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CAPITULO 2 REDES / NETWORK

3.7 DISTRITO INDUSTRIAL (DI)

3.7.1 Conceito de distrito industrial

Para Piore e Sabel (apud DICKSON; HADJIMANOLIS, 2001) os distritos industriais, são constituídos por especialização flexível, freqüentemente baseado em inovação por produto, em parceria em rede, ou organização de pequenas redes de empresas cooperadas que mantém a sustentabilidade das pequenas empresas baseada numa economia estruturada de manufaturas locais, dando o suporte necessário ao dinamismo do mix entre competição e cooperação.

Na concepção Dickson e Hadjimanolis (2001, p.7), distrito industrial é: “a

aglomeração regional de pequenas empresas de um mesmo setor, colaboração de empresas altamente especializada em diferentes estágios da cadeia produtiva”.

Por distrito industrial, entende-se como: “um sistema de pequena e média empresa

independente, formado por um aglomerado de média grande dimensões, estruturado em grupos de dimensão local”. (BENTIVOGLIE; SCILLITANI, 2002, p.20).

Podemos definir também distritos industriais como: conjunto de empresas pequenas

especializadas, com forte apelo ao cooperativismo, concentração geográfica e relações sociais locais e uma estrutura institucional.(STABER; MORRISON, 2001, p. 6).

Pela definição de Bianchi (apud WHITFORD, 2001, p.41), distritos industriais são:

uma aglomeração territorial de pequena empresa, normalmente especializada em um produto ou fase de produção, unidas por relacionamentos interpressoal, pela cultura comum de trabalhadores, empreeendedores e políticas rodeadas por uma atmosfera industrial que facilita a difusão da inovação, gerando deste modo importantes fluxos na economia externa que ainda são internalizadas pelos sistemas produtivos locais.

Segundo Cano (199?, p.1), afirma que distritos industriais na visão da escola espanhola, são:

sistemas produtivos de pequenas empresas caracterizados por uma forte coesão sócio- econômica e uma intensa relação de cooperação interempresarial. Ou Sistemas produtivos geograficamente delimitados, caracterizados por um número elevado de empresas e de unidades produtivas de pequena e média focalizadas majoritariamente num mesmo ciclo de produção. Entre as diferentes empresas e unidades de produção se definem formas diversas e alternativas de relação e colaboração, que nunca se traduzem em relações hierarquizadas.. enfim os agentes do distrito industrial (empresas, sindicatos, administradores e banco...), se identificam como uma comunidade definida e precisa, e propensão a cooperação fundamenta-se em uma confiança inspirada em um sentimento coletivo e social de pertencer a um mesmo grupo.

De acordo com Costa (apud CANO, 199?), algumas características do processo produto dos DI: multiuso dos bens de equipamentos e formação de mercados de maquinaria de segunda mão; capacidade para responder demandas individuais e flexíveis – adaptabilidade; alta qualificação de mão de obra; elevados custos variáveis de produção; não existe um aproveitamento das economias de escala, por ter especialização por fases; controle coletivo do processo produtivo e difusão da informação através da rede de relações de produção descentralizadas.

As principais características de um Distrito Industrial, seriam:

• especialização setorial;

• predomínio de pequenas e médias empresas;

• marcada pela divisão de trabalho entre empresas concentradas territorialmente, que forma o alicerce para um tecido articulado de relações com provedores;

• uma forte especialização de produtos das empresas, não se disputa no âmbito dos preços, mas de inovações;

• uma rede funcional de informações em que se difunde rapidamente aos antecedentes correspondentes do mercado, novos métodos e técnicas de produção, novo insumo etc...

Neste sentido as instituições desempenham um papel importante no:

• alto nível de qualificação de seus trabalhadores, resultada da educação formal e da transferência de conhecimentos entre as gerações; • uma base sócio-cultural para relações de confiança entre as empresas, assim como entre elas e os trabalhadores qualificados; e

• um rol ativo de atores públicos a nível regional e local que fortalece a capacidade inovadora das empresas. (STAMER, 2003, p.23).

Em relação a força de trabalho operante nos DI percebemos que: existe um baixo nível de proletariado, devido ao caráter familiar da empresas; mobilidade social e funcional; alta qualificação do trabalhador, adquirida pela sua experiências e formação do posto de trabalho; capacidade de adaptação; atitude e comportamento empreendedor e criativo; o canal utilizado para a buscar pessoas para trabalhar é informal, através de amigos, familiares, conhecidos; baixo nível de sindicalização por parte das micros e pequenas empresas (CANO,199?).

De acordo com Garofoli (2003), os DI´s são caracterizados pela econômica externa, baseada no conhecimento e na competência específica o que garante a competitividade

externa; a segunda característica é relacionada a dependência de sua eficiência de seus parceiros (da divisão da mão-de-obra), conseqüentemente, provoca o aumento da eficiência coletiva do sistema de agregação e melhoria na seu posicionamento competitivo e, por último, na sociabilização da inovação (best-practices), implicando na melhoria da eficiência produtiva da mão-de-obra, do aumento da capacidade instalada e da integração vertical da estrutura organizacional.

A razão de sucesso dos Distritos Industriais é fundamentada nas seguintes características:

a) desintegração vertical do nível de produção das empresas: alto grau de especialização e divisões de trabalhos entre as empresas, baseados em transações de mercado e trocas não comercias, informações, serviços e pessoas;

b) competição e cooperação: habilidade da empresas em engajar em intensa rivalidade quando competem dentro de um mercado particular para uma contribuição específica ou fase produtiva, mas também realizar alianças cooperativas informais por divisões verticais e horizontais quando necessário para vantagem em comum;

c) identidade sócio-cultural (social milieu) os benefícios derivam do interplay entre a competitividade e cooperação, o relacionamento entre empresas só é possível por causa de um clima social que envolve um senso de identidade cultural e um jogo compartilhado de normas sociais, valores e atitudes, facilitando a confiança entre as empresas.

d) apoio as instituições privadas, organizações de ajuda mútua e consortia; e e) apoio de instituições públicas e governo local. (ALBU, 1997, p. 17).

Segundo Haddad (apud REDIG, 2003), os principais fatores condicionantes ao fracasso ou sucesso de um modelo de DI são: inconformismo; diagnóstico participativo de risco; ameaças e as suas potencialidades; agentes de mudança (melhoria da competitividade através de design mais adequado, sistema de controle de custos, atendimentos às necessidades sociais das comunidades etc.); desenvolvimento de um plano de mudanças e acompanhamento de implementações.

Segundo Stamer (2003), é importante frisar que os distritos industriais nasceram dentro de um contexto histórico específico. Não se conhecem casos, aonde os distritos industriais foram criados por intermédio de intervenções ativas de políticas públicas.