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Uma questão relevante, sobre a educação brasileira, diz respeito à qualidade do conhecimento adquirido pelos estudantes dos ensinos fundamental e médio. Implantado e desenvolvido pelo Ministério da Educação e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica – IDEB é um indicador resultante da combinação do desempenho médio (Prova Brasil e Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica – SAEB) dos estudantes em exames padronizados ao final de determinada etapa do ensino fundamental (5º ano ou 9º ano) e o 3º ano do ensino médio, com a taxa média de aprovação dos estudantes da correspondente etapa de ensino (fluxo apurado pelo Censo Escolar). O IDEB estipula metas para serem alcançadas até 2021, em torno da nota 6,0 – nível comparável ao dos países desenvolvidos (IBGE, 2010).

3.3.1 A escola

Como parte da justificativa da nossa pesquisa, optamos pela escolha da Escola Municipal Profa. Terezinha Paulino de Lima situada à zona norte do município de Natal para a fase de intervenção. O bairro Nossa Senhora da Apresentação, onde a escola está localizada, apresenta elevadas taxas de violência, pobreza e falta de infraestrutura básica em saneamento básico e saúde, mobilidade urbana e facilidade de acesso, até mesmo por se encontrar no limite mais ao norte do nosso município, fazendo divisa direta com os municípios de São Gonçalo do Amarante e Extremoz. Desse modo, muitos daqueles alunos da escola residem nesses municípios limítrofes da região metropolitana da capital.

Outro ponto negativo que representava diretamente o baixo rendimento escolar dos alunos especificamente nessa escola era o seu índice do IDEB33 do ano de 2009, apresentado na mesma pesquisa de dados domiciliares do IBGE de 2010 que observou o alto índice de analfabetismo funcional.

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Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Foi criado no ano de 2005 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) para medir a qualidade de ensino da educação básica brasileira. Um dado curioso que não fez parte do nosso objetivo de pesquisa, mas que não pôde deixar de ser notado é que o IDEB foi avaliado com os alunos do 9º da escola logo após a intervenção da ILR (2011) e apontou um salto (quase dez posições) significativo da escola no ranking municipal, levando-a para as primeiras posições.

Em contrapartida aos dois fatores negativos aqui descritos, a escola dispõe de boa infraestrutura quanto a materiais e bons profissionais, componentes fundamentais para a realização plena da pesquisa.

3.3.2 Perfil dos participantes

A pesquisa foi direcionada inicialmente por meio de um inventário para identificarmos quem são esses sujeitos a fim de integrar, na análise, a sua pertença bem como a participação social e cultural. Procurando reunir um número significativo de informações sobre o grupo de estudantes em foco (60 alunos do grupo experimental e 35 alunos no grupo de controle), realizamos um levantamento junto às fontes escolares disponíveis, como ficha de matrícula e diários de classe, para identificação pessoal e escolar dos participantes que representarão os sujeitos da nossa pesquisa. Toda essa investigação só foi possível mediante autorização da direção da escola com solicitação prévia por meio de carta – o documento faz parte do caderno de atividades de ILR.

Objetivando enriquecer essa identificação, acrescentamos um conjunto de questões complementares que foi respondido pelos alunos divididos em grupo de controle e grupo experimental. Trata-se da fase inicial da pesquisa que será detalhada mais adiante. Em relação à construção de um corpus, reúne atributos conhecidos e até desconhecidos, contendo os traços necessários para uma determinada caracterização e/ou tematização no tempo e no espaço. Por meio de gráficos, faremos breve análise e comparações entre os grupos de alunos participantes na pesquisa no próximo capítulo.

3.3.3 Análise dos dados da pesquisa

As análises dos componentes quantitativos e qualitativos, embora estando esses intrinsecamente relacionados na pesquisa mista, serão realizadas em capítulos distintos para um melhor entendimento de análise própria de números, percentagens e de leitura específica

quanto às possibilidades de informações descritivas e/ou explicativas geradas pelo caderno de atividades de ILR, ou evidenciadas in loco em sala de aula.

Para a parte quantitativa dos dados foram realizados testes estatísticos (paramétrico e não paramétrico) por profissional da área, no Departamento de Estatística da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Todas as médias do período de geração de dados da pesquisa foram enviadas de maneira que o estatístico não pudesse distinguir o grupo de controle do grupo experimental. As médias bimestrais e semestrais foram enviadas em arquivos próprios do sistema de médias das escolas onde a disciplina foi aplicada. As tabelas e gráficos foram geradas pelo referido departamento e o resultado foi apresentado pelo estatístico ao pesquisador, orientador e a membro da banca de qualificação.

Após a primeira análise (quantitativa), e com o entendimento da direção pela qual se apresentava o resultado desses dados, foi realizada a leitura de informações dos cadernos de atividades e anotações realizadas in loco ou subtraídas de vídeos das aulas. Esses novos dados foram confrontados com o referencial teórico para se chegar às sugestões apresentadas como resultado final do estudo. Esses resultados compreendem, além das considerações finais, os próximos capítulos do nosso texto.

CAPÍTULO IV

“A Estatística está interessada nos métodos científicos para (...) apresentação e

análise de dados bem como na obtenção de conclusões válidas e na tomada de decisões razoáveis baseadas em tais análises”. Ralph Spiegel

4 ANÁLISES E RESULTADOS DO COMPONENTE QUANTITATIVO

Os primeiros passos para a análise do componente qualitativo (capítulo V) da nossa pesquisa dependem do processamento da análise preliminar e traço descritivo desta pesquisa exploratória, o que será apresentado nas análises dos componentes quantitativos neste capítulo.