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O plano de trabalhos inicial foi elaborado para uma duração total de execução da empreitada de 157 dias de calendário a contar da data de consignação da obra à data da recepção provisória, nomeadamente de 12 de Dezembro de 2016 a 17 de Maio de 2017.

No entanto, devido a atrasos registados pela subempreitada adjudicada pelo DO para a demolição e posterior implementação de atividade de terraplanagens necessária para a vigoração da consignação da obra, esta só ocorreu a 2 de Janeiro de 2017 com o objetivo encurtado de entrega para recepção provisória à data de 28 de Abril de 2017, originando assim uma primeira atualização do plano de trabalhos.

Posteriormente verificou-se uma nova alteração do plano de trabalhos com uma data acordada de recepção provisória para o dia 28-05-17 com a justificação de que o subempreiteiro adjudicado pelo DO

impingiu atrasos irreversíveis no PT anterior condicionando assim a atividade de execução de estruturas de betão armado e posteriormente a data estipulada da recepção provisória.

O controlo de prazos do presente estudo de caso incidiu na atividade de execução de betão armado in

situ inserida no capítulo de estruturas e contenção periférica. É importante referir que esta atividade está

inteiramente associada à atividade de montagem de betão pré-esforçado uma vez que atrasos associados a estes elementos resultariam em atrasos na execução das estruturas de betão armado in situ. No entanto, a montagem deste tipo de elementos não verificou qualquer condicionante em termos de prazos para o estudo de caso em causa. Não obstante, a componente de aplicação de estruturas metálicas constituiu uma atividade sucessora à mesma, pelo que atrasos na execução da estrutura de betão “in situ” afetariam a referida atividade.

Uma outra nota relevante a ser mencionada, consiste no fato de esta atividade constituir um agrupamento de tarefas críticas, isto é, a ocorrência de eventuais atrasos agravariam a orçamentação pré-definida ou resultariam ainda numa prorrogação de prazos em última instância.

Por forma a garantir medidas corretivas inerentes ao controlo de prazos o planeamento da atividade estrutural sofreu alterações ao longo da execução da obra. As alterações associadas ao controlo de prazos na fase de execução de estruturas de betão armado in situ serão alvo de análise e exposição no presente capítulo, sendo que as respetivas atualizações do programa de trabalhos poderão ser consultadas em anexo.

Face ao atraso registado na subempreitada responsável pela movimentação de terras por parte do Dono de Obra descrito anteriormrnte, a atividade de execução de estruturas de betão armado apenas se iniciou no dia 18 de Janeiro de 2017, registando assim um atraso incial de 7 dias de calendário comparativamente ao previsto inicialmente.

O agrupamento de tarefas de estruturas e fundações foi previsto com uma duração de 62 dias, nomeadamente de 11-01-2017 a 13-03-2017.

Dada a complexidade da obra em termos de prazos considerou-se necessário realizar balizamentos constantes com uma frequência de 15 dias de calendário por forma que fosse possível a correção dos eventuais desvios detetados sem grande prejuízo de condicionar as tarefas sucessoras evitando por conseguinte um acréscimo ao orçamento predefinido.

O controlo de prazos das atividades referidas foi baseado nas ocorrências de betonagens efetuadas e no acompanhamento do processo de transporte e montagem dos elementos pré-fabricados.

É importante referir que a Direção de Obra elaborou planeamentos de betonagens semanalmente com vista a salavaguardar o planamento previsto controlando o processo diariamente através do registo dos elementos betonados associados ao respetivo volume bombado e data de betonagem. O modelo adotado de gestão e controlo presente nesta dissertação foi desenvolvido e partilhado pelo Eng.º Carlos Gonçalves que contribuiu incessantemente para a produção deste capítulo na qualidade da produção e análise da informação recolhida. Excertos dos registos de betonagens efetuados encontram-se presentes em anexo (anexo E) a título de consulta, permitindo a percepção do funcionamento deste processo. Assim sendo o autor considerou relevante incorporar em anexo os controlos existentes à data dos balizamentos efetuados.

A ocorrência dos balizamentos efetuados apresenta-se na Tabela 6.1 correlacionando os dados recolhidos e extraídos da informação em obra (modelo de controlo exercido) e a necessidade de medidas

Tabela 6.1 - Registo de balizamentos efetuados

Balizamento Data P (%) T (%) F (%) Desvio associado (%)

B1 26-01-2017 11,1 24,2 193,8 13,1 B2 10-02-2017 28,9 48,4 118,9 19,5 B3 27-02-2017 41,2 72,6 103,6 31,4 B4 13-03-2017 58,3 100 71,5 41,7 B5 29-03-2017 70,6 125,8 52,4 55,2 B6 13-04-2017 85,7 150 25,1 64,3 B7 28-04-2017 92,8 174,2 13,5 81,4 B8 09-05-2017 97,6 191,9 4,7 94,3 B9 24-05-2017 100 216,3 0 116,3

O balizamento B1 compreendeu um volume de bombagem de 228.25 m3 num volume total de 2056.5 m3 consumidos o que corresponde a uma percentagem de produção de cerca de 11.1 % para 24.2 % do tempo decorrido. Através da percepção do desvio associado foi remetida ao Dono de Obra informação que os atrasos gerados pela atividade de terraplanagens estariam a condicionar o decorrer da atividade de execução de estruturas de betão armado. Dado o subempreiteiro responsável pela execução de terraplanagens adjudicado pelo Dono de Obra ser o mesmo ajdudicado pelo subempreiteiro procurou- se instruir este ao cumprimento dos prazos estipulados por forma a não prejudicar o programa de trabalhos.

O balizamento B2 registou uma produção de 28.92 % da totatidade da atividade apresentando assim um aumento considerável do desvio associado. O EG recorreu à coação de imputação de custos ao subempreiteiro responsável pela atividade de movimento de terras caso a recuperação dos atrasos verificados na respetiva adjudicação não fosse corrigida.

Na análise do balizamento B3 o autor observou que o desvio associado aumentou progressivamente e que teriam de ser tomadas medidas corretivas complementares às anteriomente referidas. Dado a dificuldade na recuperação do atraso da subempreitada de teraplanagens, a Direção de Obra decidiu implementar medidas adicionais reunindo com o subempreiteiro responsável pela execução de estruturas de betão armado e solicitando um reforço de mão-de-obra uma vez que a atividade não recuperara o atraso procedente da movimentação de terras.

O balizamento B4 determina a data inicial de conclusão da atividade em estudo. Todavia à data do balizamento verificou-se que a tarefa se encontrava com uma percentagem de produção com um valor de 58.3 % originando um incumprimento face ao planeamento previsto. É importante referir que o Dono de Obra decidira prolongar o prazo de execução da obra para o dia 28-05-2017 dadas as condicionantes existentes na movimentação de terras, uma vez que à data de consignação da obra a atividade da repsonsabilidade pelo Dono de Obra não se contrava concluída. A Direção de obra adotou a decisão da contratualização de um empilhador telescópico para apoio na atividade de execução de estruturas em betão armado por forma a recuperar os atrasos registados

Nos seguintes balizamentos realizados foi possivel observar que o desvio associado aos mesmos sofreu uma diminuição progressiva originando a conclusão das atividade no dia 24-05-2017, ainda que

ultrapassando o prazo previsto do plano de trabalhos. Todavia a execução da atividade não provocou atrasos em nenhuma atividade sucessora uma vez que esta não era uma atividade crítica. É ainda importante referir que, tal como é percepcionado na consulta dos elementos de controlo de betonagem, após a realização do balizamento B6 os elementos em falta não condicionariam nenhuma atividade sucessora, uma vez que constituíam os arranjos exteriores ou outros elementos não condicionantes. Na análise da situação decorrida no presente estudo de caso é notório afirmar que os atrasos verificados na execução da atividade de execução de estruturas de betão armado se deveram sobretudo ao subempreiteiro responsável pela atividade de execução de terraplanagens. Reside aqui um erro estratégico adoptado à data da consignação da obra, nomeadamente na adjudicação dos restantes serviços de movimentação de terras à mesma entidade que se encontrava adjudica pelo DO para a demolição e escavação à cota de implementação acordada. Não obstante, o Empreiteiro Geral acordou a consignação da obra definida com os atrasos existentes, sendo que no entanto não seria previsto que os mesmos se agravassem substancialmente.

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CONCLUSÃO

A presente dissertação procurou abordar e analisar a implementação do processo de controlo de produção de uma obra, nomeadamente no âmbito do controlo de custos e prazos. O estado atual do mercado têm vindo a pressionar o Empreiteiro Geral a dedicar maior atenção e esforço neste campo por via sobretudo da redução das margens de lucro excessivas existentes até aos meados da década de 90. A construção, a nível mundial, encontra-se em transformação e adaptação acompanhando a reformulação da industrialização e a associação de novas práticas de gestão. Essa transformação consiste na razão que explica em grande parte a sobrevivência das empresas construtoras do sector no período de crise nacional e a revolução no setor que decorrerá na próxima década como resultado da implementação de novas práticas empresariais e focadas no controlo de ativo das entidades em causa. Face ao disposto apresentado, é fundamental a convergência de esforços na implementação de um controlo de produção assertivo, procurando desenvolver as condições necessárias para o cumprimento do modelo de situação ideal na prática do mesmo. Assim sendo, o desenvolvimento do método dos triângulos dinâmicos fundamentou-se na necessidade de adopção de melhores práticas de gestão de obra, uma vez que a eficácia desta depende da sua implementação.

O desenvolvimento da presente dissertação no âmbito de estágio curricular constituiu uma experiência enriquecedora, facultando os conhecimentos pretendidos e permitindo avaliar o funcionamento da análise de controlo de custos e prazos em obra. A oportunidade de integrar um estudo de caso numa entidade de relevância acrescentou conhecimento de gestão de obra que ultrapassou o âmbito da presente dissertação contribuíndo para a percepção do contexto profisional da Direção de Obra.

Na análise do estudo de caso, é seguro afirmar que o controlo de custos verificou desvios consideráveis sendo que as medidas corretivas a implementar pereceram do fator tempo. Isto porque, no decorrer da análise de custos, a obra já se encontrava com as respetivas adjudicações contratualizadas. Na abordagem do controlo de prazos, observou-se que a incorreta adjudicação de subempreiteiros pode consistir em atrasos agravados pelo que, e sobretudo nas atividades condicionantes, é importante ter em conta a presnete observação. Não obstante, a realização de balizamentos nas atividades críticas consiste numa ferramenta essencial para a deteção de desvios e a tomada de medidas corretivas.

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ANEXO B – PEÇAS DESENHADAS – ARQUITETURA

ANEXO D – PLANOS DE TRABALHOS