• Nenhum resultado encontrado

ONDE AMOSTRAR? TERÇO MÉDIO

monitoramento e amostragem

ONDE AMOSTRAR? TERÇO MÉDIO

TERÇO INFERIOR SOLO Ferrugem Nematóides

Mancha de Olho Pardo Mancha de Ascochyta Bicho Mineiro Broca do cafeeiro

É importante saber que a efi ciência do monitoramento está relacionada com os conhecimentos da planta, sua fenologia e fi siologia de produção, da biologia das pragas e doenças, dos fatores edafoclimáticos da região e da correta diagnose dos problemas fi tossanitários nas lavouras. Além do somatório da experiência prática adquirida ao longo do tempo, aliada aos conhecimentos teóricos obtidos pelo estudo no Curso Técnico em Cafeicultura e das publicações sobre o assunto. No caso da broca, já mencionado na aula 6, o monitoramento deve ser iniciado na época de acasalamento, o qual coincide com o período de 3 a 5 meses após a 1ª fl orada e continua sendo feito mensalmente até mais ou menos 70 dias antes da colheita. Já, para a verifi cação da incidência de mancha-de-olho-pardo em frutos, esta pode ser iniciada a partir do mês de janeiro.

Veja o que amostrar na planta escolhida:

a) Folhas: incidência de ferrugem, mancha-de-olho-pardo, mancha de as- cochyta e porcentagem de infestação por bicho-mineiro;

b) frutos: incidência de mancha-de-olho-pardo nos frutos e porcentagem de infestação da broca.

Já para a mancha de phoma, deve ser realizada uma amostragem diretamente no campo, sempre no terço superior das plantas, de tal forma que sejam avaliados 10 ramos por planta (cinco de cada lado), contando o número de folhas (NFCMP) e ramos (NRMP) com sintomas da doença – deformação das folhas novas (1º ou 2º par) com lesões escuras nos bordos destas folhas e escurecimento e morte das pontas dos ramos.

Agora vamos aprender como amostrar: a) Amostragem de folhas:

amostrar 20 plantas por talhão; no terço médio da planta escolhida;

escolher cinco ramos laterais ao acaso de cada lado da planta;

retirar uma folha completamente desenvolvida, do 3º ou 4º par de folhas, por ramo;

total de 10 folhas/planta (cinco de cada lado); total de 200 folhas/talhão.

b) Amostragem de frutos:

amostrar, em média, 50 plantas por talhão. Ainda, na literatura, confor- me apresentado na Tabela 15.1, a recomendação é a de que esse número depende do número de plantas presentes no talhão;

Tabela 15.1: Número de plantas a ser amostradas em função do número de plantas presentes em cada talhão.

Número de plantas no talhão Número de plantas amostradas

Até 1000 >30

1000 a 3000 50

3000 a 5000 75

Acima de 5000 1,5% das plantas

na primeira amostragem, os frutos maiores provenientes da primeira fl o- rada, são coletados no terço superior da planta escolhida. Nas demais amostragens os frutos podem ser coletados no terço médio da planta; escolher 4 ramos por planta (um em cada face). Em cafeeiros de porte

elevado, utilizar escada durante a operação;

coletar 25 frutos/ramo no total de 100 frutos/planta; 50 plantas/talhão no total de 5000 frutos/talhão.

Mas você deve estar se perguntando o que avaliar no material coletado? Após a coleta do material, as folhas e os frutos são acondicionados em sacos plasticos, identifi cados pelo respectivo talhão, para que posteriormente seja feita avaliação das pragas e doenças presentes.

Primeiramente, confere-se o número de folhas e frutos coletados em cada talhão e, então, anota-se em uma planilha os dados correspondentes à avaliação de: ferrugem: contar o número de folhas com pústula de ferrugem esporu-

lando (NFCF);

mancha-de-olho-pardo: contar o número de folhas com sintomas de mancha de olho pardo (NFCMOP);

mancha de ascochyta: contar o número de folhas com sintomas de man- cha de ascochyta (NFCA);

bicho-mineiro: contar o número de folhas com minas ativas, ou seja, com presença de larvas vivas nas minas (NFCMA) e o número de folhas com minas rasgadas (NFCMR).

Detalhe, o número de folhas com minas ativas é utilizado para o cálculo da porcentagem de infestação.

Broca nos frutos: separar e contar de todos os frutos sadios e frutos broqueados (considerar brocados todos perfurados na região da coroa).

São conhecidos os níveis de infecção ou infestação que as plantas suportam devido ao ataque de ferrugem, broca e bicho-mineiro. Enquanto que, para as demais pragas e doenças, ainda não há índices estabelecidos, sendo que o mo- nitoramento teria a função de verifi car qual seria a época de maior ocorrência na região, para antecipar o início do controle.

Para a tomada a decisão em adotar ou não o controle químico é necessário re- alizar o cálculo da porcentagem de infestação da praga ou infecção da doença: Ferrugem: a porcentagem de infecção da ferrugem é calculada conforme

a seguinte expressão:

Infecção (IF%) = nº de folhas com pústulas esporulando x 100 nº total de folhas coletadas

Se o resultado da porcentagem de infecção for abaixo de 5% de folhas com pústulas esporulando, a recomendação será de aplicação de fungicida a base de cobre no controle da doença. Já, se o índice de infecção estiver entre 5 e 12,5%, a recomendação será de aplicação de fungicidas sistêmicos. Enquanto que, acima deste valor, a efi cácia dos produtos no controle da doença pode apresentar comportamento variável.

Para a verifi cação da efi ciência de controle com fungicidas sistêmicos, basta contar o número de pústulas inativas ou curadas.

Mancha de ascochyta e a mancha de phoma: não existe índice para to- mada de decisão, pois este depende de vários outros fatores, tais como luminosidade, exposição da lavoura, vento, altitude, espaçamento, nu- trição e das condições microclimáticas, os quais podem variar dentro de uma mesma propriedade.

Bicho-mineiro: a porcentagem de infestação por bicho-mineiro é deter- minada segundo a expressão:

Infestação (IBM %) = nº de folhas com minas ativas x 100 nº toal de folhas coletadas

O controle do bicho-mineiro pode ser iniciado quando a porcentagem de infestação estiver acima de 30% de folhas com minas ativas no terço médio ou cima de 20% de folhas com minas ativas no terço superior. Mas em lavouras

de até três anos de idade, o controle químico deve ser realizado assim que as primeiras minas ou lesões forem constatadas nos cafeeiros. Ainda, o controle químico deve ser feito somente nos talhões ou parte dos talhões mais infesta- dos, para a preservação dos inimigos naturais.

Broca-do-cafeeiro: a porcentagem de infestação por broca nos frutos é determinada segundo a expressão:

Infestação (IB%) = nº de frutos broqueados x 100 nº total de frutos coletados

O controle é realizado apenas nos talhões em que a infestação da praga já tenha atingido 3 a 5% de infestação.

Você pode utilizar como exemplo a planilha a seguir, que serve para anotação dos dados obtidos na avaliação das doenças e pragas do cafeeiro:

PROPRIEDADE: DATA: