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O movimento de mulheres hip hoppers soteropolitano esteve no centro desta pesquisa que investigou as convenções de gênero e feminismos neste movimento social. Voz dos discriminados por denunciar as desigualdades sociais em torno das realidades dos grupos de jovens negros pelo mundo, o Hip Hop também contesta as convenções de gênero em torno do masculino e feminino ao que se transformam em um instrumento de luta e espaço de atu- ação das mulheres.

A militância destas jovens foi analisada a partir do questiona- mento de que estas reforçavam ou ressignificam as convenções de gênero no Hip Hop. O objetivo foi o de compreender as con- venções de gênero presentes no Hip Hop segundo formulação das interlocutoras, o que era coisa de menina e coisa de menino no

Hip Hop. Buscou-se compreender e analisar o contexto em que

estas jovens entraram em contato com o Hip Hop, bem como as motivações e oportunidades para sua inserção neste movimento. Investigou-se os elementos e atributos que qualificam o Hip Hop como um movimento de contestação social, refletindo se este é

capaz de contestar as convenções de gênero, além de identificar estas convenções dentro do próprio movimento.

As lições dadas pelo movimento feminista em relação ao com- bate às desigualdades que afligiram as mulheres fomentou uma apropriação acerca deste pensamento, que configurou as con- cepções de feminismo que estão sendo (re)produzidas na prá- tica política das jovens mulheres militantes do Movimento hip hop soteropolitano. Entre os desafios alcançados e em contínuo embate dentro da militância no Hip Hop, esta juventude sabe que esta é uma luta constante contra as discriminações, em suas várias faces.

Contudo, o que estas jovens têm construído como “Hip Hop feminista” une movimentos feministas e de mulheres, movimen- tos negros e movimentos jovens, e se constituí um instrumento possível para contribuir com esta transformação social por ser contestatório das desigualdades, especialmente em relação às mulheres.

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RAStREANDO O FEMININO, ROMPENDO