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Introdução aos métodos de controle de pragas

Atividade de aprendizagem

Aula 3 – Métodos de controle de pragas

3.1 Introdução aos métodos de controle de pragas

Como vai aluno (a)?

Espero que cada vez ansiosos em aprender mais sobre as moléstias do cafeeiro. Vamos então apreender algumas das estratégias de controle das pragas, visan- do a sua prevenção ou redução na incidência na lavoura, diminuindo assim os possíveis prejuízos ocasionados por essas pragas.

3.1.1 Métodos legislativos

Os métodos legislativos são baseados em algumas leis ou portarias federais ou estaduais.

3.1.1.1 Serviço quarentenário

O serviço quarentenário é realizado pelo Serviço de Defesa Sanitária Vegetal do Ministério da Agricultura e possui como objetivo impedir a entrada e a disseminação de pragas em uma determinada área.

Uma área em que é muito importante a ação do serviço quarentenário é em importações e exportações. Vocês sabem dizer por quê?

Vamos pensar...

Se for exportar algum produto contaminado por uma praga para um país onde não exista essa praga, provavelmente essa praga pode encontrar condições para se desenvolver nesse país.

Em relação ao serviço quarentenário, podemos classifi car discriminação a seguir. Praga quarentenária A1: essa praga possui importância econômica para a área de risco, mas ainda não está presente nessa área.

Praga quarentenária A2: essa praga possui importância para a área de ris- co, já está presente nessa área, mas ainda não está espalhada e está sendo controlada ofi cialmente.

Praga quarentenária regional A2: essa praga está presente em uma deter- minada área e apresenta uma disseminação localizada. Também está sendo controlada ofi cialmente.

Entenderam as diferenciações entre os tipos de pragas quarentenárias? Então se uma praga ainda não está região, mas ela é considerada importante, ela é A1, caso ela já está na região, mas não está disseminada, ela é A2 e, se ela está na região e sua disseminação está restrita, ela é considerada regional A2. Existem vários tipos de tratamentos quarentenários, que diferem de país para país. No Brasil, utilizamos alguns desses métodos, principalmente, em frutas. Esses métodos podem ser baseados em utilização de temperaturas, irradiações e fumigações.

3.1.2 Métodos mecânicos

Os métodos mecânicos são utilizados em casos específi cos e um bom exemplo desse método é a catação manual de bichos-cestos (Figura 3.1) em cafezal.

Figura 3.1: Bicho-cesto.

3.1.3 Métodos culturais

Os métodos culturais são baseados em informações sobre ecologia e biologia das pragas e, através desses conhecimentos utilizam-se práticas culturais bastante conhe- cidas, como rotação de culturas, aração do solo, escolha adequada de época de plantio e colheita, destruição de restos da cultura, podas, manejo correto de adubações e irrigação e sistemas de cultivo diferenciados, como o plantio direto e outros.

Para o café, algumas dessas práticas devem ser observadas antes da implan- tação da cultura, como cuidados na observação cuidadosa de mudas para evitar a introdução de pragas ainda não existentes na área e cuidados com local e espaçamento a ser utilizado no plantio. Outras práticas devem ser uma constante após a instalação da lavoura, como remoção de frutos caídos no chão e eliminação de talhões velhos e improdutivos, que possam a vir a se tornar foco de desenvolvimento e reprodução de pragas.

3.1.4 Método de resistência da planta

Esse método pode ser considerado ideal, porque mantém as pragas em níveis inferiores ao de dano econômico, ou seja, vocês lembram que, quando uma praga não atinge o nível de dano econômico, ela não promove prejuízos ao ambiente ou ao produtor. Então, se o método de resistência não permite que essas pragas atinjam o nível de dano econômico, elas podem conviver com a cultura sem causar prejuízos.

Mas esse método apresenta uma defi ciência importante. Vocês saberiam me dizer qual?

Não existem variedades altamente resistentes para todas as pragas de uma de- terminada cultura, ou seja, por exemplo, não há variedades de café resistentes a todas as pragas que possam a vir atacar a cultura.

E, para suprir essa defi ciência, outra vantagem na utilização desse método é o fato dele mostrar-se compatível com outras técnicas de controle, pode ser utilizado em harmonia com outras práticas.

Como podemos, então, defi nir o que é resistência de uma determinada planta? A resistência de uma planta pode ser defi nida como uma soma das carac- terísticas hereditárias de uma planta que irão infl uenciar o nível dos danos provocados pelo ataque de insetos.

Uma planta, quando equilibrada nutricionalmente, apresenta potencial maior de resistência a pragas e doenças. É de fundamental importância o manejo correto das adubações para melhor aproveitamento dos fertilizantes e também para promover condições de melhor equilíbrio. A utilização excessiva de adubações nitrogenadas pode promover o aumento populacional de algumas pragas.

Hereditárias

Características hereditárias são originadas de herança genética, ou seja, transmitidas pela combinação genética dos pais.

Para vocês compreenderem melhor, vamos usar um exemplo prático e atual: vocês se lembram da grande epidemia de gripe suína que assolou o mundo no início de 2009. Muitas pessoas pegaram o vírus e não apresentaram os sintomas ou apresentaram os sintomas de forma muito leve.

Já outras pessoas apresentaram os sintomas de forma bem intensa e vieram a falecer por complicações decorrentes do vírus.

Nesse caso, as pessoas com sintomas leves, mostraram-se mais resistentes, mais pre- paradas para enfrentar o vírus no seu organismo. O mesmo acontece com as plantas. Dessa maneira, podemos dizer que um cultivar considerado resistente é capaz de, devido a sua constituição genotípica, mostrar-se com menor dano que outros, sob condições de igualdade, ao ataque de uma praga.

Quando um grupo de genótipos, ou seja, um cultivar sofre ataque de uma pra- ga, ele pode apresentar tipos diferentes de resposta. Essas diferentes respostas caracterizam cinco graus diferentes de resistência, que são:

Genotípica

Constituição genotípica é um genótipo de um indivíduo, ou seja, conjunto de genes de um indivíduo.

Imunidade:

não há nenhum dano provocado pelo inseto sob nenhuma condição. Alta resistência:

em comparação com outros cultivares, o dano sofrido é pequeno. Resistência moderada:

o cultivar sofre dano um pouco menor que outros cultivares. Susceptibilidade:

o cultivar sofre dano semelhante a dano que ocorre em outros cultivares. Alta susceptibilidade:

o cultivar em questão sofre de danos maiores que outros cultivares.

Além de apresentar como vantagem o fato de ser compatível com outros méto- dos de controle de pragas, a resistência de plantas apresenta outras vantagens, como: facilidade de utilização, é harmônica com o ambiente, é persistente, ou seja, atua constantemente contra populações baixas de pragas, em que não

seria economicamente viável a utilização de defensivos e não interfere em outras práticas culturais.

Ao mesmo tempo, como desvantagens, esse método apresenta o fato de ser demorado, ou seja, o tempo para obtenção de cultivares resistentes é longo e pode ser bastante difícil associar, numa mesma planta, características de resistência a insetos e também características agronômicas desejáveis, como produtividade, porte etc.

Para o café, encontramos mais uma difi culdade: por ser uma planta perene, o produtor terá benefícios dessa tecnologia em plantios novos ou se arrancar talhões já instalados, o que pode mostrar-se uma operação bastante onerosa.

Já foi constatada a resistência ao bicho-mineiro em espécies de café não comerciais, como o C. racemosa. Por esses motivos, o Instituto Agronômico de Campinas vem, há anos, selecionando populações resistentes ao bicho-mineiro, mediante transfe- rência de genes de resistência ao inseto presentes na espécie C. racemosa. Já existem gerações de plantas oriundas da transferência de genes da C. racemosa para C. arábica com boa resistência ao bicho-mineiro, mas ainda não há nenhum material recomendado comercialmente.

1. Como vocês haviam pesquisado anteriormente sobre a teoria da trofobiose,