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Conceção do Suicídio nas Diferentes Épocas Históricas

PARTE I ENQUADRAMENTO TEÓRICO

CAPÍTULO 1. CONTEXTUALIZAÇÕES HISTÓRICA, CONCEPTUAL E

1.1. Contextualização Histórica

1.1.2. Conceção do Suicídio nas Diferentes Épocas Históricas

O suicídio existe, provavelmente, desde o início da espécie humana. Ao longo dos séculos tem-se vindo a assistir a um crescente interesse acerca dos atos suicidas, tendo as análises evoluído de perspetivas tendencialmente moralistas para as atuais abordagens informadas por modelos científicos. A sua conceptualização tem variado consoante os padrões socioculturais, religiosos, políticos e filosóficos e as escolas de pensamento vigentes em cada época. O fenómeno suicídio tem também sido alvo de interesse pelas mais diversas áreas de especialização afetas à saúde, à educação ou à sociedade, incluindo vertentes tão distintas como as Ciências Exatas e as Ciências Humanas e Sociais.

A síntese das sínteses escrita pelo filósofo Albert Camus (1942), no ensaio Le Mythe de Sisyphe, expressa bem a importância atribuída a este comportamento, pois “só existe um problema filosófico realmente sério: é o suicídio. Julgar se a vida merece ou não ser vivida é responder à questão fundamental da Filosofia. O resto, se o mundo tem três dimensões, se o espírito tem nove ou doze categorias, vem depois” (p. 12). É, pois, a partir de uma posição de concordância com este quadro de entendimento do suicídio – enquanto um fenómeno verdadeiramente essencial, não só da Filosofia, mas também de outras áreas, como da Psicologia ou das Ciências da Saúde – que nos propomos explorar a evolução histórica da sua conceção ao longo das principais épocas da história da Humanidade.

A evolução da história do suicídio pode equiparar-se à história da própria Humanidade, num sentido mais lato, e da saúde mental, num sentido mais restrito. Deste modo, é possível distinguirem-se cinco grandes épocas históricas, cada uma com conceções e ideologias relativamente homogéneas sobre o suicídio: (a) Culturas Primitivas; (b) Antiguidade; (c) Idade Média; (d) Idade Moderna ou Renascimento e (e) Época Contemporânea.

Na literatura existem relatos da ocorrência de suicídios desde que a população vivia organizada em tribos, ou seja, na época das Culturas Primitivas. Estudos antropológicos realizados em tribos permitem pressupor que o suicídio era encarado como um ato negativo, possivelmente resultado da influência de espíritos malignos dos antepassados. Predominava uma cultura mágico-religiosa que proibia ao suicida ter

direito aos rituais fúnebres tradicionais na época obrigando a sua família a realizar sacrifícios para acalmar a ira dos espíritos (Stengel, 1964/1980).

No entanto, na cultura ocidental, a procura de explicações teóricas e da compreensão global do fenómeno surge registada de forma mais proeminente na época seguinte, a Época da Antiguidade, principalmente nas Civilizações Grega e Romana. A Época da Antiguidade ficou caracterizada pela dualidade de posições de condenação versus aceitação do suicídio, variando desde a oposição categórica dos pitagóricos até à aprovação benevolente dos epicuristas e estoicos (Minois, 1995/1998).

Na Civilização Grega, o suicídio era entendido como um atentado contra a comunidade e condenado do ponto de vista político, jurídico e social. Salienta-se o contributo de Platão e Aristóteles, ambos com uma posição desfavorável em relação ao suicídio. Essa reprovação do suicídio justificava-se pelo facto de o indivíduo, enquanto ser social, possuir um conjunto de tarefas a desempenhar em prol da cidade onde residia, de acordo com Aristóteles, ou em relação à divindade que lhe cedeu essa posição, segundo Platão (Minois, 1995/1998). Platão considerava também que o suicídio era um ato desonrável e que nenhum cidadão tinha o direito de privar a sociedade da sua vida cívica sem a permissão de um magistrado (Zilboorg, 1996). Existia, porém, uma linha de pensamento alternativa – característica dos cirenaicos, cínicos, epicuristas e estoicos – que reconhecia a liberdade do indivíduo para terminar com a sua própria vida, se esta lhe trouxesse mais aspetos negativos do que positivos (Minois, 1995/1998).

Na Civilização Romana também não se reuniu consenso em relação à legitimidade do ato suicida, registando-se diferentes posições consoante as épocas, as classes sociais e o contexto sociopolítico; todavia, de um modo geral, esta civilização manifestava uma posição mais benevolente, justificada provavelmente pela importância atribuída ao estoicismo nas elites e ao elevado número de suicídios cometidos por figuras célebres. Uma vez que a vida não era considerada nem uma bênção dos deuses, nem um sopro sagrado, nem um direito humano. Os homens livres da Civilização Romana podiam decidir livremente sobre a sua vida, exceto os escravos e os soldados, por razões de ordem económica e patriótica, respetivamente (Minois, 1995/1998; Peixoto & Azenha, 2006; Stengel, 1964/1980).

Na Idade Média, o domínio da igreja católica sobre a sociedade em geral fez ressurgir as explicações místicas, típicas da época das Culturas Primitivas, e promoveu o entendimento dos atos suicidas como um pecado contra Deus e contra a Humanidade,

dado que o direito de dar e retirar a vida pertenceria exclusivamente a Deus (Peixoto & Azenha, 2006). Santo Agostinho, no século IV, caracteriza o suicídio como uma “perversão detestável e demoníaca” e esclarece que o 5.º mandamento de Deus, “Não Matarás”, se dirige também ao próprio (Guillon & Bonniec, 1990).

O Direito Canónico do suicídio vai-se tornando progressivamente mais repressivo. No concílio de Arles, em 452 d.C., foi declarado que o suicídio era um ato do demónio, sendo que no Concílio de Orleães, em 533 d.C., foi proibido o funeral cristão aos suicidas. Em 1284, o concílio de Nimes, incluiu a condenação do suicídio na Lei Canónica. Existem provas escritas de que os bens dos suicidas eram confiscados e o corpo cadáver alvo de violência, como forma de libertação dos espíritos maléficos e como ilustração da repudiação da sociedade em relação ao suicídio (Guillon & Bonniec, 1990; Minois, 1995/1998; Stengel, 1964/1980).

Como exemplo desses atos de violência, pode referir-se que era comum o cadáver, em Londres, ser perfurado ao meio por um pau e deixado num cruzamento de estradas (Stengel, 1964/1980) e, em Paris, ser arrastado e pendurado – conforme ilustra a condenação de Pierre Crochet, em 1274, ditada pela abadia de Saint-Maur-des-Fossés – ou enforcado e arrastado pelas ruas puxado por um cavalo – de acordo com uma outra condenação, em 1288, ditada pela abadia de Sainte-Genevière (Minois, 1995/1998). Apesar desta visão condenatória do suicídio na sociedade medieval, importa referir que em alguns casos excecionais, o suicídio podia ser interpretado como um ato corajoso de acordo com a ordem cavaleiresca ou como um símbolo de fé extrema (Minois, 1995/1998).

Na Idade Moderna ou Renascimento, o suicídio volta a ser objeto de um debate intelectual por parte de eruditos de diferentes áreas do conhecimento e por parte da população em geral – e não exclusivamente por parte do clero, como aconteceu durante a Idade Média –, tendo-se progredido em termos do conhecimento científico sobre o mesmo. A conceção demoníaca da loucura e do suicídio foi perdendo credibilidade, alguns contributos greco-romanos foram retomados e, progressivamente, o suicídio passou a ser entendido como o resultado de uma doença (Minois, 1995/1998; Peixoto & Azenha, 2006).

Nesta época, há a referenciar um dos textos mais célebres da literatura mundial. Shakespeare, em Hamlet, no início do século XVII, coloca o dilema de uma forma simples e direta “Ser ou não ser, é essa a questão, será mais nobre deixar que o espírito suporte os golpes e as setas da fortuna ultrajante ou erguer armas contra um mar de

angústias e, não aceitando, pôr-lhes termo? Morrer, dormir, dormir e talvez sonhar. Ai, mas aqui é que está o difícil – pois que sonhos surgirão nesse sono da morte quando tivermos despido o tumulto mortal?” (Shakespeare, 1987, p. 111), reiniciando a reflexão em torno da justificação do ato suicida perante uma vida com obstáculos, sofrimento e limitações inerentes à condição humana.

Há também a destacar as posições extremas adotadas sobretudo por Hume e Kant face à legitimidade do suicídio. Hume, em 1777, no seu ensaio Of Suicide, defendia que o suicídio é um ato legítimo, um direito individual e não uma transgressão contra Deus ou contra a sociedade (Hume, 1777/2007), à semelhança da posição de John Donne, em 1608, cujo livro póstumo, com o título Biathanatos, apelava à compreensão, não- julgamento e caridade para com os suicidas (Stengel, 1964/1980).

Kant, em 1784, na obra Fundamentação da Metafísica dos Costumes3, pelo contrário, considerava o suicídio como um atentado contra a comunidade, uma vez que esse ato privava a sociedade da contribuição individual (Kant, 1784/ 2011). William James corroborou a posição de Kant e acrescentou que a fé religiosa seria o fator protetor mais importante (Stengel, 1964/1980). O suicídio continuava a ser visto como um ato criminoso e é com esta conotação que, em 1788, é introduzido pela primeira vez na Encyclopaedia Britannica, já na 3.ª edição, sendo definido como “suicídio, o crime de autoassassinato” (Shneidman, 1998, p. 98).

Apesar das opiniões controversas e da consagração de tratados inteiros a favor ou contra o suicídio, a Idade Moderna termina com a conceção do suicídio como um ato de loucura (doença) que não deve ser condenado pela justiça (Peixoto & Azenha, 2006), ou seja, a discussão relativa à legitimidade dos atos suicidas, predominante até ao século XVII, passou a ser substituída pelo interesse sobre a génese e a etiologia desses atos nos séculos seguintes (Martins, 1990).

Para esta mudança de perspetiva deram o seu contributo, por exemplo, o médico Philippe Pinel (Minois, 1995/1998), a Revolução Francesa, os vários tratados que surgiram na segunda metade do século XVIII a reclamar a despenalização do suicídio e a formulação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, em 1789 (Guillon & Bonniec, 1990; Minois, 1995/1998).

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O referido médico no seu Traité Médico-Philosophique sur l’Aliénation Mentale ou la Manie, publicado em 1801, considera o suicídio como uma doença equiparada a uma fraqueza de espírito que leva uma pessoa a exagerar os acontecimentos de vida negativos, propondo alguns procedimentos terapêuticos, embora sem qualquer eficácia comprovada (Minois, 1995/1998).

Naquela que pode ser considerada a última grande época da história do suicídio, a Época Contemporânea, é reconhecida a necessidade de estudar as causas dos atos suicidas pelas diferentes áreas do conhecimento – Medicina, Psicologia, Sociologia, Filosofia, Política – uma vez que a responsabilidade individual pelo ato é diluída, isto é, o indivíduo suicida passa a ser visto como uma vítima da sua fisiologia cerebral, das experiências de vida ou da organização social e política da sociedade que não é capaz de responder às suas necessidades. O desenvolvimento das Ciências Biológicas e Humanas vem reforçar a etiologia individual e social do suicídio (Peixoto & Azenha, 2006).

Desde o início desta época, foram sendo apresentadas inúmeras propostas sobre os fatores etiológicos do suicídio, através de vários autores que se pronunciaram sobre os seus mais diversos aspetos.

Esquirol teve um papel importante na teoria psiquiátrica do suicídio ao afirmar que este é um ato alienado, embora mais tarde também lhe atribuísse razões morais. Contudo, como marco histórico pode reportar-se o estudo sociológico de Durkheim no final do século XIX.

Em 1897, Durkheim, na obra Le Suicide, concebe o suicídio como o resultado da miséria moral da sociedade e demarca-se assim das perspetivas filosóficas e religiosas vigentes até à época ao apresentar o fenómeno sob uma perspetiva sociológica. Em função do grau de desintegração e regulação do indivíduo na sociedade, o autor distingue quatro tipos de suicídio: egoísta (caracterizado por baixa integração social, de que são exemplo os protestantes), altruísta (caracterizado por alta integração social, como sejam as viúvas hindus que se suicidavam quando os esposos pereciam), anómico (caracterizado por baixa regulação social, de que os desempregados podem ser exemplo) e o fatalista (caracterizado por alta regulação social, que pode ilustrar o suicídio dos reclusos). Embora Durkheim considere que a etiologia do suicídio “depende necessariamente das causas sociais e constitui, por si só, um fenómeno coletivo” (p.143), não exclui o contributo residual dos fatores individuais, nomeadamente a constituição orgânico-psíquica.

Também na sua definição de suicídio,4 ao concebê-lo como um ato intencional praticado pelo próprio sujeito e influenciado por fatores pessoais, o autor não exclui a dimensão psicológica do fenómeno, embora como sociólogo defenda que a sua natureza é eminentemente social.

Como alguns autores reconhecem, as causas sociais são indubitavelmente importantes, mas insuficientes para compreender de forma cabal o processo suicida (e.g., Peixoto & Azenha, 2006; Shneidman, 1993).

A perspetiva psicológica do fenómeno é primeiramente legitimada por Freud, no congresso de Psicanálise em Viena, em 1910, e pelos seus seguidores, dos quais se destaca Menninger. A referência à teoria psicanalítica do suicídio surge posteriormente expressa na obra Luto e Melancolia5 de Freud, em 1917, no decurso da explanação dos mecanismos psicodinâmicos da depressão grave e do impulso autodestrutivo, e mais tarde, em 1920, na obra Para Além do Princípio do Prazer6 onde são conceptualizadas as pulsões de morte (thanatos) versus as pulsões de vida (eros). A Psicanálise sumariamente caracteriza o suicídio como a expressão de pulsões agressivas introjetadas que se direcionam para o próprio (Freud, 1917/2003).

Menninger, a partir da teoria psicanalítica de Freud, na obra Man Against Himself, em 1938, procurou explicar o suicídio a partir da tríade: desejo de matar (dominado pela vingança), o desejo de ser morto (caracterizado pela depressão e desesperança) e o desejo de morrer (dominado pela culpa) (Menninger, 1938, 1996).

Halbwachs, em 1930, na obra As Causas do Suicídio7, apesar de ter iniciado a sua escrita com o objetivo único de atualizar os dados estatísticos de Durkheim, acaba por manifestar a sua discordância em relação à definição de suicídio proposta pelo autor no que diz respeito à clivagem entre as causas sociais e as causas individuais. Para Halbwachs, o suicídio tanto pode ser resultado de uma perturbação nervosa orgânica como de uma rutura do equilíbrio coletivo da sociedade ou de ambas (Halbwachs, 1930).

4 “todo o caso de morte que resulta direta ou indiretamente de um ato positivo ou negativo praticado pela própria vítima, ato que a vítima sabia dever produzir esse resultado” (Durkheim, 1897/2001, p.23).

5 Título original da obra Traner und Melancholie. 6 Título original da obra Jenseits des Lustprinzips. 7

Murray (1938/2008), na célebre obra Explorations in Personality, classifica o suicídio como um ato claramente não-adaptativo e Albert Camus (1942), no ensaio Le Mythe de Sisyphe, destaca a influência do pensamento individual, pelo que ambos os autores contribuíram para a mudança de paradigma social-psicológico que estava em curso.

Integrado numa perspetiva psicológica, mas numa vertente mais construtivista, Kelly (1963), no âmbito da sua Teoria dos Constructos Pessoais, teoriza que cada indivíduo tem uma epistemologia única e idiossincrática de si próprio e do mundo, assente em constructos, sendo que o suicídio surge de um esforço do indivíduo para validar o seu constructo pessoal de forma a readquirir o controlo sentido como perdido.

Em 1964, Erwin Stengel começa o seu livro Suicide and Attempted Suicide afirmando que “o suicídio parece ser o ato mais pessoal que um indivíduo pode praticar, embora as relacionações sociais tenham papel importante nas suas causas, e o ato em si mesmo tenha um profundo efeito social” (Stengel, 1964/1980, p. 17), ou seja, conceptualiza o ato como individual, mas não negligencia a influência dos fatores sociais na sua etiologia bem como o impacto do mesmo na sociedade.

Para a perspetiva psicológica do fenómeno contribuíram ainda autores como Jack Douglas, em 1967, com o livro The Social Meaning of Suicide, que considera o suicídio uma conduta pessoal e humana que deve ser estudado com base nos casos individuais e não em estatísticas, categorizando o suicídio como um ato de apelo, vingança ou expiação; Jean Baechler, em 1975, com o livro Les Suicides, concorda com a conceção de suicídio do autor anterior, mas propõe como classificações de suicídio a fuga, a agressão, o sacrifício ou o jogo e Giddens, em 1971, defende a harmonia entre o egoísmo e a anomia assim como a importância da família na personalidade do suicida (cit in Minois, 1995/1998; Saraiva, 2006a).

Não obstante o contributo dos autores anteriores foi Shneidman – considerado “o pai” da Suicidologia – que caracterizou o suicídio como um fenómeno de natureza maioritariamente psicológica (Shneidman, 1993). Shneidman (1993) defende que após a “destilação de cada ato suicida, o seu elemento essencial é psicológico […] cada drama suicida ocorre na mente de um indivíduo único” (p. 3). Para este indivíduo, segundo o mesmo autor, o suicídio é percecionado como a melhor solução para resolver os seus atuais problemas. Os processos mentais envolvidos nesta tomada de decisão são, por isso, eminentemente psicológicos.

Shneidman (1993) reconhece, todavia, que a sua natureza é multidimensional, pois num ato suicida estão presentes elementos biológicos, culturais, sociológicos, interpessoais, intrapsíquicos e filosóficos, em diferentes graus. Ou seja, é um ato que deve necessariamente ser abordado numa perspetiva holística no que respeita à sua definição, classificação, comorbilidade sintomatológica, prevenção ou intervenção clínica.

Na atualidade, as condutas suicidas são oficialmente entendidas como um fenómeno multidimensional, cuja abordagem proficiente integra equipas multidisciplinares (OMS, 2012). Prevê-se que, no futuro, o suicídio continue a ser objeto de interesse social, clínico e científico particularmente pelas áreas da saúde e sociais, ao nível da prevenção e intervenção, na interface com os múltiplos contextos onde o indivíduo interage e nas diferentes faixas etárias.

Em suma, pode constatar-se que, nos últimos três séculos, a conceção de suicídio mudou drasticamente de um “crime” para uma perturbação mental (ou associada a) que merece uma abordagem diagnóstica e terapêutica (Shneidman, 1998, 2007).

Desta forma, qualquer estudo científico ou intervenção clínica que incida sobre o vasto espectro dos comportamentos suicidas exige uma delimitação conceptual adequada do suicídio e fenómenos relacionados (e.g., ideação ou tentativa de suicídio), sendo por isso essencial conhecer as respetivas definições e classificações tipológicas.