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LITERATURE IN CHILD EDUCATION: A STORY ALWAYS NEEDED TO BE TOLD

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dos aportes teóricos e dos ordenamentos legais apresentados nas seções anteriores, apresento aqui uma reflexão sobre os indicativos que melhor ilustram este estudo, de forma a salientar minhas impressões de formação pessoal e profissional.

Ao considerar a LDB Nº 9394/96 e suas implicações no cotidiano escolar, conforme apontamentos na seção 1 deste estudo, ressalta-se que a legislação em vigor é, sem dúvida, uma implementação de leis extremamente “pesadas e exigentes” sob o ponto de vista pedagógico e administrativo para uma instituição escolar que não possuo assessoramento ou possivelmente um corpo técnico habilitado. De certo, os moldes de uma equipe tecno- pedagógica, habilitada para tal exercício seria de suma importância nas escola que oferecem EI, uma vez que envolve interesses orçamentários e interfere no cotidiano das salas de aula de tantas instituições públicas e até mesmo nas unidades privadas.

Neste contexto, além de outros pareceres e legislações correlatas, que instituíram profundas e importantes mudanças na rotina das escolas e na vida escolar dos alunos, dando maior enfoque a ao ensino e a aprendizagem, busca-se, na prática, indicações sobre o fazer pedagógico e de como fazê-lo, propiciando na educação básica, particularmente, na educação infantil, uma discussão bastante simples sobre o papel da educação e sua estrutura de currículo ideal à EI no mundo contemporâneo e à atuação do professor – mediador envolvido neste sistema legal. Certamente, a Educação Infantil não pode ficar à margem, sem ao menos ser

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implementada na presente lei, orientações especificas a ela. O que é apresentado à sociedade é um estreitamento, bastante tênue, entre o serviço e o currículo que é apresentado na Educação Infantil daquele que se encontra nas grades das series iniciais. Atualmente, o debate sobre o planejamento, o currículo e o fazer pedagógico na EI, ganha em uma larga escala força, e intencionalidade em uma importante preocupação de investimento, quer seja por parte dos educadores ou pela família. Pesquisas apontam que as crianças na fase pré-escolar, ou seja, matriculadas na EI, são altamente capazes e o seu estímulo muito facilitará as modalidades em cursos ulteriores, uma vez que são capazes de pensar e relacionar com números, quantidades, textos e contextos. Neste sentido, a contação de histórias faz com que a criatividade o que leva a comunicação e expressão salientando-se que se expressem de elevada intencionalmente comunicativa, pois ao traçarem seus grafismos abstratos, e até mesmo garatujas, colocam-se, de posse no mundo adulto letrado, certamente, um ensaio, rumo ao que é convencional. Consequentemente, se bem planejadas as atividades na EI, é possível propor atividades com diversos temas de aprendizagens sem deixar de lado as brincadeiras que são próprias desta faixa etária, preocupação que há uma década era bem pouco estimulada, estudada e divulgada. Na EI, não há somente “brincadeiras” à todo um movimento a frente de uma aprendizagem qualitativa.

A atual LDB salienta, no seu artigo 21, um olhar atento sobre o planejamento adequado na educação básica, amplia-se o conceito de educação infantil – que, postulado por autores citados no decorrer deste texto, aprofundam a discussão a respeito desta temática e do seu tratamento.

A nova escola, que se lança a abraçar a EI, e particularmente a escola de educação básica, cuja seção inclui-se esta mesma EI, onde acontece e se sistematiza a atuação dos projetos educacionais, ora vivenciados, nasceu sob os olhares da antiga Lei – a 5692/71, que perpetuou experiências inegáveis em relação ao ensino de acolhimento às series iniciais. Nesta perspectiva, sob o advento da nova LDB promulgada aos 20 dias de dezembro de 1996, sob o compromisso deliberativo, inadiável, de se oferecer à população, sobretudo a da faixa de 5 a 14 anos, já previsto na legislação anterior, uma educação mais adequada, que não somente proporcionasse “ao educando a formação necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades como elemento de autorrealização, uma qualificação para o mercado de trabalho mais relevante e ao preparo para o pleno exercício consciente de sua cidadania”. E,

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face a este desenvolvimento tido como tripé dos fins educacionais se devam em grande parte na fase inicial, ou seja, seu fortalecimento e adaptabilidade se dão na introdução da criança antes dos 6 anos de idade, seguramente.

Segundo constataram alguns autores, no decorrer deste estudo, acerca da temática sobre leitura e escrita, todo o processo de ensino e aprendizagem poderá ser mais eficiente se promovido por meio da ludicidade e da dialogicidade porque estes vieses favorecem a oportunidade e a possibilidade de um trabalho altamente rico e gratificante, de especial relevância e importância na velocidade com que a aprendizagem das regras se concentra, ao estimular as aprendizagens e o desempenho dos alunos, até o desenvolvimento de habilidades matemáticas.

Neste sentido, recomenda-se que as atuais Politicas Públicas possam proporcionar ações integradas em prol de uma aprendizagem mais eficiente e eficaz e que nosso corpo docente e técnico seja valorizado em suas ações de ensino, incentivado e capacitado quanto ao desenvolvimento do pensamento autônomo, crítico, científico, criativo, ético e profissional.

Como uma autoavaliação, destaca-se que, durante todo o processo nas aulas, sempre, consentíamos, de alguma forma, com a cooperação direta dos alunos, tais como: na escolha dos grupos, na forma de jogar e pontuar e, até mesmo, na criação de algumas regras para os jogos propostos. Nosso entendimento, enquanto equipe do Projeto Sabendo Mais, nos permitiu entender que a criança também poderia e deve contribuir no desenvolver das atividades, pois esta ação é imprevisível. Fato é que ela – a cria e recria as ações e, também, escreve o próprio roteiro. Muitas das vezes, uma mera dúvida de um determinado aluno mudaria todo o curso da atividade já planejada. E isto é consideravelmente importante, visto que a criança também é o ator neste evento e não somente o coadjuvante ou mero figurante.

Lembro-me de que durante uma oficina houve uma leitura em que um aluno me questionou sobre o livro intitulado Chapeuzinho amarelo, o qual havíamos lido e discutido sobre esse conto. “Como temos medo do que não conhecemos”, achei interessante a fala deste aluno, entretanto, abri um espaço para um debate. Ficamos conversando sobre o assunto, a aula rendeu e foi muito bem-sucedida.

À guisa de uma breve conclusão, nada melhor do que uma frase de um escritor e poeta representante de nossa literatura brasileira – João Guimarães Rosa – a fim de motivar,

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permanentemente, nossos ideais, nossas conquistas e nossas vitórias: “professor não é aquele que ensina, mas aquele que, de repente, aprende...” (SANTANNA, 1977, p. 14).

É isto que se deseja, é nisto que se espera... Que as atuais Políticas Públicas em todos os seus sistemas, possam, assertivamente, investir no futuro da Educação infantil, possibilitando novas oportunidades de motivação, crescimento, interação e encorajamento. É pois a partir das atividades incentivadoras de leitura literária que as crianças matriculadas na Educação Infantil que surgirão potencialmente jovens leitores e possivelmente adultos escritores e contadores de histórias.

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