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Compreensão Misticismo

No documento O QUE O CÉU E OS HOMENS ME ENSINARAM (páginas 68-71)

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místicas e a procura da calma. O oposto de Peixes é Virgem. Seu

símbolo, a deusa Ceres, tem no braço um feixe de trigo, quer dizer a Mãe Terra, com seu constante girar e crescer. Podemos separar Terra e Céu? Não! São inseparáveis. Virgem representa a Sabedoria da Natureza que criou tudo em forma variada. A onipresença e a unidade da vida de Peixes, em sua grande sabedoria, servem-se da variação da forma (Virgem) para que haja crescimento e aperfeiçoamento.

Ambos os signos nos fazem aprender que não há nem perfeição nem imperfeição, mas somente o constante e perfeito aperfeiçoamento e crescimento.

No céu, que sonhamos como o lugar da calma, tudo gira. A Terra, que para nós é um constante agitar, gira calmamente. Se o homem um dia souber unir novamente Céu e Terra, haverá novamente o paraíso. Separando-os, criou o inferno, perdendo toda capacidade de sentir a beleza da sabedoria da natureza, colocando seu ideal num céu que sua imaginação busca alcançar.

Para obter o equilíbrio, todos os signos dependem da compreensão oposta, mas o eixo de Peixes-Virgem atualmente é de principal importância porque assistimos todos ao momento do reencontro nesta época, que é o amadurecimento da Era de Peixes, nesses últimos dois mil anos. Mesmo que nós não sejamos desses dois signos, devemos bem compreendê-los.

Virgem físico, mental ou emocional, por influência do Ascendente, Sol e Lua, demonstra a curiosidade e ansiedade de saber, ver, analisar, observar. Quem é de Virgem desde cedo mostra uma grande capacidade de ver os pequenos detalhes de tudo que parece imperfeito. Tem uma tendência de tudo querer melhorar, aperfeiçoar, fazer crescer.

Tem senso de observação prática e é muito versátil, o que faz mudar de interesses várias vezes, dispersando seus nervos e atenção.

Luz e sombra: A Última Ceia de Leonardo da Vinci

A procura em obter soluções em tudo que vê, ouve, observa e analisa o leva à crítica. Para obter em tudo o que ele quer aprimorar, não somente para amanhã, mas também para depois de amanhã, precisa desenvolver as qualidades de Peixes. É preciso compreender que a Terra gira calmamente e que não dá pulos e dar tempo ao tempo para o crescimento do que deseja obter. Não julgar ou criticar sem ver as causas de um efeito. Onde está vendo a sombra, procura a luz que está por trás e que projeta a sombra. Assim sua análise e dom de crítica serão construtivos. Não ver só as aparências sem sentir as grandes causas.

As pessoas de Virgem que movimentam o mundo para a frente com seu senso administrativo e prático precisam a tranquilidade, o Amor Universal, o radar, a sensibilidade do Peixes e se desligar do que enxergam como errado e procurar sentir o que é belo. Elas precisam especialmente a prece dos índios sioux: “Senhor, não deixeis que critique meu irmão sem antes andar por sete dias nas sandálias dele”.

Peixe, meu pobre peixe que me mostras as riquezas do Céu que se espelha no teu mar e não sabes viver a beleza da minha terra. Quanto sofri e quanto sofro contigo!

Ouça das palavras do Mestre dos Mestres dos últimos dois mil anos, da Era de Peixes: “olhai os lírios dos campos”. Aprenda a ver em redor de ti que tudo é belo, floresce.

Na imagem do Peixe jogado sobre a terra está todo o drama e toda beleza dos nascidos sob esta união, onde Céu e Terra, energia e matéria se unem.

Sonham com a perfeição, a calma do céu e querem trazer a felicidade para a Terra. Desejam para todos o céu, como eles o sentem. Com o seu radar, sentem o que os outros sentem e se perturbam, por terem um ideal de perfeição, e não conseguem

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compreender o que veem no burburinho da vida terrestre. Fogem

na meditação ou criam mundos de sua imaginação gerando suas perturbações psíquicas, sofrem por não poderem trazer aos que amam a paz que eles sentem. Os maremotos que sacodem para despertar novo crescer são as suas reações. Virgem é a chave para ele, significa respeitar no mundo o crescer diferente de cada ser. Voltar-se para a terra, desenvolver o senso prático, não se queixar do trabalho, da imperfeição e dos erros. Deve chegar a amar as dores e os erros dos outros por saber que eles são as válvulas que os levam a curar e aprender, crescer e frutificar.

Não adianta sentir o Céu se não sei sentir a Terra. É preciso compreender toda sabedoria que está no crescer da natureza e sua variação. Perdoar não quer dizer acomodar-se diante de uma situação que não é como eu tinha desejado, mas compreender que aquele que me ofende é um instrumento da minha evolução, que ele me obriga a compreender e alcançar cada vez maior experiência. Devo procurar em mim mesmo o erro e não esperar do outro aquilo que ele não pode me dar por ser diferente de mim.

Se no teu nascimento recebeste o raio de Peixes iluminado, saiba que Virgem é como uma semente depositada na terra, na outra metade do teu ser, esperando ser despertado. “Se eu tivesse toda Sabedoria e não tivesse o Amor, nada me valeria”. É Virgem que precisa despertar Peixes. É a Terra em busca do Céu, mas Peixes deve buscar Virgem e amar e girar junto na Terra. Sem pesquisar, observar, realizar e trabalhar para crescer também não poderá trazer o Céu à Terra. Como Terra e Céu não podem ser separados, convence-te que ambos habitam no teu ser. Na procura da calma da paz no Céu, saber realizar e aperfeiçoar, amando o burburinho no movimento perpétuo do girar

da Terra. Sentir, mesmo nas contrariedades, as belezas do universo a que chamas Céu e que é o universo em ti mesmo.

Peixes é vir e voltar ao Todo através de Virgem, o movimento perpétuo.

A sexta e duodécima divisões do sensitivo do homem são a sexta casa, o trabalho e a saúde e a décima segunda casa, das limitações e do que é oculto, das nossas dívidas e inimizades.

A sexta casa corresponde à Virgem. Com o suor do seu rosto o homem trabalha, gira, cresce e traz frutos. A grande sabedoria da natureza que, pelo trabalhar, gera os frutos. Se vivemos de acordo com a sabedoria da natureza, vem a nossa saúde. Vem pelo que sabemos girar para frente, pelo que trabalhamos e pelo que está acima do nosso saber ou poder. É a casa que se relaciona aos empregados, colaboradores, subalternos, terceirizados e prestadores de serviços.

A casa doze são as limitações. Situado no horizonte, onde o Sol nasce. Na primeira respiração da criança, seu grito é como uma revolta ao entrar na prisão do corpo terrestre, onde terá que enfrentar todos os obstáculos do que nos são predestinados e, por não querermos aceitar em nós a revolta, chamamos isto de inimizades.

Quem nasce entre o deitar do Sol e as duas horas seguintes vive para o seu trabalho. Isso é Virgem. Quem nasce entre o levantar do Sol e as duas horas seguintes procura isolar-se, meditar, pesquisar os porquês da vida e dedica-se aos lugares onde há isolamento, internatos, hospitais, prisões, laboratórios, aprisionamentos, onde pode aplicar seu amor ao próximo em ações, pensamentos e pesquisas. Isto é Peixes.

Na pintura A Última Ceia vejam ao lado de Cristo, Tomé, com o dedo levantado simbolizando Virgem. Até a Cristo ele mostra

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o defeito. Com seu senso prático terrestre, em tudo ele encontra

defeitos para criticar, duvidar, reavivar – e não sente a perfeição e a beleza da Luz. Ele enxerga a luz somente na poeira, visível por estar na luz; dá maior importância a este pequeno fato e não enxerga as grandes causas. A ansiedade no rosto de Tomé exprime a inquietude de tudo mudar e melhorar.

Tomé representa o sexto princípio, Virgem. No corpo humano representa o funcionamento intestinal, o expurgar, o transformar dos elementos da natureza que alimentam a energia da vida. No último dos doze apóstolos, Bartolomeu, a figura de Peixes, que se situa na luz. Seus pés iluminados e seu semblante calmo expressam toda sua busca de viver na Paz do universo. Ele não toma parte na agitação dos outros onze apóstolos e dirige seu olhar por cima das onze cabeças procurando ver mais além. O que virá depois? Afasta-se, desta forma, da realidade dos pequenos fatos, procurando sentir as grandes causas invisíveis e insensibiliza-se diante dos pequenos efeitos que geralmente não sabe compreender. A lei de Bartolomeu ensina aos nascidos em Virgem a sentir a Luz e aos nascidos em Peixes a voltar à Terra.

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