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O Centro de Educação a Distância do Instituto Federal do Espírito Santo

3.2 CONTEXTO DA PESQUISA

3.2.1 O Centro de Educação a Distância do Instituto Federal do Espírito Santo

O Instituto Federal do Espírito Santo, na época com o nome de Centro de Educação Federal e Tecnológico do Espírito Santo (CEFETES), implantou seu Centro de Educação a Distância em 2006, com o curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas (TADS) na modalidade a distância.

O Ifes possuía, em 2013, dez cursos na modalidade a distância: Técnico em Informática, Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Licenciatura em Informática, Licenciatura em Letras - Português, Pós-Graduação Lato Sensu em Educação Profissional Integrada à Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos, Pós-graduação Lato Sensu em Educação Profissional e Tecnológica, Pós-graduação Lato Sensu em Gestão Pública Municipal, Pós-graduação Lato Sensu em Gestão Pública e Pós-graduação Lato Sensu em Informática na Educação, além de ofertas de disciplinas semipresenciais em até 20% da carga horária do curso, conforme portaria nº 4.059, de 10 de dezembro de 2004, e o uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs), considerando o Projeto de Padrões de Competência em TIC para Professores, da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), de 2009.

O Cead/Ifes é representado na estrutura organizacional do Ifes por uma diretoria ligada à pró- reitoria de ensino, conforme apresentado na Figura 19, a seguir.

Figura 19 - Estrutura Organizacional do Cead/Ifes

Fonte: Cead/Ifes (2013).

De acordo com essa atual composição da equipe multidisciplinar do Cead/Ifes, as atribuições dos cargos, são:

− Diretor Cead – responsável por gerir o Cead, seus cursos e as demais coordenadorias existentes.

− Gerente de Ensino – responsável pela parte acadêmica, pedagógica e avaliação dos cursos. Colabora na criação de projetos de cursos, fazendo o acompanhamento dos processos de ensino-aprendizagem, no que se refere ao desempenho do aluno, do professor e do tutor. − Gerente de Produção de Materiais – tem a função de gerir todo o processo de produção de

material, desde o planejamento até a efetiva utilização dos mesmos.

− Gerente de Tecnologia da Informação - responsável pelo gerenciamento do Ambiente Virtual de Aprendizagem AVA e dos equipamentos necessários à utilização do AVA e de outros recursos tecnológicos.

− Gerente de Administração e Planejamento – responsável pelo acompanhamento do plano de gerenciamento do curso e das ações administrativo-financeiras.

A equipe multidisciplinar dos cursos é composta por um coordenador de curso, um coordenador de tutoria, um designer instrucional, um revisor de texto e um pedagogo. Para cada componente curricular de um curso tem-se o professor formador, o professor conteudista, os professores-tutores a distância e os professores-tutores presenciais. No Ifes, o professor formador e o professor conteudista normalmente são representados pelo mesmo docente. Eis uma breve descrição, sobre as respectivas atribuições, de cada elemento dessa equipe multidisciplinar do Cead/Ifes:

− Coordenador de Curso – gerencia a implantação e execução do curso.

− Designer Instrucional - tem a função de garantir que o material didático tenha uma interface adequada aos projetos pedagógicos de cursos.

− Pedagogo – faz o acompanhamento do processo de ensino-aprendizagem, no que se refere ao desempenho do aluno, do professor e do tutor.

− Professor Conteudista – planeja os conteúdos, as atividades e as mídias de um curso e/ou componente curricular junto ao designer instrucional.

− Professor Formador – planeja e gerencia o processo de desenvolvimento da aprendizagem da sua disciplina, além de ser o responsável por esclarecer dúvidas, acompanhar e orientar os seus tutores a distância e tutores presenciais.

− Coordenador de Tutoria – gerencia o trabalho dos tutores, do ponto de vista pedagógico e administrativo, juntamente com os professores formadores.

− Professor-Tutor a Distância – realiza funções de mediação e avaliação no processo de aprendizagem do aluno, esclarecendo-lhes as dúvidas quanto aos conteúdos.

− Professor-Tutor Presencial – atua no polo de apoio presencial (instalação física criada a partir da parceria, entre o governo federal, a instituição de ensino e as prefeituras municipais/estaduais). Acompanha o desempenho dos alunos buscando incentivá-los a cumprir, dentro dos prazos, todas as atividades propostas.

− Tutor de Laboratório - acompanha os alunos presencialmente nos polos, orientando-lhes os estudos no laboratório. No Cead/Ifes, essa função só é obrigatória no curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas.

− Coordenador de Polo – responsável por gerenciar a implantação e gestão acadêmica do curso no polo municipal. Este profissional não é específico de um curso, ele também responde por outros cursos e instituições de ensino.

− Designer Instrucional – apesar de cada curso ter o seu próprio designer instrucional, a equipe de produção tem um designer instrucional para coordenar o trabalho de todos os designers instrucionais do Cead/Ifes. Ele é responsável pela análise dos materiais solicitados e dos materiais enviados, bem como o gerenciamento dos prazos para a entrega dos materiais.

− Designers Gráficos/Programadores Visuais – são responsáveis pela parte de criação e arte.

− Editor de áudio e vídeo – são responsáveis por realizar as gravações e edições dos áudios e vídeos, bem como a parte de locução dos tutoriais e das animações.

− Diagramadores – são responsáveis pela editoração gráfica dos materiais que serão impressos.

− Editores de ambiente virtual de aprendizagem (AVA) – são responsáveis pela edição inicial das salas virtuais, inserindo todos os conteúdos, as atividades planejadas e as mídias propostas.

3.2.2 A institucionalização da Educação a Distância no Cead/Ifes

A institucionalização da EaD é alvo de discussões em muitas universidades e institutos federais. O Cead/Ifes, até chegar à estrutura organizacional atual, apresentada anteriormente na Figura 19, iniciou suas atividades por meio de uma coordenadoria de Educação a Distância, vinculada à pró-reitoria de ensino.

Com a chegada de efetivos para atuarem no Cead/Ifes, ocorreram alguns avanços na implementação da estrutura ora apresentada. Em 2013, além das equipes de cursos, o Cead/Ifes possuía dezenove efetivos, oito estagiários e dez bolsistas vinculados por meio dos programas federais: o Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB)5 e pelo Sistema Rede e- Tec Brasil6.

É fato que a UAB aumentou o número de matrículas no ensino superior, ampliando o acesso à educação pública em regiões distantes dos grandes centros, assim como o e-Tec na oferta dos cursos técnicos. Esses 'sistemas' criados por meio de programas federais apresentam parâmetros comuns no que se referem aos recursos de custeio e de bolsas de pesquisas. Eles

5http://uab.capes.gov.br/ 6http://redeetec.mec.gov.br/

funcionam por meio de parcerias com instituições municipais/estaduais para a criação dos polos de apoio presencial e das instituições de ensino para planejamento, oferta e gestão de cursos.

Neste contexto, acaba-se criando alguns 'modelos' de EaD próprios devido aos recursos disponíveis. Na EaD, inserir o tutor como mediador dos materiais construídos pelos professores conteudistas é uma imposição do modelo proposto visando a alcançar grandes massas, pois o tutor normalmente recebe uma remuneração inferior ao professor, questão discutível, afinal o tutor também é considerado um professor. Também é comum relatos de professores formadores que atuam na EaD sobre o desejo de uma maior aproximação com os alunos.

Pensar em institucionalizar a EaD com oferta de cursos regulares é algo que apresenta vários desafios, dentre eles a alocação de carga horária docente destinada às diferentes atividades relacionadas ao ensino a distância, tais como: o planejamento, a implementação dos recursos educacionais, o deslocamento aos polos de apoio presencial, a gestão, a avaliação e a tutoria.

Ainda existam questões no processo de construção dos recursos educacionais, que vão para além da criação de procedimentos e a implementação dos mesmos. Conjetura-se por dinâmicas de trabalho mais colaborativas, maior envolvimento com o trabalho na EaD, intercâmbio entre conhecimentos pedagógicos e tecnológicos, bem como o uso da linguagem adequada e pró-atividade no intuito de obter recursos educacionais que realmente favoreçam o processo de ensino e de aprendizagem, visando ao respeito aos diferentes estilos de aprendizagem e o ingresso dos alunos com deficiência.