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6. As interações entre as representações sobre o IALA Amazônico e Agroecologia,

6.1 Concepções sobre o IALA Amazônico como espaço em construção permanente na voz dos respondentes

As respostas das dezenove pessoas entrevistadas37 no segundo período de trabalho de campo realizado em novembro de 2014 apontam para uma grande diversidade de perspectiva sobre a assertiva "O IALA Amazônico como um espaço em construção permanente." As respostas enfatizam aspectos diferentes que muitas vezes são complementares, embora haja bastante diversidade nas respostas não houve antagonismo entre elas. Alguns educandos e algumas educandas que participaram das entrevistas disseram que não sabiam ao certo o que a assertiva significava, mas mesmo assim responderam a partir das suas vivências no espaço e do que já haviam ouvido falar sobre o Instituto.

Os dirigentes e as dirigentes ao responder a pergunta sempre relembraram a história de constituição do IALA Amazônico, buscando elementos que iam esclarecendo que o próprio processo de discussão e amadurecimento para a criação do Instituto foi em si um processo de construção permanente, em que participaram várias pessoas que integram organizações e instituições ligadas à luta camponesa, que participam ou não da Via Campesina.

Conforme mencionado anteriormente, o IALA Amazônico é um projeto que busca aglutinar os vários sujeitos que tem a reprodução das suas próprias vidas e da sua família ligada ao manejo de elementos naturais, tais como camponeses e camponesas, quilombolas, comunidades tradicionais, ribeirinhos, entre outros no âmbito do bioma Amazônico. Isso significa que sua dimensão não se restringe ao território brasileiro pois também busca dialogar com sujeitos de outros países latino americano. Para dar conta dessa diversidade segundo a dirigente da Via Campesina e do MST, Dina Teixeira, a proposta deveria "estar aberta na sua essência (...), não poderia estar formatada a um ponto que estivesse sem condições para agregar processos que não foram pensados anteriormente, mas no seu próprio caminhar (...)".

Por ser uma proposta que está em aberto e não é previamente concebida, ela sempre estará inacabada, como várias pessoas entrevistadas afirmaram. Uma das integrantes da Coordenação Política Pedagógica (CPP) do Curso de formação de militantes, Pagu explicou da seguinte maneira: "(...) A gente fala sempre isto, que o IALA é um processo em construção, por que nada aqui é para ser para sempre, nada aqui está para sempre. (...)". Para o dirigente Carlos Marighella "(...) o IALA é na sua definição um projeto camponês, (...) ele é uma construção permanente, onde a vida é o inacabamento, ou seja, não existe um projeto ideal do IALA a não ser essa construção permanente (...)".

Ser um projeto ideal ou uma escola modelo é outro aspecto que foi bastante debatido no processo de criação do Instituto. Dina Teixeira (dirigente) explica que um dos questionamentos que surgiram nas discussões sobre a criação do IALA Amazônico era "Nós queremos criar a experiência modelo, a fazenda modelo para ensinar os outros como é que deveria ser? Como é que, dialogando com diferentes experiências, diferentes sujeitos, realidades, a gente pode trazer essa diversidade para o processo produtivo?" A Brigadista Cristina pondera da seguinte maneira:

É um espaço pronto, que as pessoas vêm e aprendem? Um negócio que é um modelo para ser disseminando, ou é um espaço, que eles chamam de, espaço de convergência? Que não está pronto, em que a construção é permanente, porque as pessoas que estão no espaço que vão ajudar a construir (...).

Esse processo de pensar em um espaço de formação e experimentação agroecológica que não pretende ser modelo segue um caminho muito diferente da maioria das propostas de Escolas Agrotécnicas e de Faculdades de Agronomia do país. Essas instituições embasam a construção e manejo das suas unidades experimentais em conhecimento científico, cercam-se de cuidados para que as condições ideais sejam garantidas. Nesses casos predomina uma concepção de Ciência como uma atividade humana que não é passível de erros, equívocos e que todo o conhecimento produto da atividade científica tem mais valor, é mais

verdadeiro que outros conhecimentos, por isso essas instituições podem se colocar como modelos. Esses modelos devem ser replicados pelos camponeses nos seus lotes e propriedades. Segundo o integrante da CPP chamado Alfredo a proposta do IALA Amazônico tenta subverter essa ordem:

"(...) Se ele [o IALA Amazônico] ficar só nesse centro de formação ele perde o sentido (...). Então, ele tem que extrapolar o espaço, ele tem que (...) [ir] para os assentamentos, (...), os lotes tem que ter experimentação acontecendo. Nos outros lugares onde há outros Movimentos também estão discutindo, também tem experimentação acontecendo e isso se articula num espaço de confluência, então aqui é um espaço de confluência (...). No fundo, a gente está querendo inverter porque geralmente é: sai do laboratório para fora. E aqui, a gente quer que seja de fora para dentro, entendeu? Que seja um espaço de confluência das experiências que vão acontecendo, então fazer encontros, eventos, atividades que tragam essas pessoas para poder fazer o debate, diálogo, (...) discutir projetos como fazer e ao mesmo tempo levar de novo. (...)"

Ao almejar que os experimentos baseados nos princípios técnicos da Agroecologia realizados nos lotes pelos camponeses e pelas camponesas sirvam de inspiração para o IALA Amazônico, há um reconhecimento e valorização do conhecimento produzido pelos camponeses e camponesas e que esses saberes podem dialogar com outros saberes produzidos em instituições de Ensino e Pesquisa.

Duas pessoas entrevistadas chamaram atenção para o fato de ter sempre pessoas em processo de formação. Segundo o Brigadista Oziel Alves Pereira "(...) temos poucos espaços de formação na região e esse é um espaço, (...) um espaço constante de formações e também por ser latino americano de constante participação e de presença de pessoas (....) que vem dar curso, que vem participar (...)." Um dos integrantes da CPP Antonio Conselheiro explicou assim:

(...) construção permanente porque (...) sempre tem aqui pessoas se formando, sempre permanece se formando, porque aqui - que nem você está aqui mesmo de prova vendo - são pessoas que além de estudar fazem suas atividades práticas diárias, em constante formação. Aqui não falta curso de base, é escola estadual, escola de ensino de base, é escola técnico agrícola, então, aqui cotidianamente tem pessoas fazendo sua formação política, ideológica, (...) formando cidadãos, formando militantes, críticos, para que possam vir contribuir para a sociedade."

Antonio Conselheiro relacionou formação com trabalho, nesse sentido a participação das pessoas nas atividades práticas tem duas dimensões: a manutenção do espaço e produção de alimentos e dimensão pedagógica, isto é, o trabalho como princípio educativo.

A necessidade das pessoas cuidarem e manterem o espaço para que ele não se deteriore é comentada pela educanda Olga Benário:

(...) Para mim está certo falar que o IALA é uma escola em construção permanente, é um espaço nosso, a gente tem que continuar fazendo, porque no futuro, óh! Aqui é madeira! [bate na parede do alojamento que é de madeira] O cupim vai trabalhar por aqui, que é obrigação da natureza (risos). O cupim vivi de madeira, né? E aqui

tem muita madeira, se fosse uma coisa assim que parasse, quando o cupim trabalhasse por aqui, o espaço provavelmente ia afundando, né? Acho que está certo (risos). Eu gosto da proposta.

Olga Benário também coloca outra questão bastante enfatizada por outras pessoas que é o protagonismo das camponesas e dos camponeses na construção do IALA Amazônico. Batista, um dos integrantes da CPP, afirmou: "Esse espaço em construção permanente, para mim é no sentido de que (...) começou a ser construído pelos assentados, como uma proposta da Via Campesina." A educanda Dora disse dessa forma: "Eu entendo que ele tá sempre em construção, acho que ele nunca vai acabar. Porque aqui (...) quem ajuda, realmente, construir ele, somos nós, são os militantes mesmo, que vão chegando e construindo." E por fim, a Brigadista Lucia Maria explicou:

"(...) espaço coletivo, quem está construindo isso daqui somos todos nós, então se você plantou uma sementinha ali, então você já participou da construção (...) se você deu um dia de trabalho aqui, então você já tem parte aqui. Que é nosso, é dos camponeses, né? (...) É o Instituto dos camponeses que é como a gente tem dito."

Para as pessoas que participam dos Cursos realizados no Instituto, essa vontade de fazer parte do IALA Amazônico, esse sentimento de pertencimento à proposta, muitas vezes se traduz numa necessidade de deixar uma marca, como comentou a educanda Dandara:

eu acho até legal isto, porque (...) vai ser um lugar que sempre quem vem, vai deixar alguma coisa. No nosso caso, (...) nós pretendemos fazer um chapéu de palha também (...) É muito legal, igual as questões das turmas que vão vir e vão deixar lembranças, no futuro, as pessoas vem visitar e: 'olha, foi eu que fiz, com a minha turma', bem legal isso.

Nesse mesmo sentindo a Brigadista Cristina comenta, em meio a risos "as pessoas se sentem tão parte que elas querem deixar a sua marca. (...) a Escola Estadual38 escreveu em pedra, está cheio de nomes de pessoas lá nas paredes, nas tábuas, lá na pocilga". Porém, não é apenas por meio da manutenção dos espaços físicos que as pessoas participam como chama a atenção Tuca, uma integrante da CPP,

Como tem turmas que vem e deixam uma horta construída, tem outra que vem deixa um campo, deixa um chapéu de palha, uma cabana, uma coisa... Então disso vai se tornando a construção, e mais outras turmas que virão e construirão mais coisas e aí continua ... e aí que se torna a construção permanente. Não só de partes físicas do IALA, mas a parte teórica, a parte pedagógica, a parte mística dele, que é o que atrai muitas pessoas (....)

As entrevistas trazem muitos aspectos sobre o que é ser espaço em construção permanente revelando sua complexidade e também, revelando como é dinâmico e diverso um processo coletivo que se pretende construção permanente. Penso que trazer as concepções de todas as pessoas entrevistadas sobre o conceito contribui para perceber que o próprio conceito

de espaço em construção permanente está em construção, além de, contribuir para definir a identidade do IALA Amazônico. Além disso, o diálogo constante dessas diferentes perspectivas pode contribuir para produzir um movimento permanente de elaboração, de pergunta, de curiosidade. Isto é, para ser um espaço em construção permanente é preciso refletir constantemente sobre o que é ser essa construção permanente, pois sem isso, essa concepção torna-se apenas um slogan, estático, sem re-elaborações perdendo assim o sentido de permanente movimento de construção.

6.2 Agroecologia como um indicador de construção permanente do IALA Amazônico

Nas entrevistas também apareceram várias perspectivas sobre a ideia de Agroecologia, essa diversidade de concepções pode contribuir para enriquecer o debate sobre esse tema. Batista, que estava integrando a Coordenação Político Pedagógica (CPP) do Curso de Formação de Militantes, enfatiza que a Agroecologia é uma proposta da Via Campesina para unificar a pauta dos movimentos sociais. Para ele a questão agroecológica está vinculada fortemente com o embate das classes trabalhadoras contra o avanço das mineradoras e do agronegócio sobre os territórios camponeses,

Por que você percebe, pega ao longo do corredor Carajás, de São Luis até Parauapebas, por exemplo. Você vai ver que são comunidades dos movimentos, por exemplo, há vários assentamentos ao longo do corredor Carajás que é do MST, que o MST organiza. E aparecem problemas socioambientais, a partir do momento que você criou o assentamento, lutou para ter o assentamento, ai vem o projeto destruindo tudo o que a classe trabalhadora está tentando construir. (...) Então os movimentos sociais tem batido muito nisso de que: é preciso respeitar as comunidades que já existem há muitos e muitos anos, que estão sendo expulsos das suas terras por esses grandes projetos. (...) a nossa pauta além de ser a resistência, fazer a luta pela terra, resistindo nos espaços onde a gente conquistou, também discute quais são os nossos direitos, quais são os problemas que essas empresas tão causando ao longo desses anos. E aqui no IALA tem sido muito isso: de discutir o que é agroecologia (...) possa se expandir para as nossas áreas além da formação política ideológica, possa expandir essa preocupação com o meio ambiente, com a vida mesmo, então tem sido um pouco isso.

O dirigente Carlos Marighella também reforça a relação entre a Agroecologia e a Reforma Agrária, “a luta agroecológica, que necessariamente passa por uma luta por segurança alimentar, pela Reforma Agrária, por uma luta de poder. É reconstruir, re-habilitar (...) as sementes camponesas no imaginário da sociedade.” Para Carlos Marighella a massificação da agricultura agroecológica passa tanto pela disseminação do uso de técnicas agroecológicas de manejo dos agroecossistemas mas também pela disputa no âmbito das ideias, das concepções, que ele chama “imaginário da sociedade”. Nesse sentido, a Agroecologia torna-se um conceito ampliado que fortalece a luta camponesa no

enfrentamento contra o modo de produção capitalista e que é uma disputa por melhores condições materiais de vida, mas também é uma disputa no território das ideias.

Enquanto Alfredo, outro integrante da CPP, define a Agroecolgia como mudança no perfil tecnológico da produção nos assentamentos, a dirigente Iara comentando como estudar Agroecologia pode auxiliar na luta, traz outro aspecto da Agroecologia que é a vivência de outras relações pessoais

Então cabe a nós trabalhadores, os camponeses aqui da região, os lutadores da mineração, os garimpeiros, os indígenas se debruçar numa perspectiva de como que a gente se prepara para essa luta, para uma realidade cada vez mais complexa aqui na região. E, daí, então surgiu a ideia de que o IALA seria esse instrumento (...) E a gente também falava em estudar a Agroecologia que é a saída, na perspectiva dos camponeses. É assim, a Agroecologia como mudança de vida, de comportamento das pessoas (...) a ideia do IALA era exatamente isso, para a gente ir experimentando. Experimentar com os jovens, com os camponeses aqui, o que é possível. (...) isso aqui é muito mais das pessoas vivenciarem a prática de relações (...) que possam proporcionar novas vivências nas suas localidades. (...) dessa troca, desse encantamento das pessoas que fazem isso, que gostam disso (...).

Para Iara, compreender a complexidade dos processos que ocorrem na região se relaciona ao conceito de Agroecologia que apareceu expandido, ele não se refere apenas a técnicas agroecológicas mas a mudanças de comportamento, de postura. Assim, a Agroecologia além de ter os dois enfoques já comentados anteriormente de buscar solucionar questões de manejo dos agroecossistemas e ao mesmo tempo se opor ao projeto de desenvolvimento pautado pela industrialização da agricultura, surge outra dimensão de Agroecologia como nova forma de construção de relações sociais. A visão crítica sobre os sistemas de produção de alimentos que contaminam os elementos naturais se estende para a degradação das relações sociais, ou ainda o respeito aos elementos naturais é ampliado para as pessoas.

Essas concepções de Agroecolgia, além de dialogarem com as concepções trazidas pelos documentos e pelos teóricos, contribuem para caracterizar que o próprio conceito de Agroecologia também está em construção.

Por outro lado há um objetivo do IALA Amazônico se tornar um centro de convergência de experimentações agroecológicas e conhecer o que os camponeses e as camponesas estão fazendo no seus lotes. Nesse sentido foi realizado na 2ª Etapa da 2ª Turma do Curso de Especialização, o Encontro com Camponeses Sábios em Agroecologia (também chamado Encontro dos Sábios) como forma de proporcionar a troca de experiências entre camponeses e camponesas e as pessoas que participam do IALA Amazônico e por em prática a ideia de centro de convergência. Como explica a dirigente Dina Teixeira,

O encontro dos sábios entrou na proposta de formação já da segunda turma de Especialização (...). Há muito tempo nós aspirávamos trazer esses sujeitos que estão em vários espaços construindo esse movimento agroecológico, desde o seu tempo, desde o seu espaço tem feito esse processo. O IALA em um dos seus objetivos se propõe ser esse espaço de convergência de várias experiências, de várias práticas e de várias elaborações em torno da Agroecologia, mas da forma de viver e trabalhar no campo então o encontro dos sábios entrou nessa ideia de como de fato a gente vivencia essa convergência de saberes. (...). Nós queríamos trazer essas experiências, que se materializavam no lote do Sr. João, na escola, na Casa Familiar Rural em que o professor Milton acompanha, no sistema Agroecológico de produção Orgânica, lá na região nordeste do estado, na comunidade Quilombola. Que ai é uma outra relação de ver a terra, de lidar com terra, (...) o esforço nosso foi trazer essas diferentes experiências para vir dialogar conosco do IALA, para acumularmos mesmo nessa ideia: “Olha, o IALA não é, ele não pode ser a materialização de uma experiência específica, seja política, organizativa ou educativa de uma organização. Ele precisa se deixar influenciar por essas várias experiências e para isto, nós temos que trazer esses sujeitos que estão em vários espaços.” (...) o encontro nos ajudou a fortalecer também essa visão, para não ser apenas um chavão: “Ah! O IALA tem que ser o espaço de convergência de vários saberes e de várias práticas.” Bom, beleza mas como é que isto se materializa de fato? Nós temos de fato dado conta, ou pelo menos, dado passos iniciais no sentido de fortalecer esse espaço de convergência como tanto a gente fala. Então, o encontro serviu para isto.

Nesse texto fica claro a preocupação em materializar os objetivos propostos pelo IALA Amazônico, para que eles não sejam apenas um discurso esvaziado de sentido. O Encontro dos Sábios é uma estratégia para se aproximar do fazer agroecológico dos camponeses e das camponesas. Esse diálogo com esses sujeitos ao mesmo tempo em que valoriza esses sujeitos, traz novos elementos para o Instituto que vai “deixando-se influenciar” e se constituindo nesse processo de sempre por fazer. Por isso, esse centro de convergência não pode pretender ser um modelo pronto e acabado, pois como é fruto de uma construção coletiva, está sempre em construção. Essa ideia é coerente com a concepção de Agroecologia apresentada nos referenciais teóricos, que cada agroecossistema tem suas especificidades, e por isso não é possível homogeneizar as soluções para os problemas, não é possível construir a priori um pacote tecnológico que consiga responder às condições concretas específicas. Nesse aspecto, a Agroecologia se aproxima também da ideia de construção permanente, porque tem como princípio estabelecer um diálogo com a realidade dos camponeses e das camponesas que tem sua singularidade cultural, social e vive em condições edafo-climáticas distintas.

Segundo a coordenadora Lucia Maria, os camponeses e as camponesas que participaram do Encontro dos Sábios “levaram um susto”, pois esperavam encontrar “grandes estruturas” vinculadas a produção industrial, em escala, como explica o Brigadista Zumbi dos Palmares

Porque (...) o Sr. Sabá, ele chegou aqui e disse que ficou encantado pelo lugar, porque ele ficou com medo de chegar aqui e encontrar aquelas super estruturas, que chega em certas escolas e, encontra, aquelas estruturas enormes já construídas.

Assim, quando os camponeses e as camponesas chegaram ao IALA Amazônico perceberam que experiências do Instituto são parecidas com as que existem nos seus lotes, houve uma identificação. Segundo a coordenadora Lucia Maria os camponeses disseram "vocês estão fazendo a mesma coisa que a gente faz, então a gente consegue se ver nesse espaço". A Brigadista Cristina ficou impressionada com as ideias apresentadas pelo Sr. Milton, de Santa Maria das Barreiras e pelo Sr. Sabá do Sistema Agroecológico de Produção Orgânica (SAPO), no seguinte sentido

O IALA é um espaço que o camponês se identifica porque você olha para o galinheiro e você vê que dá para fazer um galinheiro daqueles na sua casa. Você olha para a pocilga e vê que é um negócio que dialoga com o que você tem e que você pode fazer também e que dá certo.

Essa identificação pode ser um elemento que ajuda a difundir as técnicas e tecnologias adotadas no Instituto, como também podem fortalecer a concepção de que as técnicas e tecnologias simples, que se utilizam dos elementos naturais encontrados no lote, podem auxiliar na melhoria dos sistemas produtivos. Por outro lado também contribuem para desmistificar a ideia que essas técnicas e tecnologias são atrasadas e que o moderno é o que está relacionado com o pacote tecnológico da Revolução Verde.

Outro aspecto enfatizado pela Brigadista Cristina sobre o Encontro dos Sábios foi a importância de “sair da academia e ouvir os camponeses (...) aqueles que estão fazendo