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Como as redes sociais afetam o movimento migratório

PARTE I TEORIA SOBRE AS MIGRAÇÕES E IMIGRAÇÃO QUALIFICADA

4. Como as redes sociais afetam o movimento migratório

A análise das causas do processo migratório, pode ser enriquecida através da compreensão de padrões relacionais que compõem um sistema social ao demonstrar como atuam, sobre os indivíduos e grupos (como as famílias), as pressões de determinadas estruturas sociais; ou ainda o inverso, de como processos migratórios consolidados ao nível institucional (como as migrações laborais) podem estancar devido à não adequação de atores aos padrões de um sistema específico.

Embora as interpretações teóricas neoclássicas e estruturalistas sobre a migração internacional conseguem traçar a rota das correntes migratórias (entre os países de origem e de destino) e atribuem ao conceito “atração e expulsão” como as possíveis causas desses movimentos, ainda assim muitas questões devem ser respondidas sobre o fenômeno da imigração:

1) Por quê alguém se torna imigrante?

2) Por quê pessoas do mesmo segmento social, estrutural e político se tornam imigrantes e outras não?

Para responder a estas duas questões, é preciso fazer um parêntese entre as causas sócio econômicas, já discutidas, anteriormente neste trabalho e a questão dos laços afetivos construídos entre as nações de origem e de destino do imigrante. Para isso, é imprescindível considerar a importância que as redes sociais possuem como efeito estimulador nos movimentos migratórios.6

Segundo Boyd (1986), a utilização das redes sociais não é uma novidade na pesquisa sobre a migração. Nos anos 70, estudiosos analisaram os processos de redes de migração e o papel que parentes e amigos desempenhavam no fornecimento de informações e auxílio no processo migratório. Entretanto, os padrões de migração recente e novas conceitualizações da migração concentram mais interesses na importância da família, amigos e origem comum que sustentam essas redes. Neste sentido, as migrações recentes resultariam também de um momento do desenvolvimento das redes sociais, mais do que apenas decorrência de crises econômicas. Charles Tilly, em seu Transplanted Networks (1990), procura colocar a questão do migrante em uma perspectiva estrutural, singular à clássica tradição sociológica norte-americana, segundo a qual os indivíduos, embora tenham racionalidade e liberdade de escolha, são constrangidos a todo instante por “grandes estruturas coletivas”.Nesse sentido, seu principal

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A análise de redes sociais surgiu como uma técnica chave na sociologia moderna. O conceito surgiu na Sociologia e Antropologia Social. No final do século XX, o termo passou a ser olhado como um novo paradigma das ciências sociais, vindo ser aplicada e desenvolvida no âmbito de disciplinas tão diversas como a antropologia, a biologia, os estudos de comunicação, a economia, a geografia, as ciências da informação, a psicologia social, a sociolinguística e, sobretudo, no serviço social. A ideia de rede social começou a ser usada há cerca de um século atrás, para designar um conjunto complexo de relações entre membros de um sistema social em diferentes dimensões, desde a interpessoal à internacional. (FREEMAN, 2006)

argumento é de que o migrante não se faz sozinho. Em outras palavras, o contexto social dominado pela coletividade seria regido por estruturas, instituições, normas e interação cotidiana e, assim, definiria a “condição de migrante” dos indivíduos. É preciso estar conectado às estruturas sociais adequadas para que a migração se configure como estratégia coletiva (e individual, em outro momento) concreta e plausível.

Embora essa noção pudesse ser constatada em trabalhos bem anteriores aos de Tilly, o grande mérito de Transplanted Networks é fixar os conceitos de redes sociais e processo migratório a uma sólida concepção de estrutura e organização social. Assim, não faz sentido pensar em redes sociais de migração sem pensar na interação dos atores distribuídos em suas respectivas estruturas sociais.

Fundamentalmente entende-se por redes sociais toda relação de parentesco e amizade entre as pessoas. (SOARES, 2004) Se as teorias anteriores explicam as razões da origem do movimento imigratório, as redes sociais conseguem explicar porque esses movimentos se perpetuam através do tempo.

A teia de relações sociais interligadas, mantida por um conjunto de expectativas mútuas e de comportamentos determinados, que apoia o movimento de pessoas, bens e informações, que une migrantes e não migrantes, que liga comunidades de origem a lugares específicos das sociedades de destino, constitui a rede migratória. Essa rede tende a se tornar auto suficiente com o tempo, por causa do capital social acumulado, que faculta aos migrantes em potencial contatos pessoais com parentes, amigos e conterrâneos, além de oportunidades de emprego, hospedagem e assistência financeira no destino. À medida que as conexões interpessoais são estendidas e elaboradas, esse capital social mostra-se cada vez mais disponível ao migrante em potencial nas comunidades de origem, o que intensifica a expectativa dos retornos líquidos e reduz progressivamente os custos financeiros e físicos da migração (MASSEY et al. APUD SOARES, 1987).

As redes sociais são fundamentadas nas redes pessoais de amizade e parentesco. Essa relação social entre as pessoas servem como estimuladores aos movimentos migratórios por dois motivos básicos: a) os migrantes recebem suporte para migrarem dentro de suas redes pessoais b) as relações sociais atuam como vínculo entre a origem e o destino para os migrantes. Eles mantém os laços culturais com seu local de origem. No entanto, para Soares (2004), é preciso ir além destas duas questões para aprofundar a influências das redes sociais nos movimentos imigratórios. Para isso, ele levanta as seguintes questões:

1. Rede social consiste no conjunto de pessoas, organizações ou instituições que estão conectadas por algum tipo de relação. Dependendo de sua organização, uma rede social pode abrigar várias redes sociais.

2. Rede pessoal representa uma rede social que se fundamenta em relações de amizade, parentesco etc...

3. Rede migratória não se confunde com redes pessoais; estas redes precedem a imigração e são adaptadas a um fim específico: a ação de migrar.

4. Rede migratória é também um tipo específico de rede social que agrega redes sociais existentes e enseja a criação de outras; consiste, portanto em rede de redes sociais.

5. A compreensão de que o comportamento humano é guiado pelas simbolizações da própria cultura, de que a ação social é guiada pelas afirmações genéricas e particulares que os autores fazem uns com os outros. (GEERTZ, 1999) Logo, da rede migratória fazem parte certas representações sociais que constituem o cerne da cultura migratória.

6. Migração corresponde à origem e destino, e remete à condição de retorno do migrante ao seu local de origem. Isso implica em sentimento de nostalgia, saudades, esse sentimento dá à pessoa a condição de migrante. A noção de retorno que dá o status ontológico à dinâmica migratória. É o seu vínculo com a sociedade de origem, não fisicamente mas, emocionalmente o coloca em relação ao tempo e espaço e ao mesmo tempo a relação com seu grupo social de destino é imposta pela atual sociedade e é preciso compreendê-la e dominá-la.

Segundo Tilly (1990) as redes migram; as categorias permanecem e as redes criam novas categorias. As unidades efetivas da migração não são nem individuais nem domiciliares, mas sim conjuntos de pessoas ligadas por laços de amizade, parentesco e experiência de trabalho, que incorporaram o país de destino nas alternativas de mobilidade por eles consideradas. A migração de longa distância se vincula a muitos riscos: segurança pessoal, conforto, renda, possibilidade de satisfazer as relações sociais. Onde parentes, amigos, vizinhos e colegas de trabalho já possuem bons contatos com o possível destino, a confiança sobre as redes de informações interpessoais estabelecidas minimizam e diluem os riscos.

Assim, os migrantes potenciais concentram-se naquelas poucas localidades onde têm fortes ligações com o lugar de origem deixando de considerar muitos outros destinos teoricamente disponíveis. Neste sentido, as redes limitariam as opções dos migrantes. A frequência das remessas mandadas pelos migrantes para suas casas no país de origem e as passagens previamente pagas por pessoas no destino, revelam a extensão da ajuda mútua.

As redes também transformam as categorias existentes. Os emigrantes levam consigo suas identidades étnicas que se alteram no contexto de migração, nas relações com a sociedade de destino e com outros grupos de migrantes. Assim, alguns elementos de identidade do país de origem são eleitos, negociados e reconstruídos no contexto de migração. Portanto, ao invés de um “transplante” coletivo, há uma recriação seletiva de laços sociais (TILLY,1990 pg.86). Nesse sentido, faz-se entender os motivos que levaram os portugueses Gonçalo Avillez e Nuno Souza a migrarem para o Brasil. Quando os entrevistei em São Paulo, a primeira razão que eles deram ao serem questionados porque deixaram Portugal e vieram para o Brasil, foram os laços de amizade e parentesco que possuem com o país. No caso do empresário Gonçalo, ele morou no Rio de Janeiro durante sua infância com a família durante dez anos o que fez com que o Brasil se tornasse sua segunda pátria. Mesmo ao voltar para Portugal, já adolescente, nunca perdeu o contato com seus amigos e parentes. Seu pai, já divorciado da sua mãe continuou a morar no Rio de Janeiro e por isso vinha para o Brasil com frequência a fim de visitar seu pai e matar a saudades do país. Segundo Gonçalo, isto não reflete apenas seu caso, mas também de muitos outros imigrantes portugueses que se encontram no Brasil:

“Estes laços históricos fazem com que muitos imigrantes portugueses possuem uma relação afetiva com o Brasil e por isso escolheram vir para cá ao invés de ir para outros países”. O português Nuno chegou ao Brasil em 2011 para procurar emprego, mas já havia morado em São Paulo por dois anos na década de 90 com seus parentes. Seu avô e dois tios já haviam imigrado para o Brasil anos atrás e por isso nunca se sentiu sozinho no Brasil.

“Ter conhecidos no país que você pretende imigrar é fundamental para uma boa adaptação. Em poucos meses consegui um bom emprego devido aos meus contatos no Brasil. Sem dúvida, o fato deu já ter morado em São Paulo e saber muito sobre o mercado de trabalho no país fez toda a diferença”.

(trecho da entrevista concedida por Nuno em 26/07/2013)

Portanto, as redes sociais evidenciam que nos processos migratórios contemporâneos, os imigrantes mantêm múltiplas relações tanto na sociedade de destino quanto na de origem. Estas relações sugerem características que apontam para o contexto transnacional dos fluxos migratórios contemporâneos, onde a imigração de profissionais qualificados estabelece uma grande e importante presença.

Os trabalhos dos autores Douglas Gurak e Fe Caces contribuem para mostrar como as redes sociais podem determinar as formas e a magnitude dos processos migratórios e reforçar a ideia de processo migratório como um sistema integrado entre países expulsores e receptores de pessoas.

as redes conectam as populações em sociedades expulsoras e receptoras de maneira dinâmica. Servem como mecanismos interpretativos dos dados, informações e outros recursos de ambos os extremos e direções. São estruturas simples que possuem o potencial de se tornarem mais complexas à medida que o sistema de migração se transforma. Além disso, a análise de redes possibilita meios de avaliação dos sistemas migratórios que vão além do foco sobre as motivações dos atores individuais, embora permaneça bastante próximo ao nível das relações humanas concretas. (GURAK e CACES, 1992, p.151)

Ao abordarmos os novos fluxos imigratórios caracterizados por um contingente de estrangeiros muito qualificados, que cruzam fronteiras para trabalhar em organizações transnacionais em várias partes do mundo; não podemos de forma alguma obscurecer os dados sobre a ligação que esses imigrantes possuem com os seus lares, os países de origem. Essas conexões têm possibilitado aos imigrantes, durante sua permanência no exterior, deixarem as crianças aos cuidados dos parentes na terral natal, continuarem participando das decisões familiares, visitarem com certa frequência seus familiares, comprarem imóveis e

construírem casas e comércios nos seus países de origem, mesmo que tenham comprado casas e montado negócios nos seus países de imigração.

Desta forma, o local e o global estão bem mais inter-relacionados que nos primeiros fluxos migratórios. Isto não quer dizer que os primeiros movimentos migratórios ocorreram sem que as comunidades de origem se modificassem, mas a natureza e intensidade das modificações alteraram-se profundamente, pois o processo de globalização cultural interfere nas percepções e sentimentos individuais em relação a esta experiência.

Estas características transnacionais do movimento migratório internacional no mundo contemporâneo, contribuem para exemplificarmos as análises sobre a importância das redes sociais no processo migratório dos profissionais estrangeiros entrevistados no decorrer do nosso trabalho, pois percebe-se que eles estão construindo um campo social entre as sociedades de origem e de destino. Todos os entrevistados disseram que visitam seus familiares pelo menos uma vez ao ano e o caso mais notório é o do executivo João que a cada dois meses viaja para Portugal para visitar sua esposa e filhos onde mantém sua casa e negócios no país. Da mesma forma, o amadurecimento das redes sociais nos locais de destino sugerem a constituição de organizações informais e associações que buscam atender as necessidades e demandas dos imigrantes no Brasil. Mais uma vez os portugueses são apontados pela pesquisa qualitativa como sendo um grupo unido que promovem reuniões na Câmara de Comércio Portuguesa em São Paulo a fim de facilitar a entrada de portugueses no Brasil e também reinvidicam melhorias na legislação trabalhista e no setor de transporte como modernização dos aeroportos e portos do país.

4.1. Redes sociais na internet

As tecnologias digitais ocupam um papel central nas profundas mudanças experimentadas em todos os aspectos da vida social. A natureza, motivos, prováveis e possíveis desdobramentos dessas alterações, por sua vez, são extremamente complexos, e a velocidade do processo tem sido estonteante. Diante deste quadro é difícil resistir à tentação do determinismo tecnológico, que traduz em respostas encantadoramente simples a máxima de que a tecnologia define a sociedade.

Segundo a autora, Raquel Recuero (2011), em seu livro Redes Sociais na Internet é preciso tomar cuidado ao relacionar as redes sociais na internet somente com as inovações da tecnologia digital. Devemos levar em conta, dois pontos fundamentais: Primeiro, as tecnologias digitais que dispomos são produtos de nossas próprias intenções e propósitos. Segundo, o modo de como nos apropriamos delas, os usos que fazemos, reinventam constantemente suas características. Não podemos esquecer, do modo de como as pessoas se interagem umas com as outras por meio das redes sociais. Elas próprias criam e recriam os limites e potenciais desta nova relação digital. Por outro lado é preciso considerar que o suporte tecnológico cria especificidades a esta relação social.

Portanto, Recuero (2011, p.13) “se propõe a pensar as redes sociais na internet reconhecendo- as justamente como agrupamentos complexos instituídos por interações sociais apoiadas em tecnologias de comunicação”.

A internet proporcionou uma nova organização e mobilização social. A comunicação mediada pelo computador permitiu que os indivíduos não apenas se informassem sobre os acontecimentos em qualquer parte do mundo de uma forma rápida e eficaz mas também mudou a forma de comunicação entre as pessoas.

O advento da internet trouxe a possibilidade de expressão e sociabilização através das ferramentas de comunicação mediada pelo computador (CMC). Essas ferramentas proporcionaram, assim, que atores pudessem construir-se, interagir e comunicar com outros atores deixando na rede de computadores, rastro que permitem o reconhecimento dos padrões de suas conexões e a visualização de suas redes sociais. (RECUERO, 2011)

As redes sociais online podem operar em diferentes níveis, como, por exemplo, redes de relacionamentos (Facebook,Orkut,MySpace,Twitter,Badoo), redes profissionais (LInkedIn), redes comunitárias (redes sociais em bairros ou cidades), redes políticas, dentre outras, e permitem analisar a forma como as organizações desenvolvem a sua atividade, como os indivíduos alcançam os seus objetivos ou medir o capital social: o valor que os indivíduos obtêm da rede social.

As redes sociais tem adquirido importância crescente na sociedade moderna. São caracterizadas primariamente pela autogeração de seu desenho, pela sua horizontalidade e sua descentralização.

Um ponto em comum dentre os diversos tipos de rede social é o compartilhamento de informações, conhecimentos, interesses e esforços em busca de objetivos comuns. A intensificação da formação das redes sociais, nesse sentido, reflete um processo de fortalecimento da Sociedade Civil, em um contexto de maior participação democrática e mobilização social.

As redes sociais formadas na internet como Orkut, Facebook, weblogs, chats, entre outros permitem que as pessoas se interagem umas com as outras não importando a distância; que é a principal característica da interação dentro das redes sociais. Outra característica desta nova sociabilização mediada pelo computador é que nas redes sociais, os indivíduos não são imediatamente discerníveis. Assim, uma das características principais da comunicação pelas redes sociais é a expressão pessoal ou pessoalizada na internet. É preciso criar uma identidade própria na internet para poder fazer uma interação adequada nas redes socais. (RECUERO, 2011)

O usuário quando cria seu perfil na internet, quer seja no Facebook ou LinkedIn, por exemplo, ele permite que suas expressões pessoais sejam vistas publicamente por outros usuários e deste modo, ele passa a existir na sociedade mediada pelo computador. A construção de sua identidade com seus aspectos pessoais e profissionais faz com que esta pessoa faça parte da sociedade em rede. É preciso ser visto para existir no ciberespaço. Através dessas expressões

pessoais no ciberespaço é que permite que as redes sociais sejam construídas na internet. (RECUERO, 2011)

Não sabemos ainda o grau de influência que as comunidades virtuais possuem nos movimentos migratórios internacionais, mas sem dúvida, elas veem ganhando cada vez mais importância como um elemento facilitador no processo de imigração. Considerando que o fator preponderante dos fluxos de pessoas ao redor do mundo é a procura por melhores oportunidades de trabalho, as comunidades de rede como LinkedIn, possibilitam que o indivíduo que está a procura de emprego, construa seu perfil profissional no site e que pode ser visto por milhares de empregadores em qualquer país do mundo.

De acordo com Renata Moura (2013) do jornal online Tribuna do Norte, atualmente mais de 3 milhões de empresas ao redor do mundo e 400 no Brasil, utilizam a rede social LinkedIn para garimpar talentos....”em todo o mundo, a rede social reúne mais de 225 milhões de usuários. Desse total, 13 milhões estão no Brasil.”

Para o engenheiro francês Edouard Guerle, o LinkedIn foi crucial para seu primeiro emprego no Brasil. Após várias tentativas frustradas de arrumar emprego na forma tradicional, num país estranho, Edoaurd decidiu criar seu perfil profissional no LinkedIn e em pouco tempo teve sua grande oportunidade de trabalho: “Fui chamado para ser professor de francês na Michelin, uma escola de idiomas tradicional no Rio de Janeiro. Foi a minha primeira proposta concreta de trabalho depois de várias tentativas na minha área”; diz Edouard. O grande diferencial do LinkedIn perante a forma tradicional de arrumar emprego é a velocidade com que seu currículo profissional é visto pelos mais diversos recrutadores em uma enorme dimensão geográfica. Ao mesmo tempo, que a pessoa expõe seu currículo online, elas podem mantê-lo atualizado e interagir com os demais usuários, trocando informações e contatos a fim de expandir sua rede de contatos profissionais.

Entretanto, é preciso compreender que estudar redes sociais na Internet é estudar uma possível rede social que exista na vida concreta de um indivíduo, que apenas utiliza a comunicação mediada por computador para manter ou criar novos laços. Não se pode reduzir a interação unicamente ao ciberespaço, ou ao meio de interação. A comunicação mediada pelo computador corresponde a uma forma prática e muito utilizada para estabelecer laços sociais, mas isso não quer dizer necessariamente que tais laços sejam unicamente mantidos no ciberespaço. A redução da interação ao ciberespaço, portanto serve apenas para fins de estudo, já que se pressupõe que uma grande parte dela acontece principalmente através da mediação do computador. (RECUERO, p.143-144, 2011)

Ao analisar os hábitos de sociabilidade dos imigrantes entrevistados por mim, não houve indicação de que algum profissional imigrou para o Brasil devido aos contatos estabelecidos nas redes sociais, mas estas sim aprecem como uma grande ferramenta para que esses novos imigrantes brasileiros