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PARTE II PANORAMA HISTÓRICO DA IMIGRAÇÃO NO BRASIL

2. Crise Das Bolhas do Mercado Norte-Americano

O início da década de 90 até meados da década seguinte, os Estados Unidos, sob o comando de Alan Greenspan como chefe do Fed (Banco Central Americano) viveu dias de grande exuberância econômica.

Os empregos eram relativamente abundantes; em fins da década de 1990 e, de novo, em meados da seguinte, a taxa de desemprego caiu para níveis inéditos desde a década de 1960. E, para os investidores financeiros, os anos Greenspan foram celestiais: o Dow disparou para mais de 10.000 e os preços das ações subiram em média a taxa superior a 10% ao ano. (KRUGMAN, 2009)

Embora para muitos economistas, Greenspan apenas colheu os frutos deixados pelo seu antecessor, Paul Volcker, que por meio de políticas monetárias restritivas que acabaram acarretando desaceleração econômica no país, mas que acabaram com a espinha dorsal da psicologia inflacionária. Não somente isso, mas na década de 90, os Estados Unidos estavam passando por um imenso crescimento de produtividade e inovação devido aos avanços tecnológicos da informação. O avanço da internet possibilitou que os escritórios passassem a funcionar em rede, com atualização contínua em tempo real, dos estoques, além de outras vantagens. Ao fazê-lo, promoveram forte aceleração na taxa de crescimento da produtividade dos Estados Unidos – aumento do volume de produção do trabalhador americano o que aumentou a lucratividade das empresas e facilitou o controle da inflação. (KRUGMAN, 2009) Ao entrar no comando do Fed, Greenspan se aproveitou do bom momento da economia americana e pouco fez para controlar a exuberância irracional do mercado financeiro, embora ele tivesse sido advertido pelos seus antecessores que era preciso aumentar a taxa de juros para evitar o aquecimento excessivo da economia que poderia alimentar a inflação. Contrariando muitos analistas de mercado, Greenspan afrouxou a políticas monetária que, por consequência, ocasionou uma elevação no nível de emprego nos Estados Unidos em níveis espetaculares, sendo um dos maiores feitos do governo Clinton.

A figura nº 5 mostra a taxa de desemprego no período de 1993 a 2000 que chegou a 4% pela primeira vez desde 1970.

Figura 5 – Taxa de desemprego nos Estados Unidos (1993-2000)

Fonte: 2008 Federal Reserve Bank of St.Louis retirado do livro de KRUGMAN (2009)

Contrariando a perspectiva ortodoxa de que altos níveis de emprego provocariam uma provocariam uma pressão inflacionária; a taxa de inflação não se abateu. Embora o desemprego tenha caído para níveis sem precedentes em décadas, a inflação manteve-se branda. E o país se imbuiu do senso de prosperidade que não se experimentava desde a década de 1960.

Com toda essa euforia econômica, pouca atenção foi dada ao que estava acontecendo no “backstage” da economia americana; um crescimento irracional no mercado de ativos, com formação de bolhas especulativas visando o lucro rápido e pouco duradouro.

2.1. As Bolhas de Greenspan

Ao ignorar a exuberância irracional da economia americana, o mercado americano se deparou com duas grandes bolhas de ativos: a primeira de ações, e a segunda, em imóveis residenciais, que foi a maior e a grande responsável pela crise financeira de 2008.

O gráfico abaixo mostra a cronologia e a magnitude dessas duas bolhas. Uma linha representa o índice dos preços das ações sobre o lucro das empresas, medida comum da razoabilidade do processo de precificação das ações pelo mercado. A outra mostra indicador comparável referente ao preço das moradias, o quociente dos preços médios dividido pelo aluguel médio, expresso na forma de índice, com 1987 correspondendo a 100. Nela se vê com nitidez a bolha

de ações, na década de 1990, seguida da bolha de moradias ou bolha habitacional, na década seguinte. (KRUGMAN, 2009)

Figura 6 – Cronologia da formação das bolhas americanas

Fonte: KRUGMAN (2009)

Como ocorreram essas bolhas?

De acordo com Krugman (2009), a bolha de ações refletem dois fatores da economia americana:

1) O extremo otimismo sobre o potencial de geração de lucro da tecnologia da informação.

2) O senso de segurança cada vez maior em relação à economia, ou seja, a crença em que os dias de graves recessões pertenciam ao passado.

Teoricamente, todos sabem que, investimento em ações é muito mais rentável que investimentos convencionais como aplicações em poupança ou títulos do tesouro federal, mas com a Grande Depressão de 29 e a estagflação na década de 70 ocorrida pelo choque do petróleo fizeram com que as ações perdessem seu atrativo porque os investidores estavam mais cautelosos ao investir seu dinheiro. Esta situação chamada de Grande Moderação por alguns economistas perdurou até a era Greenspan, início da década de 90, que como já vimos

neste trabalho, foi o momento da retomada de crescimento da economia norte-americana que levo ao aumento do grau de confiança da população frente ao mercado de ações.

Nos fins do século XX, os investimentos em ações cresciam aceleradamente assim como seus rendimentos. Por consequência, os preços das ações subiam de uma forma irracional.

Esqueça os argumentos mais ou menos razoáveis em prol dos investimentos em ações; por volta de 1998, o óbvio era que quem comprou ações ganhou muito dinheiro, enquanto quem se manteve fora do jogo ficou para trás. Em consequência, cada vez mais fundos derramavam dinheiro no mercado de ações, os preços subiam cada vez mais e a bolha se mantinha em expansão crescente, aparentemente sem limite. (KRUGMAN, 2009. p.153)

Assim que a cotação das ações na Bolsa de Valores chegou ao seu limite (sim, há limite para tudo na vida), a bolha estourou. Isto ocorreu na entrada do século XXI. Imediatamente a economia dos Estados Unidos caiu em recessão. Mas o Fed, sobre o comando de Greenspan cortou a taxa de juros e logo reverteu a situação. Esta atitude fez com que a recessão durasse poucos meses, sem comprometer o valor do PIB consideravelmente.

2.2. Crise Econômica de 2008: A Explosão da Bolha Imobiliária

O corte da taxa de juros fez com que o investimento em imóveis se tornasse atraente. A população americana, já habituada em comprar imóveis, entrou no mercado imobiliário de maneira irracional. Conforme a lei da oferta e procura, a forte demanda por imóveis fez com que os preços das moradias subissem de uma forma exuberante. O povo americano acreditou ingenuamente que este seria seu melhor investimento sem se preocupar com as prestações do financiamento da casa própria, principalmente a população de baixa renda, que se enquadrava na categoria subprime onde houve mudança na concessão de empréstimos por volta de 2003: “dispensa ou redução da entrada e aumento das prestações mensais para valores muito superiores à capacidade de pagamento dos mutuários – ou que ao menos se tornariam alto demais, na hipótese de elevação das taxas de juros, de início muito baixas, para atrair incautos.” (KRUGMAN, 2009, p.155)

Os subprimes incluíam desde empréstimos hipotecários até cartões de crédito e aluguel de carros, e eram concedidos, nos Estados Unidos, a clientes sem comprovação de renda e com histórico ruim de crédito. Essas dívidas só eram honradas, mediante sucessivas "rolagens", o que foi possível enquanto o preço dos imóveis permaneceu em alta.

Essa valorização contínua dos imóveis permitia aos mutuários obter novos empréstimos, sempre maiores, para liquidar os anteriores, em atraso - dando o mesmo imóvel como garantia. As taxas de juros eram pós-fixadas - isto é, determinadas no momento do pagamento das dívidas. Quando os juros dispararam nos Estados Unidos - com a consequente queda do preço dos imóveis - houve inadimplência em massa.

A queda nos preços de imóveis, a partir de 2006, arrastou vários bancos para uma situação de insolvência, repercutindo fortemente sobre as bolsas de valores de todo o mundo.

Como os empréstimos subprimes eram dificilmente liquidáveis, isso é, não geravam nenhum fluxo de caixa para os bancos que os concediam, esses bancos arquitetaram uma estratégia de securitização desses créditos. Para diluir o risco dessas operações duvidosas os bancos americanos credores juntaram-nas aos milhares, e transformaram a massa daí resultante em derivativos negociáveis no mercado financeiro internacional, cujo valor era cinco vezes superior ao das dívidas originais. (SOROS, 2008)

Assim, criaram-se títulos negociáveis cujo lastro era esses créditos "podres". Foi à venda e à compra, em enormes quantidades, desses títulos lastreados em hipotecas subprime o que provocou o alastramento da crise, de origem estadunidense, para os principais bancos do mundo.

A partir de 2007, a crise do crédito hipotecário provocou uma crise de confiança geral no sistema financeiro o que acabou acarretando uma falta de liquidez bancária, ou seja, falta de dinheiro disponível para saque imediato pelos correntistas dos bancos.

Mesmo os bancos que não trabalhavam com os chamados "créditos podres", foram atingidos. O banco britânico Northern Rock, por exemplo, não tinha hipoteca-lixo em seus livros, mas adotava uma estratégia arriscada - tomar dinheiro emprestado a curto prazo (a cada três meses) às instituições financeiras, para emprestá-lo a longo prazo (em média, vinte anos), aos compradores de imóveis. Repentinamente, as instituições financeiras deixaram de emprestar dinheiro ao Northern Rock, que, assim, no início de 2007, acabou por se tornar o primeiro banco britânico a sofrer intervenção governamental, desde 1860. (BROOKS, 2008)

Em 2008, o quarto maior banco de investimentos dos Estados Unidos, o Lehman Brothers que havia investido fortemente em créditos subprimes pediu falência que ocasionou o início do agravamento da crise financeira internacional.

A crise financeira adquiriu contornos sistêmicos a partir da falência do Lehman Brothers nos Estados Unidos em setembro de 2008. Essa falência acarretou a paralisação das operações interbancárias, e a desconfiança dos investidores nos sistemas financeiros se espalhou, resultando em movimentos de pânico nos mercados de ações, de câmbio, de derivativos e de crédito, em âmbito global. (FARHI, 2010)

A falência do Lehman Brothers atingiu os países bálticos (Lituânia, Estônia e Latvia) e a Islândia, países que dependiam dos empréstimos dos bancos americanos e europeus. São países que tiveram um crescimento acelerado nos anos 90 e que apresentavam enormes déficits em conta corrente e dívidas externas. Foi-lhes imposta pelo FMI uma política de austeridade fiscal. Isto acarretou, uma queda em 2009 do PIB em termos reais de 18,8% na Latvia, de 15,7% na Estônia e de 11% na Lituânia. Como são países possuem economias muito pequenas, não houve grande impacto na Comunidade Europeia. (FAHRI, 2010)

Na sequência, temendo que a crise tocasse a esfera da economia real, os Bancos Centrais foram conduzidos a injetar liquidez no mercado interbancário, para evitar o efeito dominó, com a quebra de outros bancos, em cadeia, e que a crise se ampliasse em escala mundial. Com tantos pedidos de falência pelo setor privado, o governo americano se viu obrigado a estatizar as duas maiores agências de financiamento de moradias como a Fannie Mae e a Freddie Mac, comprando todos os seus ativos tóxicos e no mesmo ano adquiriu 79,9% da AIG (maior empresa de seguros dos Estados Unidos), que já havia perdido 60% de seu valor na Bolsa de Valores no ano de 2008. (CNNPolitics.com)

Para socorrer tantos grupos financeiros o governo americano sobre a administração de George Bush foi obrigada a criar plano de socorro às instituições financeiras: The Emergency Economic Stabilization Act of 200811. Um pacote de medidas de ajuda governamental às instituições financeiras na ordem de U$850 bi que seriam distribuídos para compra de títulos podres na ordem de U$700 bi e mais U$150 em corte de impostos e incentivos fiscais que foi aprovado e ratificado somente no governo de Obama em 2009. (UOL Economia)

Conforme Krugman em seu livro A crise de 2008 e a Economia da Depressão, A secutirização de recebíveis imobiliários, altos empréstimos hipotecários e venda de cotas a investidores, sempre foi uma prática do sistema financeiro americano desde 1930, realizado pela agência de empréstimos americana Fannie Mae. No entanto, a securitização se limitava aos agentes prime, ou seja, clientes com um considerável poder aquisitivo, o que fazia com que as taxas de inadimplência fossem muito baixas.

Por uma razão que se desconhece (embora possa estar ligada a um lobby ou pressão de alguns congressistas americanos para o lastreamento desses títulos, por haver interesse da parte deles pelos rendimentos do subprime, o que sugere uma ligação com alguns banqueiros), e que hoje, após o estouro, ainda deixa pasmos muitos analistas, tais papéis, lastreados em quase nada, obtiveram o aval das agências internacionais de classificação risco - de renome até então inquestionável -, que deram a eles a sua chancela máxima - AAA - normalmente dada a títulos tão sólidos quanto os do Tesouro dos Estados Unidos, classificando-os como extremamente seguros. Com essa benevolente classificação de risco, tanto os investidores, como os fundos de investimento e os bancos passaram a disputar a aquisição desses títulos, no mundo todo, e esses títulos passaram a servir como garantia para a tomada de novos empréstimos bilionários, alavancados na base de 20 para 1.

Como resultado, a crise financeira de 2008, a mais grave dos Estados Unidos depois da de 29 foi o cortes de vagas de trabalho e reduções salariais, afetando diretamente a qualidade de vida do trabalhador americano. No período de 2009 a 2012, a taxa de desemprego se manteve em torno de 10%.

Gráfico 7 – Taxa de desemprego nos Estados Unidos entre 2008-2012

Gráfico elaborado pela autora de acordo com os dados do livre de Krugman (2009)

11 Pacote Emergencial para Estabilização da Economia

8,10%

0% 2% 4% 6% 8% 10% 12% 2008 2009 2010 2011 2012 taxa d e d e sem p re g o

Era de se imaginar que o setor mais atingido pela crise de 2008 fosse exatamente o setor bancário internacional, principalmente o americano como mostra o desenho abaixo.

Figura 7 – Cortes anunciados pelas maiores empresas do mercado financeiro em 2011 Bank of HSBC Citigroup MF UBS Morgan Goldman America Global Stanley Sachs 4,5 mil 3 mil 2 mil 1,6 mil 230

Fonte: Dados retirados do O Estado de S.Paulo (02/01/2012)

Essas ondas de demissões no mercado financeiro americano e europeu fizeram com que milhares de executivos migrassem para outros países a procura de melhores oportunidades de trabalho. Um dos destinos mais cobiçados foi o Brasil, um país que embora esteja aquém da grandeza de Wall Street, possui um mercado financeiro em expansão, com espaço para crescimento e é exatamente esta característica de um mercado emergente como o brasileiro que vem chamando a atenção dos executivos estrangeiros. Um dos indicadores desse crescimento são os rendimentos de títulos de renda fixa, que até Novembro de 2011 chegou a captar R$77 bilhões e o mercado de renda variável que incluem ações espera-se uma captação de recursos de R$28 bilhões. São números excepcionais em momentos de crise econômica mundial. Em 2001, mais de 200 mil profissionais foram demitidos de Wall Street, principal centro financeiro do mundo. Muitos deles estão vindo para o Brasil para trabalhar no mercado financeiro brasileiro e outros para abrir um negócio próprio. (CUNHA, 2012)

“Trabalhar em Wall Street, no início dos anos 2000, era muito diferente. Foi quando comecei, no Deutsche Bank, onde fiquei por seis anos. Ninguém falava em corte de custos ou demissão. No banco, trabalhei com “private equities” da América Latina. Sou americano, de Nova Iorque. Então, resolvi estudar espanhol. No fim de 2007, um ex-chefe montou o próprio fundo e me chamou para trabalhar com ele. Topei. Mas a crise já estava tomando conta de tudo. Resolvi apostar nos emergentes e ser consultor independente, trabalhando de Nova Iorque para clientes nesses países. Enquanto meus amigos que continuavam nos bancos só falavam em crise, comigo era diferente: toda hora aparecia um cliente novo. Em 2010, passei alguns meses na Indonésia, para estabelecer um negócio de “mobile bank” para uma empresa de lá. A experiência me ajudou a tomar uma decisão. Percebi que não há sentido em insistir em Wall Street. E eu já estava com a Denise (com quem me casei em abril) e havia aprendido português. A Denise é brasileira e está em Nova Iorque há cinco anos. Quando conheci a família

dela, em São Paulo, por curiosidade tentei marcar algumas reuniões com empresas que poderiam se tornar meus clientes. Minha expectativa era fazer umas três reuniões. Mas em dez dias, fiz 15. Foi surpreendente. Vi que tinha à frente a chance de entrar em um mercado em alta que precisa de gente experiente. Chego neste mês. Quero viver no país de minha esposa, assim como ela morou no meu. A ideia é trabalhar em consultorias ou montar algo em e-commerce.”

(THOMAS GRIMM, Ex-Deutsch Bank, Americano. 36 anos. Administrador de Empresas. Gestor de Private Equity; para O

Estado de S.Paulo, 2011)

2.3. Lições da Crise de 2008

Não se pode afirmar que a rápida dispersão desta crise tenha acontecido somente em virtude da globalização e da desregulamentação dos mercados financeiros globais, uma vez que, em 1929 o mundo não vivia tal situação e os estragos foram tão grandes ou piores do que os verificados na década de 2000. Fica claro, porém, que com as inovações tecnológicas como o advento da internet permitiu que o mundo financeiro econômico torna-se mais dinâmico e isto pode ser apontado como um combustível potente na transmissão dos efeitos na crise. Soma-se a isso uma desregulamentação das finanças e sua liberalização que veio ocorrendo nos últimos 20 anos e se deu principalmente nas economias desenvolvidas; assim constrói-se um cenário explicativo para que os efeitos nefastos que aconteceram nos Estados Unidos rapidamente atingissem os pontos mais remotos do globo terrestre.

A liberalização das finanças mundiais segue a tendência mundial do mainstream do pensamento econômico onde as forças do mercado se ajustariam em caso de algum desequilíbrio. Contudo, na maioria das vezes, esse processo não vem acompanhado de reformas que regulem este mercado e carece também de supervisão necessária para evitar problemas inerentes a este intenso fluxo de capitais. Em suma, os sistemas financeiros dos países não são desenvolvidos suficientemente para arcar com os aumentos substanciais de fluxos financeiros. (TERRONES et Al, 2010)

A partir destes movimentos liberalizantes e desregulatórios, a indústria financeira criou novos produtos na busca de ampliar seu escopo de aplicações e aumentar seus lucros. A fraca regulamentação encontrada no sistema financeiro mundial permitiu que muitos bancos de investimentos e instituições financeiras operassem a margem do sistema legal, em um sistema chamado shadow banking; além disto, muitas instituições mantiveram bem abaixo as quantias requeridas nos acordos de Basiléia o que permitiu que as mesmas aumentassem sua alavancagem (TERRONES et Al, 2010)

A desregulamentação financeira traz consigo alguns problemas como a assimetria de informações no que tange a concessão de créditos. Historicamente os booms nos empréstimos ocorrem quando a economia apresenta indicadores econômicos consistentes e boas taxas de

crescimento; nestes momentos as chances de um default ficam bem reduzidas. Os banqueiros, em busca de aumentar seus portfólios, têm dificuldades em distinguir bons e maus pagadores e aumentam suas exposições tanto com os seus clientes como com os futuros tomadores de empréstimos. Esta corrida por novos clientes faz com que se exijam cada vez menos garantias e informações sobre as reais possibilidades destes novos consumidores de quitarem seus débitos, o que pode gerar problemas futuros quanto ao cumprimento dos pagamentos destes empréstimos. (GAVIN E HAUSMANN, 1998)

Nesse sentido, torna-se necessária à regulamentação de operações derivativas “exóticas” e outras práticas (alavancagem excessiva de instituições financeiras) que ocasionam a “festa” dos investidores e bancos.