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2.2 Mercado

2.2.5 Experiências de Outros Países

Num mundo globalizado, em que as mudanças são contínuas destaca-se cada vez mais a importância de um planejamento com foco no processo gerencial visando adequar objetivos e oportunidades para que os produtos da empresa gerem os bons resultados. Em países como Itália e a Espanha, foi realizado um diagnóstico da relação ganha-ganha com o setor empresarial no desenvolvimento de suas políticas, sendo criados programas com finalidades específicas, principalmente focados no fortalecimento de suas empresas e inserção destas no mercado internacional.

A sobrevivência e o crescimento das empresas, na concepção de Bassi (1997) exige o desenvolvimento de planos estratégicos de longo prazo, englobando o negócio e as atividades de produção, tecnologia e compras, pois todas influenciam na capacidade competitiva. O incremento das operações internacionais auxilia para tornar mais complexas as atividades de planejamento e controle, devido às particularidades de cada mercado e as distâncias entre as unidades internacionais e a corporação. O dinamismo da economia mundial, a evolução tecnológica e as incorporações e associações entre empresas requerem que as estratégias sejam continuamente reavaliadas e adequadas ao ambiente em que a empresa está inserida.

Uma pesquisa realizada pelo Sebrae (2005) constatou que em países como a Espanha, o Japão e o México as micro e pequenas empresas mudaram o quadro econômico e social a partir do momento que os devidos governos resolveram investir nos seus pequenos empresários, por meio de linhas de crédito e suporte de instituições.

Tanto no Brasil como nos demais países citados acima o grande problema também era a falta de capital de giro, por este motivo os respectivos governos criaram linhas especiais. Na Espanha foi adotado o sistema de garantias solidárias, no Japão foi criado o sistema de garantias de crédito, e no México foi desenvolvido o programa de desenvolvimento de provedores.

Tais países são provas de que uma política monetária e fiscal direcionada as micro e pequenas empresas trazem grandes resultados.

Analisando a experiência da Espanha, Vieira (2004), afirma que existe certa similaridade entre a estrutura produtiva deste país e a brasileira, havendo também as estratégias que obtiveram êxito no incremento da produção, como é o caso do processo de gestão e internacionalização das MPEs e por meio da parceria entre governo e entidades

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privadas. O Plano de Internacionalização é uma iniciativa do Ministério da Economia que abrange as principais linhas de política, além dos instrumentos voltados para a internacionalização das empresas e para o aumento da participação espanhola no comércio exterior de bens e serviços. Há também as agências de desenvolvimento regional que desempenham o papel de entidades de apoio, principalmente ao sistema produtivo empresarial. O governo espanhol atua por meio de um órgão gestor dos principais programas de internacionalização, especialmente das micro, pequenas e médias empresas. O Instituto Espanhol de Comércio Exterior pertence à Secretaria de Comércio e Turismo no Ministério da Economia e conta com programas como Plano de Iniciação à Promoção Exterior, que estimula e apóia projetos novos e de expansão de empresas.

No caso da experiência mexicana, Szapiro e Andrade (2001) afirma que o segmento de MPEs volta-se à sobrevivência e controle do mercado interno com alguns focos para exportação, devido principalmente à dependência deste país em relação aos Estados Unidos e Canadá. Há grande concentração da estrutura produtiva nas MPE s, planejadas com base em cadeias de valor agregado, onde existem as empresas consideradas de apoio com enfoque nacional e internacional e as indústrias locais, apoiadas diretamente pelos governos locais.

Há ainda a experiência italiana, na qual todo o suporte para a internacionalização das micro, pequenas e médias empresas, conforme Szapiro e Andrade (2001), vem de uma série de instituições públicas e privadas como é o caso do Instituto Italiano para o Comércio Exterior ICE, que trabalha em função da promoção do incentivo aos produtos e serviços das empresas italianas, além de estar ligado diretamente ao Ministério Italiano de comércio Exterior. A estrutura italiana está desenvolvida sob a forma de redes de empresas voltadas para o desenvolvimento e a promoção de uma determinada região. É uma vantagem competitiva, pois aumenta as chances de sobrevivência e conseqüentemente as possibilidades de sucesso para o empreendimento.

A forma como cada país implementa as suas políticas de apoio às MPMEs varia em função dos diferentes enfoques dados aos papéis dessas empresas e em função das condições econômicas enfrentadas (PUGA, 2000).

De acordo com o Sebrae (2005), Nos Estados Unidos, é enfocada a importância dessas empresas para assegurar o livre mercado. Na Itália, devido ao significativo diferencial no desempenho econômico entre o Norte e o Sul do país, o incentivo às MPMEs é considerado importante para diminuir as desigualdades regionais. Em Taiwan, tais empresas são vistas principalmente como estruturas capazes de responder rapidamente a mudança na demanda

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mundial, gerando inovações. Assim, enquanto nos Estados Unidos busca-se garantir acesso ao crédito a todas as empresas que apresentem projetos rentáveis, na Itália, são incentivadas as regiões menos desenvolvidas do país e promovida a criação de empresas em tais regiões. Em Taiwan, sobressaem os esforços para transferir tecnologia para as MPMEs e o apoio à criação de parques científicos. A pesquisa mostra as experiências de Espanha, Japão e México, sendo enfocados os programas de crédito. O primeiro critério para escolha desses países foi cobrir experiências de apoio de três continentes. A opção pela Espanha, como representante europeu, está relacionada à maior importância das MPMEs espanholas no número de empregados em relação à Comunidade Européia. Também foi um fator decisivo na escolha a existência de esforços realizados pelo país para a redução do desemprego, entre os quais temos o apoio às empresas de menor porte. O Japão foi escolhido por ser a principal economia asiática e pela grande participação das MPMEs na economia do país. Já no caso do México, houve um forte interesse em analisar os recentes programas de integração entre MPMEs e grandes empresas.