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Importãncia da Medição e Preparação de Obra no Controlo de Custos

A medição precisa e com a amplitude necessária das atividades que perecem de importãncia numa determinada adjudicação é uma componente essencial para a prática do controlo de custos. Todo o processo concursual é elaborado numa metodologia de simplificação devido à falta do recurso tempo por ambas as partes envolvidas no processo, Dono de Obra e Empreiteiro Geral. Este fator provoca assim uma aproximação de quantidades que dificilmente corresponderão ao verdadeiro valor a ser executado. Não obstante, esse valor de quantidades estipulado em concurso pode ou não beneficiar o empreiteiro pelo que num balanço global de uma atividade é importante compreender o panorama de forma a proceder atempadamente ás medidas corretivas necessárias a implementar. No presente caso em estudo a eboração de uma análise detalhada comparativa das medições estipuladas contratualmente com as mediçóes reais a serem executadas na fase de betão armado permitiu compreender o balanço global inicial deste capítulo estrutural.

Após a conclusão do processo de medições das diferentes tarefas associadas à fase de betão armado in

situ, procedeu-se à comparação das respetivas quantidades medidas com as quantidades acordadas

contratualmente, verificando-se assim a margem da quantidade contratual individual de uma tarefa com a quantidade real a ser executada, ou seja, a interpretação dos desvios encontrados através do processo de medição. O respetivo resultado proveniente desta análise poderá resultar numa diminuição das quantidades a serem executadas o que resultará numa redução de custos associada na perspetiva do Empreiteiro Geral ou ocasionar a situação oposta.

De seguida apresenta-se a Tabela 5.2 disponibilizando as diferentes tarefas inerentes à realização do betão armado e a relação entre a quantidade prevista em contrato e a quantidade medida, denominada como margem, resultado da divisão entre a quantidade medida e a quantidade real respetivamente adquirindo um valor negativo nas situações de necessidade de execução de uma quantidade superior à prevista e positivo nas situações inversas.

Tabela 5.2 – Relação de Quantidades de Contrato e Medições

Designação da Tarefa UN Quantidade

Contrato Quantidade Medida Margem Betão de Limpeza m2 860.49 928,16 -0.08 Sapatas de Pilares m3 264,30 228,66 +0.13 Sapatas de Muros m3 140,46 181,47 -0.29 Vigas de Fundação m3 31,32 32,35 -0.03 Escadas m3 12,14 8,54 +0.30 Lajes de Ensoleiramento m3 71,86 72,20 0.00 Muros de Suporte m3 303,70 300,80 +0.03 Paredes m3 41,04 46,16 -0.13 Pilares m3 0,61 0,61 0.00 Vigas m3 74,73 74,58 0.00 Lajes Maçiças m3 810,23 715,94 +0.12 Plintos m2 1,56 1,54 +0.01 Platibandas m3 7,35 8,20 -0.12 Cofre m3 2,68 2,68 0.00

Na análise e interpretação da tabela é possível verificar que a generalidade das tarefas apresentam um valor medido aproximadamente igual ou inferior ao valor contratual previsto, pelo que acarretarão numa margem de lucro correspondente à quantidade que não será necessária executar multiplicada pelo valor unitário das respetivas tarefas em causa. Isto porque, para estas determinadas quantidades não existirá qualquer custo associado de execução, ou seja, é um lucro associado apenas aos erros de medições. Desta forma, o valor adjudicado ao Empreiteiro Geral relativamente às quantidades em excesso constituirá uma margem de lucro total associada.

Relativamente ás tarefas que apresentam quantidades de execução superiores às quantidades de contrato é de salientar a execução e aplicação de betão em sapatas de muros com uma margem de quantidades correspondente a um acréscimo de 29 %, sendo esta uma das tarefas associadas com uma componente quantitativa significativa, tal como abordado no subcapítulo referente à inclusão do princípio da escassez do fator.

Tal como referido inicialmente, todos os valores de custos se encontram omitidos por forma a salvaguardar os interesses do empreiteiro geral onde o estudo de caso foi elaborado pelo que, ao abrigo de confidencialidade, se preferiu apresentar todos os valores inerentes a custos em espitulados percentuais. Posto isto é possível concluir numa fase inicial, após a realização de medições, que a margem de valores globais entre o estipulado previsto e o estipulado medido tenderá a ser positiva uma vez que existe um rácio quantitativo positivo para a execução de lajes maçiças e muros de suporte, sendo que estas tarefas representam cerca de 70% do valor global do custo associado à atividade da execução de estruturas de betão armado. Esta margem positiva é justificada por uma determinada quantidade de tarefas que não necessitam de ser executadas devido ao sobredimensionamento total do acumulado de

medições. É importante referir todavia que, nesta fase inicial de análise de custos, apenas é possível determinar a margem de ativos recuperados pelas tarefas que possuem quantidades inferiores ao estipulado contratual, pelo que as tarefas com a situação oposta, tais como as sapatas de pilares, serão posteriormente reorçamentadas por forma a entender o sobrecusto associado às mesmas. Na posterior reorçamentação será então possível determinar o custo associado a uma determinada tarefa contemplando os excessos quantitativos previstos de serem executados.

Desta forma, a análise mais importante neste presente subcapítulo reside no cálculo dos ganhos associados por erros de medições, sendo este valor correspondente a 0.07% do valor global contratual afeto ao capítulo de execução de estruturas de betão armado. Este valor pode ser interpretado e ponderado ao longo do desempenho da atividade de controlo de custos durante a obra, uma vez que este valor só será considerado um ativo recuperado se a execução das tarefas for executada de tal forma a que o controlo de custos associado iniba eventuais desvios da sua realização, tais como por exemplo, a encomenda de material desnecessário e em excesso, custos que decorriram caso a medição não fosse elaborada numa fase prévia.

Através da correta interpretação da informação presente na Tabela 5.2, determinante para a implementação das medidas necessárias ao controlo de custos associados às subempreitadas em causa e aos materiais utilizados, os ativos em causa serão assim recuperados procedendo-se depois para os valores medidos a serem executados numa análise de custos pormenorizada afeta aos diferentes recursos. A preparação de obra torna-se eficaz na prática do controlo de custos na perspetiva da antevisão dos resultados demonstrados anteriormente, possibilitando ao EG antever a gestão dos seus recursos e evitando eventuais desperdíçios de materiais, encargos sobredimensionados com subempeiteiros e todo o tipo de custos adicionais passíveis de ocorrer na ausência do processo de medição/preparação. Uma correta preparação de obra, é sempre elaborada num período de tempo espaçado o suficiente da fase inicial de execução, permitindo que seja possível optar pelas decisões estratégicas que evitem o condicionamento de custos inerentes a erros de preparação tao presentes no panorama atual da construção portuguesa. Ou seja, a preparação de obra perece de um prazo de execução associada ao momento em que a importância dos custos é exclusiva e independente da importância dos prazos, ou seja numa fase de planeamento e adjudicação de subempreiteiros e materiais previamente ao decorrer da atividade em causa. Este mesmo princípio é referido e abordado anteriormente no segundo capítulo da presente dissertação.

5.4. CONTA CORRENTE DE EXPLORAÇÃO DE SUBEMPREITADA DE EXECUÇÃO DO BETÃO