O presente trabalho, baseando-se na formação de seu projeto e na construção de seu desenvolvimento, teve como objetivos discorrer acerca dos principais portos marítimos em operação em Santa Catarina, com ênfase nas principais vantagens e carências da infraestrutura portuária, procurando estabelecer mínimos paralelos de identificação com as atuais atividades da economia estadual, e a avaliação das necessidades e alternativas para que os portos atinjam posições de maior destaque no Brasil e no mundo.
Para melhor compreensão dos fatos, o mesmo dividiu-se em três capítulos essenciais: Portos em Santa Catarina: Apanhado Histórico; O Comércio Exterior e a Infraestrutura Portuária; e Vantagens e Desvantagens dos Portos Catarinenses para o Comércio Exterior.
O capítulo introdutório do tema centrou-se, mesmo que sucintamente, na exposição de um apanhado histórico sobre a navegação e os portos buscando apresentar o processo de formação da matriz do modal marítimo, para o transporte de pessoas e mercadorias, no Estado de Santa Catarina, relacionando-o com o povoamento e com o início das atividades econômicas da região. Ficando claro que a influência do transporte marítimo teve papel fundamental na construção dos alicerces do Estado, tendo como exemplo sua utilização na vinda dos imigrantes europeus, assim como por servir de início para a construção das primeiras cidades, bem como para a exportação de seus primeiros elementos naturais.
Já no segundo capítulo buscou-se, primeiramente, caracterizar as atividades de comércio exterior do Brasil e sua história até os dias atuais, onde mostra-se como o país caminhou para atingir o patamar em que se encontra. É também nesta etapa do desenvolvimento que a infraestrutura portuária catarinense é descrita de acordo com suas instalações e atividades recentes. Por fim, há a análise dos principais mercados produtivos do Estado e sua vinculação com as operações portuárias de importação e exportação, cujo quadro bem demonstra a existência de um virtuoso mosaico de atividades predominantes em cada região (tópico 2.3) e que possuem íntima ligação com portos localizados ao longo do litoral “barriga verde”. De modo geral, é neste capítulo que é visto qual a importância de cada porto para as atividades do comércio internacional via Santa Catarina.
A última etapa do desenvolvimento deste estudo consistiu na reunião de informações chaves expostas nos capítulos anteriores que diziam respeito, e sobre as condições portuárias atuais dos principais portos do Brasil, propiciando uma análise
comparativa a respeito das vantagens e carências dos portos catarinenses e seus competidores nacionais e internacionais, assim como sobre aspectos que tratam sobre seus investimentos e desenvolvimentos.
Dentre os diversos aspectos abordados durante o trabalho, destaca-se aqueles que melhor respondem ao “problema/indagação” proposto para este estudo.
Portanto, inicia-se a análise dos pontos mais importantes da pesquisa tratando sobre quais as ações a serem tomadas para concretizar a busca por novos investimentos para o desenvolvimento das regiões portuárias catarinenses. Visto que o modal marítimo é o responsável pela absoluta maioria dos transportes de mercadorias, a captação de investimentos para aplicar em suas estruturas e ambientes, mantendo-os atualizados e condizentes com a tecnologia utilizada mundialmente, é fator indispensável para manter-se a competitividade nacional e internacional. A questão da precariedade da infraestrutura brasileira estar funcionando como um inibidor para o desenvolvimento da economia faz com que as atenções de governos e da iniciativa privada voltem-se para o setor da logística. O empenho no planejamento para investimento de forma sustentável, aliado com o constante fornecimento de operações de qualidade para os que operam via portos catarinenses, aparecem como as melhores estratégias para chamar a atenção de investidores na área.
Outro ponto de destaque é o impacto que as operações de logística portuária causam tanto na economia do Estado catarinense como do Brasil, visto que Santa Catarina possui, atualmente, movimentações sólidas de importações (quinto maior importador do Brasil em 2011) e exportações (décimo maior exportador do Brasil em 2011), o que acaba refletindo no número crescente de atividades de seus portos. Prova disso é o Porto de Itajaí aparecer como o segundo colocado no ranking nacional de movimentação de contêineres, atrás apenas do Porto de Santos. A boa prestação de serviço e desempenho da logística, aliados à política tributária vantajosa para as operações via Santa Catarina, acabam trazendo empresas de todas as partes do Brasil para operarem aqui. Os fortes polos produtivos da região direcionados ao consumo nacional e internacional também requerem uma estrutura portuária adequada à suas operações, fato que em muito contribui para a competitividade de seus produtos.
Por fim, a identificação e caracterização das vantagens e carências da infraestrutura portuária com relação a seus rivais nacionais e internacionais.
Como pontos positivos foi possível verificar a adoção de práticas ambientais, como do porto de Itapoá, e a tentativa de integração entre o porto e a cidade onde está sediado, como no caso de Itajaí que é uma das precursoras neste quesito em termos nacionais.
A infraestrutura existente também merece ser elogiada pois, mesmo apresentando carências a serem sanadas, recebeu consideráveis melhorias nos últimos anos, a ponto de estar tecnologicamente equipada para receber, com boa agilidade, grande parte da frota global de navios, ficando limitada apenas às operações com os “super” cargueiros. A localização de Santa Catarina também torna-se um critério estratégico positivo pois possui fácil ligação com os países do MERCOSUL, além de ter rotas marítimas estabelecidas para todos os outros continentes.
Do lado das desvantagens evidencia-se, dentre outros elementos, os gargalos da infraestrutura na região, que afetam a logística estadual como um todo aumentando os custos e o tempo do transporte das mercadorias, e a estrutura portuária debilitada, com poucos berços e calados de profundidade mediana que limitam o número de operações simultâneas e não permite a vinda dos gigantescos navios de última geração. A falta de investimentos também desponta como ponto negativo, pois afeta na escolha da malha logística pelos atores envolvidos, assim como é a principal diferença para os principais portos internacionais que recebem quantias de recursos muito mais elevadas que no Brasil. Por último, deve ser citada a recente questão da implementação da alíquota única de ICMS para todos os Estados do país que, estima-se, irá criar consequências para os portos catarinenses ao acabar com a política tributária favorável às importações, fato que demonstrou um grande atrativo para empresas de outras regiões do país aqui se instalarem e operarem.
É importante destacar que este trabalho não teve como meta listar todas as vantagens e carências das infraestruturas dos portos catarinenses, tampouco exaurir o tema, por conta da diversidade de fatores que seria necessário para tal, tendo por objetivo precípuo, traçar um panorama descritivo dos portos catarinenses, sua importância para a economia e o desenvolvimento econômico de Santa Catarina, bem como destacar pontos que elevam-se como cruciais para uma visão geral do setor.
Nos últimos anos muito já foi feito, no entanto, muito ainda há por fazer, para que os portos catarinenses correspondam a pujança de nosso Estado.
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