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CLT E AS NORMAS DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO

TÓPICO 3 – LEGISLAÇÃO TRABALHISTA

2.1 CLT E AS NORMAS DE SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO

Relativamente às questões do tema central do estudo, a CLT estipula as normas de proteção ao trabalhador, consoante se vê em seu capítulo V, do Título II, intitulado "DA SEGURANÇA E DA MEDICINA DO TRABALHO", onde o Legislador dispõe 48 artigos (154 a 201), organizados da seguinte forma:

Seção I- Disposições Gerais (Arts. 154 a 159).

Seção II- Da Inspeção Prévia e do Embargo ou Interdição (Arts. 160 e 161). Seção III- Dos Órgãos de Segurança e de Medicina do Trabalho nas Empresas (Arts. 162 a 165).

Seção IV- Do Equipamento de Proteção Individual (Arts. 166 e 167).

Seção V- Das Medidas Preventivas de Medicina do Trabalho (Arts. 168 e 169). Seção VI- Das Edificações (Arts. 170 a 174).

Seção VII- Da Iluminação (Art. 175).

Seção VIII- Do Conforto Térmico (Arts. 176 a 178). Seção IX- Das Instalações Elétricas (Arts. 179 a 181).

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Seção XIII- Das Atividades Insalubres ou Perigosas (Arts. 189 a 197). Seção XIV- Da Prevenção da Fadiga (Arts. 198 e 199).

Seção XV- Das outras Medidas Especiais de Proteção (Art. 200).

Seção XVI- Das Penalidades (Art. 201) - os artigos 202 a 223 foram revogados. Nossa proposta é discorrer sobre os pontos mais importantes que a CLT nos reserva na matéria em estudo, relacionando-os, quando for o caso, a outras normas e eles atinentes.

Saliente-se que a proteção do trabalhador, referente a sua saúde e segurança, estende-se a muitas disposições legais, mesmo que não direcionadas à segurança do trabalho, não se encontrando apenas nas leis trabalhistas e por vezes sequer estão direcionadas para o Direito do Trabalho. Acabam por atingir esta proteção de maneira indireta e por isso devem ser igualmente obedecidas. É o que se observa no disposto no artigo 154 da CLT:

A observância, em todos os locais de trabalho, do disposto neste Capítulo, não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios em que se situem os respectivos estabelecimentos, bem como daquelas oriundas de convenções coletivas de trabalho.

O texto do artigo 154 deixa claro que as empresas não só devem cumprir o que reza este Capítulo, mas, também, as disposições sobre a mesma matéria, que se incluírem em códigos de obras ou regulamentos sanitários estaduais ou municipais. Portanto, faz-se necessário explicitar que junto à CLT outras normas assumem relevo no contexto em exame. Assim, em cumprimento ao art. 200 e aos demais artigos do capítulo V, do Título II da CLT, o Ministério do Trabalho e Emprego expediu a Portaria n° 3.214, 8 de junho de 1978 e diversas portarias posteriores aprovando as Normas Regulamentadoras (com seus acréscimos, supressões e modificações), hoje em número de 37, que são:

• NR-1- Disposições Gerais. • NR-2- Inspeção Prévia. • NR-3- Embargo ou Interdição

• NR-4- Serviços Especializados em Engenharia de Segurança em Medicina do Trabalho.

• NR-5- Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. • NR-6- Equipamento de Proteção Individual (EPI).

• NR-7- Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - Despacho SSST (Nota Técnica).

• NR-8- Edificações.

• NR-9- Programa de Prevenção de Riscos Ambientais.

• NR-10- Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade.

• NR-11- Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais. • NR-12- Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos.

UNIDADE 1 | NOÇÕES SOBRE DIREITO DO TRABALHO • NR-13- Caldeiras e Vasos de Pressão. • NR-14- Fornos.

• NR-15- Atividades e Operações Insalubres. • NR-16- Atividades e Operações Perigosas. • NR-17- Ergonomia.

• NR-18- Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção. • NR-19- Explosivos.

• NR-20- Segurança e Saúde no Trabalho com inflamáveis e combustíveis. • NR-21- Trabalho a Céu Aberto.

• NR-22- Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração. • NR-23- Proteção contra incêndios.

• NR-24- Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho. • NR-25- Resíduos Industriais.

• NR-26- Sinalização de Segurança.

• NR-27- Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho (Revogada pela Portaria nº 262, de 29 de maio de 2008.

• NR-28- Fiscalização e Penalidades.

• NR-29- Segurança e Saúde no Trabalho Portuário. • NR-30- Segurança e Saúde no Trabalho Portuário.

• NR-31- Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura.

• NR-32- Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde. • NR-33- Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados.

• NR-34- Condições e meio ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Civil e Reparação Naval.

• NR-35- Trabalho em Altura.

• NR-36- Segurança e Saúde no Trabalho em Empresas de Abate e Processamento de Carnes e Derivados.

• NR-37- Segurança e Saúde em Plataformas de Petróleo.

Tem-se contestado a validade das Normas Regulamentadoras, posto que somente o legislador possui competência para baixar normas que inovem no Ordenamento Jurídico. No entanto, em que pese as NR efetivamente inovarem no sentido de criarem leis que não existiam antes, há que se constatar, por fim, que as mesmas advêm das normas que dispõem sobre a competência do MTE expedirem normas para explicar e regular as leis previstas. Assim, se é a própria lei que determina que o Ministério do Trabalho e Emprego expeça normas, estas não podem ser consideradas ilegais ou inconstitucionais, sendo que é justamente neste sentido que o Poder Judiciário tem decidido.

Importante ainda ressaltar que a Normas Regulamentadoras são colocadas em discussões prévias, postas em consulta pública, envolvendo tanto a população no geral como os interessados, tal como o caso da NR-31, que contou com a aprovação quase completa entre empregados e empregadores.

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O parágrafo único do art. 22 da Constituição Federal estabelece que Lei Complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre matérias específicas do direito do trabalho, mas as regras da CLT atinentes à segurança e medicina do trabalho sempre se sobreporão às que eventualmente forem editadas pelos Estados ou Municípios. O art. 154 ainda prevê o estabelecimento de normas protetoras da saúde do homem no trabalho por meio de convenções coletivas do trabalho, onde se abre campo para atuação sindical. É correto afirmar que, por um lapso, o legislador deixou de aludir ao acordo coletivo de trabalho, pois é perfeitamente possível a existência de situações específicas em um determinado número de empresas de um mesmo ramo econômico, situações que justificam a estipulação de normas especiais de higiene e segurança por meio de um pacto coletivo de trabalho de dimensões menores que as de uma Convenção (abrangente de toda uma categoria econômica). Os convênios coletivos adquirem maior relevância, quando há lacunas na lei e menos atuação do Estado como interventor. Se o Estado atuar de forma bem acentuada, há menos utilidade do pacto coletivo. Muito embora existam defesas no sentido de que a matéria de segurança e medicina do trabalho necessitem de suporte técnico-científico, nada obsta que empresários e empregados discutam em conjunto na área da saúde ocupacional, até por que podem fazê-lo com o auxílio de médicos, engenheiros e técnicos.

O órgão público competente para matéria de Segurança e Medicina do Trabalho é Ministério do Trabalho e Emprego, que se faz presente regionalmente, no território nacional, por meio das Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego – SRTE (antigas Delegacias Regionais do Trabalho), conforme art. 155 e 159 da CLT. Há também as GTRE – Gerências Regionais do Trabalho e Emprego, nas cidades de maior porte.

O artigo 156 da CLT estatui acerca da função relevante das SRTEs, pois executam, monitoram e fiscalizam o cumprimento das leis trabalhistas em matéria de Medicina e Segurança do Trabalho, fazendo presentes as atribuições do MTE em suas respectivas jurisdições. Além disso, prestam apoio e orientação ao trabalhador, atuando também em negociações coletivas, com mediação e arbitragem.

Relacionado ao art. 156, a CLT ainda estabelece as obrigações das empresas e dos empregados nas questões relativas à Medicina e Segurança do Trabalho, conforme arts. 157 e 158. É importante salientar que, segundo o art. 157 da CLT, cabe às empresas demonstrarem que cumprem e fazem cumprir as determinações legais quanto às precauções no sentido de se evitarem acidentes e doenças ocupacionais, sob pena de presunção de culpa. Neste ínterim, as medidas tomadas devem ser proporcionais com os níveis de risco da atividade econômica explorada pela empresa e função do trabalhador. Quanto às obrigações do empregado, destaca-se o parágrafo único do art. 158, que dá ensejo à despedida por justa causa, se o trabalhador descumpre reiteradamente as normas protetivas ou se recusa a utilizar os equipamentos de proteção.

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O art. 160 dispõe que nenhum estabelecimento poderá iniciar atividades sem prévia inspeção e aprovação das respectivas instalações pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego. O § 1º do mesmo artigo, por sua vez, dispõe que qualquer modificação substancial nas instalações, inclusive equipamentos, deverão ser comunicados, o que ensejará nova inspeção e nova necessidade de aprovação das instalações.

As SRTE – Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego podem interditar máquina, equipamento, setor de serviço ou o estabelecimento, se constatar mediante competente laudo técnico, que exista grave e iminente risco ao trabalhador. Poderá também embargar obra (art. 161 da CLT). Em qualquer caso, a decisão deverá indicar as providências que deverão ser adotadas para a não conformidade.

Importante explicitar que a Portaria 1.719/14 (que substitui temporariamente a Portaria 40/2011), ambas do MTE, estabelece o seguinte, em seu art. 3º:

Art. 3º O embargo e a interdição são medidas de urgência, adotadas quando constatada condição ou situação de trabalho que caracterize risco grave e iminente ao trabalhador.

§ 1º Considera-se grave e iminente risco toda condição ou situação de trabalho que possa causar acidente ou doença relacionada ao trabalho com lesão grave à integridade física do trabalhador.

§ 2º O embargo implica a paralisação total ou parcial da obra, considerada todo e qualquer serviço de engenharia de construção, montagem, instalação, manutenção ou reforma.

§ 3º A interdição implica a paralisação total ou parcial do estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento.

O contido no art. 161 passa a ser entendido em consonância com o art. 4º da Portaria 1.719/14, pelo que os Auditores Fiscais do Trabalho (AFT) estão automaticamente autorizados a praticar os atos constantes do artigo 3º.

O § 1º do art. 161 da CLT dispõe sobre o apoio, sempre que se fizer necessário que as autoridades federais, estaduais e municipais, o que inclui a autoridade policial – militar e civil –, estadual ou federal devem dar ao cumprimento de medidas de intervenção ou embargo. E ainda o § 2º dispõe que a interdição ou o embargo poderão ser requeridos, inclusive, pela entidade sindical.

Do embargo e/ou da interdição, podem ser interpostos recursos no prazo de dez dias, contados da ciência do embargo/interdição, perante a Coordenação- Geral de Recursos (CGR) da Secretaria de Inspeção do Trabalho (14 ao 19 da Portaria 1.719/14 e art. 161, § 3°, CLT). Os autos do recurso deverão ser apensados ao Termo de Embargo/Interdição que lhe deu origem.

Pode ser dado efeito suspensivo ao recurso, bem como o Delegado Regional do Trabalho, independente de recurso e após laudo técnico do serviço

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Interposto recurso, o processo será encaminhado ao Auditor Fiscal do Trabalho, responsável pela lavratura do Relatório Técnico, para que preste informações complementares, no prazo de quarenta e oito horas. No prazo de dez dias o processo deverá ser encaminhado para análise para a autoridade competente, que decidirá igualmente no prazo de dez dias do recebimento do processo devidamente instruído. Se houver suspensão do embargo/interdição, que implique perda do objeto do recurso, deverá ser comunicada de imediato à autoridade a quem foi encaminhado o recurso. Os empregados receberão os salários normalmente durante o embargo/interdição.

A empresa que adotar todas as medidas de protetivas indicadas no relatório técnico que ensejou o embargo/interdição poderá requerer o levantamento dos mesmos, a qualquer tempo, conforme estatui o art. 9º da Portaria do MTE 1719/14. O pedido deverá ser protocolado junto ao processo administrativo originado pelo termo de embargo/interdição, relatando as medidas tomadas. Nova inspeção, então, será feita para verificação da exatidão das providências, de preferência pelo próprio Auditor Fiscal responsável pelo embargo/interdição e dentro do prazo máximo de um dia útil da data do protocolo do requerimento.

O Auditor Fiscal do Trabalho deverá elaborar novo relatório técnico, indicando ou não o cumprimento das medidas especificadas e deverá propor a manutenção total ou parcial do embargo/interdição ou o levantamento da medida, conforme o caso. Da decisão que mantiver o embargo/interdição total ou parcial, caberá o mesmo recurso acima descrito.

O art. 162 da CLT dispõe ainda sobre a obrigação das empresas em manter serviços especializados em segurança e medicina do trabalho, de acordo com as normas expedidas pelo Ministério do Trabalho e Emprego, as quais estabelecerão: a) a classificação das empresas segundo o número de empregados e a natureza do

risco de suas atividades;

b) o número mínimo de profissionais especializados exigido de cada empresa, segundo o grupo de atividade e risco no qual a empresa esteja classificada; c) a qualificação exigida para os profissionais em questão e o seu regime de trabalho; d) as demais características e atribuições dos serviços especializados em segurança

e em medicina do trabalho, nas empresas.

Conste-se que a Norma Regulamentadora NR-4 é a que rege e especifica detalhadamente como se dão, nas empresas, os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho.

Outra regulação importante estabelecida pela CLT, no ambiente cotidiano das empresas, é a presença obrigatória da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), conforme estatui em seus arts. 163 e 164, que preveem sua composição por representantes dos empregados e empregadores, com objetivo de prevenir acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. A Norma

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Regulamentadora 5 estabelece as formas de constituição, organização, funcionamento, treinamento, atribuições e processo eleitoral dos membros da CIPA. O mandato desses membros da CIPA será de um ano, permitida a reeleição, sendo garantida, ao membro da CIPA, a estabilidade de um ano contra demissões arbitrárias e sem justa causa, após um ano do término do exercício do respectivo mandato, conforme estabelece o art. 165 da CLT e o item 5.8 da aludida NR. Essa estabilidade é garantida ainda pela CF/88, art. 10 das Disposições Constitucionais Transitórias, que dispõe que garantia de emprego se estenderá desde a inscrição na chapa que concorrerá à eleição, até um ano após o término do mandato.

Sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados, as empresas são obrigadas a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, com o devido certificado de aprovação pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Assim estabelecem os artigos 166 e 167 da CLT. Os EPIs são regulamentados pela NR-6.

Os art. 168 e 169 da CLT estabelecem regras relativas à saúde do empregado, posto que o empregador é responsável não somente pela realização de exame médico admissional e demissional, mas também exames periódicos. Além disso, as doenças profissionais e as adquiridas em virtude de condições especiais de trabalho, ainda que somente suspeitas, deverão ser notificadas, tudo conforme instruções do Ministério do Trabalho. A NR-7 e respectiva nota técnica discorrem sobre Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos trabalhadores.

Os arts. 170 a 174 da CLT tratam de assunto específico que se refere às edificações, as quais devem obedecer aos requisitos técnicos que garantam perfeita segurança aos que ali trabalham (art. 170).

De acordo com o art. 171 da CLT, o pé direito (altura livre entre o piso e o teto) do local de trabalho deverá ser de, no mínimo, três metros. O parágrafo único deste artigo estabelece a exceção, onde esta altura pode ser menor, desde que a iluminação e conforto térmico sejam compatíveis com a natureza do trabalho, o que deverá ser avaliado pelo órgão competente em matéria de segurança e medicina do trabalho.

Segundo dispõem os arts. 172 a 174, os pisos não podem apresentar saliências nem depressões que prejudiquem a circulação de pessoas ou de materiais. As aberturas nos pisos e paredes devem ser protegidas de forma que impeçam a queda de pessoas ou de objetos; e, as paredes, escadas, rampas de acesso, passarelas, pisos, corredores, coberturas e passagens dos locais de trabalho deverão obedecer às condições de segurança e de higiene do trabalho estabelecidas pelo Ministério do Trabalho e manter-se em perfeito estado de conservação e limpeza, a NR-8 é que veio a regulamentar este assunto sobre edificações.

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O artigo 175 trata sobre iluminação, a qual deve haver adequada, natural ou artificial, apropriada à natureza da atividade, em todos os locais de trabalho é o Ministério do Trabalho e Emprego que deve estabelecer os níveis mínimos de iluminamento a serem observados, bem como a forma de distribuição da iluminação, para que seja geral e bem difundida por todo o ambiente de trabalho, a fim de evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos. Quanto à ventilação, o art. 176 estabelece que os locais de trabalho devem ter ventilação natural, compatível com o serviço realizado, e que a ventilação artificial é obrigatória sempre que a natural não preencha as condições de conforto térmico.

O art. 177 ainda prevê questões relativas ao trabalho onde existem condições extremas de calor ou de frio, fatores que se mostram bastante prejudiciais à saúde do trabalhador. Assim, para os casos em que as condições de ambiente se tornarem desconfortáveis, em virtude de instalações geradoras de frio ou de calor, será obrigatório o uso de vestimenta adequada ou serão providenciadas capelas, anteparos, paredes duplas, isolamento térmico e recursos similares, de forma que os empregados fiquem protegidos contra as radiações térmicas.

Os anexos 3 e 9 da NR-15 regulamentam, respectivamente, a matéria e é da competência do Ministério do Trabalho e Emprego fixar os limites e as condições conforto térmico dos locais de trabalho (art. 178).

Já os artigos 179 a 181 da CLT tratam da segurança do trabalho realizada junto a instalações elétricas:

Art. 179 - O Ministério do Trabalho disporá sobre as condições de segurança e as medidas especiais a serem observadas relativamente a instalações elétricas, em qualquer das fases de produção, transmissão, distribuição ou consumo de energia.

Art. 180 - Somente profissional qualificado poderá instalar, operar, inspecionar ou reparar instalações elétricas.

Art. 181 - Os que trabalharem em serviços de eletricidade ou instalações.

Esta matéria é disciplinada pela NR-10, a qual abrange todas as instalações elétricas, em qualquer das fases de produção, transmissão, distribuição e consumo de energia, especificando que somente profissionais qualificados e com bom estado de saúde estão autorizados a instalar, operar, inspecionar ou reparar instalações elétricas. Além disso, mantém a obrigatoriedade de certificação para todos os equipamentos, dispositivos e/ou componentes elétricos eletrônicos.

Os artigos 182 e 183 tratam da movimentação, armazenagem e manuseio de materiais:

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Art. 182- O Ministério do Trabalho estabelecerá normas sobre: I- as precauções de segurança na movimentação de materiais nos locais

de trabalho, os equipamentos a serem obrigatoriamente utilizados as condições especiais a que estão sujeitas a operação e a manutenção desses equipamentos, inclusive exigências de pessoal habilitado; II- as exigências similares relativas ao manuseio e à armazenagem

de materiais, inclusive quanto às condições de segurança e higiene relativas aos recipientes e locais de armazenagem e os equipamentos de proteção individual;

III- a obrigatoriedade de indicação de carga máxima permitida nos equipamentos de transporte, dos avisos de proibição de fumar e de advertência quanto à natureza perigosa ou nociva à saúde das substâncias em movimentação ou em depósito, bem come recomendações de primeiros socorros e de atendimento médico e símbolo de perigo, segundo padronização internacional, nos rótulos dos materiais ou substâncias armazenados ou transportados. Parágrafo único - As disposições relativas ao transporte de materiais aplicam-se, também, no que couber, ao transporte de pessoas nos locais de trabalho.

Art. 183- As pessoas que trabalharem na movimentação de material deverão estar familiarizados com os métodos raciocinais de levantamento de cargas.

Esta matéria é minuciosamente disciplinada pela NR-11, onde são nomeados os equipamentos, inclusive sobre a movimentação e armazenagem de chapas de mármore, granito e outras rochas. A NR-29, que trata do trabalho portuário, também contém disposições sobre equipamentos de movimentação de cargas na orla portuária.

Na movimentação de materiais são usados os mais diversos equipamentos e todos eles, se o operador não estiver bem treinado, oferecem riscos dos mais

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