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Conta Corrente de Exploração de Adjudicação de Compra de Armaduras Pré-Moldadas

No âmbito da aplicação de armaduras pré-moldadas nos elementos de estrutura e contenção periférica, o fornecimento das mesmas foi adjudicado com a inclusão dos serviços de corte e dobragem consoante o especificado em projeto, sendo a restante necessidade de corte/dobragem a cargo do subempreiteiro responsável pela aplicação de betão, cofragem e armadura.

A estimativa de quantidades de armadura afetas à execução dos articulados respetivos ao caso em estudo foram determinadas em fase de concurso com o valor de 232,86 toneladas com base nas medições de áreas de aplicação de betão também estimadas à data pelo que o desvio a ser analisado irá contabilizar não só os excessos/desperdícios em obra mas tambêm as variações entre as quantidades relativas ao articulado do Dono de Obra (previsto e medido em concurso) e as medições reais verificadas pelos preparadores e medidores afetos à obra em causa.

Salienta-se ainda que no presente caso a componente de desperdiçios de material será uma quantidade relativamente reduzida uma vez que a grande maioria das atividades de preparaçao corte e moldagem do ferro é elaborada pelo fornecedor. Este processo facilita não só o desenvolvimento da obra em relação ao recurso tempo como a diminuição dos eventuais deperdiçios gerados durante a aplicação das armaduras.

Não obstante, o custo do aço é um custo cotado, ou seja que sofre variações constantes em bolsa de mercadorias pelo que o custo estimado na fase concursual nunca será idêntico ao custo consumido mesmo que a quantidade fosse precisamente a mesma. Esta variação associada à cotação de mercadoria é obviamente imprevísivel pelo que o controlo de custos associado à compra de armaduras reside sobretudo na análise de desperdícios e na verificação/controlo da quantidade aplicada.

O presente subcapítulo apresenta como objetivo o encontro das variações existentes entre as quantidades previstas de armaduras na fase contratual e as quantidades previstas de acordo com as medições efetuadas bem como as quantidades consumidas ao longo do processo através do cruzamento das informações dos registos de compras efetuados, despesa acumulada associada. Torna-se assim possível comparar o consumo real com o consumo previsto e determinar assim o balanço final associado ao forncecimento de armaduras.

Na Tabela 5.5 é apresentada a quantidade total prevista em contrato na fase concursual e o respetivo valor global calculado com o preço cotado à data de orçamentação, ou seja o valor que seria correspondente à compra dessa quantidade na totalidade no respetivo intervalo de tempo em que está associado, no presente caso um valor de 128 929,25 €.

Tabela 5.5 – Relação de quantidades e valor global na aplicação de armaduras

Descrição Quantidade (t) VALOR

GLOBAL

Contrato adjudicado 232,856 128 979,25 €

Quantidade total medida 220,662 N.A.

Quantidade total consumida 224,958 121 602,10 €

A quantidade total medida apresentada equivale à correspondência percentual com a variação entre as quantidades de betão a serem aplicadas previstas em fase concursual e medidas posteriormente. Ou seja, se numa determinada tarefa existir um acréscimo de 10% na quantidade a ser aplicada então é seguro pressupor que a estimativa de consumo da armadura, baseada também na quantidade prevista se afete também de um acréscimo idêntico. Por fim, a quantidade total consumida é o resultado da contabilização das guias de recepção de aço recebidas associadas à faturação do respetivo material.

Posteriormente à análise do descrito anteriormente, é apresentado o cálculo e interpretação do valor de desperdiçio que no presente caso assume o valor de 1,95 %, valor correspondente à divisão do valor global consumido pelo valor global medido. Não obstante, existem dois valores de custos importantes a serem retidos nomeadamente a variação proveniente da aplicação de armaduras pelo subempreiteiro, que no presente caso é positiva, devido ao valor da quantidade medida ser inferior à quantidade inicialmente prevista em fase de orçamentação, e ainda o valor reorçamentado correspondente á compra do material.

Tabela 5.6 – Quadro resumo da análise de custo de consumo de armaduras

Taxa de Desperdíçio 1,95%

Quantidade de Desperdíçio (t) 4.296

Diferencial adjudicado / consumido -7,9019 (t) + 7 377,14 €

Ganhos totais 9 023,86 €

Tal como poderá ser compreendido, o diferencial existente entre a quantidade incialmente adjudicada e a quantidade consumida para a execução da atividade representou um decréscimo significativo resultando numa recuperação de margem associada na atividade para o Empreiteiro Geral.

Avaliando os resultados obtidos na análise efetuada ao consumo de armaduras é seguro afirmar que a reduzida taxa de desperdíçio é justificada pela adjudicação das mesmas na condição de pré-moldagem. Este fato, mesmo que representando um acréscimo signficativo no preço do material, salvaguarda não só a redução de desperdíçios bem como a redução dos prazos necessários à sua aplicação, um fator preponderante para a adopção desta decisão. Saliente-se ainda que o Empreiteiro Geral obtém, por parte do subempreiteiro responsável pela montagem das armaduras, preços de adjudicação mais reduzidos e

Tabela 5.7 – Comparação entre quantidades de armaduras para as diversas tarefas

5.7. CONTA CORRENTE DE EXPLORAÇÃO DE EQUIPAMENTOS AFETOS

A utilização do recurso equipamentos consiste numa componente essencial no desenvolvimento da atividade em estudo. Denote-se que existêm diversos equipamentos associados ao processo de execução de estruturas de betão armado nomeadamente a grua-torre, auto-bomba, vibradores, niveladores, máquinas de dobragem de armadura, entre outros. No entanto, na perspectiva do EG, apenas é relevante analisar os equipamentos afetos à obra excluindo os que sejam da responsabilidade e fornecimento das subempreitadas adjudicadas, uma vez que relativamente a estes o custo representado já se encontra diluído no valor da respetiva adjudicação. Obviamente que o consumo energético por parte destes carece da utilização de um gerador afeto à obra, sendo também este a cargo do Empreiteiro Geral. Deste modo considerou-se pouco relevante contabilizar o consumo associado dos equipamentos utilizados pelo subempreiteiro responsável pela aplicação e execução de estruturas de betão armado uma vez que estes representam uma percentagem variável do consumo diário do gerador, e este encontra-se afeto aos custos de estaleiro, posteriormente reorçamentado. Exemplos dos equipamentos principais utilizados pelo subempreiteiro e que representaram um consumo energético associado são o caso da serra elétrica, os vibradores de compactação e a máquina de dobragem de armaduras. Tal como referido, estes equipamentos não representam um consumo contínuo uma vez que estes só requerem consumo em determinados períodos de tempo. Caso disso é a utilização dos vibradores utilizados no momento da betonagem. É ainda de referir que esse consumo está associado à componente de custo de estaleiro, ou seja, esses custos estão contabilizados na componente contratualizada de custo de estaleiro inserida no contrato de adjudicação com o Dono de Obra. Não obstante, a associação destes custos à execução das tarefas de betão armado resultariam num erro de reorçamentação, pelo que o mesmo custo iria ser contabilizado repetidamente. No âmbito da análise do controlo de custos associados a execução de estruturas de betão armado, o autor entendeu como necessário analisar os equipamentos afetos à obra,

Designação Quantidade Contrato (t) Quantidade Medida (t)

Sapatas de Pilares 21,80 18,86 Sapatas de Muros 17,55 22,67 Vigas de Fundação 3,42 3,54 Escadas 1,62 1,14 Laje Ensoleiramento 4,86 4,85 Muros de Suporte 38,54 38,17 Paredes 3,69 4,15 Pilares 0,08 0,08 Vigas 11,70 11,68 Lajes Maçiças 128,97 114,90 Plintos 0,14 0,14 Platibandas 0,49 0,48

que não se encontrem inseridos na componente de custos de estaleiro, por forma a interpretar o custo associado destes e contempla-los ao valor global da tarefa.

Os equipamentos que não constituiram uma associação direta aos custos de estaleiro necessitam então de uma análise pormenorizada dos custos associados sendo eles a auto-bomba adjudicada à Tbetão do dstgroup e respetivo manobrador, e posteriormente a auto-bomba requisitada ao fornecedor de betão pronto.

A auto bomba requisitada à Tbetão compreendeu a betonagem da generalidade das tarefas de betão armado, nomeadamente um volume de bombagem respetivo de 1395 m3 no período correspondente de 19/01/2017 a 24/03/2017. O custo afeto do manobrador deste equipamento foi associado ao custo de estaleiro existente em obra.

Dadas as circustâncias anteriormente referidas, nomeadamente o fato do manobrador se encontrar afeto ao custo de estaleiro, e tendo em conta que a partir da data de 24/03/2017 os períodos de betonagem não seriam tão constantes nem de volumes tão substanciais determinou-se por concluída a adjudicação da auto-bomba à respetiva subempreitada por forma a evitar os custos diários associados do manobrador que se tornariam insustentáveis, tendo em conta que a realização de betonagens iria adquirir uma componente de planeamento bastante faseada e de menor dimensão.

Desta forma a adjudicação de betonagem ao fornecedor de betão pronto iniciou-se posteriormente sendo prolongada até ao final da conclusão da atividade de execução estrutural em betão armado. O valor unitário por m3 desta adjudicação excede em 36,9 % o valor adjudicado pela Tbetão contemplando associadamente o custo do manobrador. No entanto, é perceptivel que para volumes semanais inferiores a 75 m3 o custo do manobrador resultaria num prejuízo global correspondente ao custo de estaleiro associado acoplado do custo do serviço de bombagem. Não obstante, é ainda importante referir que, ainda que em quantidades consideradas residuais, algumas betonagens ocorreram através de descarga direta na aplicação de betão de limpeza ou através da utilização de baldes de bombagem de grua. O autor considerou relevante expor a variação percentual de custo por m3 betonado entre ambas as adjudicações. Nesta variação percentual é contemplado o custo total associado de cada adjudicação, incluíndo o respetivo custo colateral do manobrador, que na prática se encontraria disassociado uma vez que constitui um custo indireto.

Tabela 5.8 –Variação de custo inerente à aplicação de betão da auto-bomba

Tipo Bombagem Volume bombado (m3) Variação de Custo Percentual(%)

Tbetão 1395

+36.9% Fornecedor de betão pronto 382,5