roseneliose, mancha manteigosa, fusariose
2. Para cada doença estudada nesta aula há alguns métodos de controle, eleja pelos menos um que julgue ser o melhor conforme cada doença.
10.1 Ferrugem do cafeeiro: Hemileia vastatr
10.1.2 Condições ideais para o desenvolvimento Fatores relacionados com o cafeeiro, o fungo e o ambiente podem infl uenciar
o desenvolvimento da doença.
A maior severidade acontece em anos em que o cafeeiro apresenta alta carga pendente.
Lavouras adensadas e enfolhadas também se mostram mais susceptíveis à doença. Em relação às condições climáticas, a associação entre alta temperatura e umi- dade é primordial para o desenvolvimento do fungo. Na Figura 10.1, podemos observar a curva de desenvolvimento da ferrugem. Em anos de alta produção, o progresso da doença inicia-se entre os meses de dezembro a janeiro, com grande desenvolvimento entre março e abril, até atingir o pico, em junho. A partir desse momento, devido às condições adversas, ocorre um decréscimo na infestação. No ano agrícola seguinte, como a carga do cafeeiro será mais baixa, a incidência da doença também se mostrará menor.
Figura 10.1: Curva epidemiológica da ferrugem do cafeeiro em função da temperatura e da precipitação pluviométrica.
Fonte: Zambolim, Vale e Zambolim (2005). Adaptado por Alessandro de Oliveira.
80 Doença e Dados Meteorológicos
Chuva (cm)
MESES
Alta Produção Baixa Produção
60 40 D Ano I Ano II J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S 20 0 % de Folhas com Ferrugem Temperatura Mínima (C)
Pulverulento
São folhas com aspecto de pó.
A disseminação do patógeno ocorre pelo vento, que pode carregar os esporos do fungo por longas distâncias. O patógeno também utiliza respingos de chuva para que ocorra disseminação de uma folha a outra, dentro de uma planta.
10.1.3 Sintomatologia
Os sintomas são observados nas folhas, mas, em algumas ocasiões, podem ser verifi cados em frutos verdes e extremidades dos ramos em brotações novas. Inicialmente aparecem pequenas manchas de coloração amareladas na face inferior da folha. Com o desenvolvimento da doença, essas manchas aumen- tam de tamanho e adquirem coloração alaranjada, com aspecto pulverulento, que são os esporos do fungo, conforme notamos na Figura 10.2.
Figura 10.2: Detalhes das lesões de ferrugem na face inferior das folhas, obser- vando-se, na ampliação (baixo dir.) um pó alaranjado que constitui os esporos (sementes) do fungo.
Fonte: Matiello, Garcia e Almeida (2006).
Na face superior da folha atacada, surgem áreas descoloridas, com coloração amarelada, que correspondem às lesões infectadas da parte inferior das folhas. Com o progresso da doença, o tecido foliar das folhas atacadas pode apre- sentar necrose.
10.1.4 Danos causados às plantas
O principal dano é uma intensa desfolha que ocorre no cafeeiro. Essa desfo- lha traz como consequência, o retardamento do desenvolvimento de plantas jovens e o defi nhamento de plantas adultas, que podem apresentar, entre outros sintomas, a seca e morte dos ponteiros, afetando a produção da planta.
Quando a desfolha ocorre antes do fl orescimento, pode interferir na frutifi - cação e, se ocorrer durante o desenvolvimento dos frutos, pode acarretar em grãos defeituosos e chochos.
Com base da Figura 10.3, podemos comparar uma lavoura onde as plantas a frente apresentam-se desfolhadas devido ao ataque de ferrugem e, ao fundo, plantas tratadas, com pouca desfolha.
Figura 10.3: Na frente, plantas com ramos desfolhados pelo ataque da ferrugem, em contraste, ao fundo, com plantas tratadas e com pouco desfolha.
Fonte: Matiello, Garcia e Almeida (2006).
Explique a correlação existente entre as condições climáticas e o nível de infes- tação da ferrugem do cafeeiro e o como refl ete na produtividade.
10.1.5 Controle
O controle da ferrugem é realizado, principalmente, por meio de métodos químicos e resistência genética.
a) Método de resistência genética: a utilização de variedades resistentes geneticamente é um modo efi ciente para o controle da ferrugem, mas é importante lembrar-nos que a grande maioria das lavouras plantadas no Brasil é de variedades de C. arábica susceptíveis à ferrugem, como Mundo Novo, Catuaí Vermelho e Amarelo, Acaiá e Topázio. Entre as va- riedades que apresentam resistência, podemos destacar: Icatu Vermelho, Icatu Amarelo, Iapar 59, Tupi, Katipó, Catucaí Vermelho/Amarelo;
b) Controle químico (pode ser realizado de três modos):
• controle preventivo: os fungicidas protetores mais efetivos são os cúpri- cos, ou seja, possuem o cobre como base. Entre os mais utilizados, podemos
citar hidróxidos e óxidos de cobre, oxicloreto e as caldas bordaleza e viçosa, que também fornecem nutrientes e apresentam bons resultados em anos em que o cafeeiro possui baixa carga pendente;
• controle preventivo – curativo via foliar: utilização de fungicidas sis- têmicos, principalmente os do grupo dos triazóis usados isoladamente ou em associações com estrobirulinas e cúpricos;
• controle preventivo – curativo via solo: utilização de fungicidas do grupo dos triazóis, podendo-se fazer associações com inseticidas, para controle simultâneo de pragas como bicho-mineiro; ao serem aplicados via solo, esses produtos promovem um aumento do sistema radicular do cafeeiro, o que gera incrementos na produção.
Geralmente, para um melhor resultado em campo, é realizada uma combina- ção entre esses três modos de controle.
A opção pelo uso de fungicidas cúpricos isoladamente implica na realização de 3 a 5 pulverizações/ano, entre os meses de outubro/novembro e março/abril e em anos com baixa carga, pode-se reduzir o número de aplicações.
A opção do uso de fungicidas cúpricos e triazóis contempla, geralmente, 2 a 3 aplicações de fungicidas cúpricos combinadas com 1 a 2 aplicações de triazóis. Ao se utilizar os triazóis em associações com estrobirulinas, pode-se fazer de 1 a 2 aplicações/ciclo, geralmente com uma aplicação em janeiro e a outra em março. É importante salientar que o número de aplicações varia de acordo com o desenvolvimento da doença.
Se for feita opção pela utilização de fungicidas sistêmicos aplicados via solo, é recomendável uma única aplicação, que deve ser feita entre outubro e no- vembro. Você sabe o porquê?
Os fungicidas aplicados via solo necessitam de pelo menos 60 dias para serem absor- vidos pelas raízes e translocados. Então, para que eles tenham efi ciência e proteção, é recomendável que a aplicação não ultrapasse o início do mês de dezembro. Uma boa opção de realização das pulverizações é utilizar como base a inci- dência da doença, através do método de amostragem, que deve ser feito de
modo regular. Para se proceder a amostragem, é necessário coletar 10 folhas/ planta, em 10 plantas do talhão. As folhas devem ser retiradas ao acaso, do terço inferior das plantas, localizadas no meio dos ramos. Após a retirada das folhas, conta-se o número delas que apresentam a ferrugem. Se o resultado indicar uma percentagem de folhas com ferrugem de até 5%, o controle da doença deve ser iniciado com fungicida a base de cobre. Se essa porcentagem ultrapassar 5%, o início do controle deve ser feito com fungicidas sistêmicos. O Quadro 10.1 apresenta alguns dos principais fungicidas utilizados no con- trole da ferrugem do cafeeiro.
Quadro 10.1: Principais fungicidas utilizados para o controle da ferrugem do cafeeiro.
Princípio ativo Produto comercial
Cúpricos
Oxicloreto de cobre Cobox 500 PM; Recop 500 PM; Cuprogard 500 PM Hidróxido de cobre Garra 450 PM; Garant 450 WP; Kocide 350 Grda; Supera 350 Sulfato de cobre tribásico Agrimaicim 500 SC
Calda Bordaleza e Calda Viçosa Calda Bordaleza e Calda Viçosa Oxido Cuproso Cobre Sandoz Br; Redshield 750
Triazóis via foliar
Triadimenol Bayfi dan ou Caporal 250 PM ou CE
Flutriafol Impact 125 CE
Tebuconazole Folicur 200 CE; Orias 200 CE; Rival 200 CE Cyproconazole Alto 100 CE
Propiconazole Tilt
Tetraconazole Domark 100 CE
Epoxiconazole Opus 125 SC; Soprano 125 SC Formulações com Estrobirulinas Cyproconzole + Trifl oxistrobin Sphere
Epoxinazole + Pyraclostrobin Opera Cyproconzole + Azoxystrobin PrioriXtra
Formulações via solo Triadimenol + Dissulfoton Baysiston
Triadimenol + Imidacloprid Bayfi dan 250 PM + Premier Cyproconzole + Thiametoxan Verdadero 600 WG
Photon Triadimenol 6 GR