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4.7 MODELOS DE PUBLICIDADE NA TV DIGITAL INTERATIVA

4.7.12 O t-comércio, o t-serviços e o t-banco

O comércio (ou varejo) eletrônico é uma operação comercial entre indivíduos ou organizações, realizada por meio de um computador ou de um dispositivo móvel conectados à internet (e-comércio) ou por meio da Televisão Digital interativa (t-comércio).

O e-comércio brasileiro é um dos que mais se desenvolve no mundo. Somente no primeiro semestre de 2012, essa modalidade registrou o faturamento de R$ 10,2 bilhões em vendas e um aumento de 21% em relação ao mesmo período do ano anterior. Também nesse período, foi registrado o ingresso de 5,6 milhões de novos e-consumidores, perfazendo um total estimado em 37,6 milhões em todo o País179.

Dados apresentados pela Forrester Research180

, em julho de 2012, preveem que em 2017 o Brasil atingirá o montante de 25 bilhões de dólares em vendas on-line, sem incluir a compra de passagens, que representa um grande volume nas compras via internet. Outro dado interessante é que as transações deverão ser alavancadas pelos consumidores de baixa renda.

Nos próximos quatro anos, a previsão é de que mais da metade dos usuários de internet de regiões metropolitanas, cuja renda familiar é inferior a R$ 4.000 mensais, deve aderir ao e-comércio. Curiosamente, as compras deverão ser reforçadas em categorias diferentes das quais estão acostumados a comprar, como livros e aparelhos eletrônicos e de informática.

O potencial de crescimento desse mercado se revela em uma pesquisa encomendada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), e realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) nas 27 capitais do País. Os dados dão conta de que 82% dos empreendedores do varejo brasileiro ainda não aderiram ao e-comércio e ao uso de outras tecnologias digitais181.

Em todo mundo, as vendas pela internet devem atingir faturamento de US$ 963 bilhões em 2013, representando aumento de 19,4% em relação ao cenário atual. O crescimento para o Brasil em 2013 está estimado entre 20% e 30%. É neste cenário que o t- comércio, estabelecido sobre as mesmas bases do e-comércio, deverá se desenvolver. Porém, com uma vantagem adicional, que é o aproveitamento de toda estrutura das lojas virtuais que

179 Segundo dados da e-bit, empresa especializada em informação do comércio eletrônico. Disponível em: <http://invertia.terra.com.br/operacoes-cambiais/noticias/0,,OI6336126-EI20362,00-

Apesar+da+crise+ecommerce+brasileiro+cresce+em.html>. Acesso em: 20 jan. 2013.

180 Disponível em: <http://ecommercenews.com.br/noticias/pesquisas-noticias/e-comércio-brasileiro-deve- movimentar-us-25-bilhoes-em-2017-diz-forrester>. Acesso em: 20 jan. 2013.

181 Disponível em: <http://ecommercenews.com.br/noticias/pesquisas-noticias/mais-de-80-dos-varejistas- brasileiros-ainda-nao-acordaram-para-o-e-comércio>. Acesso em: 20 jan. 2013.

já estão estabelecidas, além de contar com o poder de atratividade que tem a televisão, incomparavelmente mais envolvente que o computador mediado pela internet.

Segundo a Totvs, o potencial para realizar compras decorrentes de anúncios e inserções nos programas de TV proporciona agilidade no merchandising associado, reduz o tempo entre o anúncio e integra meios de pagamento alternativos. Com isso, a TV contribuirá para a elevação das estatísticas de e-comércio no Brasil.

Ghisi et al. (2011) definem dois modelos conceituais para o t-comércio no Brasil. São eles: o Sales Channel (canal de vendas) e o Program Related. Em ambos, a compra pode ser imediata e o pagamento efetuado por meio de cartão de crédito automaticamente.

O Sales Channel funciona de maneira simples, tem formato de um catálogo de produtos ou de serviços. É baseado nas lojas tradicionais de e-comércio, como o Submarino, Americanas, Amazon, etc. Neste modelo a interface da aplicação ocupa toda a tela da televisão, obrigando o telespectador a sair do fluxo televiso (Figura 37). A vantagem é que ele permite que o internauta navegue pelos diversos produtos exibidos, acessando mais detalhes, ou ainda, adicionando e removendo os itens ao seu carrinho de compras.

Figura 37 – Interface de aplicativo Domino’s

Fonte: Google Imagens

O segundo modelo, Program Related, são aplicações que podem aparecer nos programas de televisão, tais como entrevistas, jogos de futebol, novelas, entre outros. Por exemplo, a promoção e venda de um tipo de sandália em um tempo específico que uma atriz

está usando em uma novela ou o oferta de um livro específico durante um talk show com seu autor (GHISI et al., 2011). Os produtos podem ser ofertados sobre a imagem, com a inserção de uma tarja semitransparente, onde as informações, o preço e o link para efetuar o pagamento permanecem disponíveis (Figura 38).

Figura 38 – Program Related – Formato de anúncio incluído no programa

Fonte: Google Imagens

Outra forma é por meio da abertura de uma tela paralela à programação, onde o telespectador acessa um menu e navega pelos produtos que lhe interessa (Figura 39).

Figura 39 – Program Related – Formato de anúncio em janela paralela

Na parte de serviços, há um leque de possibilidades, como propostas voltadas à saúde, marcação de consultas, verificação de exames, busca de informações, dentre outros.

Figura 40 – Aplicativo para marcação de consulta – CpQD

Fonte: Google Imagens

O aplicativo da Previdência Social182, por exemplo, disponibiliza calendário de pagamentos dos beneficiários; informações sobre a Central de Atendimento da Previdência e documentação necessária para o encaminhamento de benefício; valores da Tabela de Contribuição para a Previdência Social, localizador de agência da Previdência mais próxima e integração com o micro blog Twitter da Dataprev e da Previdência Social. Existem ainda aplicativos voltados à educação e ao ensino, conforme já foi mencionado no capítulo 2.

À parte dos formatos destinados ao serviço público – que têm função social importante na integração e no bem-estar do cidadão, outorgando à TV Digital interativa caráter de utilidade relevante para o seu fortalecimento junto às populações carentes –, é preciso mencionar o t-banco, que, ao lado do e-comércio, deverá ser um dos mais requisitados.

Em 2010, a Caixa Econômica Federal (CEF) lançou uma aplicação interativa – já com o software Ginga – que permite simular financiamentos habitacionais, créditos e resultados de loterias, entre outros conteúdos da instituição financeira. O aplicativo foi desenvolvido pela empresa HXD Interactive Television, com o apoio da agência Borgierh-Lowe183.

182Desenvolvido pelo DATAPREV, com a equipe de Software Livre do Rio do Grande do Sul.

183 Disponível em: <http://idgnow.uol.com.br/mobilidade/2010/02/09/caixa-faz-eventos-para-simular-uso-de- interatividade-da-tv-digital/>. Acesso em: 1º dez. 2012.

O Banco do Brasil anunciou em 2011 que já se preparava para expandir os serviços de t-banco para outras plataformas184. O aplicativo embarcado em alguns modelos de receptores de TV equipados com o middleware DTVi (Ginga) passou a ser distribuído pelo ar, no sinal da EBC, em Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro.