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2 Justificativa e Hipótese

4.6 Procedimentos para a coleta de dados

4.6.1 Coleta de dados no M1 (antes da implementação da IHAC-Neo no hospital intervenção)

4.6.1.1 Coleta de dados da prevalência do AME, variáveis maternas e condições de saúde do prematuro

O recrutamento dos bebês para a coleta de dados da prevalência do AME, das condições de saúde do prematuro e das variáveis maternas no hospital intervenção ocorreu no período de 07 de abril a 07 de julho de 2014, sendo acompanhados até janeiro de 2015 com a finalização da coleta aos seis meses de vida. No hospital controle o recrutamento ocorreu no período de 06 de agosto a 20 de novembro de 2014, acompanhando e coletando dados dos seis meses até maio de 2015.

Estes dados foram coletados pela pesquisadora e mais três auxiliares de pesquisa (uma pós-graduanda e duas graduandas em enfermagem) no hospital intervenção e por duas auxiliares de pesquisa (uma pós-graduanda e uma docente da área de enfermagem) no hospital controle. Antes do início da coleta todas as auxiliares foram treinadas e capacitadas, inclusive com auxílio de tecnologias à distância.

Os dados sociodemográficos dos pais, obstétricos, de nascimento, condições de saúde do prematuro durante internação, tempo de internação, primeira alimentação láctea, início da amamentação (considerado quando o prematuro foi colocado em contato com a mama pela primeira vez com a finalidade de receber alimentação com leite materno) e tipo de aleitamento na alta hospitalar foram coletados em revisão de prontuários ou registros sistemáticos confiáveis das unidades neonatais utilizando roteiro estruturado (APÊNDICE C). Os dados não encontrados no prontuário eram coletados em entrevista com a mãe durante a internação do bebê ou no primeiro contato com ela após a alta hospitalar. Alguns dados coletados no prontuário foram confirmados com as mães/pais durante a entrevista.

Após a alta hospitalar do prematuro, a pesquisadora e as auxiliares verificavam no sistema informatizado ou no prontuário do prematuro, a data de agendamento do primeiro retorno no ambulatório de seguimento ou no BLH da instituição, entre o 7º e 30º dia após a alta. No dia agendado para o retorno nesse período, as entrevistadoras localizavam as mães no ambulatório e, enquanto a mãe aguardava a consulta ou após a mesma, os dados referentes ao AM após a alta e as vivências maternas sobre AM foram coletados, além dos demais dados faltantes. Caso a mãe não comparecesse ou a consulta fosse remarcada ou cancelada, as auxiliares de pesquisa telefonavam para a mãe (preferencialmente na segunda semana após a alta hospitalar, os quais podiam se estender até 30 dias) e realizavam a entrevista por telefone.

Para a coleta de dados aos seis meses de idade pós-natal, a pesquisadora e as auxiliares de coleta identificavam o período em que cada participante do estudo completaria esta idade e checavam, no sistema de agendamento dos retornos, a data mais próxima da consulta ambulatorial do prematuro nesse período. Considerou-se o período dos 29 dias seguintes ao dia que o prematuro completaria seis meses de vida (seis meses e zero dias a seis meses e 29 dias). Caso o prematuro não tivesse consulta no ambulatório e/ou BLH nesse período ou já tivesse tido alta do ambulatório de prematuros e não fizesse mais acompanhamento na instituição, a entrevista com as mães era realizada via contato telefônico. A pesquisadora e as auxiliares de coleta também utilizaram um quadro controle do acompanhamento das coletas aos seis meses de idade pós-natal (APÊNDICE D).

Para a análise de quando o bebê parou de ser amamentado com leite materno foi considerada a idade pós-natal do prematuro na data em que a mãe relatou o desmame. Nos casos em que a mãe não foi localizada aos seis meses ou não se recordou de quando foi o desmame, considerou-se como critério a última informação do prontuário das consultas no ambulatório em que estava registrado que o bebê estava em AM, sendo que a consulta posterior, o prematuro já estava desmamado. Para esta pesquisa foi considerado como desmame a cessação do AM (exclusivo ou não), ou seja, ausência de ingestão de leite materno, conforme Brasil (2009).

No Quadro 4 constam as fontes de dados utilizadas para a coleta de dados das principais variáveis do estudo sobre a prevalência do AME em prematuros.

Quadro 4 - Fontes de dados para a coleta das variáveis sociodemográficas maternas, obstétricas, neonatais e condições de saúde do prematuro incluídas no estudo.

Fonte de dados Variáveis

Primária: Entrevista estruturada com as mães no recrutamento ou durante hospitalização do prematuro

Pais residem juntos Zona de domicílio Escolaridade materna Estado civil

Mãe trabalha fora de casa Renda familiar mensal

- conclusão -

Fonte de dados Variáveis

Secundária: Prontuário clínico do prematuro

Idade materna

Número de consultas de pré-natal Complicações durante a gestação Experiência prévia no AM Número de gestações anteriores Tipo de gestação

Complicações durante o parto Tipo de parto

Sexo

Tempo total de hospitalização Idade gestacional ao nascer Peso ao nascer

Reanimação ao nascimento Contato pele a pele precoce

Amamentação durante primeira hora de vida Patologias durante hospitalização

Internação na UTIN e/ou enfermaria canguru Uso de suporte ventilatório e/ou oxigenoterapia Idade pós-natal na primeira alimentação láctea Tipo de leite na primeira alimentação láctea Idade pós-natal quando iniciou a amamentação Idade corrigida quando iniciou a amamentação Peso quando iniciou a amamentação

Peso na alta hospitalar Tipo de AM na alta hospitalar Técnica de AM na alta hospitalar Primária: Entrevista com a mãe no

momento da alta hospitalar ou pelo telefone ou durante retorno no ambulatório no primeiro mês após a alta hospitalar

Dificuldades no AM durante hospitalização do prematuro Mãe se sentiu apoiada pela equipe de saúde para amamentar

Tipo de AM durante primeiro mês no domicílio Técnica de AM na alta hospitalar

Data do desmame Primária: Entrevista com a mãe pelo

telefone ou durante retorno no ambulatório aos seis meses de vida

Tipo de AM aos seis meses de vida Técnica de AM aos seis meses de vida Data do desmame

Houve algumas dificuldades operacionais para a coleta dos dados da prevalência do AM no M1, principalmente após a alta hospitalar do bebê. No hospital intervenção, a maioria dos prematuros, especialmente os pré-termo tardios, não teve retornos agendados dentro do primeiro mês de vida, sendo referenciado diretamente para as unidades básicas de saúde. Isto aconteceu no período da Copa do Mundo de 2014, no qual o ambulatório fechou alguns dias e o número de vagas para os retornos ficou restrito aos bebês com maior prioridade (pré-termo

extremos e moderados com complicações). Dessa maneira, a coleta de dados no primeiro mês pós-alta no hospital intervenção foi realizada por meio de contato telefônico com as mães em uma frequência muito maior que a esperada, apesar de previsto no projeto.

No hospital controle, a coleta de dados iniciou tardiamente devido a exigência de tramitar novamente o projeto pelo CEP do hospital, mesmo após a anuência deles e a aprovação do CEP da instituição preponente. Além disso, durante o período de recrutamento dos bebês, as unidades neonatais do hospital controle não receberam admissões de RN por duas semanas devido surto de infecção. Para não comprometer o recrutamento dos prematuros neste primeiro momento optou-se por estender a coleta de dados pelo mesmo período de tempo em que as unidades ficaram fechadas (duas semanas).