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Conjunto Normativo da produção Biotecnológica na Amazônia

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3. Biotecnologia: A verdadeira vocação da Amazônia

3.1. Conjunto Normativo da produção Biotecnológica na Amazônia

A Convenção sobre Biodiversidade Biológica realizada em 1992, no Rio de Janeiro, teve texto aprovado por meio do Decreto Legislativo n. 2 de 1994. Assim, no seu artigo 2º, temos que “biotecnologia significa qualquer aplicação tecnológica que utilize sistemas biológicos, organismos vivos, ou seus derivados, para fabricar ou modificar produtos ou processos para utilização específica”.

O Acordo sobre os Direitos de Propriedade Intelectual (TRIPs) foi celebrado no intuito de estabelecer relações cooperativas entre os países-membros da Organização Mundial do Comércio (O.M.C), uniformizando as diretrizes da

108 Macedo, C., A.; Venâncio, A.; Malcata, F. X.; “Biotecnologia dos Alimentos”, capítulo XX,

Biotecnologia Fundamentos e Aplicações. 2003.

109 POLÍTICA INDUSTRIAL: Teoria e Prática no Brasil e na OCDE. ERBER,Fábio S.; CASSIOLATO,

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Organização Mundial do Propriedade Intelectual (O.M.P.I) e foi ratificado no Brasil em 1994, por meio do Decreto n. 1.355, de 30.12.1994.

A partir da ratificação, o Brasil, segundo os artigos 8°, 65, 66 e 67 do referido acordo, teve o prazo extendido, concedido aos países em desenvolvimento, para promover uma maior capacitação humana e adequar sua infraestutura jurídica e técnica para as inovações. Portanto, os países- membros da OMC devem ter em seus ordenamentos jurídicos instrumentos que permitam incorporar o conteúdo do acordo TRIPs.

Visando estimular as inovações nos países em desenvolvimento retardatário, as licenças de patentes que os inventores tem direito motivam esforços em pesquisa e desenvolvimento (P&D), assim, buscando a melhoria socioeconômica nestes países, o TRIPs impele regras objetivas de cooperação e harmonia entre os detentores das patentes. !

O sistema de patentes e de direitos correlatos não foi concebido como um fim em si mesmo. Proteger a patente de invenção não é o objetivo do sistema de patentes. O objetivo é promover a atividade inventiva, o avanço tecnológico e a transferência e a capacitação tecnológica, remunerando eqüitativamente o inventor e almejando um fim maior: promover o desenvolvimento científico, econômico, social e tecnológico. É, portanto, um meio, e não um fim em si mesmo.110!

Através de uma equação simples para avaliar o porquê do custo da inovação (C.D.I) no país ser tão alto, avaliamos dois fatores: as licenças importadas (L.I), menos as licenças exportadas (L.E). Vejamos: L.I - L.E = C.D.I. !

Dado que, em um mercado perfeitamente competitivo, o custo de reprodução da inovação tende a zero, o valor de uma inovação originar-se-ia a partir

110 Centro de Estudos de Debates Estratégicos da Câmara dos Deputados. A Revisão da Lei de

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de seu monopólio jurídico. Por essa perspectiva, os incentivos necessários à geração de novos conhecimentos e tecnologias passariam pela transformação de um bem público - conhecimento - em um bem privado, através da patente.111

!

Apesar disto, no Brasil sai caro inovar pelo fato do custo de reprodução da inovação ser muito maior que zero. Os monopólios jurídicos temporários (licenças de patentes) são, em regra, de posse estrangeira. Os processos e métodos patenteados por estrangeiros custam caro ao desenvolvimento nacional, promovendo uma reprodução da inovação no país segregada, marginalizada e de baixo impacto socioeconômico no país.!

Países com menor grau de desenvolvimento, como o Brasil, esbarrariam em problemas de infraestrutura e capacitação humana em um ecossistema de concessões de patentes. Não inovariam, apenas pagariam os royalties do conhecimento importado dos países centrais.!

Nesse cenário, o acordo TRIPs, após rodadas de discussões, determinou o que veremos a seguir: !

O acordo TRIPs concedeu prazo para que os países em desenvolvimento e países de menor desenvolvimento relativo que não reconheciam patentes para alguns campos tecnológicos passagem a fazê-lo. Os países em desenvolvimento, incluído ai o Brasil , teriam até 2005 para incorporar o padrão mínimo de concessão de direitos de propriedade intelectual em suas legislações internas; e os países de menor grau de desenvolvimento, conforme lista da ONU, teriam até julho de 2013 - e para o campo de patentes farmacêuticas, eles teriam até 1° de janeiro de 2016, conforme previsto na Declaração de Doha sobre o Acordo TRIPs e Saúl Pública, assinada em 2001. [...] Vários países em

111 Ibidem. P. 29.

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desenvolvimento, como o Brasil, apoiaram a medida, ao passo que países em desenvolvimento ficaram reticentes.112!

Embora o governo brasileiro tenha apoiado a medida que propiciaria, dentro do contexto do TRIPs, o desenvolvimento científico-tecnológico no país, não nos preparamos para gerir como uma prioritária e relevante política nacional.

O acordo que teria por fim estimular o desenvolvimento econômico, social e tecnológico no Brasil, na verdade marginaliza a inovação nacional e alimenta o capital estrangeiro e as indústrias multinacionais instaladas no país, com a transferência dos lucros ocorrendo para as suas respectivas sedes.

O cenário é de baixa-incorporação do valor agregado às inovações, porque se inova pouco e se gasta muito com as licenças importadas.

O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) demora, em média, 11 anos para aprovar!uma patente. A demora elevada em relação a países-centrais é um dos fatores que influencia na baixa concessão de patentes no Brasil. A necessidade do reconhecimento estratégico das inovações para o crescimento econômico é premissa para um projeto desenvolvimentista amparado, inclusive, no texto constitucional.

O desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional é prejudicado com a baixa inovação e o precário sistema de patentes. A solução viável de endogeneizar os métodos e produtos com tecnologia própria, em detrimento da importação e remessa de royalties ao exterior, esbarra nos limites legislativos.

Enfim, cotejando o Acordo TRIPs aos preceitos constitucionais, temos a inviabilização de determinadas normas imperiosas para o projeto desenvolvimentista do país. Assim, é necessário o debate para aperfeiçoamento do quadro-geral de patentes do país, buscando sempre a maior competitividade brasileira no âmbito

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mundial com uma produção cada vez maior de produtos inovadores e líderes de mercado.

O Acordo TRIPs, nesse sentido, é um limite jurídico momentâneo a consecução do objetivo nacional, previsto na constituição nos art. 218 e 219, de autonomia tecnológica.

Para nortear futuras medidas a serem adotadas, a Constituição de 1988 oferece meios para a readequação do mercado interno - que é patrimônio nacional. Assim, ainda que interesses externos colidam com os interesses nacionais, ao princípio da soberania que rege as relações supranacionais prevalecerá.

Fragilidades jurídico-econômicas à exploração dos recursos naturais são temas que pertencem, especialmente, a pauta política regional.

Não pretendendo esgotar o tema sobre a legislação densa existente, visamos a importância, por exemplo, da Lei n. 13.123/2015, que regulamenta o acesso ao patrimônio genético no país, notadamente no artigo 2º, XI, dispõe que o acesso ao patrimônio genético tem por finalidade: desenvolvimento tecnológico - trabalho sistemático sobre o patrimônio genético ou sobre o conhecimento tradicional associado, baseado nos procedimentos existentes, obtidos pela pesquisa ou pela experiência prática, realizado com o objetivo de desenvolver novos materiais, produtos ou dispositivos, aperfeiçoar ou desenvolver novos processos para exploração econômica.

No caso específico, a biodiversidade per si não pode ser objeto de patente, nem considerada invenção ou modelo de utilidade. É o que mencionam os artigos 10, IX, e 18, III, ambos da Lei n. 9.279/96 (Lei de Patentes). Vejamos:

Art. 10. Não se considera invenção nem modelo de utilidade:

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IX - o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biológicos encontrados na natureza, ou ainda que dela isolados, inclusive o genoma ou germoplasma de qualquer ser vivo natural e os processos biológicos naturais.

Art. 18. Não são patenteáveis:

(...)

III - o todo ou parte dos seres vivos, exceto os microorganismos transgênicos que atendam aos três requisitos de patenteabilidade - novidade, atividade inventiva e aplicação industrial - previstos no art. 8º e que não sejam mera descoberta.

Parágrafo único. Para os fins desta Lei, microorganismos transgênicos são organismos, exceto o todo ou parte de plantas ou de animais, que expressem, mediante intervenção humana direta em sua composição genética, uma característica normalmente não alcançável pela espécie em condições naturais.

A legislação brasileira considera os extratos de plantas e as substâncias ativas presentes nas plantas, mesmo quando isoladas da natureza, descobertas e, portanto, não passíveis de patente.113

Para financiar este tipo de atividade, a Lei n. 10.332/2001 – que instituiu mecanismos de financiamento para programas de Ciências e Tecnologia, dentre eles os programas de Biotecnologia e Recursos Genéticos – dispõe, em seu art. 2º que o objetivo desta lei é incentivar o desenvolvimento científico e tecnológico brasileiro, por

113 PIMENTEL, Victor Paiva. Et al. Biodiversidade Brasileira como fonte de Inovação Farmacêutica:

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meio de financiamento de atividades de pesquisa e desenvolvimento científico- tecnológico de interesse de áreas como a biotecnologia e recursos genéticos.

O interessante foi notar que o parágrafo 2º, deste mesmo art. 2º, propõe um mecanismo que busque estimular o desenvolvimento regional, dispondo que no mínimo 30% (trinta por cento) dos recursos de cada Programa serão destinados a projetos desenvolvidos por empresas e instituições de ensino e pesquisa sediadas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, incluindo as respectivas áreas de abrangência das Agências de Desenvolvimento Regionais.

Ademais, estudos sobre o tema apontam instrumentos que podem ser utilizados para que ocorra um desenvolvimento sustentável dos arranjos produtivos locais no Brasil.

A participação efetiva do Estado (através de uma política industrial e tecnológica) mostra-se crucial para o sucesso de um Arranjo Produtivo Local, através do provimento de infraestrutura, apoio a centros de pesquisa e desenvolvimento, realização de investimentos públicos, entre outros. Outros instrumentos importantes são meios de coordenação (governança) entre os agentes devido à grande complexidade do sistema produtivo e a cooperação entre empresas e demais instituições, como é o caso da constituição recente de Parques Tecnológicos no Brasil e o estabelecimento de relações tri (governo-academia-empresas, como é o caso, por exemplo, do BHTec, em Belo Horizonte) ou quadripartites (governo-academia- empresas-sindicatos de trabalhadores, como é o caso do Parque Tecnológico de São Bernardo do Campo) em sua implantação ou gestão.114

Ainda exemplificando. Dentre as ações sugeridas para zerar o desmatamento ilegal na Amazônia, está a otimização da regularização fundiária, especialmente em relação as suas questões cadastrais.

114 BERCOVICI, Gilberto. OCTAVIANI, Alessandro S. BRAGA, Luis Marco Aurelio Cezarino.

VASCONCELLOS, Jonnas Esmeraldo Marques de. O Ordenamento da Inovação Tecnológica em Ação: Lei 10.973/04, Lei 11.196/05 e Lei 11.487/07. São Paulo, P.22-23.

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Nesse sentido foi sancionada a lei 13.465/17. Esta lei dispõe sobre a regularização fundiária rural e urbana, sobre a liquidação de créditos concedidos aos assentados da reforma agrária e sobre a regularização fundiária no âmbito da Amazônia Legal. Além de instituir mecanismos para aprimorar a eficiência dos procedimentos de alienação de imóveis da União.

Em seu art. 2o, onde altera trechos do art. 19, da lei 8.629/93, passa a

estabelecer que um dos critérios para determinar os beneficiários do Programa Nacional de Reforma serão, entre outros, o de ‘’ I - família mais numerosa cujos membros se proponham a exercer a atividade agrícola na área objeto do projeto de assentamento; (...) VII - outros critérios sociais, econômicos e ambientais estabelecidos por regulamento, de acordo com as áreas de reforma agrária para as quais a seleção é realizada’’.

Assim, percebe-se que políticas públicas fundiárias estão sendo efetuadas para populações dessa área. Outras são necessárias, especialmente aquelas que agregam valor ao capital humano que ali vive. Neste contexto, a base de um desenvolvimento sustentável - a partir da utilização racional da terra - deve ser debatida nestes novos ecossistemas urbanos e rurais, legitimamente regularizados pela supracitada legislação.

Com a implementação do Código Florestal, estima-se que a redução da área de pastagens será de cerca de 8,2 milhões de hectares em 2030, o que representa 19,7 milhões de hectares de pastagem a menos.

Com o objetivo de flexibilizar a articulação público-privada, a Lei de Inovação (Lei 10.973/2004) estabeleceu: (i) medidas de incentivo à pesquisa e à inovação, regulando a titularidade da propriedade intelectual e a participação dos pesquisadores nos ganhos econômicos; (ii) estímulo à cooperação entre instituições públicas e privadas, através da dispensa de licitação para licenciamento da propriedade intelectual, estímulos para uso de infraestrutura pública de pesquisa e maior mobilidade aos pesquisadores; (iii) novos mecanismos de suporte do Estado ao desenvolvimento tecnológico da empresa, envolvendo arranjos público-privados, autorização para a constituição de sociedades de propósito específico (SPE) voltadas

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ao desenvolvimento de projetos científicos ou tecnológicos, entre outros. A lei de inovação também estabeleceu, em seu artigo 19, a possibilidade de financiamento direito de pesquisa e desenvolvimento (P&D) nas empresas, através de uma modalidade específica de subvenção ao setor privado. A subvenção permite o incentivo direto ao desenvolvimento de produtos e processos inovadores em empresas, através do apoio a atividades de P&D, desde que haja contrapartida da empresa beneficiada.115

Outrossim, a Lei n. 11.196/2005 (Lei do Bem), que dispõe sobre incentivos fiscais sobre a inovação tecnológica, em seu artigo 17 e seguintes, trata dos benefícios, instituidores de um novo regime tributário aplicável às empresas que investem em inovação e P&D, que funcionam como uma verdadeira forma de intervenção indutiva praticada pelo Estado para cumprir seus objetivos constitucionais voltado a superação do subdesenvolvimento – na esteira do “desafio furtadiano”. Neste contexto, vários são os ramos de atividades que podem vir a se beneficiar dos incentivos instituídos pela Lei do Bem, entre estes, o setor de biotecnologia, o qual inclusive, integra as áreas estratégicas de crescimento segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. (ANDRADE NETO e PEREIRA, 2002)

Enfim, cumulada as legislações acima identificadas, passaremos a análise da esfera legislativa anômala que permeia a região da Amazônia. Conforme acima no capítulo 1, a principal política de desenvolvimento regional executada no Amazonas é a Zona Franca de Manaus, esta que tem estrutura legislativa que comporta incentivos fiscais a industrias que se instalam e buscam desenvolver atividades.

Os incentivos fiscais do Estado do Amazonas são regulamentados pelas seguintes leis estaduais: Lei nº 2.826/2003, com as alterações introduzidas pelas Lei N°. 2.879, de 31 de março de 2004, Lei nº 2.927/04, de 17 de novembro de 2004 e Lei N°. 3.022, de 28 de dezembro de 2005.

115 ZUCOLOTO e FREITAS. Propriedade Intelectual e Aspectos Regulatórios em Biotecnologia. 2013,

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A título exemplificativo, para demonstrar que tipo de atividade está englobada entre os sujeitos ao regime especial de tributação, temos artigo 4º, §1º, “IV”, da Lei Estadual 2.826/2003, dispõe que “a concessão dos incentivos fiscais caberá unicamente aos produtos resultantes de atividades consideradas de fundamental interesse para o desenvolvimento do Estado - empresas que promovam investimento em pesquisa e desenvolvimento de tecnologia de processo e/ou produto”.

Ademais, o artigo 19 trata dos requisitos que deverão ser cumpridos para que as empresas estejam aptas a receber os incentivos fiscais. Dentre os requisitos, estão os que tratam do desenvolvimento de programas de regionalização e de desenvolvimento tecnológico, estabelecidos em lei. Ou seja, o desenvolvimento na região deve ser endógeno.

Vejamos:

Art. 19. As empresas beneficiadas com incentivos fiscais deverão cumprir as seguintes exigências:

(...)

III - desenvolver programas de regionalização e de desenvolvimento tecnológico, nos termos e condições estabelecidas pela legislação;

IV - Manter programas de gestão de qualidade, meio ambiente e de segurança e saúde ocupacional;

VI – Reservar parcela de sua produção de bens de consumo final para atender a demanda local, hipótese em que a sociedade empresária industrial incentivada deverá aplicar, na saída interna do produto, a base de cálculo do ICMS reduzida de forma que a carga tributária corresponda a 7% (sete por cento) do valor da operação;

VII - assegurar, em condições semelhantes de competitividade, quanto a preços, nestes incluídos os custos totais de logísticas, qualidade e prazo de entrega, preferência à aquisição de produtos intermediários, partes e peças, produtos secundários e

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materiais de embalagens, fabricados em território amazonense, preferencialmente no interior do Estado.

Em que pese a estrutura normativa estar plenamente em vigor, o desinteresse em avanços nessas áreas se traduzem, por exemplo, em projeto que carecem de investimentos e, por isso, deixam de levar os resultados que poderiam, seja para a região Amazônica, seja para o Brasil ou para o mundo inteiro.

O título da matéria que saiu na imprensa local (Manaus/AM), em 22 de abril de 2016, ilustra o que é o atual cenário na biotecnologia da região: “Cientistas do Amazonas criam bactérias para despoluir rios contaminados com mercúrio; projeto busca apoio”.116

A presente seção, portanto, teve por objetivo demonstrar incoerências jurídicas dentros do conjunto normativo brasileiro. Os fatores que influenciaram na crise cientifico-tecnológica que acontece no Brasil, perpassam pela análise da gestão das políticas de propriedade industrial estabelecidas na ordem constitucional e infra- constitucional brasileira, que afetam diretamente a produção biotecnológica brasileira e, por consequência, o desenvolvimento nacional.

Deste modo, a legislação brasileira estaria alcançando o resultado oposto ao desejado, punindo pesquisadores nacionais sem impedir o contrabando por estrangeiros. Instituições estrangeiras que objetivam acessar os recursos genéticos precisam estar associadas a uma instituição nacional. Para alguns especialistas da

116 CIENTISTAS DO AMAZONAS CRIAM BACTÉRIA PARA DESPOLUIR RIOS; PROJETO BUSCA

APOIO. Disponível em: http://portalamazonia.com/noticias-detalhe/ciencia-e-tecnologia/cientistas-do- amazonas-criam-crowdfunding-para-levar-projeto-ao-

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área, a atual legislação acaba funcionando como um incentivo às empresas burlarem a burocráticas regras, incorrendo na biopirataria.117