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4.1 CICLO 1/GRUPO 1 – EQUIPE DE PRODUÇÃO: CONHECIMENTO SOBRE O

4.1.8 Comunicação dos resultados

Fizemos duas reuniões para apresentar os resultados sobre o Censo e as discussões foram apresentadas no item anterior. Não houve a necessidade de novo ciclo, pois os dados levantados, ainda, precisavam de um tempo para ser amadurecidos e colocados em prática.

Mas deixou-se registrado em ata de reunião a necessidade de novos censos, pois sabemos que o perfil dos alunos muda de uma oferta para outra.

Durante o Ciclo 2, que será apresentado no próximo item, o grupo começou a compreender o porquê das dificuldades encontradas e o tempo de amadurecimento necessário. Aos poucos o grupo foi descobrindo que as informações do público-alvo, tão solicitadas inicialmente, repercutem de forma diferenciada quando o contexto da criação é para o âmbito educacional.

4.2 CICLO 2/GRUPO 1 - PLANEJAMENTO E CONSTRUÇÃO DE MÍDIAS

O Ciclo 2 foi organizado para discutirmos sobre como se dá o Design Educacional no Cead/Ifes e a construção de mídias. Esse teve início antes do fechamento do Ciclo 1, pois alguns alunos, ainda, preenchiam os formulários do Censo.

4.2.1 Definição do problema

Dentre os materiais impressos pesquisados, foi observado que a escrita dos professores nem sempre se adequava às características da EaD. Alguns tinham certa facilidade para promover uma linguagem dialógica (pep talk), enquanto outros ainda usavam a rigidez de um trabalho acadêmico ou ainda a superficialidade de uma apostila, conforme afirma Alice:

Um bom material impresso vai dar um norte para onde o aluno vai caminhar, por mais que ele busque em outras fontes, o material dando a base para pesquisar outras referências, mesmo que não seja no Moodle, eu acho que ele vai desenvolver bem o aprendizado. Consequência disso, as salas estando bem feitas com boas atividades. O material estando bom, influencia na sala virtual. Se o material estiver bom, consequentemente os professores desenvolvem bons exercícios para sala de aula, fora o que já temos no ambiente e os que tem são poucos, e os que tem é muito pouco. Eu já fiz cursos em que o material impresso fala com você o tempo todo e não vejo isso no nosso material, mas não sei se temos estrutura para isso. A maioria tem cara de apostila – 13/08/2012, informação verbal.

Além das questões referentes ao material impresso, o grupo levantou outras sobre a dificuldade em fazer com que os professores solicitem as mídias de maneira adequada e o papel do designer educacional nesse processo de planejamento das mídias.

A discussão levantada pelo grupo e sua preocupação com a questão da mídia inserida no processo de ensino e de aprendizagem, já vem sendo debatida por diversos autores, alguns de opiniões contraditórias como o Clark (1983), que argumenta em seus estudos de que as mídias não influenciam na aprendizagem sob quaisquer condições, funcionam como um veículo de informação e o que vale é apenas o conteúdo, enquanto, Kozma (1991) coloca a mídia como

facilitadora do processo de construção de conhecimento. Tori evidencia a questão sobre ficar indiferente à mídia na Educação (2010, p. 40):

Se tais discussões [referindo-se a Clark e Kozma] não chegam a concluir se a mídia é apenas uma forma de entrega de conhecimento ou uma ferramenta para a sua construção, ou se o método é ou não indissociável da mídia, pelo menos evidenciam a dificuldade de se ficar indiferente à mídia quanto o assunto é educação.

Várias falas dos integrantes do grupo demonstram a carência de uma avaliação sobre se o que estão construindo em termos de mídias realmente tem favorecido o processo de ensino e de aprendizagem ou funcionado apenas como um veículo de informação.

Já citamos isso no grupo de estudo e sugerimos acrescentar perguntas sobre as mídias, naquela avaliação que tem ao final da disciplina. Precisamos parar e pensar sobre como fazer essa avaliação – Moema, 13/08/2012, informação verbal.

Temos que descobrir se as mídias de alguma forma se eles fazem sentido – Eduardo, 13/08/2012, informação verbal.

Não discordo de ter a enquete para avaliar as mídias, não é isso, por exemplo se você fizesse uma enquete você não descobriria isso, acho que a enquete pode ser importante em determinado momento, mas o que fazer com os acontecimentos no decorrer do curso e que ações são tomadas? - João – convidado, 13/08/2012, informação verbal.

Foram citadas nas discussões as contribuições de Clark e Mayer (2011), que fazem uma análise da aprendizagem e da instrução de uma maneira pragmática, acreditamos que seja para alcançar tanto o público da área de programação visual quanto para designers educacionais. Aprendizagem é definida por ele como uma mudança no conhecimento e está relacionada à experiência do aluno, contendo três elementos: aprender envolve mudanças, a mudança está em que o aluno já sabe e a mudança é causada pela experiência do aluno. Enquanto, a instrução está relacionada à forma de afetar a experiência do aluno e causar uma mudança naquilo que o aluno já sabe. Nesse sentido, o papel do designer educacional está baseado em como projetar, desenvolver e fornecer à instrução ao aluno. A visão pessoal de cada designer educacional pode afetar as decisões sobre o planejamento das instruções e isso, não é desejado. O Quadro 15 apresenta três metáforas da aprendizagem.

QUADRO 15 - Três metáforas da aprendizagem Metáfora da

Aprendizagem Aprendizagem é Aprendiz é Instrutor é

Fortalecimento

de Respostas Uma lógica associacionista, mecânica e repetitiva Sujeito passivo Conhecedor e dispensador de estímulos e respostas Aquisição da

Informação Memória para aumentar a informação. Sujeito passivo da informação Dispensador da informação Construção do

Conhecimento Construção da representação mental Sujeito ativo e autônomo Guia cognitivo, fornecendo pistas e chaves para a construção do conhecimento.

Fonte: Adaptado de Clark e Mayer (2011, p. 36).

Clark e Mayer (2011) afirmam que do ponto de vista da construção de conhecimento temos três princípios:

− Dois Canais: as pessoas têm canais separados para o processamento de material visual/pictórico e material verbal/auditivo.

− Capacidade Limitada: as pessoas podem processar ativamente partes da informação em cada canal de uma só vez.

− Processamento Ativo: ocorre quando as pessoas se envolvem no processamento cognitivo adequado durante a aprendizagem, tais como: participar na construção de um material importante, organizá-lo e integrá-lo ao seu conhecimento.

A Figura 34 apresenta um modelo de como as pessoas aprendem em lições multimídia. Em uma apresentação multimídia podemos ter narrativas (escritas ou faladas) e imagens, estas são processadas na memória de curto prazo dos alunos de acordo com suas capacidades sensoriais, organiza-as mentalmente e liga-se aos conhecimentos já existentes, os armazenado na memória de longo prazo (CLARK; MAYER, 2011). Isso para os alunos que possuem todas as capacidades sensoriais. A proposta não atende, assim, aos alunos cegos e surdos, como pode ser inferido a partir de uma simples análise da Figura 34.

Figura 34 - Teoria Cognitiva e Aprendizagem Multimídia

O Grupo 1 desconhecia as principais abordagens pedagógicas e que as decisões sobre as mídias normalmente envolvem preocupação sobre seu tempo de desenvolvimento. Por exemplo, algo que pode ser realizado por meio de uma história em quadrinhos é solicitado como animação, o que requer muito mais tempo de elaboração. Se o objetivo de uma mídia é facilitar o processo de ensino e de aprendizagem, sua escolha deve ter essa questão como elemento-chave, seguido das questões de custo e de tempo. Em algumas instituições e/ou componentes curriculares, a única mídia utilizada é o texto, tanto para disseminação de conteúdos quanto para as atividades propostas. Isso foi bastante discutido pelo Grupo 1.