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Desafios Sociais e Medidas de Governança: redefinição das

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A da crise económica e social verificada em 2010/2011, foi acompanhada por um desinvestimento por parte do Estado, e o sector social foi muito penalizado. Continua a ser fundamental e um perma- nente desafio a captação de fundos europeus indispensáveis para a implementação de políticas pú- blicas sociais, inovadoras e de impacto regional / local, integradas em processos de desenvolvimento local e comunitário. Apesar da complexidade dos processos e da regulamentação de acesso a fundos estruturais da União Europeia, eles constituem um recurso estratégico para o crescimento económi- co e social do país e promoção da competitividade no contexto internacional.

No que respeita à resolução de problemas sociais, consideramos que a Governança é uma resposta

estratégica de promoção da participação de diferentes atores na tomada de decisão e implementa-ção da participação de diferentes atores na tomada de decisão e implementa- da participação de diferentes atores na tomada de decisão e implementa-

ção de políticas públicas ajustadas à realidade local / territorial, e um desafio à democracia que se reinventa no quotidiano das comunidades. É solicitada a participação (ativa) da comunidade, envol- vido o poder local e as entidades locais na delimitação de estratégias e metodologias necessárias à execução de projetos de intervenção social local que se assumem como “boas práticas” de promoção de inclusão e de mudança social. O conhecimento profundo da realidade social e das dinâmicas da comunidade são fulcrais para o alcance de intervenções de sucesso. Na implementação dos progra- mas CLDS, as entidades envolvidas participam em todas as fases (formulação, implementação e ava- liação), o Ciclo Multinível de Governança (Almeida e Almeida, 2018). Sem capacidade de resposta às solicitações da população e sem solução para problemas sociais que advieram das sucessivas crises, o Estado transfere responsabilidade social para a Sociedade Civil (Formal e Informal), numa inter-

venção que se almeja ser de proximidade, contínua e em articulação com entidades públicas e priva-ínua e em articulação com entidades públicas e priva-nua e em articulação com entidades públicas e priva-

das locais, cujo foco primordial se prende com a irradicação das desigualdades sociais, o combate o desemprego, pobreza e exclusão social. O Estado delega competências e transfere responsabilidades para as organizações de economia social e, apesar da incerteza e das dificuldades financeiras com que estas se confrontam, cria condições para a implementação de intervenções mais ajustadas aos territórios e aos problemas sociais emergentes, através de programas de intervenção local, como os Programas CLDS.

Da análise das ações integradas nos Programas CLDS, cujo impacto social ainda não foi analisado, as evidências sugerem que elas tenham contribuído para a melhoria das condições de vida das famílias, da auto-organização das comunidades e do ordenamento do território. Com efeito, dotando-se as

famílias de competências sociais, pessoais, profissionais e formativas / académicas, a ação das equi- ação das equi-s equi-

pas contribui para o aumento da motivação e capacitação das populações abrangidas. Dotando-as de ferramentas e qualificações importantes para a reintegração no mercado laboral, torna-as mais aptas e predispostas para participar e contribuir ativamente na vida em comunidade. Em ambientes ou contextos precários, muitas vezes, os profissionais que estão no terreno deparam-se com resistências da comunidade, fruto da descrença na atuação dos serviços públicos e do poder local. Cabe, então, às equipas multidisciplinares de intervenção local (e.g., equipa CLDS-3G Coimbra), enquanto atores sociais de proximidade, responder às solicitações das populações e territórios mais vulneráveis de forma célere, eficaz e menos burocrática, substituindo-se e/ou complementando o Estado nas suas funções e responsabilidades sociais que lhe são inerentes.

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2019 Os CLDS-3G assentam, pois, em Modelos de Governança Multinível de Base Local / Territorial,

promotores de relações horizontais e verticais (essenciais e fulcrais), de interação social e de novas dinâmicas participativas e deliberativas, nos quais o Estado é parceiro na implementação de políticas públicas (comunitárias e nacionais), e para os quais são delineados objetivos específicos e ajustados aos territórios intervencionados (Almeida e Almeida, 2018). O Estado, ao transferir poderes às re- giões e aos Municípios – transferência de responsabilidades sociais – decorrente da necessidade de conferir maior participação na resolução de problemas económicos e sociais, proporciona uma maior credibilidade e consistência à intervenção local, reforça a importância e o trabalho desenvolvido nas entidades locais em prol dos cidadãos e gera uma maior estabilidade social no território.

O reconhecimento da importância destes programas nas dinâmicas sociais das regiões e das comuni- dades e da persistência de fragilidades sociais nos territórios portugueses, conduziu à continuidade de tais programas, pela Portaria n.º 229/2018, de 14 de Agosto com a criação da 4.ª Geração dos Programas CLDS.

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