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O Programa Rede de Bibliotecas Escolares (PRBE), lançado em 1996 pelos Ministérios da Educação e da Cultura, abrange bibliotecas escolares do 1º ciclo ao ensino secundário. Houve, ao longo destes anos, investimentos ao nível das instalações, de equipamentos, recursos documentais e na formação de recursos humanos. A criação da função de Professor Bibliotecário veio garantir que recursos qualificados e especializados assegurassem a gestão e dinamização das bibliotecas e que as assumissem, no novo modelo organizacional das escolas, como estruturas inovadoras no acesso à informação e ao conhecimento. Geridas por uma equipa qualificada, as bibliotecas permitiam o livre acesso a um fundo documental diversificado e atual como suporte aos curricula, ao desenvolvimento das literacias, à aquisição de competências de informação e à formação de leitores numa sociedade do conhecimento.

O PRBE tem vindo a alargar-se a outros públicos, designadamente escolas com contrato de associação e Instituições Particulares de Solidariedade Social e tem promovido projetos de inovação e excelência em diferentes áreas. Ideias com Mérito, aLeR+, em parceria com o Plano Nacional de Leitura (PNL), e Ler é para já e Newton gostava de ler são alguns desses projetos. A avaliação das bibliotecas escolares é feita através de um modelo, criado e estruturado em quatro domínios:

currículo, literacias e aprendizagem; leitura e literacia; projetos e parcerias; gestão da biblioteca escolar, em aplicação em todas as escolas dos 2º e 3º ciclos e ensino secundário e nalgumas escolas do 1º ciclo. O Programa RBE foi também objeto de uma avaliação externa realizada, em 2008, pelo Instituto de Ciências do Trabalho e da Empresa/Centro de Investigação e Estudos Sociais (ISCTE / CIES).

As bibliotecas escolares constituem um importante parceiro na redução da taxa de saída precoce dos sistemas de ensino e formação, que constitui uma das metas da Estratégia 2020 na área da educação, enquanto organizações inclusivas no acesso a serviços e recursos de informação.

O número de bibliotecas escolares integradas por ano (Figura 3.4.24.), no período 2004-2014, tem registado diversas oscilações. Em 2015 observa-se o número mais elevado de bibliotecas escolares integradas (215) e em 2014 o mais baixo (31).

Na Figura 3.4.25. observa-se que 35% das bibliotecas localizam-se na região Norte (845), 32% em Lisboa e Vale do Tejo (772), 19% no Centro (457), 8% no Alentejo (206) e 6% no Algarve (140).

Em relação à distribuição das bibliotecas escolares por NUTS III, os valores mais elevados são na Grande Lisboa (360), no Grande Porto (239) e na Península de Setúbal (203). Os valores mais baixos encontram-se no Pinhal Interior Sul (10), Serra da Estrela (13) e Beira Interior Sul (19) (Figura 3.4.26.). 0 50 100 150 200 250 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 Nº de bibliotecas 145 215 113 126 189 147 178 88 48 32 31

Figura 3.4.24. Bibliotecas escolares integradas por ano. Continente, 2004-2014

Fonte: MEC | Rede de Bibliotecas Escolares, 2014. 10 Informação retirada de: http://rbe.mec.pt/np4/indicadores

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Figura 3.4.25. Bibliotecas escolares por NUTS II. Continente, 2014

Figura 3.4.26. Número de bibliotecas escolares por NUTS III. Continente, 2014

Fonte: MEC | Rede de Bibliotecas Escolares, 2014.

Nota: segundo NUTS III de 2003

Fonte: MEC | Rede de Bibliotecas Escolares, 2014.

Norte

Lisboa e Vale do Tejo Centro Algarve Alentejo 32% 35% 19% 6% 8%

Pinhal Interior Sul Serra da Estrela Beira Interior Sul Beira Interior Norte Cova da Beira Alto Alentejo Alentejo Litoral Alto Trás-os-Montes Douro Pinhal Interior Norte Alentejo Central Lezíria do Tejo Médio Tejo Pinhal Litoral Baixo Alentejo Minho Lima Dão Lafões Entre Douro e Vouga Baixo Mondego Oeste Baixo Vouga Cavado Tâmega Ave Algarve Península de Setúbal Grande Porto Grande Lisboa

Em 2014, o maior número de alunos, de estabelecimentos de educação e ensino JI/1º ciclo, 3º ciclo e ensino profissional com biblioteca, verifica-se na região Norte, seguida da região de Lisboa. No caso do 2º ciclo e do ensino secundário, destaca-se a região de Lisboa com o maior número de alunos (128 844 e 15 259, respetivamente) cujas escolas dispõem de biblioteca, seguida do Norte (128 387 e 11 057, respetivamente) (Figura 3.4.27.).

Plano Nacional de Leitura

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O Plano Nacional de Leitura (PNL) foi criado em 2006 por iniciativa do Governo, com o propósito de responder à preocupação pelos níveis de literacia da população em geral e dos jovens, em especial, muito inferiores à média europeia.

Tem como objetivos “promover o desenvolvimento de competências nos domínios da leitura e da escrita, bem como o alargamento e aprofundamento dos hábitos de leitura, designadamente entre a população escolar” concretizados num conjunto de ações, de que se destacam: a promoção da leitura diária em jardins de infância e escolas dos 1º e 2º CEB; a promoção da leitura em contexto familiar; a promoção de leitura em bibliotecas públicas e noutros contextos; o recurso aos meios de comunicação social e a campanhas para sensibilização da

opinião pública; ações de formação presenciais e online destinadas a educadores, professores, mediadores e voluntários e a construção de um site, com orientações de leitura para cada idade e instrumentos metodológicos destinados a educadores, professores, pais, bibliotecários, mediadores e animadores e eventuais voluntários. Os programas centrais do PNL que visam a promoção e o desenvolvimento da leitura e da escrita de forma sistemática abrangeram, em 2012-2013, a educação pré-escolar e a globalidade dos ensinos básico e secundário.

Programas nucleares de continuidade

Está Na Hora Dos Livros Leitura diária em sala de aula na educação pré-escolar Está Na Hora Da Leitura Leitura diária em sala de aula no 1º CEB Quanto Mais Livros Melhor Leitura orientada semanal em sala de aula no 2º CEB Navegar Na Leitura Leitura orientada semanal em sala de aula no 3º CEB e no

ensino secundário

De entre os projetos e iniciativas do PNL destacam-se:

aLeR+

Abrange o território continental e envolve nas suas atividades cerca de mil escolas e Jardins de Infância da rede pública, contando com docentes, crianças e jovens desde a educação pré-escolar ao ensino secundário.

Figura 3.4.27. Alunos (Nº) que dispõem de biblioteca na escola que frequentam, por NUTS II. Continente, 2014

Fonte: MEC | Rede de Bibliotecas Escolares, 2014.

0 20 000 40 000 60 000 80 000 100 000 120 000 140 000

Alentejo Algarve Centro Lisboa Norte

JI/ 1º Ciclo 10 801 11 472 31 832 77 422 79 121 2º Ciclo 23 055 23 513 53 429 128 844 128 387 3º Ciclo 14 787 14 566 45 415 107 329 119 911 Ensino Secundário 1 953 2 306 4 217 15 259 11 057 Ensino Profissional 2 875 4 977 12 488 23 012 28 691 Outros cursos 9 099 9 390 31 127 67 157 65 770

11 Informação retirada de http://www.planonacionaldeleitura.gov.pt/ pnltv/uploads/balancos/relatorio_do_2º_ano_2ª_fase_a.pdf

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Semana da Leitura

A Semana da Leitura é uma iniciativa que desafia as escolas, das redes pública e privada, a criarem ambientes propícios à leitura e aos livros. Além das escolas/ agrupamentos, a iniciativa envolve câmaras e bibliotecas municipais e/ou públicas, empresas, associações de cariz cultural, desportivo, social e profissional, meios de comunicação social locais e grupos de teatro.

Em 2012/2013, este projeto foi dinamizado em mais de 600 escolas/agrupamentos das redes pública e privada. Destaca-se o facto de 41 escolas/agrupamentos terem prolongado o projeto para além do que foi proposto (Tabela 3.4.22.)

Tabela 3.4.22. Escolas/Agrupamentos que realizaram a Semana da Leitura, 2012/2013

Escolas/Agrupamentos que realizaram a SL na data proposta 454 Escolas/Agrupamentos que realizaram a SL noutro período 177 Escolas/Agrupamentos que alargaram a SL para além da

data proposta 41

Fonte: PNL. Relatório de Atividades 2012-2013 Clubes de leitura Melhores Leitores do Mundo – MLM

O Projeto Clubes de Leitura MLM, iniciado em 2010/2011 tem por objetivo encontrar estratégias que contrariem o afastamento dos adolescentes da leitura e os aproximem dos livros, ajudando-os a desenvolver o prazer e o gosto pela leitura. Iniciou com seis escolas secundárias registando menos uma em 2011/2012.

Projeto Ler+ jovem

O Projeto Ler+ jovem foi dinamizado em parceria com o PRBE e com a Escola de Educação da Universidade do Minho e divulgado junto das escolas no final do ano letivo de 2011/2012. Este projeto-piloto, em 2012-2013, envolveu cerca de 960 alunos do ensino secundário e apoiou 15 projetos (Tabela 3.4.23).

Tabela 3.4.23. Escolas, professores e alunos (Nº) no pro- jeto Ler+ jovem, 2012/2013

Nº de projetos de escola selecionados e apoiados 15 Nº de professores envolvidos 75 Nº de alunos diretamente envolvidos 960

Fonte: PNL. Relatório de Atividades 2012-2013 Todos juntos podemos ler

Tem como objetivo fundamental tornar as bibliotecas escolares, e através delas as escolas, cada vez mais inclusivas, de modo a proporcionarem oportunidades de leitura para todos. O projeto Todos Juntos Podemos Ler foi dinamizado em 20 agrupamentos em 2011-2013 e 42, no ano letivo de 2013-2014.

Português para Falantes de outras línguas12

Em 2001, o Ministério da Educação desenvolveu na região de Lisboa os primeiros projetos-piloto de ensino do Português como Língua não Materna (PLNM). Posteriormente, em 2006, estabeleceu os princípios de atuação e as normas orientadoras da implementação, acompanhamento e avaliação da disciplina de PLNM para o sistema de ensino português. A partir do ano letivo de 2011/2012, o PLNM assumiu o estatuto de disciplina nos 2º e 3º CEB, deixando de constituir apenas apoio ao estudo ou apoio educativo.

No ano letivo de 2012/2013 encontravam-se matriculados na disciplina de Português Língua Não Materna (PLNM) 2 199 alunos (Figura 3.4.28.), verificando-se um crescimento significativo relativamente ao ano letivo de 2007/2008 (69,9%).

Figura 3.4.28. Alunos matriculados na disciplina de PLNM, no Ensino Básico e Secundário (N.º). Continente

Fonte: DGEEC-MEC, apud Oliveira e Gomes, 2014: 156)

0 500 1 000 1 500 2 000 2 500 3 000 3 500 2012/13 2011/12 2010/11 2009/10 2008/09 2007/08 31 761 702 1 014 3 094 2 199

12 Informação retirada de: http://www.oi.acidi.gov.pt/docs/Col_ ImigNumeros/RelatorioDecenalImigracaoNumeros2014web.pdf

Em 2012/2013 encontravam-se matriculados na disciplina de PLNM alunos de 36 nacionalidades diferentes, representando os cabo-verdianos 20,8%, os guineenses 11,2%, os ucranianos 6,6% e os chineses 6,2%13 (Figura 3.4.29.)

.

Entre 2001 e 2008 funcionou o programa Portugal Acolhe, sob a responsabilidade do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP). Em 2008, este programa foi substituído pelo programa Português para Todos (PPT), sob a responsabilidade e gestão do Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (atual Alto Comissariado para as Migrações – ACM, IP), integrado no Programa Operacional Potencial Humano (POPH), no Eixo 6 – Promoção da Inclusão e da Cidadania.

O PPT assume a missão de disponibilizar gratuitamente aos cidadãos imigrantes cursos de língua portuguesa para estrangeiros, de natureza distinta: (1) cursos de

português para falantes de outras línguas e (2) cursos de português técnico.

Desde 2008, o número de formandos abrangidos pelo programa tem aumentado (Figura 3.4.30.). Entre 2008 e 2012, o aumento de formandos registado foi de 224% (3 385 formandos, em 2008, e 10 982 em 2012). De 2012 para 2013 registou-se um decréscimo de 329 formandos (-3%).

Estes cursos do PPT operacionalizam-se, através da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, nas escolas da rede pública, quando dirigidos a falantes de outras línguas com idade igual ou superior a 15 anos e nos centros de formação do IEFP, para os que têm idade igual ou superior a 18. Em 2012, realizaram-se 461 cursos para falantes de outras línguas (menos 20 do que em 2011) e 2 cursos de português técnico (menos 13 do que em 2011)14.

Figura 3.4.29. Distribuição dos alunos matriculados na disciplina de PLNM (%), segundo a origem. Continente

Figura 3.4.30. Formandos do Programa PPT (N.º). Continente

Fonte: DGEEC-MEC, apud Oliveira e Gomes, 2014: 156

Fonte: Programa Português para Todos (Oliveira e Gomes, 2014: 160).

Portugal Outros países Europa

Europa de Leste UE27 Ásia América África 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 2012/13 2011/12 2010/11 2009/10 2008/09 2 000 4 000 6 000 8 000 10 000 12 000 2013 2012 2011 2010 2009 2008 10 653 3 385 6 202 8 282 8 891 10 982 13 Informação retirada de: Oliveira, C. (coord.); Gomes, N. (2014).

Monitorizar a integração de Imigrantes em Portugal. Relatório Estatístico Decenal, Coleção Imigração em Números, Observatório das Migrações (1), Lisboa: ACM.

14 Informação retirada de: Oliveira, C. (coord.); Gomes, N. (2014). Monitorizar a integração de Imigrantes em Portugal. Relatório Estatístico Decenal, Coleção Imigração em Números, Observatório das Migrações (1), Lisboa: ACM.

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