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Considerando o problema tratado e com base nos resultados obtidos, é possível tecer algumas considerações, verificando a convergência destes resultados comparados aos dados em nível de Brasil e de Santa Catarina das MPEMs exportadoras.

Essa questão remete aos estudos realizados por Pipkin (2003) quando esse autor afirma que atualmente há uma concentração das vendas externas em um número restrito de empresas, evidenciando a relevância da inserção das micro, pequenas e médias empresas brasileiras e catarinenses no comércio internacional, respondendo aos desafios e oportunidades que se apresentam neste cenário, havendo a necessidade destas se adaptarem às mudanças, por meio da inovação, para que possam permanecer neste mercado.

Neste contexto, a exportação se apresenta como uma condição básica para os países e as empresas, para que haja equilíbrio competitivo nos mercados. As demandas setoriais têm exigido que as organizações deixem de trabalhar em função da quantidade e passem a oferecer qualidade com produtividade, ou seja, produtos com o máximo de valor agregado, no sentido de satisfazer a todos os tipos de clientes que passaram a ser globais.

Essas idéias vêm ao encontro das observações feitas por Dias (2002), quando o autor enfatiza a importância das exportações para o fortalecimento da capacidade competitiva das

145 empresas e a possibilidade de compartilhar inovações tecnológicas, que poderão contribuir para satisfazer as necessidades de clientes cada vez mais perspicazes.

Os resultados evidenciam a idéia de que a ampliação da oferta de exportação vem acompanhada pela maior inserção das micro, pequenas e médias empresas no processo exportador catarinense e conseqüentemente brasileiro. Esses ganhos trazem não só benefícios diretos ao setor externo do País, como também ao desenvolvimento regional e à geração de emprego e renda para a economia.

Outro aspecto a ser destacado na pesquisa e determinante para o sucesso dos trabalhos foi que o aumento de competitividade proporcionado às empresas pelas inovações implementadas nos produtos e processos gerou diferenciais, ampliando a participação no mercado nacional, além das exportações.

Isso ocorre, na opinião de Bassi (1997), porque quando se encontram em um mercado competitivo, as empresas são forçadas a inovar e se ajustar às peculiaridades de cada mercado. Isso acrescenta maior complexidade às atividades da empresa, promovendo a melhoria e o crescimento.

As MPMEs precisam trabalhar com o enfoque no produto global, ocasionando, com isso, uma reestruturação em termos de profissionalização, adequação e certificação dos produtos e capacitação para atender as imposições específicas dos mercados estrangeiros.

O processo de exportação de uma empresa diz respeito à adoção de uma filosofia, que está baseada principalmente na mudança de cultura e na competitividade, ou seja, na identificação de novos paradigmas, que tornem a empresa mais competitiva, a fim de atuar no mercado internacional.

Sobre essa questão, Leonardo Júnior (2002, p. xviii) afirma que:

Em decorrência do seu porte, as pequenas e médias empresas apresentam um certo complexo de inferioridade não se sentindo capazes de atuar sozinhas no mercado internacional. Por outro lado, não se articulam para comercializarem conjuntamente, sob a forma de cooperativas, sindicatos ou consórcios.

Destaca-se aqui a ferramenta PROGEX que auxilia as empresas neste processo inicial de internacionalização. A profissionalização da gestão das empresas, o comprometimento conjunto das ações e a adequação dos procedimentos de internacionalização são complementos

146 fundamentais para que as empresas, após terem seus produtos inovados possam se inserir e permanecer no mercado internacional.

Desta forma, o presente trabalho buscou demonstrar para o setor empresarial brasileiro, principalmente no que tange às MPMEs do estado de Santa Catarina, os importantes resultados no âmbito das exportações e do aumento de competitividade das empresas que as inovações nos produtos e processos podem proporcionar, havendo, para que esse processo se efetue, a condição de que as empresas estejam dispostas a assimilar a cultura exportadora e decididas a participar do mercado mundial.

Além dos ganhos de aumento de competitividade, crescimento nas exportações, o PROGEX tem se apresentado como uma forte ferramenta que, como resultados diretos, promove a sensibilização, a internalização e a disseminação da cultura exportadora, evidenciando a importância da inovação no aspecto tecnológico e até organizacional para a real necessidade do aumento da competitividade para as empresas e os empresários.

Como conseqüência do processo de interatividade entre institutos tecnológicos, governo e MPMEs, por meio da atuação do PROGEX, têm sido obtidos expressivos resultados sociais, culturais e ambientais, dentre os quais pode-se citar o aumento do número de novos postos de trabalho, a capacitação tecnológica da equipe técnica, a redução na área útil ocupada, a oportunidade de maior ousadia das empresas e empresários, iniciando a prospecção em outros países mais exigentes ao nível tecnológico ou possibilitando aos mesmos a criarem estratégias para adentrarem em mercados desconhecidos, como é o caso do africano, do asiático e da Europa Oriental.

Na análise das 18 empresas integrantes do PROGEX, percebe-se que a maioria considera que tiveram acesso à tecnologia com custos subsidiados, havendo disseminação da cultura exportadora e melhoria no conhecimento técnico/operacional dos funcionários.

É importante salientar que o momento atual ainda pode ser considerado prematuro para se obter todos os resultados que o PROGEX tem potencial para consolidar junto às MPMEs Catarinenses, até mesmo em função do pouco tempo que foi constatado após a realização dos trabalhos, ou seja, o tempo restrito após a conclusão do projeto de inovação dos produtos para as empresas concretizarem seus negócios internacionais e evoluírem nos mesmos. Novas conquistas podem ser conseguidas em função dos resultados obtidos pelas empresas na exportação, ou seja, se uma empresa obteve a conquista de exportação para a União Européia, isso estimula o

147 empresário a prospectar novos mercados simpatizantes com a marcação CE (conformidade européia), a exemplo de China, México, Turquia, entre outros, e incentiva ainda mais o empresário a realizar inovações nos seus produtos para outros mercados considerados mais complexos, a exemplo do mercado Norte Americano e do Canadense ou, ainda, para mercados desconhecidos ou não tradicionais.