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5.8. Reorçamentação

5.8.2. Reorçamentação de Betão Armado

A reorçamentação do betão armado foi elaborada contemplando todos os custos associados relativos aos recursos adjudicados/adquiridos por forma a percepcionar o verdadeiro custo de cada tarefa. É importante referir que a este processo de reorçamentação foi adicionado um coeficiente que englobou os custos associados aos desperdiçios associados ao processo de betonagem, à execução de provetes e respetivos ensaios de laboratório, à adição de adjuvante hidrófugo e ainda à contemplação do agravemento de custos relativos ao transporte de quantidades de betão inferiores à carga mínima necessária e à bombagem mínima necessária para os casos em que a bombagem foi adjudicada à entidade de fornecimento.

Após a determinação do preço total de custo de cada artigo, e contemplado obviamente os encargos financeiros já abordados anteriormente, é possível ao Empreiteiro Geral a percepção da margem de lucro associada.

Todavia a contemplação do coeficiente relativo à reorçamentação de estaleiro terá de ser implementada por forma a prever se o preço total de custo não é ultrapassado pelo preço de venda, garantindo assim que as despesas adicionais provenientes da reorçamentação do estaleiro serão abrangidas e contempladas. Em boa prática, este processo determinaria o preço seco corrigido, permitindo assim à equipa de Direção de Obra a percepção do preço real de custo da atividade. No entanto, à data da elaboração do reorçamento referido as adjudicações relativas à execução de estruturas de betão armado já se encontravam concluídas. Com a verificação desta situação, o Empreiteiro Geral está assim a garantir que os custos adicionais de estaleiro não representarão uma faturação adicional.

No presente estudo de caso, obteu-se a percepção de que a margem de lucro associada em termos de balanço final corresponde a um valor de 3.24 % face ao preço total de custo contemplando a reorçamentação do estaleiro. Quer isto dizer que o valor previsto de custos associados será inferior ao preço de venda ainda que apresentado uma margem de lucro deficiente.

Contudo, após a conclusão da respetiva adjudicação, concluiu-se que o orçamento de estaleiro foi amplamente ultrapassado representando um valor de 127.11 % do valor de venda respetivo. Este fenómeno é facilmente justificado baseado na não ocorrência de reorçamentos sucessivos de estaleiro, procedimento que se deve implementar em todas as adjudicações. A não ocorrência deste fator originou assim um acréscimo do valor previsto reorçamentado, impedindo o controlo de custo mensal do mesmo e acarretando um custo superior ao esperado. Uma outra justificação a ser retida deve-se ao fato de a Direção de Obra ter requisitado um empilhador telescópico exclusivamente para apoio da subempreitada de execução de estruturas de betão armado, algo que representou um custo substancial inserido no estaleiro, quer no aluguer no equipamento quer no consumo gerado por este e que deveria ter sido imputado à respetiva subempreitada.

Por forma a determinar o balanço final real, isto é a margem realmente existente entre o preço de venda dos artigos mencionados e o preço de custo contemplando o valor real de faturação do estaleiro, verificou-se que a margem de lucro associada, neste caso corresponde a 2.36 % do valor de custo real associado, que apesar de positivo é no entanto inferior ao previsto com a reorçamentação inicial. Na Tabela 5.10 é apresentada a informação retirada do procedimento reorçamentativo, apresentando para cada artigo a respetiva margem de lucro em ambos os casos anteriormente expostos, com a reorçamentação elaborada e após o fecho de contas.

Tabela 5.10 – Reorçamentação por artigo

Item Descrição Qt. (m3) Balanço Final %

(Reorçamentação)

Balanço Final % (Real) 3.1.1 Fornecimento e aplicação de betão de

limpeza

34,04 -18.51 -19.20

3.1.2 Fornecimento e aplicação de betão em sapatas de pilares

264,30 +9.47 +8.53

3.1.3 Fornecimento e aplicação de betão em formação de sapatas de muros

140,46 -54.64 -55.03

3.1.4 Fornecimento e aplicação de betão em vigas de fundação

31,32 +11.82 +10.87

3.1.12 Fornecimento e execução de escadas em betão

12,14 +99.00 +97.30

3.1.24 Fornecimento e aplicação de betão em lajes de ensoleiramento

71,86 +31.43 +30.30

3.1.29 Fornecimento de colocação de betão hidrofugado em muros de suporte

303,70 +11.63 +10.68

3.1.30 Fornecimento e aplicação de betão em paredes

41,04 -4.40 -5.22

3.1.32 Fornecimento e aplicação de betão em pilares

0,61 +10.80 +9.85

3.1.33 Fornecimento e aplicação de betão em vigas

74,73 +11.14 +10.20

3.1.37 Fornecimento e aplicação de betão em lajes maçiças

810,23 +16.19 +15.20

3.1.38 Fornecimento e aplicação de betão hidrofugado em plintos

1,56 +2.38 +1.51

3.1.39 Fornecimento e aplicação de betão em platibandas

7.35 +20.86 +19.83

Face aos objetivos estratégicos da empresa, é seguro afirmar que a margem de lucro obtida não apresentou um valor razoável, ainda que não tenha representando um valor negativo, em termos globais

substancialmente reduzida. Tal como já foi referido, o processo de reorçamentação ocorreu numa fase posterior à ajdudicação dos recursos necessários à realização da atividade, perecendo assim de significância em termos de controlo de custos. Não obstante, os desperdíçios associados ao consumo excessivo de betão e à faturação excessiva do estaleiro originou a ocorrência do descrito anteriormente pelo que o autor reteve a importância de que uma reorçamentação mensal e cuidada dos custos de estaleiro no âmbito de controlo de custos é um processo determinante no sucesso de uma adjudicação. De referir ainda, o disposto mencionado no MTD elaborado no segundo capítulo da presente dissertação, onde é referido que o reorçamento de estaleiro deve ser elaborado numa fase prévia à atribuição das adjudicações, por forma a contemplar a faturação excessiva que possa vir a ser prevista.

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CONTROLO DE PRAZOS

6.1. INTRODUÇÃO

O controlo de prazos reside numa das grandes áreas de controlo de gestão de obras, uma vez que o acompanhamento do planeamento de uma determinada obra é um processo indispensável para o desenvolvimento da mesma em condições que permitam intervir face ao diagnóstico efetuado entre as condições verificadas comparativamente ao previsto inicialmente.

Este controlo permite assim o acompanhamento do desenvolvimento das atividades e a identificação / deteção de desvios, permitindo um reajustamento do Programa de Trabalhos considerando não apenas os desvios encontrados mas contemplando obrigatoriamente os objetivos finais, evitando prorrogações de prazos e/ou custos acrescidos para evitar tal consequência.

O controlo de prazos encontra-se intrínsecamente associado ao controlo de custos visto que a consequência dos desvios que ocorram no controlo de prazos acarreterá um acréscimo de custos que poderá ser maior ou menor consoante o tipo de atividade e a duração associada à mesma. Não obstante, o controlo de prazos numa atividade crítica perece de uma importância acrescida, visto que, um possível atraso associado a uma atividade deste tipo irá encadear um atraso na duração da obra que só será evitado através da implementação de medidas corretivas que estarão sempre associadas a um aumento de custos associados á execução das mesmas.

O procedimento do controlo de prazos deverá ter em conta a convergência da informação presente em obra, isto é, do acompanhamento da mesma de forma a proceder a balizamentos em datas selecionadas e analisar a convergência dessa realidade com o PT. A definição de balizamento consiste na fixação do intervalo de duração de uma determinada atividade (data de início e data de fim) e da percentagem correspondente do trabalho executado da atividade / tarefa em causa.

Por sua vez, o PT consiste na elaboração de uma estrutura base para a produção, fixado através da estipulação de prazos e sequências de todas as atividades previstas como necessárias para a execução de uma determinada adjudicação e sequências associadas a estes por forma a contemplar o objetivo final da entrega da adjudicação no prazo estipulado da recepção provisória.

A interação entre o programa de trabalhos e a realização de balizamentos periódicos permite à Direção de Obra a percepção dos desvios existentes e análises de causa, o que irá exigir a adopção de medidas de correção de desvios ou, caso seja entendido como necessário, da reprogramação (atualização) do programa de trabalhos.

A atualização do plano de trabalhos, sempre que necessária, é uma ferramenta essencial para a não ocorrência de desvios consideráveis no orçamento planeado da adjdudicação em causa.

No presente caso, o autor considerou elaborar um controlo de prazos para a fase da execução de estruturas de betão armado por forma a que este constituísse detalhe e especificidade apra o leitor convergindo com o controlo de custos das mesma atividade elaborado no capítulo anterior.