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ANÁLISE DE QUESTÕES DE TRADUÇÃO

1- ASPETOS LEXICAIS

1.1 Léxico não especializado

1.1.3 Combinatórias lexicais

O conhecimento do léxico de uma língua implica não só o conhecimento das palavras que a integram, mas também o conhecimento de expressões mais complexas, correspondentes àquilo que vários autores denominam por “combinatórias lexicais”.

Relativamente às suas características, as combinatórias lexicais são combinações de palavras que existem na língua isoladamente, mas cuja coocorrência é de uso recorrente, apresentam um carácter (mais ou menos) fixo e estável e podem estar associadas a um significado específico. Compreende-se, a partir destas características, a razão pela qual alguns autores utilizam a designação “combinações repetidas”, de forma a diferenciá-las das combinações livres de palavras.

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Da mesma forma que existe alguma dificuldade em distinguir combinatórias lexicais de combinações livres de palavras, também a distinção entre as primeiras e os termos complexos nem sempre é evidente. Com efeito, os termos complexos são também combinações de palavras que existem isoladamente na língua, mas que, usadas em conjunto, formam uma unidade com um significado específico. A este respeito, Bevilacqua (2004/2005) defende que um dos aspetos distintivos entre estes dois tipos de unidades reside no facto de os termos complexos terem uma natureza essencialmente denominativa, correspondendo, por conseguinte, fundamentalmente, a expressões nominais. No entanto, nem sempre este critério é suficiente para diferenciar claramente os dois tipos de expressões.

Relativamente à tipologia das combinatórias lexicais, verifica-se uma grande disparidade, pois vários autores utilizam a mesma designação para referir diferentes tipos de unidades ou designações diferentes para unidades do mesmo tipo. Por outro lado, nem todos os autores consideram os mesmos subtipos de combinatórias lexicais. A este respeito, alguns autores usam o termo fraseologia (ou unidade fraseológica) como um hiperónimo que engloba todo o tipo de combinatórias. No entanto, outros estabelecem uma distinção entre fraseologias, colocações e expressões idiomáticas, tendo por base o grau de fixidez das expressões.

As combinatórias lexicais partilham o facto de serem combinações de palavras que se associam sistematicamente. Não obstante, é importante notar que, embora partilhem esta característica, diferentes tipos de combinatórias lexicais possuem diferentes graus de fixidez. Por exemplo, uma colocação é uma unidade mais variável do que uma expressão idiomática.

Para Corpas (1998), as combinatórias lexicais são geralmente caracterizadas pela sua (i) polilexicalidade, i.e., são formadas por pelo menos dois elementos; (ii) alta frequência de ocorrência, i.e., ocorrência recorrente; (iii) institucionalização, i.e., são reconhecidas pelos falantes como naturais, familiares; (iv) estabilidade, i.e., manutenção dos elementos que integram a unidade.

Relativamente às colocações, McKeown & Radev (2000:2) sustentam que estas não são fáceis de definir, pois, na literatura linguística e lexicográfica, são frequentemente discutidas em contraste com as combinações livres de palavras e as expressões idiomáticas, que se encontram em extremos opostos dentro de um continuum, estando as colocações situadas algures no meio deste.

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Segundo estes autores, as expressões idiomáticas consistem em combinatórias lexicais em que “the semantics of the whole cannot be deduced from the meanings of the individual constituents” (op.cit.:1), já as combinações livres de palavras consistem em combinatórias lexicais em que “each of the words can be replaced by another without seriously modifying the overall meaning of the composite unit and if one of the words is omitted, a reader cannot easily infer it from the remaining ones” (op.cit.:1). De forma a demarcar combinações livres de palavras de colocações, os autores citados referem que, ao contrário das primeiras, “a collocation is a group of words that occur together more often than by chance (op.cit.:1). Por outro lado, sublinham também que, ao contrário do que se verifica nas expressões idiomáticas, “individual words in a collocation can contribute to the overall semantics of the compound” (op.cit.1).

Apesar de notarem alguma dificuldade em definir o termo, McKeown & Radev (2000:4) afirmam que, de uma forma geral, as colocações são “word pairs which occur frequently together in the same environment, but do not include lexical items which have a high overall frequency in language”. Bevilacqua (2004/2005:77), na mesma linha de Haussman (1990), afirma que as colocações são, basicamente, formadas por dois elementos, um dos quais é considerado a base e o outro o colocado ou elemento coocorrente, sendo a base o elemento semanticamente autónomo e o elemento coocorrente restringido semanticamente por ela. Haussman (1990) propõe ainda um conjunto de estruturas morfossintáticas que auxiliam o reconhecimento de uma colocação, tais como: substantivo + substantivo; substantivo + adjetivo; verbo + substantivo, verbo + advérbio.

No âmbito da tradução, é de salientar que, uma vez que as colocações não podem ser caracterizadas por uma base sintática ou por regularidades semânticas, estas não devem ser traduzidas composicionalmente, i.e., literalmente (McKeown & Radev 2000:3). Neste sentido, o tradutor deve, então, orientar-se por um princípio de equivalência, recorrendo a colocações equivalentes na língua para a qual traduz.

A isto, há que acrescentar que as colocações são frequentemente específicas de uma determinada língua, pelo que não se pode assumir que um significado expresso através de uma colocação numa língua equivalha sempre a uma colocação em outra língua.

Cremos ser fundamental identificar este fenómeno lexical no TP e traduzi-lo atentamente, de forma a evitar uma colocação estranha ou pouco natural no TC. Como

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Rundel (2010:vii apud Buendía 2013:114) sustenta, “selecting appropriate collocations is one of the keys to sounding natural and fluent”.

Relativamente às expressões idiomáticas, Jorge (2005:2) define-as como “um conjunto de palavras fixadas pelo uso, uma maneira particular de se exprimir, de dizer coisas, uma unidade de linguagem formada de várias palavras mas apresentando um significado lexical homogéneo e um significado gramatical heterogéneo, isto é um conjunto de palavras gramaticalmente ligadas de modo a formarem sentido completo, independente dos sentidos individuais dos elementos constituintes”. No mesmo sentido, e de forma sucinta, Buendía (2013) sublinha que as expressões idiomáticas são combinações de palavras semanticamente opacas, cujo sentido não pode ser inferido pelo significado das palavras que as compõem.

De acordo com a autora supra citada (op.cit.:3), as expressões idiomáticas caracterizam-se pela sua lexicalidade, por restrições distribucionais e sintáticas, por uma interpretação não composicional e pelo anonimato das estruturas, e podem ser divididas em três tipos: (i) expressão idiomática verbal; (ii) expressão idiomática comparativa; (iii) expressão idiomática adjetival.

No primeiro tipo, o verbo pode permitir alguma variação paradigmática finita, sendo o seu comportamento morfossintático idêntico ao das construções com grupos nominais livres ((i) o verbo cria uma dependência com os argumentos; (ii) o verbo pode manter o seu sentido pleno; (iii) o sentido é idiomático – opacidade semântica dos constituintes enquanto itens individuais; (iv) ausência de composicionalidade; (v) variação do verbo em tempo, modo, pessoa e número; (vi)SN1 (com função de SN sujeito) livre). Um exemplo de expressão idiomática verbal é “esticar o pernil”. No segundo tipo, a expressão pode ser ou não verbal, no entanto, a sua interpretação geral é idiomática e não composicional, originando a comparação um valor de hipérbole. Um exemplo de expressão idiomática comparativa é “chorar como uma madalena”. No terceiro tipo, a expressão idiomática funciona como um adjetivo predicativo composto e consiste numa “estrutura fixa, com fortes restrições sintácticas entre os entre elementos constituintes e preserva o sentido idiomático (expressões não composicionais, fixidez total ou parcial)” (op.cit.:4). Um exemplo de expressão idiomática adjetival é “ser pobre e mal agradecido”.

Relativamente à tradução, as expressões idiomáticas constituem, frequentemente, um problema para o tradutor, que, antes de as traduzir, deve saber identificá-las e reconhecê-las na LP, compreendê-las e, finalmente, verificar se existe, na LC, uma

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expressão idiomática equivalente àquela presente na LP, tentando exprimir, na LC, os mesmos efeitos que sentiu aquando da leitura do texto original.

Considerando a diversidade tipológica dos fenómenos em questão e a dificuldade em estabelecer critérios sólidos para demarcá-los, optámos, neste trabalho, pela utilização do hiperónimo “combinatórias lexicais” para designar as combinações de palavras que existem isoladamente na língua, mas cuja coocorrência é de uso recorrente, apresentam um carácter (mais ou menos) fixo e estável e podem estar associadas a um significado específico. Opção que, quanto a nós, evita possíveis confusões denominativas.

No âmbito da tradução, o conhecimento das combinatórias mais ou menos fixas de palavras utilizadas numa língua apresenta-se como uma condição indispensável para que o tradutor consiga produzir traduções que, para além de corretas do ponto de vista linguístico, sejam naturais na LC.

Veja-se, seguidamente, os exemplos (48) – (55), que ilustram a presença de combinatórias lexicais na nossa tradução.

(48) “dar la espalda”

a) El período Heian se da por terminado el año 1185, habiendo sido el compás de tiempo más largo de convivencia en paz en el que la cultura alcanzó cotas insospechadas de desarrollo, con tres siglos ya de fronteras que dan la espalda al exterior (…).

(Página 14, linha 33)

b) O período Heian dá-se por terminado em 1185, tendo sido o intervalo de tempo mais longo de convivência em paz, no qual a cultura alcançou níveis de desenvolvimento inesperados, já com três séculos de fronteiras que viraram as costas ao exterior (…).

(Página 15, linha 4)

Em (48), encontra-se destacada a combinatória lexical espanhola “dar la espalda a alguien o algo” que, segundo o DRAE, significa “Desairarlo, ignorarlo, desatenderlo”. A língua portuguesa também conta com uma combinatória equivalente que, apesar de possuir o mesmo sentido, não partilha, no entanto, da mesma forma. Uma tradução literal

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desta combinatória do espanhol para português – “dar as costas a alguém ou a algo” –, seria pouco natural, pelo que a traduzimos pela combinatória equivalente na língua portuguesa – “virar as costas a alguém ou a algo”.

(49) “saltarse las normas”

a) Sin embargo, el recuerdo de otras que, a pesar del tiempo transcurrido y de lo inaccesible que pudiera llegar a estar para él, no encuentra resignación en la mera escritura y busca el riesgo implícito al saltarse las normas sociales para volver a tener un atisbo de ella (…).

(Página 66, linha 23)

b) No entanto, a recordação de outras, apesar do tempo passado e da dificuldade de voltarem a estar com ele, não encontra resignação na mera escrita e ele procura o risco implícito ao quebrar as normas sociais para voltar a ter um indício dela (…).

(Página 61, linha 1)

No presente exemplo, a expressão “saltarse las normas” foi traduzida para “quebrar as normas”. Considerando a aceção presente no contexto do TP do verbo “saltar”, que corresponde à 27º aceção que o DRAE apresenta deste verbo: “Infringir una ley, un percepto”, e de forma a obtermos uma combinatória natural no TC, recorremos a “quebrar as normas”, expressão mais recorrente e natural na LC do que a expressão que resultaria de uma tradução literal: “saltar as normas”. Veja-se que, em português, nenhuma das aceções do verbo “saltar” remete para a ideia de infração, que se verifica na língua espanhola. Por outro lado, o verbo “quebrar”, considerando a 8ª aceção que a Infopédia nos apresenta: “infringir; violar”, parece enquadrar-se mais no contexto do TP.

68 (50) “cara de la hoja”

a) Cuando un libro así encuadernado se abre, los anversos de las páginas se abren en su totalidad, sin embargo el reverso sólo abre el margen que lleve sin pegar. Se hace referencia a ellos como naimen shosha o escritos en la cara interior, puesto que únicamente esa cara de la hoja está escrita.

(Página 91, linha 27)

b) Quando um livro assim encadernado se abre, as frentes das páginas abrem-se na sua totalidade, todavia o verso apenas abre se a margem não estiver colada. Esta variedade é conhecida como naimen shosha ou escritos no lado interior, visto que apenas esse lado da folha está escrito.

(Página 81, linha 30)

Em (50), “cara de la hoja”, combinatória destacada, é traduzida para “lado da folha”. Em português, existe uma expressão equivalente, pelo que não pudemos manter a forma da combinatória espanhola, dado que “a cara da folha” não seria uma expressão natural, resultando numa sensação de estranheza.

(51) “pasar a la historia”

a) Este segundo prefacio escrito en hiragana pasará a la historia como el primer documento oficial en el que se utiliza el silabario (…).

(Página 95, linha 29)

b) Este segundo prefácio, escrito em hiragana, ficará para a história como o primeiro documento oficial a utilizar o silabário (…).

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A combinatória lexical “pasar algo a la historia”, presente em (51a), segundo o DRAE, tem duas aceções. A primeira é “Adquirir gran importancia o trascendencia”, a segunda é “Perder su actualidad e interés por completo”, sendo a primeira aceção a presente no TP.

No entanto, a combinatória portuguesa “passar à história”, ao contrário do que acontece em espanhol, tem, de acordo com a Infopédia, como única aceção, “cair no esquecimento”, aceção contrária à presente no TP. Esta divergência de significação evidencia a impossibilidade de traduzirmos esta combinatória literalmente, pelo que utilizámos a expressão “ficar para a história”, que já possui a carga significativa presente no TP.

(52) “dar servicio”

a) Quinze años en la administración le convierten en un eslabón importante, difícil de eludir, pues estaba al corriente de todos los detalles y en disposición de dar un gran servicio a su protector Michinaga (…).

(Página 116, linha 1)

b) Quinze anos na administração converteram-no num elo importante, difícil de eludir, pois estava ao corrente de todos os detalhes e na disposição de prestar um grande serviço ao seu protetor Michinaga (…).

(Página 103, linha 13)

A combinatória lexical da língua espanhola presente em (52a), “dar servicio”, é traduzida para “prestar serviço”. Uma vez que, em português, a expressão mais recorrente e, consequentemente, mais natural corresponde a “prestar serviço”, optámos por uma tradução oblíqua, utilizando a expressão equivalente na língua portuguesa, em detrimento de uma tradução literal, “dar serviço”, que seria menos típica na LC.

70 (53) “cortar por lo sano”

a) (…) es obvio que el gobierno no podía tomar decisión alguna sin tener en cuenta a la comunidad budista, lo que condujo al emperador Kammu (737-806) a cortar por lo sano, estableciendo así en la nueva capital los monasterios fuera del recinto urbano.

(Página 29, linha 5)

b)(…) é óbvio que o governo não podia tomar decisão alguma sem ter em conta a comunidade budista, o que levou o imperador Kammu (737- 806) a cortar o mal pela raiz, estabelecendo assim, na nova capital, os mosteiros fora do recinto urbano.

(Página 27, linha 20)

No exemplo (53), destaca-se a combinatória lexical da língua espanhola “cortar por lo sano”, que, de acordo com o DRAE, tem por significado: “Emplear el procedimiento más expeditivo sin consideración alguna, para remediar males o conflictos, o zanjar inconvenientes o dificultades”. Tendo sido identificada e compreendida, esta expressão não foi traduzida literalmente, mas sim por uma expressão equivalente já existente na língua portuguesa – “cortar o mal pela raiz”, que partilha o mesmo significado da combinatória lexical espanhola.

(54) “tener ojos para”

a) No fue un emperador que tomara muchas iniciativas políticas, dejando el gobierno en manos de sus burócratas, sobre quienes recaía la responsabilidad de las decisiones. Sí demostró tener ojos para las mujeres, de las que parecía no cansarse buscando su compañía y llegando a concebir más de 50 hijos.

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b) Não foi um imperador que tomasse muitas iniciativas políticas, deixando o governo nas mãos dos seus burocratas, sobre os quais recaía a responsabilidade das decisões. Mas demonstrou ter olho para as mulheres, das quais parecia não se cansar, procurando a sua companhia e chegando a conceber mais de 50 filhos.

(Página 32, linha 7)

No presente exemplo, após a identificação da combinatória lexical presente em (54a), foi relativamente simples chegar à combinatória equivalente na língua portuguesa – “ter olho para algo/alguém”, que, tal como a combinatória lexical em espanhol, significa ter jeito para qualquer coisa. As duas expressões são idênticas na forma, verificando-se, entre as duas línguas, apenas uma diferenciação relativa ao nome “olho”, que em (54b) tem a forma singular, e em (54a) tem a forma plural.

(55) “echar un vistazo”

a) (…) ella había deslizado las hojas escritas de manera informal bajo la escribanía pero él las descubrió, las sacó de allí y les echó un vistazo. (Página 57, linha 9)

b)(…) ela havia deslizado as páginas escritas de maneira informal sob a escrivaninha, mas ele descobriu-as, tirou-as dali e deu-lhes uma vista de olhos.

(Página 53, linha 1)

Em (55), destaca-se a combinatória “echar un vistazo a alguien/algo”, cuja aceção, segundo o DRAE, remete para “Examinarlo, reconocerlo superficialmente y a bulto”. Existindo, na língua portuguesa, uma expressão equivalente – “dar uma vista de olhos a”, que partilha o mesmo sentido, optámos por utilizá-la na nossa tradução.

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Em suma, as combinatórias lexicais, sendo combinações de palavras associadas globalmente a um determinado significado, não podem ser traduzidas literalmente, mas sim através de um método oblíquo, que passa pela procura de uma expressão equivalente na LC. Assim, é essencial que o tradutor seja capaz de identificar e reconhecer as combinatórias lexicais com as quais se depara, compreender o sentido das mesmas e utilizar uma combinatória de palavras equivalente na LC.

1.1.4 Falsos amigos

Segundo Fernandes (2013:28), a expressão “falsos amigos” surge em 1928, na obra Les Faux-Amis, de Maxime Koessler e Jules Derocquigny. De acordo com Vita (2005 apud Fernandes 2013:28), estes autores definem o termo “falsos amigos” como “o léxico de duas línguas, de uma mesma família linguística, que pode ter forma semelhante e alguns significados em comum e outros significados diferentes”. Os falsos amigos são, para Vita (2005), também conhecidos como heterossemânticos, ou seja, vocábulos com forma semelhante, de sistemas linguísticos distintos, mas com significação diferente.

Na mesma linha de pensamento, Vaz da Silva & Vilar (2004) entendem “falso amigo” como um termo coloquial utilizado em linguística, especialmente em áreas específicas da tradução, que faz referência às lexias cognatas com diferente significação. Por outras palavras, “o falso amigo é aquele signo linguístico que, geralmente pelo efeito que partilha de uma mesma etimologia, tem uma estrutura externa muito semelhante ou equivalente à de outro signo numa segunda língua, cujo significado é completamente diferente” (Vaz da Silva &Vilar 2004:3).

Relativamente aos requisitos minimamente obrigatórios para a consideração de falso amigo, os referidos autores sublinham os seguintes parâmetros:

a) As respectivas estruturas externas devem ser altamente semelhantes;

b) Deve produzir-se conflicto semântico real, quer isoladamente quer no contexto de fala;

c) Se a semelhança entre pares for fonética, ambas as realizações devem pertencer aos sistemas padrões de Língua;

d) Os diferentes significados devem proceder de uma primeira acepção ou de uma segunda significação suficientemente generalizada. (op.cit.:13)