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A amostra da pesquisa

3.7 Coleta de dados (2ª Etapa)

A etapa de coleta de dados foi iniciada após a aprovação da pesquisa pelo Comitê de Ética da UFMG, parecer nº 443/11. Constou de entrevistas com um gestor e 08 profissionais de 03 equipes da ESF da cidade de Montes Claros, MG. A entrevista é um dos instrumentos básicos para coleta de dados na pesquisa qualitativa. Ela é uma “conversa entre dois, ou vários interlocutores, realizada por iniciativa do entrevistador, destinada a construir informações pertinentes para um objeto de pesquisa”

- não ser profissional de uma das equipes de ESF da cidade t- - ter sido contratado a menos de quinze dias;

- ser estagiário na equipe;

- ter algum impedimento de ordem física ou mental que impeça o profissional de elaborar o tema e dar entrevista (ex: problemas que dificultem o entendimento da fala ou desordem mental severa que altere o pensamento).

- ser profissional contratado de uma das equipes de ESF da cidade de Montes Claros;

- ocupar os cargos de médico, enfermeiro ou agente comunitário de saúde;

(MINAYO, 2006, p. 261). Utilizamos a entrevista em profundidade, onde convidamos o informante a falar livremente sobre um tema, a partir de perguntas feitas pelo entrevistador, “buscando dar mais profundidade às reflexões” (MINAYO, 2006, p. 262).

A construção do roteiro da entrevista (APÊNDICE A) se deu em função desse entendimento, com as seguintes questões: 1) Você já leu, estudou ou fez curso sobre violência sexual contra crianças e/ou adolescentes? 2) Para você, o que é violência sexual contra crianças e/ou adolescentes? 3) Quais os indicativos para uma suspeita de violência sexual contra crianças e adolescentes? 4) Quais os indicativos para uma confirmação de violência sexual contra crianças e adolescentes? 5) Quais os encaminhamentos dados por você em ambos os casos (suspeita ou confirmação)? 6) Existe um trabalho integrado em sua equipe de trabalho nestes casos? 7) Poderia me contar alguma experiência da sua vida profissional ligada à violência sexual contra criança ou adolescente?

Foi usado ainda um diário de campo, que se refere a um caderno de notas, onde se registraram impressões pessoais da pesquisadora, falas de profissionais fora do contexto da entrevista, e outros aspectos julgados relevantes pela pesquisadora durante a investigação.

Partindo da delimitação da amostra já explicitada, entrevistamos primeiro a coordenadora do Programa Estratégia Saúde da Família do município de Montes Claros. Essa entrevista foi de caráter exploratório, buscando compreender como funcionava o Programa Estratégia Saúde da Família do município de Montes Claros e de que forma trabalhavam com os casos de crianças e adolescentes em situação de violência sexual.

A partir de então fizemos contato telefônico com as duas unidades (Jardim das Palmeiras I e II) onde se encontravam as 3 equipes do ESF, marcando dia e hora da entrevista com o gestor. Apresentávamos a eles a carta da Secretaria de Saúde do município de Montes Claros, que nos autorizava realizar a pesquisa nas unidades do ESF. Como os gestores são enfermeiros das equipes de saúde, além de explicarmos a pesquisa, fizemos as entrevistas com eles também. Ao total realizamos 09 entrevistas, sendo 03 com profissionais médicos, 03 enfermeiros (incluindo a coordenadora do programa), e 03 agentes comunitários de saúde.

Não foram feitas as entrevistas com os técnicos de enfermagem, uma vez que os discursos produzidos pelos profissionais médicos, enfermeiros e agentes comunitários de saúde apresentaram o material necessário para compreensão do fenômeno pesquisado.

As entrevistas foram realizadas pela pesquisadora nas unidades selecionadas do ESF por escolha dos participantes e por disporem de uma sala, geralmente um consultório da unidade, garantindo um local adequado com pouco ruído para gravação e manutenção do sigilo das informações. Como escolha, sempre disponibilizamos uma sala no Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Estadual de Montes Claros, caso o participante preferisse conversar fora do local de trabalho, fato não ocorrido.

Após a apresentação da pesquisa, buscando um clima de cordialidade e confiabilidade, era feito o pedido de entrevista e, uma vez aceito, passava-se à leitura do Termo de Consentimento e sua assinatura, para então realizar-se a entrevista propriamente dita. Todas as entrevistas foram áudio gravadas com o consentimento dos participantes.

Ainda quanto aos aspectos éticos da pesquisa, a pesquisadora ficou atenta a qualquer manifestação de constrangimento, deixando claro que poderia interromper a entrevista, aguardando até que o entrevistado se sentisse em condições de se expressar ou não, tendo em vista que o tema da pesquisa poderia ser perturbador. Tais questões também foram abordadas na leitura do Termo de Consentimento, de forma a garantir a tranquilidade do entrevistado quanto ao sigilo das informações dadas por ele.

Antes de irmos aos ESF, voltamos à Secretaria de Saúde, após marcação por telefone, para uma entrevista com a coordenadora do programa. Essa entrevista teve como objetivo compreender o funcionamento do programa Saúde da Família em Montes Claros, e colher alguma informação sobre ações que a Secretaria tenha promovido, relacionada à questão da violência sexual contra crianças e adolescentes. Passamos então a visitar as unidades.

Fomos de duas a três vezes na mesma unidade de ESF para realizarmos as entrevistas, uma vez que os profissionais nem sempre estavam disponíveis no momento de nossa ida. Marcávamos um encontro com eles e voltávamos em outro dia. A partir do primeiro contato com o gestor, pedimos que nos apresentasse outro profissional da equipe, de acordo com os elencados na pesquisa (médicos, enfermeiros e agentes comunitários), facilitando nossa entrada na equipe, uma vez que éramos estranhos a elas, não convivíamos no dia a dia.

Na primeira unidade designada, Jardim das Palmeiras I, entrevistamos 01 enfermeira, 01 agente comunitária e 01 médica em um dos consultórios disponíveis. Na segunda unidade visitada, denominada Jardim das Palmeiras II, funcionavam duas equipes do ESF por ser uma área extensa. Nessa unidade entrevistamos 02 enfermeiros, 02 médicos e 03 agentes comunitários.

Os arquivos digitais obtidos através de um gravador, que se referiam às entrevistas coletadas, foram digitados no Programa Word da Microsoft, utilizando-se um microcomputador, sendo respeitado o sigilo das informações.

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