação de forma quase sistemática entre 1995-2009.

Os resultados apresentados na Tabela 11 refletem o desempenho positivo do setor de serviços verificado na Tabela 5 em termos do aumento de participação relativa no valor adicionado total da economia. Além disso, pode-se considerar que a trajetória ascendente dos serviços de alta intensidade em conhecimento no valor adicionado do setor de serviços indica

que, frente a um deslocamento da estrutura produtiva brasileira, haveria um movimento em benefício dos serviços pertencentes à esfera da alta tecnologia e que, como será visto mais adiante, apresentam os maiores níveis de produtividade dentro do setor.

Considerando-se as ressalvas relacionadas às atividades econômicas 38. Instituições

financeiras (SAIC) e 42. Administração pública (SBIC), a Tabela 12, a seguir, mostra os

cálculos ajustados da composição do valor adicionado do setor de serviços – após a retirada de suas parcelas – para o período 1995-2009 de acordo com a estrutura do SCN antigo.

Tabela 12: Composição ajustada do valor adicionado nos serviços – SCN antigo (Em %) 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Alta 36,44 36,79 36,86 38,13 39,08 39,31 39,56 40,27 40,91 40,65 41,03 40,79 40,91 40,67 41,10 Média 35,74 35,35 35,17 34,58 34,28 34,00 34,03 34,15 33,78 33,61 33,46 33,23 32,52 32,41 32,55 Baixa 27,82 27,86 27,97 27,28 26,64 26,68 26,41 25,58 25,30 25,75 25,51 25,98 26,57 26,92 26,35 Alta 12,79 0,86 11,60 0,85 10,51 1,44 4,55 0,50 3,45 0,43 0,46 0,08 -0,59 -0,12 Média -8,92 -0,67 -9,30 -0,75 -4,44 -0,65 -4,28 -0,48 -4,68 -0,60 -3,65 -0,62 -4,05 -0,82 Baixa -5,29 -0,39 -3,25 -0,25 -8,06 -1,19 -1,25 -0,14 0,88 0,11 4,13 0,68 6,37 1,24 Elaboração própria.

Fonte: Sistema de Contas Nacionais (IBGE).

Comparando-se as Tabelas 11 e 12, percebe-se que, enquanto a participação dos serviços de alta intensidade em conhecimento se manteve relativamente inalterada – de, em média, 38,11% na Tabela 11 a, em média, 39,50% na Tabela 12 –, os serviços de média intensidade em conhecimento passaram a ter, após o ajuste dos cálculos, uma importância relativa maior do que os serviços de baixa intensidade em conhecimento. Estes novos resultados sugerem que quanto maior a intensidade em conhecimento das atividades econômicas do setor de serviços, maior a sua participação no valor adicionado gerado pelo setor. A Tabela 13, a seguir, apresenta os resultados referentes à composição do valor adicionado do setor de serviços conforme o SCN novo para o período 2000-2009.

Tabela 13: Composição do valor adicionado nos serviços – SCN novo (Em %) 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 Alta 52,01 52,40 52,73 52,98 52,73 53,05 52,86 53,11 53,29 53,67 Média 11,52 11,44 11,47 11,09 11,11 11,13 11,02 10,88 11,00 10,68 Baixa 36,48 36,16 35,80 35,93 36,17 35,82 36,12 36,02 35,71 35,65 Alta 3,21 0,35 2,47 0,30 1,31 0,22 0,59 0,12 Média -7,26 -0,83 -4,46 -0,57 -3,69 -0,62 -0,78 -0,16 Baixa -2,28 -0,26 -2,11 -0,27 -0,80 -0,13 -0,62 -0,13 Elaboração própria.