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1) A unificação do plano cósmico e o alvorecer da teoria liberal clássica:

1.4 A luta entre a aristocracia e a burguesia emergente pelo excedente econômico:

1.4.1 Concorrência gravitacional e a luta pelo excedente

Como já dito, Ricardo rearticula esse conjunto de princípios da tradição do pensamento clássico liberal, a fim de compreender as leis que regulam a distribuição da renda62. Contudo, quando Ricardo procurou definir como funcionam as leis da distribuição da renda, acaba por descrever e criar uma teoria sobre o comportamento da taxa de acumulação do sistema capitalista, ou seja, a formação da taxa de lucro. Compreender essa formação era de suma importância, tendo em vista que assim como para Smith, para Ricardo, a taxa de lucro e, por conseguinte, a criação de poupança é o fator responsável pelas transformações econômicas que o autor observou.

Na concepção do autor, as transformações produtivas, advindas do setor industrial, não se sintetizam na forma de melhora da taxa de lucro da burguesia industrial, mas sim em queda dos preços desses bens, de tal modo que os ganhos de produtividade geram aumento do bem-estar – principalmente da burguesia industrial e da aristocrácia-rural rentista.

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Essa busca de Ricardo pela lei que determina a distribuição da renda fica muito clara logo no início de sua principal obra, como a seguir: “The produce of the earth – all that is derived from its surface by

the united application of labour, machinery, and capital, is divided among three classes of the community; namely, the proprietor of the land, the owner of the stock or capital necessary for its cultivation, and the labourers by whose industry it is cultivated . ..

To determine the laws which regulate this distribution, is the principal problem in Political Economy . . .

a taxa de lucro jamais aumentará pela melhor distribuição do trabalho, pela invenção de máquinas, pelo estabelecimento de estradas e canais, ou por quaisquer outro meio de poupar trabalho [...] Essas causas influem no preço, e jamais deixam de beneficiar os consumidores [...] Não têm, contudo, qualquer efeito sobre o lucro. De outro lado toda a diminuição nos salários aumenta os lucros, mas não produz qualquer efeito no preço das mercadorias (Ricardo, 1821, p. 324)63.

A passagem acima expressa duas relações centrais sobre a formação da taxa de lucro no pensamento ricardiano: a primeira diz respeito à estrutura da concorrência e como ela delimita a formação da taxa de lucro da indústria e que, por conseguinte acaba por igualar a taxa de lucro da economia em todos os setores. Essa igualdade da taxa de lucro, entre todos os setores da economia, decorre do fato de que caso um setor obtenha uma taxa de lucro superior ao natural, logo os investimentos migraram para aquele setor até o ponto onde a taxa de lucro da economia como um todo se iguale; o segundo aspecto é sua visão sobre a interação entre custo de produção, notadamente o custo de nutrição/manutenção do trabalhador e a formação da renda do setor agrícola.

Sobre o primeiro aspecto, como já dito, Ricardo parte da ideia de convergência da taxa de lucro entre os diferentes setores. Esse constructo teórico da concorrência afirma que nenhum produtor possui a capacidade de determinar o preço de mercado, pois, tendo em vista a concorrência64, um deslocamento de

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Talvez essa perceptiva de Ricardo derive da observação dos preços em Adam Smith (1776, p. 193) e, talvez, de observações próprias sobre os preços de sua época e de períodos precedentes (mesmo que não apresentados de forma explicita em sua obra, Princípios de Economia Política e Tributação), pois, de acordo com Smith, o preço das manufaturas tende a diminuir ao longo do tempo, enquanto os preços dos bens básicos apresentam alta, como na passagem a seguir: “Mas em todos os casos em que o preço real das matérias primas ou não sobe ou sobe nada, ou sobe muito pouco, o dos bens manufaturados desce muito (Smith; 1776; p. 193). Essa observação pode ser o núcleo da

análise teórica em Ricardo, e, por conta disso, boa parte de suas reflexões sobre a formação da taxa de lucro e o profit squeze.

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Vale notar que o período histórico de Ricardo é caracterizado por pequenas indústrias têxtis que competiam entre si, numa lógica de competição via preços. Ademais, de acordo com Hobsbawn, em seu livro: Da revolução industrial inglesa ao imperialismo (1969), o sistema financeiro e de empréstimos da Inglaterra era incipiente, principalmente para empréstimos ao setor industrial e manufatureiro. Com isso, Hobsbawn afirma que as empresas reinvestiam parte significativa do lucro acumulado para ampliação da capacidade produtiva, tendo em vista a formação do mercado mundial e a continua demanda pelos produtos ingleses, e, desse modo, a burguesia emergente obteria novos e maiores lucros. Talvez esses dois aspectos denotem boa parte das relações teóricas de Ricardo: a primeira sobre sua percepção da estrutura de concorrência e formação da taxa de lucro e a segunda sobre a poupança, excedente monetário de produção, determinando o investimento. Ainda se poderia acrescentar um terceiro elemento sobre a formação de preços e seus preços relativos, como será destacado mais adiante. Ricardo, tal qual Smith, está observando um processo histórico onde os

preços acima do preço praticado pelo mercado faz com que a demanda se desloque para outros produtores daquele mesmo bem, de tal maneira que uma melhora da produtividade – graças a alguma inovação – terá como resultante a queda dos preços.

Como visto na seção anterior, o pensamento de David Ricardo difere em relação ao pensamento de Smith nesse quesito. Enquanto Ricardo defende que os ganhos de produtividade refletirão somente na queda dos preços, e não na taxa de lucro, Adam Smith já observou que a posição monopolista pode gerar aumento tanto dos salários dessas empresas quanto do lucro65.

Deve-se acrescentar que, a despeito de Ricardo não deixar as relações de equilíbrio e suas influências tão explicitas – muitas vezes em forma de metáforas – quanto David Hume e Adam Smith, o autor parte da perspectiva metodológica de equilíbrio, que caracteriza seu entendimento sobre o comportamento da estrutura de concorrência e sobre a convergência da taxa de lucro. Isso, porque para o autor e sua teoria econômica, uma série de perspectivas estabelecidas pelos autores supracitados, assim como suas interações lógicas, possui o equilíbrio como um dos principais elos metodológico. Percebe-se certa semelhança na estrutura lógica sobre a convergência da taxa de lucro na teoria ricardiana, pois todo excesso na taxa de lucro é compensado por um aumento do investimento que reequilibra a taxa de lucro do sistema, num processo compensatório. Essa mesma lógica subjacente se encontra com o sistema monetário hidráulico de Hume e Smith, pois caso ocorra um

preços das manufaturas tendem a se deteriorar em relação ao preço dos bens agrícolas, numa relação oposta ao observado pela teoria cepalina (apesar dessas teorias possuírem explicações distintas sobre os fenômenos que resultam nesse movimento dos preços relativos). Pode-se levantar a hipótese que os aspectos da formação de preços agrícolas, associado com a sua concepção de crescimento vegetativo populacional, em um mundo de concorrência de pequenas empresas, que possuem como resultante a visão sobre a formação da taxa de lucro dos dois setores da economia: industrial manufatureiro burguês e aristocrático rural. Tendo visto a formação de lucros e associando com a dinâmica do excedente monetário de produção e, com isso, a determinação do investimento, se demonstra como a teoria Ricardiana tenta explicar propriedades de seu tempo, que talvez esteja contra essa ideia de abstração do modelo de Ricardo. Outra hipótese a ser levantada é que, quando Ricardo observou a lei dos rendimentos decrescentes do setor agrícola, ele olhava os relatórios do o que seria o ministério da agricultara da Inglaterra da época (Morgan, 2012). Portanto, sua ideia tinha como base referências de experimentos de sua época. Essa digressão fica a título de reflexão, tendo em vista que para se assumir alguma posição seria necessário um estudo mais detido.

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Muitos autores apresentam essa diferença em decorrência de Ricardo trabalhar com um sistema lógico e, nesse sentido, ele tentou apresentar tendências da lógica da concorrência e sua influência sobre a formação de preços, enquanto o modelo de Smith, que também possui vários elementos dedutivos, ainda assim se utiliza mais exemplos empíricos, do que somente o sistema lógico.

aumento da quantidade de moeda de um lado, de outro lado os preços aumentaram proporcionalmente.

Outro aspecto é que como Ricardo já parte da ideia de naturalidade do livre mercado, dada por Smith – mesmo que de forma implícita em sua lógica –, a concorrência e o aumento da “liberdade econômica” trazem, por sua vez a convergência dos preços e da taxa de lucro do setor burguês ou de outra forma, do setor manufatureiro e industrial66.

Nessa acepção de equilíbrio entre as forças, os diversos corpos que constituem o mercado se organizam, de tal modo que nenhum deles possui força suficiente para impor sua “vontade”, ou seja, sua taxa de lucro. Portanto, as relações econômicas tendem a se equilibrar, mesmo com os avanços da tecnologia. Por sua vez, esse equilíbrio competitivo gera pressões que igualam a taxa de lucro dos diferentes setores. Deste modo, como já dito, os ganhos de produtividade não alteram a taxa de lucro, somente se altera o preço ao final do período, como consequência dos ganhos de produtividade – num cenário de pressão constante da concorrência.

Assumida a relação de equilíbrio concorrencial de Ricardo, remanesce o principal problema analítico para o crescimento econômico. Este reside no fato de que o setor econômico responsável pelo maior nível de desenvolvimento e transformação econômica ser justamente o setor burguês e industrial, na verdade, a indústria têxtil dessa época. Isso, porque, historicamente Ricardo vive o momento do alvorecer da revolução industrial e observa as mudanças profundas na capacidade de produção – antes jamais vista na história da humanidade. Como a burguesia era o agente responsável por essas transformações, Ricardo via nessa classe o instrumento de transformação da ordem econômica.

Tendo em mente a tendência de se igualar a taxa de lucro do setor burguês, resta nos questionarmos sobre a lógica da acumulação da burguesia. Para isso, existem dois aspectos centrais em seu pensamento relativos à produção agrícola e ao crescimento populacional. O primeiro deles se refere à observação de Malthus (1798) sobre a progressão aritmética dos meios de subsistência e à progressão

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É valioso destacarmos que nosso estudo realizado até o momento, observou que a noção de equilíbrio em Ricardo se restringe aos elementos a seguir: a teoria quantitativa da moeda; a convergência das taxas de lucro do setor manufatureiro e industrial; e a convergência dos preços.

geométrica da reprodução humana, ou seja, sua taxa de natalidade. E o segundo, como reflexo do primeiro, a questão da renda marginal da terra. Esses elementos darão o tom da concepção ricardiana sobre acumulação de capital.

Sobre o primeiro aspecto, a discrepância entre o crescimento exponencial da população e o crescimento aritmético dos meios de subsistência obviamente implicará – com o decorrer do tempo – em uma incongruência sistêmica da capacidade de crescimento populacional e dos meios básicos de sobrevivência67. A “resolução” dada pela natureza ocorre via uma necessidade intrínseca de redução da população, através dos mais diversos tipos de crise, como epidemias, guerras e todo tipo de enfermidade, reduzindo assim a população até a igualdade com a capacidade de se gerar subsistência68.

O princípio da produtividade decrescente da terra afirma que a população escolhe, inicialmente, as terras com maior fertilidade, e, com o crescimento populacional, as terras menos férteis são incorporadas na produção. No entanto, por queda na produtividade marginal da terra, pode entender um conceito mais amplo do que somente a terra, como descrito em uma carta de Ricardo para Malthus:

By the facility of production I do not mean to consider only the productiviness of the soil only, but the skill, machinary, and labour joined to the natural fertility of the Earth (Ricardo, 1815, apud Schabas, 2005, p. 118)69.

Tendo em vista essa dimensão da queda da produtividade marginal da terra, qual o grande problema econômico para Ricardo? Ele reside no fato de a renda da

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Deve-se observar que para Ricardo o fator limitante para o crescimento econômico e do acumulo de capital era dado pela terra e no caso dado pelo crescimento populacional. Numa carta de Malthus para Ricardo, o primeiro autor faz o seguinte questionamento: “I have always allowed that the

progress of capital and population, while they can go on together, uninterrupted by the difficulty of procuring subsistence, is absolutely unlimited; but i most distinctly deny that the demand for capital is unlimited, with a limited population; and this appears to me to be the proposition that you maintain

(apud Schabas, p. 119, 2005) Nessa passagem Ricardo está afirmando que a lógica de acumulação de capital de Malthus tem como limite o crescimento populacional, por mais que ele concorde que do ponto de vista individual a acumulação de capital pode ser sem limites.

68 Esse assunto foi tratado por Malthus em seu livro “Essay on the principle of population”, 1798. 69

Nesse trecho da carta de Ricardo para Malthus se percebe que muitos anos antes da teoria marginalista, Ricardo já defendia a tese de produtividade marginal dos fatores de produção e não somente da terra, como a maioria dos autores coloca – à despeito da produtividade marginal, para os demais fatores de produção, não estar presente em sua teoria, pelo menos de forma explícita, em seus principais textos.

terra ser definida a partir do diferencial entre a terra mais produtiva em relação à terra com menor produtividade, onde, esta última não recebe renda alguma. O resultado disso é que o crescimento populacional gera pressões na busca por terras menos férteis e, com isso, há um aumento do diferencial da renda da terra, que por sua vez se reflete nos preços dos bens agrícolas, tal como o trigo. Por conseguinte, como Ricardo considera que o salário gravita em torno do nível de subsistência70, o crescimento populacional gera transferência de renda da burguesia emergente ao setor rentista agrícola71.

Tal questão se agrava, tendo em vista que os ganhos de produtividade industrial e manufatureiro se refletem em queda dos preços – pois se assume que todo avanço tecnológico é poupador de trabalho vis a vis o aumento da competição – e não aumento da taxa de lucro. O componente da renda com variação – e com tendência de se elevar – é a do setor rentista agrícola, que cada vez mais absorve maior montante do excedente econômico. Por sua vez, o crescimento da renda da terra na renda global implica em uma redução da taxa de lucro de todos os setores da economia – inclusive agrícola. Com o aumento da competição e da produção a taxa de lucro tende a ser declinante, de tal maneira a gerar um cenário catastrófico no pensamento de Ricardo, que se expressa em um eventual profit squeeze no futuro do capitalismo.

Observando a realidade histórica de seu tempo, Ricardo está diante de uma aristocracia inglesa que controla o parlamento. Essa classe possui sua renda intimamente dependente e determinada pela terra, estes, logicamente, controlavam o poder político para seus interesses. Toda vez em que havia uma tentativa de se implementar uma política de redução dos impostos e tarifas aduaneiras sobre as importações – principalmente de bens agrícolas, com destaque para o trigo –, a aristocracia se mobilizava para impedir a perda de seus privilégios. Na verdade, o movimento político ia, além do citado, pois, quando havia queda de preços, a

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O salário real é relativamente fixo, pois, para Ricardo, em momentos de aumento dos salários, os trabalhadores tendem a ter mais filhos e com isso há elevação da pressão demográfica sobre os bens básicos, que, novamente, pressionam os preços para cima e aumentam a fome, até que se haja um novo equilíbrio, onde o salário dos trabalhadores se iguale novamente ao salário de subsistência.

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Sua teoria e a de John Stuart Mill (1848) pressupunham um processo de crescimento estacionário, provocado pelo profit squeeze, oriundo da elevação do salário de subsistência e com isso transferência de renda do setor industrial para o rentismo agrícola.

aristocracia aumentava o valor das tarifas aduaneiras para manter sua rentabilidade (Heilbroner, 1996, p. 78)72.

A partir de 1813, durante a guerra napoleônica, a situação do preço do trigo ficou ainda pior. As safras ruins deste alimento e o bloqueio continental Napoleônico imposto à Grã-Bretanha fez com que o preço do trigo disparasse no período. Os dados históricos apontam o dado de que o trigo era vendido por aproximadamente 14 xelins o bushel (medida de cereais, correspondente ao volume de 36,37 litros) – o equivalente ao salário de duas semanas de trabalho.

Para se ter uma ideia do quão elevado se encontrava o preço do trigo na Grã- Bretanha na época, o preço mais elevado nos Estados Unidos73 foi o de US$ 3,50 dólares por bushel, em 1920, quando os salários semanais ficavam em torno de US$ 26,00 (Heilbroner, 1996, p. 78), ou seja, 13,46% do salário semanal, inferior ao valor do salário de um dia. Essa relação contrasta com o valor do bushel na Grã-Bretanha ricardiana, onde o equivalente desse Bushel ao salário era de duas semanas, durante a guerra Napoleônica. Os preços do trigo observados por Heilbroner (1996) vão desde o século XVII até 1970. Portanto, esse preço é elevado mesmo considerando a evolução dos salários reais ao longo do século XIX e as diferenças salariais entre os dois países, ainda assim, pode-se perceber o elevado custo social e de acumulação de capital deste período devido à restrição de grãos74.

Por fim, fica claro que Ricardo está diante de um período histórico com forte alteração dos preços agrícolas, com seu encarecimento em relação a outros bens – experiência também vivenciada por Adam Smith, mesmo que em menor medida. Portanto, quando Ricardo observa esses problemas e a transformação econômica da Grã-Bretanha, a formação da taxa de lucro da burguesia e a transferência de

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Vale ressaltar, que o debate teórico realizado por Ricardo servia como instrumento de retórica política e disputa de hegemonia dentro do ideário popular e político, com o intuito – consciente ou não, não cabe aqui tal afirmação – de ampliação do poder da classe burguesa emergente. Essa disputa se dava em duas frentes, uma do ponto de vista da redistribuição da renda para o setor agrícola em relação ao setor burguês, tal qual do ponto de vista do pagamento de salários e o nível de qualidade de vida da população mais pobre e com isso sobre os dois aspectos de disputa de classes sobre a acumulação de capital para o setor burguês, revolucionário, principalmente no seu tempo. Tal disputa ideológica será melhor desenvolvida com os diversos trabalhos de Karl Marx, que enxerga, como a disputa das ideias são reflexo de disputa de interesses e das relações de produção, dentro do capitalismo, que, por sua vez, influencia e constrói a disputa ideológica. Para maiores detalhes ver as obras de Marx, notadamente a ideologia alemã 1844.

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Antes da década de 1970, década da publicação do livro de HeilBroner (1996).

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Talvez, tal realidade histórica tenha auxiliado Ricardo a utilizar a ideia de salário de subsistência, assim como o conflito de classe entre a aristocracia rural e a burguesia emergente na Grã-Bretanha.

renda para a aristocracia rural, ele acaba por moldar esses pressupostos e sua teoria, baseados em sua observação histórica da Grã-Bretanha.

Além dos pontos apresentados anteriormente, o desenvolvimento da teoria de acumulação de capital ricardiana se funda, como já observado, em dois notórios problemas de sua época: o crescimento populacional e a produção agrícola. No capítulo dois do livro “The World in the Model”, Mary Morgan (2012) tratou que o desenvolvimento das leis75 ricardianas sobre acumulação de capital esteve lado a lado com um constante elemento empírico, para que, posteriormente, Ricardo construísse seu modelo abstrato.

Segundo Morgan (2012), Ricardo tinha conhecimento sobre os trabalhos empíricos na agricultura, como, por exemplo, o relatório do House of Lords Report,