• Nenhum resultado encontrado

A ciência precisa ser explorada, aplicada e, principalmente, expandida não só em sua potencialidade investigativa como também em sua divulgação. Cientes dessa ideia, os Institutos Federais tentam primar por suas pesquisas, executadas por seus corpos docente e discente, pesquisadores cujos estudos muito têm contribuído para a percepção de uma melhor atuação profissional, social e humanitária.

Com esse propósito, tais institutos buscam fortalecer seus órgãos estruturais, como as editoras, todas cônscias de sua responsabilidade, junto aos pesquisadores, na divulgação desses estudos.

Pelas experiências aqui relatadas, é possível constatar que as editoras universitárias têm atuado fortemente na produção científica, embora ainda carentes de muitos recursos, entre eles financeiros e humanos.

A maior parte do trabalho desses órgãos é feita com prestação de serviços voluntários, estagiários ou servidores, em boa parte professores, com carga horária dividida entre tempos de sala de aula e atuação na própria editora.

Este artigo buscou apresentar uma visão geral das editoras dos institutos federais, porém afunilou sua perspectiva sobre os Institutos Federais de Educação,

Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte e da Paraíba.

Em seus históricos, essas duas instituições, reconhecem que, embora ainda sejam carentes de recursos, houve um crescimento no que se refere a suas instalações e fluxos de funcionamento. O IFRN conta com uma Editora cujo fluxo editorial compreende 12 etapas: Edital de submissão; análise antiplágio; análise de mérito; assinatura dos termos de cessão de direitos autorais; revisão linguística; revisão textual e normalização; diagramação; solicitação do ISBN e da ficha catalográfica; validação das obras e encaminhamento para impressão; distribuição e evento de lançamento.

Assim como a editora do IFRN, a do IFPB também evoluiu em sua proposta editorial. Para sua produção, esta última conta com as seguintes fases ou processos: Planejamento; Preenchimento de Formulário de Controle; Seleção de Originais; Contrato de cessão de direitos autorais; Setor de Editoração; Setor de produção (distribuição).

Vê-se que as fases das duas instituições mantêm um padrão quase uniforme, o que entendemos ser bastante producente, já que tal similitude pode sinalizar para uma direção única na profissionalização das editoras.

Assim, ilustra-se, aqui o esboço das trajetórias das editoras das instituições IFRN e IFPB, com o objetivo de publicizar sua evolução, os motivos que as levaram a atuar junto aos pesquisadores, os obstáculos sempre

47

AS NUANCES E O PAPEL SOCIAL DOS INSTITUTOS FEDERAIS DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA

presentes e a tendência constante de avançar e assegurar seu espaço no universo da produção científica.

Referências

BANDEIRA, A. S. EDITORA IFPB: Histórico e guia básico de gerenciamento. 2014. 60 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização)–Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, João Pessoa, 2014. BRASIL. Lei 11.892/2008. Institui a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, cria os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, e dá outras providências. 2008. Disponível em: <http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/ lei/l11892.htm>. Acesso em 06 fev. 2018.

BUFREM, L. S. Política editorial universitária por uma

crítica à prática. Perspect. ciênc. inf., Belo Horizonte, v.

14, n. 1, p. 23-36, 2009. Disponível em: <http://www. scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413- 99362009000100003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 06 fev. 2018.

BUFREM, L. S.; GARCIA, T. M. B. A editora universitária

e o compromisso da universidade com as práticas de divulgação do conhecimento produzido. Em Questão,

index.php/EmQuestao/article/view/40816>. Acesso em 06 fev. 2018.

FREITAS e QUEIROZ, V. R. de; ROSA, O. R. M.; SOUZA, R. R. de.; INÁCIO, F. A.. O trabalho editorial na Rede

Federal: das oficinas gráficas às editoras. In: SOUZA,

R. R. de. (Org.). Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. Goiânia: IFG. 2017. Cap. 13, p. 253-278. GARCEZ, E. F.. Sociedade da informação e escola: contribuição das bibliotecas escolares. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v. 14, n. 1, p. 9-26, jan./jun., 2009. Disponível em: <https:// revista.acbsc.org.br/racb/article/view/653/721>. Acesso em 06 fev. 2018.

MARQUES NETO, J. C.. A editora universitária,

os livros do século XXI e seus leitores. Interface

(Botucatu), v. 4, n. 7, p. 167-172, 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S1414-32832000000200025>. Acesso em 06 fev. 2018.

WERNECK, V. R.. Sobre o processo de construção

do conhecimento: o papel do ensino e da pesquisa.

Ensaio: aval. pol. públ. Educ., v.14, n.51, p. 173-196, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ ensaio/v14n51/a03v1451.pdf>. Acesso em 06 fev. 2018.

CAPÍTULO 2

A AVALIAÇÃO DA

IMPLEMENTAÇÃO DA

POLÍTICA DE PESQUISA DA

REDE FEDERAL:

analisando a questão do

financiamento

Luzia Mota

Este capítulo condensa a avaliação de alguns indicadores relativos à implementação das atividades de pesquisa na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Rede Federal), mais particularmente a questão do financiamento. O estudo é amparado por levantamentos de dados, análise documental e por uma investigação empírica. O fio

condutor são as políticas estruturantes para a área na última década do século XX e primeira do século XXI, por ser esse o período agudo da institucionalização dessas atividades na Rede Federal. Trata-se de um estudo de natureza qualitativa, embora alguns conjuntos de dados quantitativos tenham sido empregados para melhor conduzir a análise realizada.

A primeira seção se inicia com a apresentação de considerações metodológicas sobre a avaliação de políticas públicas, tendo como referencial teórico o Enfoque de Análise de Política (EAP) para o último momento do ciclo de elaboração de políticas públicas. A segunda seção apresenta uma análise da estrutura político-administrativa da gestão de pesquisa na Rede Federal como um indicador de insumo da pesquisa. Foi realizada uma avaliação do perfil das Pró-Reitorias, com o objetivo de desvelar como a gestão da pesquisa se relaciona com o cumprimento da missão institucional. Nas seções seguintes, são apresentados indicadores de insumo e de processo das atividades de pesquisa na seguinte ordem: o financiamento externo e o financiamento interno. No fim, a meta foi construir um quadro avaliativo que colabore com a compreensão do atual estágio de implementação das políticas de pesquisa na Rede Federal.

O levantamento de dados foi realizado a partir dos sistemas de gerenciamento das atividades de Ciência e Tecnologia (C&T) no Brasil, desenvolvidos pela CAPES,

51

A AVALIAÇÃO DA IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍTICA DE PESQUISA DA REDE FEDERAL

pelo CNPq e pelo MCT - FINEP. Foram também utilizados como base documental os Relatórios de Gestão das organizações envolvidas, Leis, Decretos, documentos oficiais, etc.. A análise dos dados ainda foi reforçada pelos resultados obtidos através da pesquisa empírica com Pró-Reitores de Pesquisa. A pesquisa empírica foi utilizada de modo complementar ao estudo documental e os resultados, como serão vistos, apresentam visões, às vezes complementares, às vezes contraditórias, sobre os elementos estruturantes da política de pesquisa. A técnica de coleta de informações usada na pesquisa empírica foi a de inquérito a partir de questionários fechados. Tal técnica é amplamente referenciada na literatura que trata de pesquisas do gênero. O diálogo principal sobre a metodologia empregada foi realizado com Tuckman (2005), que se tem dedicado ao estudo de investigações deste tipo na área de educação e, também, à construção de instrumentos e ao tratamento de informações semelhantes à pesquisa realizada neste trabalho. A população ou universo do estudo foi a comunidade de pesquisa das 41 instituições da Rede Federal que foram pesquisadas neste trabalho. A amostra foi composta pelos Pró-Reitores dessas instituições. A amostra escolhida possui, em grande amplitude, as características da população, por isso foi considerada representativa da comunidade estudada.

Considerações Metodológicas sobre a Análise