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O abandono escolar precoce, sendo consequência de diversos fatores, designadamente os relacionados com a escola, com o próprio indivíduo, com o nível de escolaridade dos pais e com o contexto socioeconómico, pode levar à exclusão social e aumenta a probabilidade de desemprego (ver capítulo 3.1., Figura 3.1.21.).

Na UE28, em média, seis em cada dez crianças/jovens com pais com baixo nível de escolaridade estão em risco de exclusão social e pobreza e, por este motivo, em desvantagem no que respeita à sua educação/ formação. Este indicador não reflete que todas as crianças/jovens nestas circunstâncias vão abandonar a escola precocemente, mas quais as probabilidades dessa situação vir a acontecer. Os países onde existe maior número de crianças/jovens em risco de abandonar a escola precocemente são países da Europa Central e de Leste, com percentagens acima dos 75%, tais como a Bulgária, República Checa, Lituânia, Roménia e Eslováquia. Países como a Holanda, Portugal e Finlândia apresentam percentagens abaixo dos 50%. Quando se compara com os pais que detêm o 3º ciclo do ensino básico e secundário [ISCED 3-4] na UE28, em média, 32,2% das crianças/jovens estão em risco de exclusão social. No caso

Figura 3.4.31. Crianças e jovens (%) entre os 0 aos 17 anos em risco de pobreza ou exclusão social por nível de qualificação dos pais. UE28, 2013

Nota: O nível de ISCED utilizado refere-se à classificação ISCED 1997.

Fonte: Tackling Early Leaving from Education and Training in Europe, 2014. European Commission/EACEA/Eurydice/Cedefop

das crianças/jovens de pais com ensino pós secundário e superior [ISCED 5-6] apenas 10,5% correm esse risco. Em todos os países o risco de exclusão social e pobreza nesta faixa etária diminui quanto maior é o nível de formação dos pais (Figura 3.4.31.).

No que respeita ao combate ao abandono precoce da educação e formação, verifica-se que seis países da UE28 já adotaram uma estratégia global com esse objetivo, Bélgica - comunidade flamenga, Bulgária, Espanha, Malta, Holanda e Áustria. A Hungria e a Roménia estão atualmente a implementar uma estratégia global enquanto os restantes países, nos quais Portugal se inclui, têm estratégias ou programas específicos com esse fim. A Figura 3.4.33. mostra as medidas adotadas nos diferentes países da UE28 de combate ao abandono precoce, nos domínios da prevenção, intervenção e compensação. De notar que Portugal apresenta medidas de prevenção como a redução da retenção e a flexibilidade e permeabilidade de percursos escolares. No domínio da intervenção, destaca-se o apoio personalizado e o apoio linguístico a falantes de outras línguas, enquanto no âmbito das medidas compensatórias, salienta-se a identificação de alunos que abandonaram e adoção de medidas de reintegração. Bé lgi ca Bul gária R. Che ca Dinama rc a Ale

manha Estónia Irlanda Grécia Espanha Fran

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oácia Itália Chipre UE28

Le tóni a Lituânia Lu xembu rg o Hungria Mal ta Holanda Áu stria Pol ónia Portu gal Romé nia Esl ov énia Esl ov áquia Finl ândia Suéci a Reino Unido 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Prevenção

BE fr BE de BE nl BG CZ DK DE EE IE EL ES FR HR IT CY LV LT LU HU MT NL AT PL PT RO SI SK FI SE UK (1) UK-SC

T

Melhorar o acesso e qualidade na educação Pré-escolar Reduzir a retenção Políticas de desagregação Medidas de discriminação positiva Desenvolver atividades extra-curriculares Aumentar a flexibilidade e perme- abilidade de percursos escolares Inclusão da temática abandone precoce

nas formação inicial de professores Orietanção profissional e académica

Figura 3.4.32. Estratégias de combate ao abandono escolar. UE 28, 2013/2014

Fonte: Tackling Early Leaving from Education and Training in Europe, 2014. European Commission/EACEA/Eurydice/Cedefop

Figura 3.4.33. Medidas de combate ao abandono escolar. UE28, 2013/2014 BE de

LU

MT

LI

Não existem estratégias globais Informação não disponível

111

Fonte: Tackling Early Leaving from Education and Training in Europe, 2014. European Commission/EACEA/Eurydice/Cedefop

Intervenção

BE fr BE de BE nl BG CZ DK DE EE IE EL ES FR HR IT CY LV LT LU HU MT NL AT PL PT RO SI SK FI SE UK (1) UK-SC

T

Apoio personalizado Apoio a alunos com resultados baixos Apoio linguístico a alunos com outra língua materna Pessoal especializado a apoioar os alunos Identificação de grupos em risco de abandono escolar Desenvolver sist. de identificação precoce

de alunos em risco de abandono escolar Gestão de absentismo Criar rede com os pais e outros atores externos à escola

Intervenção

BE fr BE de BE nl BG CZ DK DE EE IE EL ES FR HR IT CY LV LT LU HU MT NL AT PL PT RO SI SK FI SE UK (1) UK-SC

T

Reforma do sistema de segunda opor- tunidade Identificação de alunos que abandona- ram a escola e medidas para os ajudar a reintegrar em educação ou formação

Em termos de acesso e frequência do ensino pós- secundário, podiam candidatar-se à inscrição num curso de especialização tecnológica (CET), de acordo com o Decreto- Lei nº 88/2006, de 23 de maio: os titulares de um curso de ensino secundário, ou equivalente; os estudantes com o 12º ano incompleto; os titulares de uma qualificação profissional do nível 3; e os titulares de um diploma de especialização tecnológica. Podiam igualmente candidatar-se à inscrição num CET, num estabelecimento de ensino superior, os indivíduos com idade igual ou superior a 23 anos, aos quais, com base na experiência, a instituição reconheça capacidades e competências que os qualificam para o ingresso no CET em causa. Salienta-se que, a partir do ano letivo 2015/2016, de acordo com o Decreto-Lei nº 43/2014, de 18 de março, que procede à criação e regulamentação dos cursos técnicos superiores profissionais, não são admitidos novos alunos em CET ministrados por instituições de ensino superior (artigo 42º, ponto 3).

O acesso ao ensino superior português ocorre de três formas principais, nomeadamente, o regime geral, os regimes especiais e os concursos especiais. O regime geral, regulado pelo Decreto-Lei nº 296-A/98, de 25 de setembro, pressupõe a fixação do número de vagas de ingresso em cada par estabelecimento/curso, quer para o concurso nacional de acesso ao ensino superior público (que inclui contingentes especiais, por exemplo, para candidatos oriundos das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira e para os candidatos portadores de deficiência física ou sensorial), quer para os concursos institucionais realizados pelas instituições de ensino superior privado. Os regimes especiais, regulados pelo Decreto-Lei nº 393-A/99, de 2 de outubro, beneficiam os candidatos que se encontrem numa das seguintes situações: familiares de diplomatas em missão no estrangeiro ou de diplomatas estrangeiros em Portugal; portugueses bolseiros, ou em missão oficial, no estrangeiro; oficiais das Forças Armadas Portuguesas;

3.5. Acesso e frequência dos ensinos pós-secundário

e superior

Medida incluída numa estratégia global Medida recente para combater o abandono escolar

bolseiros nacionais de países africanos de expressão portuguesa; atletas de alta competição; e naturais de Timor-Leste. Os concursos especiais, regulados pelo Decreto-Lei nº 113/2014, de 16 de julho, são da iniciativa de cada instituição e destinam-se a candidatos com situações habilitacionais específicas. São organizados concursos especiais para maiores de 23 anos, titulares de um diploma de especialização tecnológica, titulares de um diploma de técnico superior profissional e titulares de outros cursos superiores. Existem outros concursos especiais para acesso ao curso de Medicina por titulares de grau de licenciado (Decreto-Lei nº 40/2007, de 20 de fevereiro) e de acesso para estudantes internacionais (Decreto-Lei nº 36/2014, de 10 de março).